Discos para descobrir em casa – ‘Asa de luz’, Oswaldo Montenegro, 1981
Capa do álbum 'Asa de luz', de Oswaldo Montenegro Milton Montenegro ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Asa de luz, Oswaldo Montenegro, 1981 ♪ “Cada luz com sua sombra”, sintetizou Oswaldo Montenegro em verso da bonita música-título do quarto álbum do artista, Asa de luz, produzido por Liminha e lançado em 1981. O verso traduziu o paradoxo existencial vivido pelo cantor, compositor e músico carioca – artista de itinerante trajetória, nascido em 15 de março de 1956 com o nome de Oswaldo Viveiros Montenegro – no momento em que concebeu, gravou e lançou o álbum Asa de luz. Em 1980, após década de peregrinação por festivais de portes distintos em rota que incluiu pausa para a gravação do obscuro primeiro álbum do artista, Trilhas, lançado em 1977 com tiragem de 300 cópias vendidas de forma artesanal, Montenegro alcançara sucesso massivo ao defender Agonia – canção do amigo e parceiro Mongol – no festival MPB-80. Oito anos após ter apresentado a canção Automóvel sem repercussão na sétima e última edição do Festival Internacional da Canção (FIC) (1972), o cantor venceu o festival exibido pela TV Globo em 1980 e – no embalo da consagração nacional – lançou o LP Oswaldo Montenegro, segundo dos três álbuns do contrato assinado com a gravadora WEA em 1978 e encerrado após o fracasso do LP Asa de luz. Nessa companhia, o artista estreara em 1979 com o álbum Poeta maldito… Moleque vadio, produzido por Gastão Lamounier (1942 – 2001). Embora contenha a gravação original de uma das melhores e mais conhecidas músicas do cancioneiro autoral de Montenegro, Léo e Bia, também editada em single, o álbum vendeu pouco. Só que, ainda em 1979, o cantor começou a sentir o gosto do sucesso ao defender Bandolins, valsa de autoria de Montenegro, em festival promovido pela então agonizante TV Tupi. Bandolins ficou em terceiro lugar na competição, mas reverberou em escala nacional, a ponto de ter entrado no posterior álbum Oswaldo Montenegro, o consagrador LP lançado em 1980 com a canção Agonia e com produção musical de Liminha. A trilha ascendente percorrida por Oswaldo Montenegro até a gravação do álbum Asa de luz em 1981 fez supor alto voo artístico e comercial para esse LP que apresentou dez músicas, sendo que nove vieram assinadas por Montenegro – sozinho ou com os parceiros Mongol e José Alexandre – e uma composição, Os Trilhos, até pareceu ser de Montenegro, mas era da lavra de Túlio Mourão, pianista mineiro que também registrou o tema em disco daquele ano de 1981 (Mourão foi um dos músicos arregimentados para a gravação do disco Asa de luz). Só que algo já não ia bem. Tanto que o repertório de Asa de luz foi composto pelo artista em momento de voluntário isolamento social em aldeia litorânea do município fluminense de Saquarema (RJ). Um momento de fuga do olho do furacão. A questão foi que, para Oswaldo Montenegro, a fama veio em 1980 acompanhada de altos índices de repulsão, suficientes para neutralizar a dose também elevada de paixão pelo trabalho do artista. Atordoado e confuso entre a luz da glória e a sombra da insatisfação, o cantor fugiu para Saquarema e, após a gravação do álbum Asa de luz, deixou a cidade do Rio de Janeiro (RJ) na sequência do lançamento do LP e partiu, ainda naquele ano de 1981, para Brasília (DF). A capital federal não foi destino aleatório para essa nova fuga do artista. Montenegro tinha se mudado com a família para Brasília (DF) dez anos antes, em 1971, após temporadas no Rio de Janeiro (RJ) e São João Del Rey (MG), cidade mineira cujo espírito seresteiro deixou marcas eternas no cancioneiro do trovador e inspirou a criação da primeira música do compositor, Lenheiro, feita na adolescência e batizada com o nome de rio que cortava o município. Epicentro da obra autoral do artista, a capital federal foi fonte de inspiração para Coisas de Brasília (Oswaldo Montenegro e Mongol), uma das dez músicas que compuseram o repertório do álbum Asa de luz. Jane Duboc fez o contracanto da gravação de Coisas de Brasília. Se o LP deu rasante no mercado, o voo artístico de Asa de luz foi alto para os padrões de Montenegro, reforçando a assinatura desse cantor e compositor que debutara no mercado fonográfico em 1975, na gravadora Som Livre, com single autoral com as músicas Sem mandamentos e Maria, a Louca. Com arranjos e regências do próprio Oswaldo Montenegro, o álbum Asa de luz abriu com a canção Lume de estrelas (Oswaldo Montenegro e Mongol), gravada com o toque cristalino da guitarra de Victor Biglione. Na sequência, as síncopes de Pode ser (Oswaldo Montenegro) sinalizaram que essa expansiva composição parecia ter sido moldada para a cena, como tantas criadas antes e depois por esse compositor que, desde 1974, também segue a trilha do teatro musical, tendo criado êxitos de bilheteria como o balé Dança dos signos (1982). Fora das plataformas digitais, mas editado em CD há cinco anos na caixa O menestrel (2015), o álbum Asa de luz fez reverberar –, nas gravações de músicas como