MC Kevinho anuncia edição de single com o funk ‘Avançada’
♪ MC Kevinho lança inédita música autoral menos de um mês após reaparecer como convidado de Festa, single lançado em julho pelo astro pop português David Carreira. Kevinho – nome artístico de Kevin Kawan de Azevedo, funkeiro paulista que ganhou visibilidade com o single Olha a explosão (2016) – está anunciando neste domingo, 2 de agosto, a edição do single Avançada. Funk de 150 BPM, Avançada será apresentado em single programado para a próxima sexta-feira, 7 de agosto, em edição simultânea com o clipe da música. A capa do single Avançada já pode ser vista nas redes sociais do artista, cujo último single solo, Te gusta, foi lançado em maio e alcançou bom desempenho nas paradas de Portugal.
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Roberta Miranda vai atrás de ‘Ponto G’ para atingir sucesso com música da dupla Os Nonatos
Cantora lança single com regravação da composição já conhecida no universo sertanejo nas vozes de Gusttavo Lima e de Edy Britto & Samuel. Capa do single 'Ponto G', de Roberta Miranda Divulgação ♪ Em sincronia com o Dia do orgasmo, celebrado em 31 de julho, Roberta Miranda lançou o single Ponto G com regravação dessa música de versos sensuais. Composição de Nonato Costa e Nonato Neto, Ponto G já tem longa trajetória de sucesso no universo sertanejo. A música foi lançada oficialmente em 2009 nas vozes de Os Nonatos – dupla que se dissolveu em agosto de 2018, 26 anos após ter sido formada em janeiro de 1992 pelo cearense Raimundo Nonato Costa com o paraibano Raimundo Nonato Neto – e teve o sucesso ampliado em 2013 na vozes da dupla Edy Britto & Samuel em gravação que reverberou sobretudo na região centro-oeste do Brasil. No ano seguinte, em 2014, foi a vez do então emergente cantor Gusttavo Lima incluir Ponto G no repertório do segundo álbum de estúdio do artista, Do outro lado da moeda. Seis anos depois, Roberta Miranda revitaliza Ponto G, em gravação valorizada pelo arranjo mais dançante, com a esperança de atingir mais uma vez o sucesso no universo sertanejo.
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Morris assenta as pedras de álbum construído a partir de exposição do artista chinês Ai Weiwei
♪ Cantor, compositor e músico paulistano, Morris Picciotto lança o segundo álbum neste segundo semestre de 2020 via YB Music. Intitulado Homem Mulher Cavalo Cobra, o disco já está pronto, tendo sido gravado sob direção artística de Romulo Fróes com 13 músicas no inédito repertório autoral. Cada faixa do álbum é caracterizada como uma “pedra” e ganha um número sequencial. Oito “pedras” já foram paulatinamente apresentadas em singles e/ou clipes com os quais Morris vem assentando os alicerces deste disco gerado a partir da ida do artista a uma exposição de Ai Weiwei, designer arquitetônico e artista plástico chinês. A visão da mostra retrospectiva de Weiwei – em cartaz em São Paulo (SP) em 2018 – inspirou Morris a compor as músicas Boia de pedra (ainda inédita) e Pátria bipolar (apresentada em junho). A partir da associação de Morris com Romulo Fróes, o conceito do disco foi expandido e estruturado em quatro blocos temáticos, preenchidos por parcerias de Morris com artistas associados à cena indie da cidade de São Paulo (SP). O bloco Morte compreende as composições Doía (Morris e Romulo Fróes), Espelho cego (outra parceria de Morris com Romulo) e Um dia lindo para morrer (Morris e Clima). O bloco Identidade abrange as músicas Alguma algum ninguém (Morris e Maurício Pereira), Longe da árvore (Morris e Juliana Perdigão) e O meu lugar nenhum lugar (Morris). Já o bloco Mitologia abarca as faixas Dois irmãos (parceria de Morris com Rodrigo Campos, programada para ser lançada na sexta-feira, 7 de agosto), a música-título Homem Mulher Cavalo Cobra (Morris) e Onça-çá (Morris e Clima). Por fim, o bloco Pessoas inclui Desalentado (Morris e César Lacerda) e Exausta (parceria de Morris com Alice Coutinho gravada com a voz de Juçara Marçal), além das já mencionadas faixas Boia de pedra e Pátria bipolar. O álbum Homem Mulher Cavalo Cobra foi formatado com os toques de músicos como Allen Alencar (guitarra), Igor Caracas (bateria), Felipe Roseno (percussão), Marcelo Cabral (baixo synth) e Rodrigo Campos (guitarra), além do próprio Morris (no violão de nylon).
