Discos para descobrir em casa – ‘Equilíbrio distante’, Renato Russo, 1995
Capa do álbum 'Equilíbrio distante', de Renato Russo Desenhos de Giuliano Manfredini ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Equilíbrio distante, Renato Russo, 1995 ♪ Renato Manfredini Junior (27 de março de 1960 – 11 de outubro de 1996) sentiu correr nas veias o sangue italiano dos antepassados do artista quando, em 1994, decidiu fazer um segundo álbum solo com canções italianas. Para se inspirar na gestação do disco que se chamaria Equilíbrio distante e que seria lançado pela gravadora EMI no último trimestre de 1995, Renato partiu para Sesto Cremonese, município italiano da região da Lombardia de onde se origina a família Manfredini. Quando viajou para essa região e também para as cidades de Roma e Milão, em busca de climas e de ideias para o repertório, Manfredini já se chamava há 16 anos Renato Russo, nome artístico que adotara em 1978. O sobrenome Russo fora escolhido como tripla homenagem ao pensador britânico Bertrand Russel (1872–1970), ao pintor francês Henri Rousseau (1844–1910) e ao pensador também francês Jean-Jacques Rousseau (1712 – 1778) quando começou a concretizar a ideia de ser, também ele, um pensador, só que do universo pop brasileiro. Renato Manfredini Junior veio ao mundo na cidade do Rio de Janeiro (RJ) há 60 anos, em 1960, um mês antes da inauguração de Brasília (DF). Já Renato Russo nasceu 18 anos depois na ebulição punk dessa mesma Brasília (DF), cidade onde foi morar com a família em 1973 após alternar temporadas no Rio, em Curitiba (PR) e em Nova York (EUA) por conta do ofício itinerante do pai. Como Renato Russo, Manfredini entrou em cena em 1978, na capital federal, como vocalista e compositor da banda punk Aborto Elétrico (1978 – 1982). Após a dissolução do grupo, Russo encarnou O trovador solitário por breve período da carreira individual até se tornar a voz, o cérebro e a alma da Legião Urbana, banda brasiliense de rock que angariou fervorosos seguidores pelo Brasil, dando fama e glória ao cantor, compositor e músico. Com a Legião, Renato Russo deu voz e versos a cancioneiro singular – em grande parte composto com o guitarrista Dado Villa-Lobos e com o baterista Marcelo Bonfá, membros fundadores da banda – que foi da fúria punk ao lirismo existencialista em trajetória iniciada em 1982 e encerrada (com Russo à frente) em 1996, ano em que o poeta pensador saiu de cena aos breves 36 anos, em decorrência de complicações da infecção pelo vírus da Aids. Russo então se tornou imortal pela qualidade da obra autoral e pela emoção embutida no canto que evocava o timbre de Jerry Adriani (1947 – 2017), ídolo do movimento pop brasileiro dos anos 1960 intitulado Jovem Guarda. Se Jerry cantou músicas italianas no começo da carreira até começar a gravar em português, sem abandonar o idioma anterior (a ponto de lançar em 1999 um álbum, Forza sempre, com versões em italiano de sucessos da Legião Urbana), o trovador fez o caminho inverso na fase final da vida e da obra. Produzido e arranjado pelo tecladista Carlos Trilha com o próprio Renato Russo, o álbum Equilíbrio distante expôs na capa quatro desenhos feitos pelo filho do cantor, Giuliano Manfredini, então com seis anos em 1995. As imagens do estádio carioca Maracanã, do Coliseu de Roma, do Pão de Açúcar e da Torre de Pisa (ludicamente grafada como Torre de Pizza) simbolizaram a ponte Rio-Itália em que o disco foi concebido e formatado. A gravação em si aconteceu em estúdio da cidade do Rio de Janeiro (RJ), ao longo de 1995, com os toques de músicos como Arthur Maia (1962 – 2018) (baixo), Bruno Araújo (baixo), Claudio Jorge (violão), Eduardo Constant (bateria) e Ricardo Palmeira (violão), além de Carlos Trilha (teclados e programações) e do próprio Renato Russo (no violão, baixo e piano, entre outros instrumentos). Tal como o primeiro álbum solo de Renato Russo, The Stonewall celebration concert (1994), inventário da canções afetivas envolvidas em aura gay, o disco Equilíbrio distante apresentou recorte pessoal do cancioneiro italiano sob o viés emotivo do intérprete. Mesmo sem saber falar italiano, Russo deu voz extremamente fluente a 13 canções que versaram sobre amor e desamor, por vezes no tom triste que pautou parte do repertório autoral do artista. Sem se