Discos para descobrir em casa – ‘Partir’, Fabiana Cozza, 2015
Capa do álbum 'Partir', de Fabiana Cozza Reprodução ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Partir, Fabiana Cozza, 2015 ♪ Declarando-se fã de Fabiana Cozza em texto escrito para o encarte da edição em CD do quinto álbum da artista paulistana, Partir, Maria Bethânia foi direto ao ponto baiano: “Fico alegre quando ouço Eu não pedi, música com raiz no samba do meu Recôncavo. Que beleza! E gosto de sentir a lua e a garoa que moram em sua voz sobre a música do meu lugar, aquele onde os fevereiros são de festa e luz e 'os junhos de fumaça e frio'. Brava!”, saudou Bethânia, citando verso de Genipapo absoluto (1989), música do mano Caetano Veloso sobre as origens e emoções vivenciadas em Santo Amaro da Purificação (BA), cidade de sons entranhados neste grande disco de Cozza. Essa partida em direção à Bahia foi movimento surpreendente na trajetória fonográfica dessa cantora paulistana que, em 2004, batizara o primeiro álbum, O samba é meu dom, com o nome da composição de Wilson das Neves (1936 – 2017) e Paulo César Pinheiro – lançada em 1996 na voz de Das Neves – para marcar território, abrir alas e pedir passagem no mundo da música. Samba que louva a linhagem nobre de bambas seminais, para afirmar devoção ao gênero matricial da música do Brasil, a composição já reverberava na voz encorpada e afinada da artista nas apresentações feitas pela cantora no bar Ó do Borogodó. Reduto boêmio da Vila Madalena, bairro de São Paulo (SP), cidade onde Fabiana Cozza dos Santos veio ao mundo em 16 de janeiro de 1976, o Ó do Borogodó foi um dos bares paulistanos onde a artista exercitou o dom do canto, lapidado a partir de 1996 na Universidade Livre de Música Tom Jobim e posto à prova em grupo vocal integrado por Fabiana na segunda década de 1990, sob o comando de Jane Duboc. Reconhecida como grande cantora pelos bambas desde que começou a se fazer ouvir, pela beleza e sentimento da voz capaz de emitir graves e agudos com limpidez, Fabiana Cozza recebeu excelente educação musical já em casa. O dom para o canto foi herdado do pai, Oswaldo dos Santos, intérprete oficial até 1986 dos sambas-enredos da escola de samba paulistana Camisa Verde e Branco. Mas os caminhos para a exposição desse canto foram sendo desbravados pela própria Fabiana Cozza. Quinto álbum da cantora, lançado em maio de 2015 em edição da Agô Produções distribuída via Tratore, Partir direcionou o samba e o dom de Fabiana Cozza para a Bahia em rota que, como de hábito, teve a África como ponto de partida para todos os caminhos da música da artista. A matriz afro-brasileira do repertório de Fabiana Cozza sempre ficou evidenciada na discografia da cantora, que confirmara no segundo álbum, Quando o céu clarear (2007), as grandes qualidades evidenciadas no disco de estreia de 2004. Ao canto enérgico e potente, Cozza sempre aliou rigor na escolha do repertório sem jamais ter feito concessões ao mercado. No terceiro álbum, Fabiana Cozza (2011), produzido por Paulão Sete Cordas, esse repertório foi fincado nos quintais do samba carioca. No quarto álbum, Canto sagrado (2013), primeiro título ao vivo da discografia da artista, a celebração da arte de Clara Nunes (1942 – 1983) – cantora também associada ao samba e identificada com o universo afro-brasileiro – Cozza mostrou ter personalidade ao abordar o repertório da intérprete antecessora sem soar como cópia do luminoso original. Em Partir, Fabiana Cozza rumou para a Bahia sem perder a África no horizonte musical deste disco que também transitou pelos sons de Cuba. Desenvolvida no álbum posterior