Luz e sal (Oswaldo Montenegro e Mongol) e Sabor (Oswaldo Montenegro, José Alexandre e Mongol) – ecos da canção medieval de tom barroco, influência recorrente no cancioneiro humanista do artista. Esse traço renascentista ficou bem delineado na gravação de Sujeito estranho, feita por Montenegro em dueto com o cantor José Alexandre. Sujeito estranho foi a única música já pré-existente do disco, pois tinha sido lançada no ano anterior por Ney Matogrosso, sem repercussão, como faixa-título do álbum de 1980 que encerrou o contrato do cantor com a gravadora WEA. Sem procurar mudar o estilo para diminuir o índice de rejeição (mais alto na mídia do que entre o público, diga-se), Oswaldo Montenegro fez sozinho Palavras cruzadas, canção ambientada no universo particular do artista, habitante de planeta próprio, talvez por ter orbitado durante anos em torno das esferas de Brasília (DF), cidade onde montou em 1982 espetáculo, Veja você, Brasília, que incluiu no elenco as então novatas Cássia Eller (1962 – 2001) e Zélia Duncan. O álbum Asa de luz foi encerrado com vinheta, Olho do mundo (Oswaldo Montenegro e Mongol), gravada com coro de acento gospel, semelhante ao que seria orquestrado pelo menestrel três anos mais tarde ao defender a música O condor no Festival dos festivais (1985). Um dos hits desse festival da TV Globo, O condor alçou voo mercadológico mais alto do que o do álbum Asa de luz, cujo fracasso comercial levaria a gravadora WEA a encerrar o contrato com Oswaldo Montenegro, motivada pelo desinteresse do artista na promoção do disco. E o fato é que, entre luzes e sombras comuns a todo artista, Oswaldo Montenegro driblou as rejeições e se alimentou das paixões para pavimentar com independência uma das trilhas mais bem-sucedidas da música brasileira.
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Lives de hoje: Zeca Pagodinho, Nando Reis, Daniel e mais shows para ver no Dia dos Pais
Neste domingo (9), César Menotti e Fabiano, Parangolé, João e Eduardo Suplicy, Flávio Venturini também fazem transmissões. Veja horários. Dia dos Pais: Zeca Pagodinho, Nando Reis e os filhos e Daniel fazem lives neste domingo (9) Carol Siqueira/Divulgação; Globo/Fábio Rocha Zeca Pagodinho, Daniel e César Menotti e Fabiano estão com lives programadas neste domingo (9). O Dia dos Pais também vai ser comemorado em transmissões em família com Nando Reis e os filhos, João e Eduardo Suplicy e Benito Di Paula e Rodrigo Vellozo. Veja a lista completa com horários das lives abaixo. O G1 já fez um intensivão no começo da onda de lives, constatou o renascimento do pagode nas transmissões on-line, mostrou também a queda de audiência do fenômeno e a polêmica na cobrança de direito autoral nas lives. Veja horários e links das lives: Cesar Menotti e Fabiano – 13h30 – Link Lucas Reis e Thacio – 14h30- Link Daniel – 15h – Link Parangolé – 15h – Link Xande de Pilares – 15h – Link Batista Lima – 17h – Link Zeca Pagodinho – 17h – Link Nando Reis com os filhos Theo e Sebastião – 18h – Link Rodrigo Vellozo e Benito Di Paula – 18h – Link Flávio Venturini (Em Casa com Sesc) – 19h – Link João Suplicy e Eduardo Suplicy (Casa Natura Musical) – 19h – Link Kamau – 21h – Link Teresa Cristina – 22h – Link Semana Pop mostra os momentos em lives que saíram do controle
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G1 Ouviu #101 Os maiores hits do Brasil no exterior: de Sérgio Mendes a ‘Tchê Tchê Rere’
Podcast conta as histórias de músicas brasileiras que bombaram em paradas da Europa e dos EUA. Sucessos podem render até R$ 5 milhões de direitos autorais e muitas disputas na justiça. Você pode ouvir o G1 ouviu no G1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o G1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar. O que são podcasts? Um podcast é como se fosse um programa de rádio, mas não é: em vez de ter uma hora certa para ir ao ar, pode ser ouvido quando e onde a gente quiser. E em vez de sintonizar numa estação de rádio, a gente acha na internet. De graça. Dá para escutar num site, numa plataforma de música ou num aplicativo só de podcast no celular, para ir ouvindo quando a gente preferir: no trânsito, lavando louça, na praia, na academia… Os podcasts podem ser temáticos, contar uma história única, trazer debates ou simplesmente conversas sobre os mais diversos assuntos. É possível ouvir episódios avulsos ou assinar um podcast – de graça – e, assim, ser avisado sempre que um novo episódio for publicado G1 ouviu, podcast de música do G1 G1/Divulgação
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No Dia dos Pais, famosos fazem homenagens nas redes sociais
Tatá Werneck, Cauã Reymond, Gisele Bündchen e Caetano Veloso estão entre os que postaram fotos e declarações de amor na data comemorativa. Neste Dia dos Pais (9), famosos usam o Instagram para compartilhar fotos e declarações de amor. Os músicos Caetano Veloso e Gilberto Gil, os atores Cauã Reymond e Maisa Silva, o jogador Neymar, o cantor Luciano Camargo e a modelo Gisele Bündchen postaram textos carinhosos sobre seus heróis.