escorar nos clássicos da canção italiana dos anos 1960, como sempre fizeram intérpretes do Brasil ao gravarem songbooks do cancioneiro da Itália, o cantor montou painel da produção musical contemporânea daquele país com base na pesquisa de repertório feita na viagem à Itália em 1994. Das 13 músicas que compuseram o repertório sentimental do álbum Equilíbrio distante, nada menos do que quatro vinham da discografia da cantora italiana Laura Pausini, então em grande evidência no universo pop. Gente (Angelo Valsiglio, Cheope e Marco Marati, 1994), Strani amori (Angelo Valsiglio, Roberto Buti, Cheope, Marco Marati e Francesco Tanini, 1994) – balada sobre fim de um amor que sobressaiu no disco pelo registro melancólico de Russo – e Lettera (Angelo Valsiglio, Giovanni Salvatori, Cheope e Marco Marati, 1994) tinham sido apresentadas no ano anterior por Pausini no segundo álbum da artista, Laura (1994). La solitudine (Angelo Valsiglio, Pietro Cremonesi e Federico Cavalli, 1993) tinha sido o single blockbuster do álbum de estreia da cantora, Laura Pausini (1993). Já I venti del cuore (Piero Fabrizi e Massimo Bubola, 1992) – canção sobre nostalgia amorosa que evocou a sonoridade da Legião Urbana no arranjo – vinha do repertório da cantora Fiorella Mannoia. Sucesso do repertório autoral do cantor e compositor Nino Buonocore, Scrivimi (1990) mostrou que, em italiano ou em qualquer idioma, a língua do amor e da saudade é a mesma em todo o universo pop. Cantada em tons serenos por Russo, em arranjo de clima folk que ganhou intensidade (sem perder a ternura) na longa passagem instrumental da faixa de quase oito minutos, Dolcissima Maria (Mauro Pagani, Flavio Premoli e Franco Mussida, 1974) soou como oração cheia de esperança, colhida no repertório da Premiata Forneria Marconi, banda de rock progressivo dos anos 1970. Balada então recente, Passerà (Aleandro Baldi, Giancarlo Bigazzi e Marco Falagiani, 1994) evidenciou a sintonia do sentimento da canção italiana com a alma musical de Renato Russo. Destaque do disco ao lado de Strani amori, Passerà era sucesso do quarto álbum do cantor e compositor italiano Aleandro Baldi, Te chiedo onestà (1994). Deste disco de Baldi, Russo também regravou Il mondo degli altri (Aleandro Baldi e Francesco Palmieri, 1994) e a música-título Ti chiedo onestà (Aleandro Baldi, Giancarlo Bigazzi e Marco Falagiani, 1994), faixas limadas da seleção final do álbum Equilíbrio distante, mas apresentadas, dois anos depois, no álbum póstumo O último solo (1997), composto por sobras da discografia individual de Renato Russo. Versão em italiano (de Massimiliano de Tomassi), do brasileiríssimo bolero de clima havaiano Como uma onda (Lulu Santos e Nelson Motta, 1983), Come fa un'onda emergiu no álbum Equilíbrio distante em clima de bossa nova, em faixa entremeada com passagens instrumentais de Wave (Antonio Carlos Jobim, 1967). Sucesso do cantor italiano Paolo Vallesi, La forza della vitta (1992) era parceria de Vallesi com Beppe Dati que, em 1993, ganhara versão em português intitulada O preço de uma vida e gravada de forma mais arrebatada pela cantora Selma Reis (1960 – 2015). Sucesso do cantor Raf em 1993, a canção Due (Raffaele Riefoli e Alfredo Rapetti) – faixa de pegada pop e de arranjo evocativo da sonoridade da Legião Urbana – reiterou a intenção de Russo de abordar cancioneiro recente da Itália, a maioria lançado na primeira metade daquela década de 1990. Hit dos anos 1980, a balada Piú o meno (Renato Zero, 1987) foi envolvida em aura mais clássica, com cordas arranjadas por Jota Moraes, sem diluir a contemporaneidade do álbum Equilíbrio distante. No arremate do disco, La vita è adesso (1985) – de Claudio Baglioni, cantor e compositor de cujo repertório Renato Russo também gravou (mas não incluiu no disco) E tu come stai? (1978), faixa que seria lançada no já mencionado disco póstumo O último solo – culminou com citação de Vá, pensiero (Giuseppe Verdi, 1842), tema do coro da ópera Nabuco (1842). Foi como se, no fim de Equilíbrio distante, o trovador ítalo-carioca voltasse ao século XIX, mais especificamente para Sesto Cremonese, de onde os bisavós do artista partiram em 1878, cem anos antes de Renato Manfredini Junior virar Renato Russo e se transformar, de 1982 a 1996, em grande pensador do pop brasileiro.