da artista, Ay amor! (2017), dedicado ao cancioneiro do cantor e compositor cubano Ignacio Jacinto Villa Fernández (1911 – 1971), o Bola de Nieve, a musicalidade cubana saltou aos ouvidos em Partir no arranjo de Borzeguita (Leandro Medina, 2015). Borzeguita foi uma das 14 faixas do disco gravado de 16 a 27 de novembro de 2014, no estúdio paulistano 185, sob direção musical do violonista Swami Jr. a partir da concepção desenvolvida por Fabiana Cozza com o próprio Swami Jr. e com Marcelino Freire. O embrião do álbum Partir foi show feito pela cantora em outubro de 2011, na cidade de São Paulo (SP), com o compositor baiano Roberto Mendes. Natural de Santo Amaro da Purificação (BA), cidade natal de Bethânia, Mendes foi compositor dominante no repertório do disco, assinando cinco das 14 músicas. Duas, Voz guia (1996) e Orixá (2007), eram parcerias com o poeta e letrista baiano Jorge Portugal (1956 – 2020), mestre pensador da baianidade nagô. Orixá baixou na forma de música quando Roberto Mendes criou melodia para poema escrito por Portugal em saudação à ialorixá baiana Maria Stella de Azevedo Santos (1925 – 2018), conhecida como Mãe Stella de Oxossi. Outras duas músicas de Roberto Mendes eram parcerias com Nizaldo Costa de lira mais romântica, ambas egressas do show feito pelo compositor santo-amarense com Fabiana Cozza em 2011. Não pedi (2014) – música lançada pela cantora baiana Jurema Paes no álbum Mestiça (2014), um ano antes do disco de Cozza – era o samba que encantou Bethânia por desaguar nas águas do Recôncavo Baiano. Já Teus olhos em mim ganhara registro simultâneo da cantora baiana Virgínia Rodrigues no álbum Mama Kalunga, lançado em abril de 2015, um mês antes de Fabiana Cozza apresentar o CD Partir. A sublime música-título deste disco de Virgínia Rodrigues – Mama Kalunga (2015), obra-prima do cancioneiro do compositor baiano Tiganá Santana – também reapareceu no álbum de Fabiana Cozza. De Tiganá, Cozza também deu voz a uma canção em francês – Le Mali chez la carte invisible (2014), apresentada por Jurema no já citado álbum Mestiça – em que o compositor denunciou com poesia a invisibilidade da África aos olhos do mundo. Veio da África, mais precisamente de Angola, o ponto de partida para a inspiração do compositor João Cavalcanti na criação de Chicala (2015), uma das músicas então inéditas deste disco em que Fabiana Cozza também apresentou o samba Fim da dança (Vidal Assis e Moyseis Marques, 2015), a canção É do mar (Gisele Di Santi, 2015) e Roda de capoeira (Vicente Barreto e Paulo César Pinheiro, 2015), faixa que remeteu aos afro-sambas da década de 1960. Embora banhado pelas águas do Recôncavo Baiano, o álbum Partir também evocou as mornas do litoral de Cabo Verde na canção Entre o mangue e o mar (Alzira E e Arruda, 2015) e estendeu a rota até Minas Gerais para celebrar a África que pulsa nos congados da região, mote de Velhos de coroa (Sérgio Pererê, 2012). Velhos de coroa foi o tema que abriu o disco com picos de beleza na interpretação de Fabiana Cozza, justificando o entusiamo manifestado pela dona do dom, Maria Bethânia, ao festejar esse movimento ousado da paulistana Fabiana Cozza em direção a outras terras e horizontes musicais sem jamais perder de vista a África. Um movimento coerente, pois a África é fonte de todo samba, dom dessa grande cantora do Brasil que, após celebrar o legado da compositora carioca Ivone Lara (1922 – 2018) no disco Canto da noite na boca do vento (2019), lança em setembro de 2020 o oitavo álbum, Dos Santos, louvando divindades de religiões dessa matriz afro-brasileira que também gerou o belo disco Partir.