A atriz Tatá Werneck, por exemplo, homenageou o marido, Rafa Vitti, pai da Clara, de 9 meses. "Devem existir mil maneiras maravilhosas de se relacionar com você. Mas , sem dúvida, ser sua filha deve ser a melhor", escreveu. Evidentemente, ela fez uma brincadeira logo depois e mencionou a série "Dark".
Confira os posts de Tatá e de outros famosos:
Tatá Werneck, atriz e comediante
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Neymar, jogador de futebol
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Cauã Reymond, ator
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Luciano, cantor
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Gisele Bündchen, modelo
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Caetano Veloso, compositor e cantor
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Gilberto Gil, compositor e cantor
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Maisa Silva, atriz e apresentadora
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Felipe Simas, ator
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Sabrina Sato, apresentadora
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Thais Fersoza, atriz
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Alexandre Nero, ator
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Taís Araújo, atriz
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Angélica, apresentadora
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Maria Prata, jornalista
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Babu Santana, ator
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Simone Mendes, cantora
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Xico Sá, escritor
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Cris Vianna, atriz
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Marcelo Médici, ator
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Dom Pedro Casaldáliga, bispo que rezou pela cartilha do oprimido, deixa disco militante com Milton Nascimento
Lançado em 1982, o álbum 'Missa dos quilombos' registra o rito litúrgico idealizado pelo religioso com o artista e com Pedro Tierra em louvor do povo negro. ♪ MEMÓRIA – Dom Pedro Casaldáliga (16 de fevereiro de 1928 – 8 de agosto de 2020), bispo espanhol que rezou pela cartilha do oprimido durante todo o tempo em professou a fé no Brasil, sai de cena aos 92 anos, mas deixa disco com Milton Nascimento que exemplifica o tom militante da fé do religioso de origem catalã. Editado em 1982 pela gravadora Ariola, o álbum Missa dos quilombos registrou a combinação da liturgia engajada de Casaldáliga e Pedro Tierra – pseudônimo do poeta e político Hamilton Pereira da Silva, nascido no Tocantins – com a música igualmente politizada de Milton Nascimento, autor de composições como Comunhão. Música então inédita de Milton que ganharia letra do parceiro Fernando Brant (1946 – 2015) na regravação feita pelo cantor para o álbum Anima, lançado naquele mesmo ano de 1982, Comunhão foi composta para o rito militante criado pelo bispo Dom Pedro Casaldáliga com Pedro Tierra para denunciar os horrores da escravidão e louvar a fé do povo negro que nunca se deixou calar, lutando contra o preconceito racial entranhado na estrutura da sociedade brasileira. Com a Missa dos quilombos, Dom Pedro Casaldáliga reforçou a luta permanente do bispo a favor dos índios e da distribuição mais justa de terras – causas sociais que também movem a ideologia e a música de Milton Nascimento. Compositor cuja obra sempre roçou o sagrado, tendo por vezes adquirido explícito tom sacro, Milton se afinou com a liturgia de Pedro Casaldáliga e a poesia de Pedro Tierra na criação de temas como Aleluia, Ofertório e Rito da paz. Originalmente rezada no Recife (PE) em 20 de novembro de 1981, sob direção artística de Milton Nascimento, também autor dos arranjos, a Missa dos quilombos foi captada ao vivo para o disco – com produção musical de Marco Mazzola – em celebração posterior. A Missa dos quilombos perpetuada no álbum é a que foi rezada em março de 1982 na Igreja de Nossa Senhora Mãe dos Homens, em Caraça (MG), santuário situado na área rural de Catas Altas (MG), município do interior de Minas Gerais. A voz divina de Milton Nascimento se eleva em temas como Ladainha, Em nome do Deus e o já mencionado Comunhão. Retratação da Igreja Católica aos herdeiros dos homens negros escravizados pelo poder branco colonial, Missa dos quilombos é o exercício da fé aliada ao poder da música que chega aos céus em nome da igualdade e da justiça entre os Homens. O disco com Milton Nascimento é inestimável herança deixada por Dom Pedro Casaldáliga em trajetória militante que imortalizou e pôs o nome do bispo no altar brasileiro.