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‘Quero que a elite entenda a favela antes de julgar’, diz MC Cabelinho, o Farula de ‘Amor de mãe’
Ator e MC lança disco sobre a vida na favela, feito na pausa da novela. Ele fala ao G1 de funk consciente, amizade com Humberto Carrão e influência de MC Orelha a Amy Winehouse. Victor Hugo, o MC Cabelinho, é aposta do funk para 2020 e atua em 'Amor de mãe' Divulgação Na pausa de "Amor de mãe", dentro de casa durante a quarentena, o MC Cabelinho não parou. Desde março, o cantor e ator que interpreta o Farula na novela prepara o álbum "Ainda". Na contramão do som acelerado e sensual do Rio, Cabelinho lança funks mais lentos sobre as cenas reais que assiste há 24 anos na PPG, o complexo do Pavão-Pavãozinho e Cantagalo. Conheça a trajetória do MC Cabelinho "Quem é favelado vai se identificar. Quem não é vai entender o que é a favela. Eu canto a realidade, o que vejo de perto, da minha janela", diz Cabelinho ao G1. 'Eu quero que a elite entenda como é a favela antes de julgar", diz. Antes de ser ator, ele já fazia sucesso no "funk consciente", com letras sobre a realidade social e influências de rap. Ele canta "Liberdade" na voz de um pai preso que chora de saudade do filho. A letra é inspirada em um amigo que acabou caindo no mundo do crime. "Quem pode julgar é Deus", diz Cabelinho. Já "Reflexo", com o rapper BK, tem um verso marcante: "O governo brasileiro na visão do favelado é uma piada". Ele cita as operações policiais nos morros durante a pandemia como um dos motivos do verso. Cabelinho também falou ao G1 sobre a amizade nos bastidores com Humberto Carrão, as influências de MC Orelha a Amy Winehouse, e a nova geração do funk consciente em SP. Leia abaixo: Initial plugin text G1 – Como foi fazer um disco nesse momento de pandemia? Cabelinho – Eu já tinha um álbum, "Minha raiz", mas esse só tinha catado músicas que lancei antes. Agora foi tudo do zero. Começou quando o DJ Juninho, que me acompanha, fez o beat da música "Maré". Ouvi e falei que queria fazer um álbum só nesse ritmo de funk mais lento. Como "Maré" falava do jovem que entrou para o crime por falta de oportunidade, eu quis que as outras faixas abordassem, cada uma, um tema da favela. A gente aproveitou que eu fiz um estúdio agora em casa. E na pandemia, sem fazer show, focamos tudo no disco, desde março. G1 – Você já fazia funk consciente antes no Rio. E nos últimos meses esse estilo está crescendo muito em São Paulo também. Você acompanha? Cabelinho – É, o funk consciente nesse tempo de pandemia cresceu muito. Eu fico feliz de estar crescendo. Os MCs de São Paulo estão tirando onda nisso. Meu álbum também tem umas referências de lá. Acho bom, quanto mais consciente, melhor. É bom para a criançada e o jovem pegar a visão de como é mesmo a favela. Como funciona tudo, aprender, tirar o melhor da música e levar aquilo para a vida. MC Cabelinho, cantor de funk e ator que interpreta o personagem Farula, de 'Amor de mãe' Divulgação G1 – E por que acha que justo agora ele cresceu de novo? Cabelinho – O funk é de fases. Anos atrás tinha Cidinho e Doca, os sucessos eram conscientes. Aí caiu, teve o funk melody, pop, ostentação, putaria, e agora o consciente está voltando. Daqui a pouco vem outro, está sempre atualizando. O funk é imortal, mas tem vários tipos. G1 – Você canta consciente, mas também passa pelos outros estilos. Na música "Ainda", você fala de baile, mas também cita o vendedor da barraquinha da comunidade. Como é essa mistura? Cabelinho – Essa música relata o que a gente vê no baile. A gíria que vem da pista, as pessoas que caem para a favela para curtir. É isso, cada faixa tem um lance que rola na comunidade. G1 – Em "Liberdade" você canta na voz de um cara preso falando com o filho. Qual foi a inspiração? Cabelinho – Tenho um amigo que estudou comigo e sempre teve tudo na vida. Tudo que você pode imaginar. Tanto que quando eu comecei a fazer show, eu falava: "Me arruma vinte reais para eu cortar o cabelo?" Porque eu não tinha na época. Ele me fortalecia. Eu fui crescendo no funk. E conforme fui conquistando a minha parada, ele se perdeu. Teve um dia que ele se revoltou, brigou com a família dele. Aí ele foi para a pista, assaltou e foi preso. Está lá há três anos. Ele me inspirou muito nesse som. E não me envergonho disso. Quem pode julgar é Deus. Não importa o erro dele, eu não posso julgar. Todo mundo erra. O que eles mais precisam nessas horas é um amigo, a família, trocando uma ideia, dando conselhos. Tanto que ele falou: "Nunca mais quero essa vida, aqui é horrível. Não volto para cá". Isso que eu quero escutar dele. E o que