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Lives de hoje: Maiara & Maraisa, Seu Jorge, Alcione e mais shows para ver em casa
Veja agenda de lives deste sábado (15). Jorge Aragão, Dudu Nobre, João Bosco, Otto e vários outros artistas também se apresentam ao vivo; veja shows e saiba como assistir. Alcione, Maiara & Maraisa e Seu Jorge Divulgação Alcione, Seu Jorge e Maiara & Maraisa estão entre os artistas que fazem lives neste sábado (15). Veja a lista completa com horários das lives abaixo. O G1 já fez um intensivão no começo da onda de lives, constatou o renascimento do pagode nas transmissões on-line, mostrou também a queda de audiência do fenômeno e a polêmica na cobrança de direito autoral nas lives. Sábado (15) Nego Álvaro – 14h30 – Link Casa do De Luca com Xande de Pilares, Gabi Martins, PK e outros – 15h – Link Jorge Aragão – 15h – Link Seu Jorge – 16h – Link Cozinha Arrumada – 17h – Link Valéria Oliveira (Festival Camomila) – 17h – Link Maiara e Maraisa – 17h30 – Link Alcione – 18h – Link Dudu Nobre (Em Casa com Sesc) – 19h – Link João Bosco – 20h – Link Otto – 20h – Link Make U Sweat – 22h – Link MC Matheuzinho – 22h – Link Teresa Cristina – 22h – Link Semana Pop mostra os momentos em lives que saíram do controle
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Alcione faz décima live e diz que mudou de ideia sobre formato: ‘No início deu muita preguiça’
Ela canta neste sábado (15), a partir das 18h, no palco do Vivo Rio com transmissão do show a R$ 10: 'Fui aprendendo como funciona esse mundo novo e gostei demais da experiência.' Alcione se apresenta em live no palco do Vivo Rio com a Banda do Sol neste sábado (15) Divulgação "Passo muito álcool em gel na mão e lembro todo mundo de usar máscara na rua. Eu sou do grupo de risco, não posso bobear." É assim, com bastante cautela, que Alcione enfrenta os tempos de pandemia do novo coronavírus. Em casa desde o início do distanciamento social, a cantora encontrou nas lives uma forma de matar a saudade do que mais gosta de fazer: cantar para o seu público. Neste sábado (15), Alcione sobe ao palco do Vivo Rio ao lado da Banda do Sol para uma live. "Dessa vez, a live tem um formato diferente, com banda me acompanhando e tudo. É bom que dá para matar a saudade desses meses que estamos todos distantes. O povo vai sentir isso de casa, essa emoção de show, sabe?", diz Alcione ao G1. Ela completa 48 anos de carreira e a décima live no período da pandemia. "No início deu muita preguiça de fazer live, porque eu gosto mesmo é de contato com o público. Acho que todo artista gosta disso e sente falta. Mas também sentia falta de seguir cantando. Fui aprendendo como funciona esse mundo novo e gostei demais da experiência", conta ela. Amigos do telefone, haters da internet Aos 72 anos, Alcione mantém contato com os amigos pelo telefone e evita sair de casa. "Não sinto falta da rua, a minha rotina sempre foi dentro de casa. Ligo para saber quem está se cuidando… Às vezes, é aquele amigo que está precisando bater um papo, afastar a solidão. Mas isso tudo vai passar. A gente precisa ter fé." Aos 72 anos, Alcione completa 48 anos de carreira e 42 discos lançados Marcos Hermes / Divulgação Se o telefone é um aliado, a internet ainda é um mundo um pouco desconhecido para a Marrom. Ou nem tanto. "Não sou uma boa internauta. Até acompanho algumas coisas, porque é uma ferramenta que passa informação e precisa ser usada para o bem." "Vejo muitos comentários cruéis, não gosto de interagir com isso. Mas nada disso me afeta, porque comigo o buraco é mais embaixo. Não me preocupo se for preciso perder meu Instagram. Vou responder o que tiver que responder." Novo álbum e a história de vida Em seu novo álbum, "Tijolo por tijolo", lançado em maio, Alcione diz que viu a síntese da sua vida e da sua carreira feita em música. "Fui conquistando com um passo de cada vez, degrau por degrau, e hoje estou aqui. Foi