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Teixeirinha, popular cantor gaúcho dos anos 1960 e 1970, é reavivado em disco com 12 gravações inéditas
Álbum apresenta composições encontradas em fitas com áudios e instruções do artista, morto em 1985. ♪ Cantor e compositor gaúcho que vendeu milhões de discos ao longo dos anos 1960 e 1970 com repertório de tom sentimental, Vitor Mateus Teixeira (3 de março de 1927 – 4 de dezembro de 1985) está imortalizado na memória popular da região sul do Brasil com o nome artístico de Teixeirinha. Lançado na sexta-feira, 7 de agosto, o álbum Inéditas atiça a memória do público de Teixeirinha ao apresentar gravações de 12 músicas inéditas de autoria do artista, ouvidas na voz do próprio cantor. O disco é produto do empenho da Fundação Teixeirinha para preservar o legado e manter viva a lembrança desse artista que alcançou sucesso de proporções fenomenais em 1961, ano do estouro em todo o Brasil da gravação de Coração de luto (1960). Coração de luto é toada tristonha composta por Teixeirinha sobre o falecimento da mãe, Ledurina, que, ao sofrer ataque epiléptico em 1936, morreu queimada por ter desmaiado sobre fogueira – o que levou a música a ser popular e pejorativamente conhecida como Churrasquinho de mãe. Consta que o single de 1960 vendeu mais um milhão de cópias vendidas, a ponto de ser comercializado no câmbio negro porque a gravadora Chantecler não conseguia atender a demanda dos lojistas. Capa do álbum 'Inéditas', de Teixeirinha Divulgação Seis décadas após o sucesso retumbante de Coração de luto, o álbum Inéditas surge com fidelidade ao estilo do artista. Ao iniciar trabalho de busca e restauração do acervo da instituição, integrantes da Fundação Teixeirinha se depararam com fitas com músicas inéditas do compositor, registradas em caráter pessoal. São composições que Teixeirinha pretendia gravar. Tanto que, em algumas das 120 fitas do acervo da Fundação Teixeirinha, o artista fazia comentários sobre cada faixa e dava instruções de como queria que as músicas fossem arranjadas no momento da gravação oficial em disco. A partir desse material, o álbum Inéditas foi finalizado ao longo de um ano com repertório formado por valsas, toadas, rasqueados, sambas-canção – caso de Nossos corações, entoado no estilo impostado do cantor – e até fado, Maria da Graça. Coração ciumento, Fidelidade, Nunca me esquecerá, Pago o mal com o bem, Quarto de tristeza e Vida, amor e sangue são músicas que compõem o repertório de Inéditas, álbum lançado 35 anos após a morte de Teixeirinha. Primeiro de uma série de lançamentos póstumos desse artista que também se aventurou na área do cinema ao longo da década de 1970, o disco Inéditas foi idealizado pela Editora e Produtora Teixeirinha e posto no mercado fonográfico com distribuição da Nikita Music Digital.
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Marília Mendonça lança outra música inédita com Maiara & Maraisa
'Você nem é tudo isso' é a novidade do terceiro volume da série de EPs do projeto 'Patroas'. ♪ A cada um dos cinco volumes da série de EPs Patroas, projeto originado de live de Marília Mendonça com a dupla Maiara & Maraisa, as cantoras estão apresentando uma música inédita. Em junho, as cantoras lançaram Quero você do jeito que quiser (Marília Mendonça, Maiara e Maraisa) no primeiro EP. Em julho, o EP Patroas 2 apresentou a música 10 de setembro (Marilia Mendonça, Maraisa, Juliano Tchula e Elcio de Carvalho). Já o EP 3 da série Patroas – lançado na sexta-feira, 7 de agosto – apresenta Você nem tudo é isso, composição inédita de Marília Mendonça, Maraisa, Juliano Tchula e Elcio de Carvalho, os mesmos quatro autores da inédita anterior 10 de setembro. Como os dois volumes anteriores, o EP 3 da série Patroas também inclui regravações de sucessos do universo sertanejo, com destaque para Nuvem de lágrimas (Paulo Debétio e Paulinho Rezende, 1989), guarânia que abriu portas para a música sertaneja nas FMs cariocas nas vozes de Chitãozinho & Xororó e Fafá de Belém em gravação para álbum da cantora.