eu puder fazer para ajudar quando ele sair de lá, vou fazer. É isso. Cada faixa teve um sentimento. Cabelinho e BK, parceiros na música 'Reflexo' Divulgação G1 – Os funks de SP estão cheios dessas histórias . Acha que isso ajuda a dar outra visão da favela? Cabelinho – É essa a inteção. É chato ter que provar toda hora que na favela só tem traficante. Quem é favelado vai se identificar. Quem não é vai entender o que é a favela. Canto a realidade, o que eu vejo de perto, da minha janela. De um amigo que desceu para procurar emprego e não foi aceito pela cor ou pela origem. Aí vê um cara no morro com um cordão de ouro, bem vestido, cheiroso. O que ele vai fazer? Vai para o crime. Eu quero mais oportunidade para os favelados, para as crianças. Meu álbum é nessa intenção. Eu quero que a elite entenda como é a favela antes de julgar. Ficar rotulando todo mundo que mora lá como traficante? Não é assim. G1 – A música "Reflexo" tem um verso forte, "o governo brasileiro na visão do favelado é uma piada". O que te levou a escrever isso? Cabelinho – Em plena pandemia e o governo autorizando a polícia a fazer operação dentro de favela? Todo mundo dentro de casa, aí sobe e faz operação no morro. Favelado não tá trabalhando, vários precisando de oportunidade de emprego. Muitas são faxineiras e o patrão falando que não precisa. Por que o governo não sobe pra distribuir cesta básica, álcool gel? Teve uma época que tava faltando água. Por isso eles são uma piada e todo mundo sabe disso. Cabelinho com Vera Holtz e Regina Casé nos bastidores de 'Amor de mãe' Divulgação G1 – Sobre esse som mais lento do disco, por que você fez assim, e o que você tem ouvido? Cabelinho – Sempre escutei as mesmas coisas. MC Orelha, Amy Winehouse. Estou escutando também muito Filipe Ret, Djonga, Orochi. Eu peguei umas referências de São Paulo para por no meu disco. Esse "rasteirinho" é de SP. Eu ouço isso tudo e vou pro estúdio, faço o que faço. G1 – E o que o pessoal do PPG fala sobre você estar na novela? Cabelinho – Eles falam que me assistem, acham maneiro. "Meus filhos estão te vendo, querem ser iguais a você." Não me acho assim não, tenho meus defeitos. Mas eu corri atrás para estar aqui hoje. Tenho orgulho de estar na Globo, bato no peito e falo que estou mesmo, tiro minha onda. Eles falam que eu estou mudando a cabeça de muita gente aqui. Agradeço a Deus por essa oportunidade. G1 – E como é a relação com o elenco nos bastidores. A Regina Casé é uma pessoa que fez muito essa ponte com a música sobre a favela. Cabelinho – A Regina é muito engraçada, eu me amarro nela, a gente troca ideia direto, se zoa. O Douglas Silva. Mas o que eu tenho mais amizade é o Humberto Carrão. Ele é meu irmãozão.Vem, troca ideia, pergunta do álbum. Antes do lançamento já tava pedindo. Depois elogiou bastante. A Adriana Esteves também ouviu o álbum, fiquei muito feliz. Estou feliz de ter contato com essas pessoas. MC Cabelinho, de 'Amor de mãe' TV Globo/Divulgação 'Favela' – MC Cabelinho e Felipe Ret – G1 Ouviu
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FBI realiza busca na casa do youtuber Jake Paul
Porta-voz do FBI declarou à AFP que agentes investigam 'acusações de atos criminosos' no centro comercial de Arizona. Advogado de Paul afirma estar reunindo informações, mas que colabora com a investigação. Jake Paul, youtuber e ator Reprodução/Instagram Agentes do FBI fortemente armados fizeram uma busca e apreensão nesta quarta-feira (5) na casa do youtuber Jake Paul, na Califórnia, como parte de uma investigação, informou o advogado do influenciador. Imagens transmitidas pela imprensa local mostraram armas de fogo sendo apreendidas na mansão de Paul em Calabasas, perto de Los Angeles, após uma busca que durou horas e envolveu uma equipe do batalhão de choque da polícia, a SWAT. "Entendemos que um mandato de busca foi executado na casa de Jake em Calabasas esta manhã, enquanto Jake estava fora do estado", declarou o advogado Richard Schonfeld em declaração à AFP. Paul, que tem mais de 20 milhões de inscritos no YouTube e já explorou carreiras no cinema, na música e até no boxe profissional, foi recentemente flagrado em vídeo saqueando comércios no Arizona durante um protesto antiracismo, em maio. O influenciador foi acusado de invasão de propriedade privada e de participar de assembleia ilegal. Ele se declarou inocente. As acusações iniciais foram retiradas para permitir uma investigação penal federal. Um porta-voz do FBI declarou nesta quarta-feira à AFP que os agentes investigam "as acusações de atos criminosos" no centro comercial de Arizona e que "executaram mandatos de busca federais na Califórnia