um tijolo por vez e tenho muito orgulho da minha história e o que esse disco representa", conta ela, fazendo referência à canção que dá título ao álbum. Com composições de Toninho Gerais, Serginho Meriti e Jorge Vercillo, entre outros, o álbum é o 42º da cantora maranhense, que ficou sete anos sem lançar uma música inédita. "Liguei para alguns dos meus amigos compositores e as músicas começaram a chegar. Tem artista que escreve e a música é fatal. Ganha seu coração de primeira. E eu tive oportunidade de reunir grandes compositores que me apresentaram músicas inesquecíveis." Para a live deste sábado, além das músicas recém-lançadas, os grandes clássicos não vão faltar. De "Juízo Final" a "Você me Vira a Cabeça". A live custa R$ 10, com arrecadação para distribuição de vales-refeições às famílias dos profissionais do entretenimento. "Para mim não vai ter a distância de uma transmissão ao vivo. Vai ser como se a plateia estivesse lotada, me vendo de perto. Sei que vai estar todo mundo me assistindo." Alcione canta 'Gostoso Veneno' no Fantástico
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‘Fall Guys’ se torna fenômeno ao colocar jogadores em gincanas no estilo ‘Olimpíadas do Faustão’
Semana Pop deste sábado (15) fala sobre game multiplayer que se tornou sucesso na quarentena. Semana Pop #99: 'Fall Guys' faz sucesso com gincanas no estilo 'Olimpíadas do Faustão'
Em duas semanas, um game multiplayer independente se tornou o grande fenômeno da quarentena ao colocar jogadores em gincanas no melhor estilo "Olimpíadas do Faustão". O Semana Pop deste sábado (15) explica como "Fall Guys: Ultimate knockout" conseguiu tamanho sucesso, levando bonequinhos desengonçados e coloridos ao gênero de battle royales. Assista ao vídeo acima.
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O Semana Pop vai ao ar toda semana, com o resumo do tema está bombando no mundo do entretenimento. Pode ser sobre música, cinema, games, internet ou só a treta da semana mesmo. Está disponível em vídeo e podcast.
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‘UFC 4’ evolui sua luta em pé, mas ainda apanha no combate no chão; G1 jogou
Game da franquia de MMA melhora experiência de antecessor e foca em modo carreira, mas continua a sofrer para recriar disputas agarradas. O novo game com a principal marca do MMA no título, "UFC 4", justifica a janela de apenas dois anos desde o antecessor com uma evolução clara e sonora na luta em pé e um foco maior no modo carreira. Mas, como tradição é importante, ainda não se encontrou quando o combate vai ao solo. O quarto jogo da franquia da EA foi lançado nesta sexta-feira (14) para Xbox One e PlayStation 4. Assista ao trailer de 'UFC 4' Evolução na trocação "UFC 4" dá continuação às melhorias implementadas no game anterior, com boa movimentação em pé e golpes que realmente parecem encaixar no adversário. Entre socos, chutes, cotoveladas e joelhadas na cabeça ou no corpo, a evolução do combate nunca pareceu tão natural. E o reflexo dos desgastes de saúde e de vigor nos próprios atletas poderiam até dispensar as barras do painel de jogo. O grande momento do combate, do nocaute, também melhorou, já que o lutador realmente parece apagar. Infelizmente, em alguns casos a queda ainda dá a impressão de ser apenas a resposta a um comando, principalmente quando a guarda está levantada e o perdedor apenas desaba porque a barranha de resistência a danos da cabeça se esvaziou. 