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Discos para descobrir em casa – ‘Baladas do asfalto & outros blues’, Zeca Baleiro, 2005
Capa do álbum 'Baladas do asfalto & outros blues', de Zeca Baleiro Ilustração de Elaine Ribeiro ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Baladas do asfalto & outros blues, Zeca Baleiro, 2005 ♪ Quem acompanhou a trajetória fonográfica de José Ribamar Coelho Santos – o cantor, compositor, instrumentista e produtor musical conhecido pelo nome artístico de Zeca Baleiro – jamais estranhou quando se deparou em 2005 com o álbum Baladas do asfalto & outros blues. Quinto álbum solo de estúdio de Baleiro, Baladas do asfalto & outros blues já se conectou, pelo título, com a canção que há oito anos projetara o cantor. Sucesso do primeiro álbum solo de Baleiro, Por onde andará Stephen Fry? (1997), a canção Flor da pele embutiu sentimento bluesy acentuado pela conexão com Vapor barato (Jards Macalé e Waly Salomão, 1971) e reverberou com tal força que Baleiro foi parar como convidado da gravação ao vivo feita por Gal Costa naquele ano de 1997 para álbum da série Acústico MTV. Inclusive por ser do Maranhão, onde nasceu em 11 de abril de 1966 em São Luís (MA), tendo sido criado até os oito anos na interiorana cidade de Arari (MA), Zeca Baleiro trouxe no matulão o apego ao suingue dos ritmos vivazes da região que tão bem soube fundir com outras levadas do universo pop. Segundo álbum do artista, Vô imbolá (1999) anunciou já no título a intenção do artista de investir em mistura rítmica brasileira de regionalismo diluído por arranjos de pegada pop. Contudo, no terceiro álbum, Líricas (2000), o cantor se permitiu dar voz a um repertório mais introspectivo. Sucessor de Pet shop mundo cão (2002) na discografia solo de Baleiro, cantor que em 2003 lançou álbum em dupla com o cearense Raimundo Fagner, o CD Baladas do asfalto & outros blues se filiou à lírica do disco de 2000, mas conciliando intimismo existencialista e expansividade musical. Produzido e mixado pelo tecladista Walter Costa com o baixista Dunga, o álbum Baladas do asfalto & outros blues entregou o que prometeu no título, baladas com sentimento de blues, reforçando a assinatura autoral deste artista que, embora somente tenha ganhado projeção nacional em 1997, entrara em cena em 1985. Antes da fama, Baleiro transitou pelo Brasil em busca do sucesso, participando de festivais locais, compondo trilhas sonoras para peças infantis na São Luís natal e tocando nos bares da vida noturna de Belo Horizonte (MG), para onde migrou temporariamente antes de assentar em abril de 1991 na cidade de São Paulo (SP), debutando na cena de Sampa naquele mesmo ano de 1991 com o show Vampiros não comem lasanha. Contemporâneo de Chico César, Lenine e Paulinho Moska (artistas que também se firmaram como cantores e compositores ao longo da década de 1990, após anos de caminhada profissional), Zeca Baleiro também fez nome na área da produção musical, tendo aberto em 2006 o selo Saravá Discos. Nessa área, o artista orquestrou discos relevantes de Odair José, Sérgio Sampaio (1947 – 1994) e Vanusa. A partir de 2010, o cantor passou a lançar álbuns pelo próprio selo – como os dois volumes avulsos do álbum duplo O amor no caos (2019) – sem se negar o direito e a conveniência de editar eventualmente discos por gravadoras de maior porte e força mercadológica, caso da Som Livre, por onde Baleiro lançou álbuns de estúdio como O disco do ano (2012) e Era domingo (2016) entre DVDs com registros ao vivo de shows. Editado via MZA Music, gravadora do produtor musical Marco Mazzola que lançou Zeca Baleiro no mercado fonográfico em 1997 e na qual o artista permaneceu até 2009, o álbum Baladas do asfalto & outros blues apresentou 13 músicas da lavra do artista, com diversos parceiros, no repertório inteiramente autoral. O cancioneiro era quase todo inédito, com exceção de Muzak (1999), balada apresentada há então seis anos pela cantora Rita Benneditto no álbum Pérolas aos povos (1999) e inserida pelo autor com perfeição no conceito deste disco estradeiro de 2005. Com capa que expôs o artista em ilustração de Luciane Ribeiro, o álbum Baladas do asfalto & outros blues foi aberto com a música Versos perdidos, parceria de Baleiro com Nosly Jr. e com o poeta Fausto Nilo. Nessa faixa de abertura, já ficou claro que a sonoridade do disco era essencialmente folk, mas amplificada com a pegada roqueira da banda formada por músicos como o guitarrista Billy Brandão, o tecladista Humberto Barros, o baterista (e percussionista) Marcelo Costa e o violonista Tuco Marcondes, além dos produtores musicais Dunga e Walter Costa. O blues apareceu não no ritmo, mas na atmosfera das letras