e em Las Vegas, Nevada, relacionados a esta investigação". O advogado de Paul afirmou estar reunindo informações, mas que colabora com a investigação. Paul, de 22 anos, também se viu em meio a polêmicas devido às barulhentas festas na mansão de Calabasas, uma comunidade exclusiva nos arredores de Los Angeles onde moram diversas celebridades. No YouTube, Paul promete um conteúdo "de comédia, atuação, esportes extremos e aventuras loucas". Seu irmão mais velho, Logan Paul, também é uma estrela do YouTube, plataforma na qual tem 22 milhões de inscritos. Leia também: Youtuber Jake Paul é criticado após dizer que 'ansiedade é criada por você' FBI realiza busca na casa do youtuber Jake Paul, na Califórnia
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‘Nunca abusei de ninguém’, diz Plácido Domingo, um ano após acusações de assédio sexual
'Quando descobri que tinha o coronavírus, prometi a mim mesmo que se saísse vivo lutaria para limpar meu nome', disse tenor em entrevista a jornal italiano. Plácido Domingo participa de evento em NovaYork, em 2018 Reuters/Shannon Stapleton O tenor espanhol Plácido Domingo, que foi contaminado com coronavírus e já está recuperado, garantiu em uma entrevista à imprensa italiana que nunca abusou de ninguém, apesar de ter sido acusado de assédio nos Estados Unidos em 2019. "Eu mudei, não tenho mais medo. Quando descobri que tinha o coronavírus, prometi a mim mesmo que se saísse vivo lutaria para limpar meu nome", disse ele em entrevista publicada na quinta-feira (5) pelo jornal italiano "La Repubblica". "Eu nunca abusei de ninguém, vou repetir enquanto viver", frisou ele. Plácido Domingo, de 79 anos, anunciou em março, de Acapulco (México), que testou positivo para o novo coronavírus e depois foi hospitalizado. "Recuperar minha voz foi um milagre (…) Há dois ou três meses, eu não tinha certeza se poderia cantar novamente", contou ele. "A única coisa que me preocupa agora é deixar meu refúgio em Acapulco, de onde não saio há meses. Nunca passei tanto tempo em casa com minha mulher, meu filho, minha nora e meus dois netos", afirmou ele. "Agora é a hora de voltar ao normal", segundo Domingo, embora ele acredite que "nossas vidas mudaram e, como você sabe, ainda é difícil para mim por causa das acusações contra mim" na mídia. Essas acusações "desestabilizaram minha família e a mim" e "me causaram mais danos do que o vírus. Resta apenas observar que não poderei cantar em certas partes do mundo, como Estados Unidos ou Espanha, meu país. E não exatamente por causa de uma escolha do público, que constantemente me envia mensagens de solidariedade (…) Mas o que posso fazer? É a vida!". Em 2019, Plácido Domingo foi acusado pela imprensa americana de assediar sexualmente cerca de 20 mulheres nos Estados Unidos. Essas acusações obrigaram-no a abandonar seu cargo de diretor da Ópera de Los Angeles e a cancelar todas as suas representações no país. Na prática, isso encerrou sua carreira na América do Norte. Acostumado a ser ovacionado no mundo inteiro, Placido Domingo sofre as consequências do movimento #MeToo, que começou com as acusações contra o produtor de cinema Harvey Weinstein em outubro de 2017. Inicialmente, rejeitou essas acusações e, depois, acabou pedindo "perdão" pelo "sofrimento causado" após uma investigação da AGMA, o principal sindicato de cantores líricos dos Estados Unidos. A instituição concluiu que ele teve um "comportamento inadequado". Ele então recuou, pedindo desculpas, e fez uma doação de US$ 500 mil para obras de caridade da AGMA, que encerrou às acusações contra ele. O tenor fará em breve sua primeira aparição pública desde o caso em Salzburgo (Áustria), onde receberá um prêmio por sua carreira. Depois disso, fará uma série de recitais na Itália na segunda quinzena de agosto. 'Viver com serenidade' "Quando olho para trás, não vejo nenhuma situação em que meu comportamento possa ter deixado feridas abertas (…) Nunca pressionei, ou fiz chantagem. Todos que me conhecem sabem que a palavra 'abuso' não faz parte do meu vocabulário", insistiu, denunciando um "julgamento midiático fora de controle" contra ele. Ao ser questionado sobre o motivo pelo qual se manteve em silêncio diante das alegações, o tenor disse que foi "por respeito e por espírito de cooperação com as duas investigações em andamento" – a da AGMA e da Ópera de Los Angeles. "Tentei dissipar o mal-entendido com uma declaração dois dias depois, mas minhas palavras caíram no vazio", queixou-se. "Sempre declarei que não tenho nada a ver com tudo isso, às vezes com breves declarações que foram mal-interpretadas e consideradas confissões de culpa. É uma situação terrível", acrescentou, afirmando que está "com raiva" e "deprimido". Agora, seu objetivo é viver "com serenidade", ainda mais no contexto da pandemia de coronavírus. "Sei que chegará um momento em que terei que renunciar ao canto, porque a ópera exige esforços, dedicação, estudo. Mas não vou abandonar a música", concluiu. Tenor espanhol Plácido Domingo pede perdão a mulheres por assédio sexual