'UFC 4' Divulgação Foco na carreira Ao abandonar o modo Ultimate Team, "UFC 4" teve mais tempo para desenvolver seu modo carreira. Os jogadores podem criar seus próprios lutadores através de um complexo sistema, que vai além da aparência e oferece opções de estilo de luta. O começo funciona como um breve tutorial sobre os combates, com combates focados em cada um dos fundamentos, tanto em pé quanto no chão. Ele dá uma noção básica de como funcionam, em especial o novo sistema simplificado de transição de posições no solo. O problema é que a novidade, por mais que ajude os inexperientes, deixa qualquer um à mercê do adversário. Para piorar, com ela não é possível atingir objetivos de alguns dos treinamentos, que recompensam com pontos que usados para melhorar o lutador. Por isso, é recomendado que mesmo aqueles que preferem o combate em pé troquem o sistema nas configurações para o modo legado. Ele é muito mais complexo e exige um pouco de conhecimento prévio, mas oferece muito mais controle sobre as ações. No fim, todo o sistema de luta agarrado ainda sofre muito, e o sucesso no ataque e na defesa parece um tanto aleatório – mesmo depois de assistir aos vídeos que aprofundam as técnicas. Pelo menos as diferentes características do lutador evoluem também através de seu uso. Ou seja, quanto mais jabs forem encaixados, mais fortes e poderosos eles se tornam. A carreira vai além dos combates e oferece opções como uso de redes sociais para promover as lutas e criar rivalidades com adversários e até o aprendizado com nomes clássicos do UFC, como Jon Jones ou Glover Teixeira, para adquirir seus golpes clássicos. É possível também aprofundar o relacionamento com esses atletas, por mais que isto sirva apenas para diminuir o custo de suas sessões de sparring. A arena de Kumite é novidade no 'UFC 4' Divulgação Ainda dá pra melhorar "UFC 4" tem novidades o suficiente para justificar os dois anos desde o terceiro. Além da evolução no combate e na carreira, modos de jogo como o do clássico Kumite (uma arena underground inspirado no filme "O Grande Dragão Branco"), que remetem a games de luta clássicos são belas adições à franquia, que se livrou de alguns dos pesos-mortos. Mesmo assim fica um gosto de que também não seria exagero investir um pouco mais em algumas coisas, como as narrações repetitivas ou às personalidades de cada lutador. Principalmente, o que mais dá para sentir falta em um game de MMA é um nível de excelência nos combates no chão. Para ser justo, ele ainda não foi atingido por nenhum game das artes marciais mistas, mas o sistema atual, baseado em transições pouco naturais ou minigames ainda está bem longe de satisfatório.
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Roupa Nova refaz canção de 1988 com Daniel em single que precede turnê do grupo com cantor em 2021
♪ Formado oficialmente em 1980, o grupo Roupa Nova planejara percorrer o Brasil em 2020 com o show da turnê comemorativa dos 40 anos de atividade desse sexteto que conserva a formação original – caso raro no universo pop mundial. Era inclusive para esse show ter sido gravado ao vivo em 6 de junho, em apresentação da banda na Jeunesse Arena, na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ). Com a pandemia do covid-19, a turnê ficou para 2021. Só que nada será mais como deveria ter sido. É que, no show da turnê de 2021, Cleberson Horsth (teclados e vocal), Kiko (Eurico Pereira da Silva Filho, violão, guitarra e vocal), Nando (Luiz Fernando Oliveira, baixo e vocal), Paulinho (Paulo César dos Santos, voz, percussão e vocal), Ricardo Feghali (teclados, violão, guitarra e vocal) e Serginho (Sérgio Herval Holanda de Lima, voz, bateria e vocal) vão se apresentar na companhia de Daniel. O sucesso da live que juntou o cantor e o grupo – intitulada A força do amor – Dia dos namorados e apresentada em 12 de junho – gerou a turnê de 2021, precedida pelo single Seu jeito – Meu jeito, também originado do show transmitido ao vivo. Disponível desde sexta-feira, 14 de agosto, o single Seu jeito – Meu jeito reverbera um dos números da live do Roupa Nova com Daniel. Parceria de Nando com Ricardo Feghali, a canção Seu jeito & meu jeito foi lançada pelo Roupa Nova no sétimo álbum do grupo, Luz, de 1988, mas foi eclipsada na época pelo sucesso das músicas Vício, Chama e Meu universo é você – todas as três, a propósito, assinadas por Nando com Feghali.