poéticas de canções como Cachorro doido (Zeca Baleiro e Fernando Abreu) – faixa em que Baleiro citou Posso perder minha mulher, minha mãe, desde que eu tenha o rock'n'roll (Rita Lee, Liminha e Arnaldo Baptista, 1972), música do grupo Os Mutantes – e a composição-título Balada do asfalto. O funk roqueiro Meu amor, minha flor, minha menina evocou a sintaxe do cancioneiro mais lúdico de Baleiro, hábil ao armar jogos de palavras com aliterações e trocadilhos. Canção formatada com o mesmo acento folk que embalou Alma nova (Zeca Baleiro e Fernando Abreu), Flores do asfalto – parceria de Baleiro com Gerson da Conceição – seguiu o caminho estradeiro trilhado pelo cantor em boa parte do repertório deste disco eventualmente desviado para o rota do blues pelo dobro tocado por Tuco Marcondes. Nessa trilha, o álbum por vezes soou introspectivo e impregnado de certa angústia e melancolia, sentimentos que alimentaram a esfumaçada canção Cigarro, a cinzenta Balada do céu negro – composição assinada por Baleiro com Tuco Marcondes – e a canção Mulher amada, criada por Baleiro a partir dos versos do poema Relatividade da mulher amada (1930), obra do poeta mineiro Murilo Mendes (1901 – 1975), morto há então 30 anos. Ao pavimentar o caminho desse álbum, Baleiro se cercou de parceiros poetas, como o vivíssimo cearense Fausto Nilo, letrista da balada Quando ela dorme em minha casa, faixa de bissexto clima solar na atmosfera cinzenta do álbum Baladas do asfalto & outros blues, ainda que também haja na letra instante de lamento pela ausência da musa amada. “Eu guardo as flores mortas na sala / Eu faço sala pro tempo”, poetizou Baleiro com o sentimento bluesy de Amargo, canção de pegada progressivamente roqueira. No fecho terno do álbum, O silêncio funcionou como convite para o ouvinte cair na estrada com Zeca Baleiro e sentir a quentura por vezes amarga do asfalto e da atmosfera que geraram as baladas e os outros blues deste álbum com a lírica de José Ribamar Coelho Santos, um dos tradutores da contemporaneidade da música do Maranhão no universo pop brasileiro.
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‘Fall Guys’ e ‘Blightbound’: Como a Devolver lançou 2 dos melhores games multiplayer da quarentena
Em época de trabalho remoto e projetos adiados, distribuidora de jogos independentes trabalhou com pequenos estúdios para dois grandes jogos, que não poderiam ser mais diferentes. Em uma das poucas indústrias do entretenimento que prospera durante a quarentena, uma das maiores publicadoras de games independentes, a Devolver, conseguiu uma proeza. Em menos de uma semana, lançou dois dos melhores games multiplayer dos últimos meses. 'Fall Guys' é novo game viciante com gincanas no estilo de 'Olimpíadas do Faustão'; G1 jogou "Fall Guys: Ultimate knockout" e "Blightbound" têm em comum a ausência de modos para apenas um jogador e a combinação de diferentes gêneros, mas não poderiam ser mais diferentes entre si. O primeiro, lançado na última terça-feira (4) para computadores e PlayStation 4, é uma competição hiper colorida que mistura battle royale com gincanas no estilo "Olimpíadas do Faustão" – com potencial suficiente para se tornar um próximo "Fortnite". Assista ao trailer de 'Fall Guys: Ultimate knockout' Já o segundo, que entrou em fase de acesso antecipado para computadores no dia 29 de julho, é um RPG cooperativo que coloca equipes de três jogadores para explorarem calabouços cheio de criaturas monstruosas. Apesar da publicação através da Devolver, os games foram desenvolvidos por dois estúdios diferentes. Mesmo assim, ambos compartilham a crença de que os lançamentos tão próximos podem ajudar e ser ajudados pelo período. "Isso é meio sombrio, mas a crise do corona foi boa para desenvolvimento de games, especialmente multiplayer, porque as pessoas estão presas em casa e sentem falta de socialização", diz em entrevista ao G1 Jasper Koning, fundador e designer do Ronimo, estúdio de "Blightbound". "Até pessoas que não são tanto de games têm jogado para socializar." Assista ao trailer de 'Blighbound' O designer chefe e cocriador de "Fall Guys", Joe Walsh, concorda. "Multiplayers sempre conseguiram aproximar as pessoas que não podem se ver", afirma ele ao G1. "'Fall Guys' ajuda, porque ele não te deixa estressado ou nervoso no fim. Acho que é por isso que o jogo tem sido tão bem recebido. as pessoas podem apenas relaxar." Caras de sucesso (inesperado) A recepção tão calorosa ao game de gincanas foi uma surpresa para seu estúdio, o inglês Mediatonic. Eles esperavam 100 mil jogadores registrados em seu primeiro fim de semana. Em um dia, já eram 1,5 milhão. "Esse tipo de sucesso traz problemas que você não tem como prever", diz Walsh. "Não sou engenheiro de servidores, mas as coisas têm dado errado de maneira que a gente nem via." 