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Paulo Sérgio Valle, letrista de ‘Evidências’ e ‘Samba de verão’, chega aos 80 anos com obra eclética
Compositor carioca escreve, com fluência, versos para melodias de parceiros de universos musicais distintos. Paulo Sérgio Valle é o letrista de canções popularizadas por Alcione, Fafá de Belém, Ivete Sangalo, José Augusto e Maria Bethânia Tarso Ghelli / Divulgação ♪ MEMÓRIA – Nascido em 6 de agosto de 1940, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), Paulo Sérgio Kostenbader Valle chega aos 80 anos como um dos compositores mais bem-sucedidos da história da música brasileira. Contudo, desde os anos 1960, o público costuma cantar as músicas que têm versos deste letrista e escritor carioca sem associar o nome e o rosto do artista à obra. Irmão de Marcos Valle, o carioca Paulo Sérgio é o típico caso de compositor letrista que, por criar nos bastidores sem ir ao microfone apresentar as próprias criações, corre o risco de passar despercebido na multidão. Quem é do meio musical jamais cometeria essa injustiça. Afinal, são cerca de 900 músicas letradas por Paulo Sérgio. Bastaria o compositor ter escrito os versos de Samba de verão (1964) – sucesso planetário da parceria com o irmão Marcos Valle que se tornou uma das mais perfeitas traduções do clima sal, céu, sol, sul da bossa nova – para ter posto o nome em lugar de honra na história da música popular do Brasil. Só que Paulo Sérgio também surfou em outras ondas. Com o irmão Marcos Valle, fez o sofrido samba-canção Preciso aprender a ser só (1965), seguiu a toada do engajamento político com a canção de festival Viola enluarada (1968), propagou a filosofia hippie no samba Com mais de 30 (1970), sentenciou que negro é lindo no soul Black is beautiful (1971) e, em outra fase da parceria, poetizou a sofrência em Paixão antiga (1988), sucesso da fase mais melosa da discografia de Tim Maia (1942 – 1998). Sim, a partir da década de 1980, Paulo Sérgio Valle soube se adequar ao tom radiofônico das canções sentimentais produzidas em escala industrial para atender demanda das gravadoras para abastecer os repertórios dos artistas mais rentáveis dos elencos das companhias. Nessa seara mais populista, Evidências (1989) – parceria com José Augusto – virou hit blockbuster quando foi gravada pela dupla Chitãozinho & Xororó em 1990 e, ao longo dos últimos 30 anos, se tornou standard da canção brasileira, indo parar nas vozes de intérpretes dissociados do universo sertanejo. Maria Bethânia, por exemplo, incluiu Evidências no roteiro do show Claros breus (2019), quarenta anos após a cantora ter transformado jingle de motel feito pelo compositor, Cheiro de amor (Jota Moraes, Ribeiro, Duda Mendonça e Paulo Sérgio Valle, 1979) em um dos sucessos do álbum Mel (1979). Sem pré-conceitos musicais, Paulo Sérgio Valle fez versos para músicas de Michael Sullivan (Abandonada, sucesso de Fafá de Belém em 1996), Herbert Vianna (Se eu não te amasse tanto assim e A lua Q eu te dei, baladas lançadas por Ivete Sangalo em 1999 e em 2000, respectivamente) e Chico Roque, com quem assinou Essa tal liberdade – sucesso lançado em 1994 pelo grupo de pagode Só pra Contrariar – e Você me vira a cabeça (você me tira do sério), hit de Alcione a partir 2001. A lista de parceiros também inclui Ed Wilson (1945 – 2010) com Prêntice (1956 – 2005) – parceiros de Paulo Sérgio em Aguenta coração (1990), um dos maiores sucessos de José Augusto, parceiro do letrista em hits como Sábado (1987) e a já mencionada canção Evidências – e Mauro Motta (Escancarando de vez, 1991), sucesso de Elymar Santos quando o cantor seguia a linha pop erótica do repertório de Wando (1945 – 2012). Enfim, poucos compositores letristas conseguiram transitar com a fluência de Paulo Sérgio Valle por universos musicais tão distintos, com parceiros nem sempre capacitados para criar melodias com o requinte da obra construída pelo artista com o irmão Marcos Valle. E hoje, 6 de agosto de 2020, dia do 80º aniversário do poeta popular, Paulo Sérgio Kostenbader Valle pode comemorar o feito obtido por time seleto de compositores brasileiros: ter dezenas de músicas na boca do povo, mesmo que esse povo nem sempre ligue o nome à obra.