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Rodrigo Suricato regrava hits de Almir Guineto e Fagner em disco feito com a memória afetiva
No embalo da edição de 'Suricateando', programada para 21 de agosto, o artista anuncia live que será transformada em álbum ao vivo. ♪ Na foto da capa do disco que lança na sexta-feira, 21 de agosto, Rodrigo Suricato é visto criança empunhando raquete de plástico como se fosse guitarra. Além de graciosa, a imagem tem a ver com o conceito do quarto disco solo do cantor, compositor e músico carioca. Intitulado Suricateando, o disco apresenta regravações de sete músicas que ajudaram a moldar a personalidade do artista. O repertório é formado pelas músicas Faltando um pedaço (Djavan, 1981), Insensato destino (Acyr Marques, Chiquinho Vírgula e Maurício Lins, 1986), Volta pra mim (Cleberson Horsth e Ricardo Feghali, 1987), Deslizes (Michael Sullivan e Paulo Massadas, 1988), Talismã (Michael Sullivan e Paulo Massadas, 1990), Cigana (Gabú, 1992) e Um pequeno imprevisto (Herbert Vianna e Thedy Corrêa, 1996) – sucessos de Djavan, Almir Guineto (1946 – 2017), Roupa Nova, Raimundo Fagner, Elson do Forrogode (1948 – 2017), Raça Negra e Paralamas do Sucesso, respectivamente. “Suricateando é disco sobre minha memória afetiva. Esse repertório ficou ainda mais sensível com a impossibilidade de encontrar minha família e os amigos. Essas canções são a trilha sonora das principais famílias que conheço. Por isso, eu as levo muito a sério”, ressalta Suricato em nota sobre esse disco formatado com produção musical orquestrada pelo próprio artista – na tênue fronteira entre EP e álbum – e masterizado em fita analógica. Capa do disco 'Suricateando', de Rodrigo Suricato Acervo pessoal de Rodrigo Suricato No embalo do lançamento do disco Suricateando, o artista faz live em que apresentará o show One man band na íntegra em transmissão que será feita às 18h de 23 de agosto no canal oficial de Rodrigo Suricato no YouTube. Nesse show, apresentado sob direção de Pedro Secchin, Suricato fará retrospectiva da carreira em roteiro que abarcará quatro músicas do disco Suricateando, composições dos três álbuns anteriores do artista e sucessos do Barão Vermelho, banda da qual Suricato assumiu o posto de vocalista em 2017, substituindo Roberto Frejat. A live One man band de Rodrigo Suricato será futuramente transformada em disco ao vivo com 15 números extraídos da transmissão do show.
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Romero Britto diz que vídeo é de 2017 e nega ter desrespeitado funcionários de restaurante
Dona de restaurante próximo à loja de Britto, em Miami, quebrou obra na frente do artista. Romero Britto se pronuncia sobre mulher que quebrou peça
O pintor Romero Britto se manifestou nas redes sociais após a divulgação de um vídeo que mostra uma mulher quebrando uma de suas peças em Miami, nos Estados Unidos.
No comunicado, Britto afirma que o vídeo foi gravado em 2017. "Fui vítima de uma pessoa que foi a uma das minhas galerias e quebrou uma arte que havia ganhado. Uma peça pesada de porcelana que ao quebrar em pedaços poderia causar danos a mim. É lamentável, mas a integridade física das pessoas foi colocada em risco naquele momento", disse em nota.
O vídeo foi publicado no TikTok de Faye Pindell, assistente da galeria do artista, na quinta (13) e teve mais de 19 milhões de views. A imagem foi compartilhada em diversas outras plataformas. Em um segundo vídeo publicado na rede social, Faye explica um pouco sobre o incidente.
Veja o que mulher disse a Romero Britto antes de quebrar peça de R$ 26 mil
A mulher que aparece no vídeo comanda um restaurante próximo à loja de Britto e quebrou a porcelana durante um meet & greet realizado pelo artista. Segundo ela, aparentemente Romero esteve no restaurante e foi rude e desrespeitoso com um funcionário.
"Você foi ao meu restaurante, reservou uma mesa para vinte pessoas para tomar café da manhã a um preço de 8 dólares, que é barato, e ainda pediu desconto", diz a mulher, dona do restaurante espanhol também localizado na Lincoln Road em Miami.
"Você humilhou a minha equipe, pediu para abaixar a música, pediu para que eles não falassem", continuou.
Em nota, Romero informou que não admite desrespeito e "jamais teve a intenção de desrespeitar alguém. A internet é muitas vezes injusta e as pessoas não estão preocupadas com a verdade. Gostam de confusão, drama, negatividade e de julgar sem analisar fatos".
A equipe do restaurante publicou um vídeo em uma rede social agradecendo o apoio dos internautas.
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No site de Romero Britto, a peça em tamanho original, parecida com a que foi quebrada, é vendida a US$ 4.800 (cerca de R$ 25,9 mil). Já a versão em miniatura custa US$ 360 (cerca de R$ 1,9 mil reais).