'Fall Guys' mistura battle royale com gincanas estilo 'Olimpíadas do Faustão' Divulgação Além dos desafios com a queda de partidas, ele conta que estão conscientes de jogadores que não têm recebido os pontos merecidos após as vitórias, mas afirma que eles são resolvidos – e garantiu que todos devem receber seus prêmios com o tempo. A ideia de "Fall Guys" surgiu há cerca de dois anos. No princípio, nem era para ser um battle royale, gênero que se popularizou ao colocar diversos jogadores que são eliminados aos poucos em uma disputa aberta, na qual o campeão é o último sobrevivente. "Queríamos apenas algo único para os multiplayers, que se encaixasse ao perfil do nosso estúdio. Programas matinais de jogos na TV eram um encaixe perfeito", conta o desenvolvedor. Com o tempo, a equipe de cerca de 45 pessoas percebeu que a dinâmica, parecida com gincanas da televisão ou até com as competições de "Mario Party', fazia sentido em um battle royale. "Nesses dois anos estávamos sempre em pânico pensando que alguém ia anunciar algo parecido." 'Fall Guys' mistura battle royale com gincanas estilo 'Olimpíadas do Faustão' Divulgação DNA imprevisível Para o futuro do game, além de consertar os problemas atuais, a Mediatonic planeja investir na variedade de mapas e nos modos de jogo, que podem incluir disputas fechadas a equipes ou a competições escolhidas pelos usuários. Isso significa que uma tela dividida, que permita que pessoas joguem juntas no mesmo lugar, não seja uma das prioridades. Walsh explica que seu desenvolvimento levaria tempo demais, e exigiria muita dedicação de uma equipe que pode ser considerada pequena. "O DNA de 'Fall guys é a imprevisibilidade. Sabemos que a variedade é o que torna o game interessante. Vamos focar em também novas maneiras de aumentar a jogabilidade em nossos mapas que já existem, talvez adicionar algumas coisas geradas randomicamente. Adoraria que a pessoa caísse em um local que já conhece mas não soubesse onde está." 'Fall Guys' mistura battle royale com gincanas estilo 'Olimpíadas do Faustão' Divulgação Parte da loucura do jogo são seus heróis, os tais "caras" do título. Coloridos e meio afobados, a maioria dos usuários jurava que não tinham mais do que alguns centímetros. Mas um tuíte da equipe acabou com a ilusão. Initial plugin text "Os fall guys têm 1,83m de altura. Este é o tuíte", dizia a publicação, para consternação geral – inclusive de Walsh. Ele ri da pergunta a respeito, mas confirma que é uma informação oficial. "É canônico. Acho que foi nosso gerente de comunidades que decidiu, mas ele nem me perguntou. Eu sempre imaginei eles muito menores, e tem algo meio assustador pensar nesses caras tão grandes por aí, mas é canônico mesmo agora." Melhores juntos O desenvolvimento de "Blightbound" passou por processo parecido. Após o lançamento da versão grátis de "Awesomenauts", em 2017, o estúdio holandês estava animado com a perspectiva de trabalhar com algo completamente diferente. Primeiro veio a ideia de um multiplayer cooperativo contra criaturas do jogo. Depois, um projeto em 3D foi substituído pelo ambiente em duas dimensões parecido ao gênero de brigas de rua, na qual equipes se reuniriam em sessões. Mas, como esse tipo de game apresenta heróis muito poderosos, o desafio foi encontrar formas para forçar as pessoas a realmente se ajudarem nas partidas. 'Blighbound' reúne equipes de trê s jogadores Divulgação "Pensamos na trindade do RPG (suporte, dano e tanque), porque seria fácil dos jogadores entenderem, e desenvolvemos a partir disso, tomando a decisão arriscada de dizer que não poderiam jogar sozinhos. Mas, com isso, podíamos brincar com as classes", diz Koning. Com isso, a equipe que agora conta com 24 pessoas trabalhou três anos no projeto. Em seu lançamento antecipado, "Blightbound" conta com nove heróis recrutáveis e seus masmorras diferentes. Nesta quinta-feira (13), outros dois personagens e um novo mapa devem ser adicionados. A ideia é chegar a no mínimo 20 heróis e nove calabouços até o lançamento oficial, em 2021. "Esperamos que as próximas atualizações ajudem a adicionar jogadores e a manter o pessoal engajado." 'Blighbound' reúne equipes de trê s jogadores Divulgação
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Autora de ‘Ai se eu te pego’ conta como virou produtora em Miami: ‘Não me considero compositora’