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Famosos compartilham meme com montagem para resumir o ano de 2020 e a quarentena
Reese Witherspoon, Viola Davis, Leonardo e Deborah Secco foram alguns dos que entraram na brincadeira sobre o sentimento mensal ao longo do ano. Leonardo e outros famosos compartilhar meme com montagem para resumir o ano de 2020 e a quarentena Reprodução/Instagram Famosos entraram na brincadeira de mais um meme e compartilharam uma montagem de imagens que resume o ano de 2020, quase todo em quarentena por causa da pandemia de coronavírus. Reese Witherspoon, Viola Davis, Cara Delevingne, Leonardo, Deborah Secco e a dupla Jorge e Mateus foram alguns dos que compartilharam publicações nas redes sociais. Na brincadeira, eles demonstram o humor mensal durante o ano com imagens de si mesmos. Os cliques trazem fotos de momentos alegres, sorrisos, festa e viagens nos meses de janeiro e fevereiro, mas a partir de março, o humor se altera completamente. Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Initial plugin text Fãs de alguns artistas, como Joelma e Simone, também entraram na onda do meme e usaram fotos de seus ídolos na montagem. Initial plugin text Initial plugin text
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Com fim do confinamento, mas ainda sem boates, Paris recupera ‘festas secretas’; conheça
Local é revelado de última hora e para entrar é preciso escalar muro, desinfetar mãos e pagar 10 euros que cobrem possível multa. Parque é centro de fenômeno que tinha parado nos anos 90. As 'free parties', fenômeno em Paris até os anos 1990, retornam com o fim do confinamento na cidade GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP O local da festa é anunciado no último momento com uma mensagem de áudio. Para entrar no local é preciso escalar um pequeno muro, tirar a máscara, desinfetar as mãos e pagar 10 euros pelos custos da organização e pelos custos de uma possível multa. Cinco policiais chegam ao local antes da festa, emitem avisos e confiscam alguns cigarros de maconha, mas depois vão embora. A festa pode começar. O fechamento de boates em Paris devido ao coronavírus e uma certa permissividade das autoridades fizeram reaparecer as chamadas "free party", festas clandestinas de música eletrônica que haviam desaparecido da capital francesa nos anos 1990. O epicentro do fenômeno é o Bosque de Vincennes, um parque ao leste da capital, facilmente acessível de metrô. Jovens pulam muro para entrarem em 'festa secreta' em Paris GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP É preciso caminhar mais de 15 minutos e seguir o som da música eletrônica, antes de chegar a uma das 10 festas ilegais escondidas no meio do parque. Algumas 'free party', nos portões de Paris, chegaram a reunir até mil participantes em julho. "Eu nunca vi nada assim, é algo completamente incrível", disse o organizador de festas Illa Gianotti, co-fundador do grupo Soeurs Malsaines. "Começou timidamente. Pouco a pouco, os coletivos começaram a sair de casa em maio, com as primeiras festas discretas. Não precisamos de muito – transportar os vinis, alugar um gerador e um amplificador e instalar luzes", explica Antoine Calvino. Jovens são revistados na entrada de 'festa secreta' de Paris GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP Diretor do coletivo Microclimat, Calvino foi um dos primeiros a colocar suas caixas de som no parque em maio, quando terminou o confinamento. "Com o fim do confinamento, a pressão era muito forte, as boates e até os bares estavam sempre fechados e não havia muitas alternativas para ver os amigos e festejar", explica. "E a festa é vital, para alguns é um modo de vida paralelo, o momento de desabafar e se encontrar. É uma válvula de escape e uma zona de tolerância sem igual". 'Festa secreta' em Paris GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP Mas a nova vida secreta e noturna do parque se tornou conhecida. Em meados de julho, a polícia começou a intervir para dispersar as festas e confiscar o material dos organizadores. A prefeitura de Paris, que administra os parques e jardins da cidade, reconhece que foi "surpreendida pelo alcance do fenômeno" e está tentando urgentemente encontrar uma maneira de controlá-lo. 