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Xand Avião e Wesley Safadão lançam single com sucesso da banda Aviões do Forró
Capa do single 'Me calei', de Xand Avião & Wesley Safadão Divulgação ♪ Em 2015, a banda Aviões do Forró fez sucesso, na habitual rota nordestina, com a música Me calei, de autoria dos compositores Cleber Show e Dyeguinho Silva. Cinco anos depois, Me calei ganha outro registro fonográfico na voz de Xand Avião – vocalista da banda de 2002 a 2018 – só que, desta vez, em dueto com Wesley Safadão. Lançada em single disponibilizado pela gravadora Som Livre na sexta-feira, 14 de agosto, a regravação de Me calei se origina da live Tamo junto. A live foi feita por Xand Avião com Wesley Safadão em 11 de julho no Beach Park Fortaleza, cenário da gravação do clipe de Me calei, posto em rotação simultaneamente com o single.
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Discos para descobrir em casa – ‘Domingo menino Dominguinhos’, Dominguinhos, 1976
Capa do álbum 'Domingo menino Dominguinhos', de Dominguinhos Reprodução ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Domingo menino Dominguinhos, Dominguinhos, 1976 ♪ Embora o cantor, compositor e sanfoneiro pernambucano José Domingos de Morais (12 de fevereiro de 1941 – 23 de julho de 2013) seja comumente apontado como o principal herdeiro musical de Luiz Gonzaga (1912 – 1989), o que de fato Dominguinhos foi, pode ser redutor e injusto caracterizar o artista somente como discípulo do conterrâneo Rei do baião. Como compositor autor de cerca de mais de 300 músicas e sobretudo como mestre do acordeom, Seu Domingos extrapolou o legado de Gonzaga sem deixar de reverenciar o mestre – sem submissão – ao longo de carreira fonográfica iniciada em 1964 com o álbum Fim de festa. Como sanfoneiro, Dominguinhos derrubou as fronteiras musicais da nação nordestina para ir além dos gêneros genericamente rotulados como forró. Em Baião violado (1976), tema instrumental de autoria do compositor que encerrou um dos álbuns mais importantes do artista, Domingo menino Dominguinhos, o sanfoneiro mostrou como se podia tocar o baião com a tal influência do jazz em gravação feita com o guitarrista Toninho Horta e o pianista Wagner Tiso. Em outra faixa deste disco de 1976, Gracioso, regravação do tema instrumental de autoria do compositor e flautista fluminense Altamiro Carrilho (1924 – 2012) lançado em 1951 por Canhoto e seu Regional, Dominguinhos uniu o baião ao choro, gênero ao qual dedicaria – 18 anos depois – o álbum Choro chorado (1994). No repertório de Domingo menino Dominguinhos, álbum lançado em 1976 pela gravadora Philips, Dominguinhos alinhou 12 composições. Dez trouxeram a assinatura do artista, sendo nove em parceria com Anastácia, então companheira de Dominguinhos na vida e na música. A exceção foi o já mencionado Baião violado, somente da lavra do sanfoneiro. Com Anastácia, Dominguinhos conseguira projeção nacional em 1973 com a gravação de xote da dupla, Eu só quero um xodó, por Gilberto Gil. Dois anos depois, o cantor baiano incluiu no álbum Refazenda (1975) outra canção de Dominguinhos e Anastácia, Tenho sede (1975), regravada pelo autor neste álbum Domingo menino Domiguinhos. Tanto que soou natural a presença de Gil neste disco do sanfoneiro, tocando violão no samba Minha ilusão (1976), única música do repertório assinada somente por Anastácia, com versos cheios de resignação e melancolia sobre a chegada da velhice (“Até os meus amores que eram muitos acabaram / E os elogios das mulheres se esgotaram”). Gil – que pusera letra em Lamento sertanejo (1973), tema originalmente instrumental de Dominguinhos, e reapresentara a canção com versos no já citado álbum Refazenda (1975) – integrou o virtuoso time de músicos do álbum Domingo menino Dominguinhos. Este time incluiu ninguém menos do que Jackson do Pandeiro (1919 – 1982) na