Lançada oficialmente há 10 anos, música fez sucesso na Europa na voz de Michel Teló. G1 conta histórias dos maiores hits do Brasil no exterior. E de seus compositores. Sharon Acioly, autora de 'Ai se eu te pego' e 'Dança do Quadrado', nos tempos de coreógrafa e cantora do Axé Moi e em 2020, em Miami, nos EUA Acervo Pessoal Lançada oficialmente há 10 anos, "Ai se eu te pego" só virou sucesso após cinco versões diferentes e quatro anos de muita insistência de Sharon Acioly. A empresária de 50 anos também é autora da "Dança do Quadrado", hit que viralizou em 2008. Hoje, ela mora em Miami, onde produz festas infantis, mas os dois sucessos são dos tempos em que ela era a criadora de músicas e coreografias do Axé Moi, complexo de lazer em Porto Seguro, na Bahia. "Eu não me considero compositora", diz Sharon ao G1 (ouça no podcast abaixo). "Só fiz duas músicas na vida e vieram de brincadeiras de palco. Como não estou mais no palco para ter essas inspirações, não tem nada para compor. A coisa vinha ali da troca com a plateia. Você vai brincando e vira música." Nesta semana, o G1 conta as histórias dos maiores hits do Brasil no exterior. E de seus compositores. Quais as músicas brasileiras que bombaram nas paradas da Europa e dos EUA? Criada no Rio de Janeiro, Sharon nasceu nos Estados Unidos, para onde voltou em 2016. "Eu tenho duas festas consolidadas. Faço carnaval, folia junina." "Vim pra cá, porque estava bem ruim de trabalho. Eu estava trabalhando com eventos. Depois das Olimpíadas, o mercado no Rio ficou muito, muito ruim. Caíram demais os eventos. Eu tenho uma filha de sete anos. Achei que seria uma boa e vim para cá." Gritinhos de estudantes "Ai se eu te pego" foi criada a partir dos gritos de três estudantes paraibanas, que estavam no Axé Moi. "Eu vi aquilo e botei as meninas em cima do palco. 'Agora vocês vão ser minhas backing vocals'. Eu apresentei os dançarinos e elas entraram falando. Ficou nisso. Elas foram embora e eu continuei usando aquilo." Sharon Acioly, empresária e compositora de 'Ai se eu te pego', com a filha e com Jacaré Acervo Pessoal A primeira versão da música foi escrita em meia hora, no percurso entre os aeroportos de Guarulhos e Congonhas. Sharon criou a versão mais estruturada ("estrofe, refrão, tudo direitinho") para apresentá-la no programa "Superpop", de Luciana Gimenez. Mas não rolou. Então, começou a usar a nova "Ai se eu te pego" em uma turnê pelo Brasil, de carona em "Dança do Quadrado". Depois de um apresentador de uma barraca de praia rival do Axé Moi começar a cantar a música, Sharon correu para gravar e registrar "Ai se eu te pego". Segundo Sharon, ela tentou conversar com as três meninas para creditar a coautoria, mas não teve respostas. Depois que os versos viraram hit, as estudantes entraram na justiça e foi feito um acordo. Após o sucesso do vídeo de "Dança do Quadrado" no YouTube, hoje com mais de 22 milhões de visualizações, ela tentou a sorte de novo. "Eu pensei com os meus botões: 'Pô, vou fazer um vídeo tosco do 'Nossa, assim você me mata'. A gente vai bombar e vai viralizar", lembra Sharon, rindo. "Só que não deu certo. O vídeo não deu em nada. Mas eu continuava insistindo. Eu tocava duas, três vezes por dia no Axé Moi. Os dançarinos já querendo de matar. Mas eu dizia: 'Eu não posso abandonar isso, porque vai acontecer alguma coisa com esse negócio.' Foram quatro anos até a música chegar no Michel Teló. Eu insisti muito." Michel Teló Foto: Divulção Cantada por Michel Teló, "Ai se eu te pego" subiu até o lugar de número 81 no Hot 100, a principal parada da revista americana "Billboard". Na Europa, foi ainda melhor. Ela ficou em primeiro lugar em rankings da Suíça, Alemanha, Áustria, França, Holanda, Bélgica, Suécia, Espanha e Itália. Boa parte do sucesso é explicada pela coreografia, que foi parar nos jogos do Real Madrid. Marcelo, lateral-esquerdo do time espanhol, apresentou os passinhos para Cristiano Ronaldo. O atacante português comemorou muitos gols dançando "Ai se eu te pego", em 2011. Antes de Teló A banda baiana Meninos de seu Zeh foi a primeira a cantar em shows, em nova versão feita por Sharon e pelo compositor e empresário Antonio Dyggs. A primeira versão oficial foi da também baiana Cangaia de Jegue, em 2010, com um arranjo mais forró pé de serra. Mas a música mostrou sua força no nordeste após ser "comprada" por Wesley Safadão, na época ainda vocalista do Garota Safada. Em 2011, era comum sucessos surgirem no nordeste, com versões forrozeiras, e depois estourarem de vez com versões sertanejas dançantes. Naquele ano, o cantor cearense contou ao G1 que pagava entre R$ 7 mil e 40 mil para comprar a exclusividade de gravação dessas músicas. Ele pagou pela exclusividade de “Ai se eu te pego”, mas depois aceitou liberá-la para Teló. "Ter a autorização para cantar uma música é igual comprar um carro. Você compra e a música é sua", comentou Safadão.
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