'Única alternativa' "Há um verdadeiro problema cultural e social no momento e nós, a prefeitura, não queremos enviar a polícia, queremos acertar as coisas", disse à AFP Frédéric Hocquard, responsável pela vida noturna da capital. Do outro lado de Paris, os adeptos das 'free party', com experiência desde os anos 1990 de festas realizadas em terrenos lamacentos e com grandes equipamentos de música, estão se preparando para uma noite clandestina chamada "Transe ta Race". O público das boates "sempre vinha, mas agora, considerando que as festas techno estão paradas, é a única alternativa", disse à AFP a organizadora do evento, que usa o pseudônimo Geutto Blaster One. 'Free party' em parque de Paris GEOFFROY VAN DER HASSELT / AFP Semana Pop: Com games online, artistas fazem apresentações para driblar o isolamento
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‘Mulan’ vai estrear dia 4 de setembro por US$ 30 no Disney+ nos EUA
Versão com atores de filme da Disney teve lançamento adiado diversas vezes por causa da pandemia. Assista ao 2º trailer de 'Mulan'
A Disney anunciou nesta terça-feira (4) que vai lançar "Mulan", uma de suas grandes produções de 2020, em sua plataforma digital de vídeos, Disney+, por US$ 30 em 4 de setembro.
Com isso, a versão com atores da animação de 1998 poderá ser assistida em casa em países que já têm o serviços, como Estados Unidos, Canadá e Nova Zelândia. Ele ainda não está disponível no Brasil.
O filme também será lançado em cinemas que já tiverem reaberto após as medidas de isolamento social em mercados que ainda não têm Disney+, como a China.
"Mulan" tinha estreia original prevista para o dia 27 de março na América do Norte, mas foi adiado algumas vezes por causa da pandemia do novo coronavírus.
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Pitty rebobina música-título do segundo álbum em gravação inédita com Josyara
♪ Música composta por Pitty em parceria com o guitarrista Graco, Anacrônico deu título ao segundo álbum da cantora baiana, lançado em 2005. Decorridos 15 anos do registro original, Pitty rebobina a composição Anacrônico em gravação feita com a conterrânea Josyara, artista que vem se destacando pela pegada singular de violão, cujo toque também despertou a atenção de Pitty. Essa inédita gravação de Anacrônico será lançada em single programado pela gravadora Deck para chegar ao mercado fonográfico em 14 de agosto. Capa do single 'Anacrônico', de Josyara e Pitty Divulgação A conexão foi feita a partir de vídeo postado por Joysara com abordagem da composição pela artista projetada há dois anos com a edição do segundo álbum, Mansa fúria (2018). Pitty viu o vídeo, gostou da leitura de Josyara para Anacrônico e propôs a reunião das artistas em novo registro da música. A versão 2020 de Anacrônico foi formatada por Pitty, que inseriu percussão, piano e vocais na gravação básica enviada por Josyara, cantora que, por gostar da música desde 2005, já tinha incluído Anacrônico no roteiro do primeiro show da carreira profissional, feito aos 14 anos.
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Maurício Manieri lança single gravado com Ivete Sangalo
♪ Em outubro de 2019, Maurício Manieri se encontrou com Ivete Sangalo em estúdio da cidade de Salvador (BA) para gravar a música Me devendo um beijo com a cantora. Quase um ano depois, essa gravação gera single agendado para quinta-feira, 6 de agosto. Composição de Lucas Santos e Raffa Torres, Me devendo um beijo já tinha sido lançada por Manieri em single solo editado em julho daquele ano de 2019. A regravação da música em dueto com Ivete foi idealizada pelo cantor para figurar como faixa-bônus do registro audiovisual do show Classics, captado por Manieri na sequência da gravação com Ivete Sangalo, em apresentação feita pelo artista em 12 de novembro, na cidade de São Paulo (SP), com as participações de Alexandre Pires, Chitãozinho & Xororó e Daniel, entre outros nomes. Na ocasião da gravação do show, Manieri inclusive apresentou as imagens captadas no encontro com Ivete na Bahia. Essas imagens deram origem ao clipe que também será lançado pelo cantor na quinta-feira, 6 de agosto, simultaneamente com a chegada do single Me devendo um beijo às plataformas de áudio. Capa do single 'Me devendo um beijo', de Maurício Manieri e Ivete Sangalo Reprodução
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