percussão, Toninho Horta na guitarra e Wagner Tiso no piano, além de Altamiro Carrilho na flauta. Esses virtuoses fizeram com o que cancioneiro de Dominguinhos e Anastácia extrapolasse o território nordestino com som em sintonia com a modernidade da década de 1970. Composição da dupla em homenagem a Jorge Ben Jor, O babulina (1976) – batizada com o apelido do cantor e compositor carioca no meio musical – mostrou Dominguinhos na improvável seara do samba-rock em gravação que conectou a sanfona do artista à guitarra de Toninho Horta. Tal incursão por esse gênero projetado nos anos 1970 jamais foi surpresa para quem sabia que, antes de fazer nome no mundo da música ao vir para o Rio de Janeiro, Dominguinhos tocara de tudo nas boates, nos cabarés, nas festas e nos bailes da vida noturna carioca. Tema mais associado à identidade do músico, O canto de acauã (Dominguinhos e Anastácia, 1976) ecoou no disco como símbolo da vida seca do artista nos tempos em que o pai agricultor tirava da roça o sustento da família pobre, com a qual Dominguinhos – nascido em Garanhuns, no agreste pernambucano – viera para o Rio de Janeiro (RJ) em 1954, indo procurar Luiz Gonzaga, que presenteou o menino Domingos com sanfona e o convidou para tocar em discos e shows. Em 1954, a sanfona já era o instrumento de Dominguinhos, embora ele tenha começado tocando pandeiro no trio infanto-juvenil Os Três Pinguins, formado na Garanhuns (PE) natal pelo então menino com dois irmãos. Em 1976, Dominguinhos – que integrara a banda de Gal Costa na temporada do show Índia (1973) – dominava o instrumento e fez ótimo uso da sanfona no álbum que lançou naquele ano, como já foi possível comprovar na faixa de abertura, Quero um xamego (Dominguinhos e Anastácia, 1976), xote cuja letra e cadência chorosa evocaram o então recente sucesso Eu só quero um xodó. Tema de tom nostálgico, Destino traquino (Dominguinhos e Anastácia, 1976) também reverberou sofrência. Já De mala e cuia (Dominguinhos e Anastácia, 1976) confirmou que o artista trouxera muito xote no matulão enquanto Forró do sertão (Dominguinhos e Anastácia, 1976) e Cheguei para ficar (Dominguinhos e Anastácia, 1976) evidenciaram a vivacidade da música nordestina. Precedido pelo álbum O forró de Dominguinhos (1975) na discografia do artista, o LP Domingo menino Dominguinhos foi sucedido por álbuns que também se tornaram raros, casos de Oi, lá vou eu (1977), Ó Xente! Dominguinhos (1978) e Apôs tá certo (1979). Editado em CD somente no Japão, o disco de 1976 exemplificou na canção Veja – mais uma parceria do artista com Anastácia – a habilidade da dupla para tocar em questões afetivas com delicadeza singular no arretado universo forrozeiro. Nessa seara amorosa, Dominguinhos e Anastácia alcançariam êxito com Contrato de separação (1979), canção lançada por Nana Caymmi. Na década de 1980, já em parceria com Nando Cordel, Seu Domingos forneceria grandes sucessos para Elba Ramalho (De volta para o aconchego, 1985), Maria Bethânia (Gostoso demais, 1986) e para ele próprio, intérprete original de Isso aqui tá bom demais (1985) em gravação feita com Chico Buarque, com quem compusera Tantas palavras (1983) em parceria que seria estendida, 15 anos depois, com Xote de navegação (1998). Dominguinhos navegou por tantos ritmos – tendo composto boleros, choros e até fado no último disco autoral, Luar agreste no céu cariri (2013), assinado com o compositor cearense Xico Bizerra – e tocou com tanta liberdade que, sim, é injusto e redutor creditar José Domingos de Morais somente como o sucessor de Luiz Gonzaga. Nem o mestre previu que o discípulo chegaria tão longe até 2013, ano em que Dominguinhos saiu de cena aos 72 anos na cidade de São Paulo (SP), mas, de certa forma, a rota já estava toda traçada em álbuns da década de 1970 como Domingo menino Dominguinhos.
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