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Discos para descobrir em casa – ‘…E no entanto é preciso cantar’, Carlos Lyra, 1971
Capa do álbum '…E no entanto é preciso cantar', de Carlos Lyra José Maria de Mello ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – …E no entanto é preciso cantar, Carlos Lyra, 1971 ♪ Entre o fim dos anos 1960 e o início dos anos 1970, décadas antes de o Japão se tornar o país que mais valoriza a bossa nova, o México abrigou ícones do gênero que partiram do Brasil em exílios voluntários. Quando a bossa já não era soava tão nova aos ouvidos do público do Brasil, então mais atraído pelas inflamadas competições travadas nos festivais e pela rebeldia industrializada da Jovem Guarda, a saída foi o aeroporto. Grandes e fundamentais nomes da bossa nova – como Carlos Eduardo Lyra Barbosa, carioca nascido em 11 de maio de 1933 – tomaram um avião para os Estados Unidos. Dos EUA, alguns partiram para o México, onde se aclimataram. Foi o caso de Lyra, cantor, (excepcional) compositor e músico que morou lá de 1968 a 1971, tendo inclusive feito dois discos no México, sendo um álbum com repertório inédito produzido pelo violonista Rubén Fuentes, Carlos Lyra… Saravá!, gravado em 1969, lançado em 1970 naquele país e somente editado no Brasil em 2001. Nono dos 22 álbuns que compõem a discografia oficial de Carlos Lyra, …E no entanto é preciso cantar foi lançado em 1971 pela gravadora Philips e marcou a volta do artista ao Brasil. Produzido por Roberto Menescal, com arranjos do compositor e violonista Théo de Barros (parceiro de Geraldo Vandré em Disparada, para quem não liga o nome à música…) e com repertório inteiramente autoral, o álbum …E no entanto é preciso cantar alternou músicas inéditas – assinadas por Lyra sozinho ou com novos parceiros como Chico Buarque, Jésus Rocha e Ruy Guerra – com regravações de títulos marcantes do cancioneiro desse compositor que se impôs como o maior melodista da bossa nova depois do soberano Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994). Aliás, o próprio Jobim enaltecia publicamente as qualidades do colega. “Grande melodista, desenhista, harmonista, rei do ritmo, da síncope, do desenho, do desenho, da ginga, do balanço, da dança, da lyra. Lyrista e lyricista, romântico de derramada ternura, nunca piegas, lacrimoso ou açucarado. Formidável compositor”, derramou-se Jobim, jogando com as palavras no texto De Carlos a Carlos, escrito para o prefácio do Songbook Carlos Lyra (1993), livro de partituras produzido por Almir Chediak (1950 – 2003). Algumas dessas qualidades do compositor foram reveladas em disco em 1956 quando Sylvia Telles (1935 – 1966) deu voz macia à canção Menino, apresentada no ano anterior por Geraldo Vandré – sob o pseudônimo de Carlos Dias – com o título no gênero original (Menina) em festival de TV. Na sequência da gravação de Sylvia Telles, o conjunto Os Cariocas gravou o samba Criticando em disco lançado em 1957, somente três anos após Lyra ter se iniciado no ofício da composição com a criação da música Quando chegares. No embalo da revolução estética consumada em 1958 por João Gilberto (1931 – 2019), Carlos Lyra gravou o primeiro álbum em 1959, sintomaticamente intitulado Bossa nova, cujo repertório incluiu Maria ninguém, composição revivida por Lyra no disco de 1971 em que o cantor se reapresentou para o público do Brasil. Maria ninguém, cabe ressaltar, foi gravada por João Gilberto no mesmo LP de 1959 no qual o cantor baiano também registrou Lobo bobo, standard da parceria de Lyra com Ronaldo Bôscoli (1928 – 1994), composto em 1957. Por isso mesmo, Bossa nova foi título muito natural para o álbum de estreia de Carlos Lyra, cantor, compositor e violonista afinado com a estética do movimento. Só que Lyra sempre teve forte ideologia social – sinalizada no disco de 1971 no título …E no entanto é preciso cantar, indicativo dos tempos ditatoriais vividos pelo povo brasileiro na época – e politizou o cancioneiro a partir dos anos 1960. Esse tom socialista impresso ao cancioneiro de Lyra tem sido interpretado erroneamente como “ruptura” do compositor com a estética da bossa nova. No entanto, isso – a guinada rumo ao engajamento musical – também foi muito natural. Afinal, em 1960, ano que as músicas do álbum Bossa nova ainda estavam conquistando o Brasil, o compositor já criava a trilha sonora da peça A mais valia vai acabar, seu Edgar (1960), texto do dramaturgo e diretor paulistano Oduvaldo Vianna Filho (1936 – 1974), o também engajado Vianinha. Foi por isso que, ao reaparecer no mercado fonográfico brasileiro em 1971, Lyra regravou tanto canções apaixonadas – joias do alto quilate melódico de Minha namorada (introduzida a capella na regravação do disco antes de o violão do artista se fazer ouvir em registro minimalista) e Primavera, parcerias do compositor com o poeta Vinicius de Moraes (1913 – 1980), ambas apresentadas em 1964 – como músicas mais politizadas, caso da resistente Marcha da quarta-feira de cinzas (1963), de cuja letra foi extraído o título …E no entanto é preciso cantar para esse álbum de 1971 que se equilibrou entre o passado e o presente musical de Carlos Lyra. Composição inédita que abriu o disco, Identidade expôs questionamentos do artista diante da passagem do tempo e do fluxo inexorável da vida. “Vejo a imagem se apagando / Ouço a voz se transformando / E pergunto a quem não vejo: / Por que meu rosto no espelho / Já não reflete ninguém”, se indagou o artista. Com arranjo que evocou a leveza da bossa nova sem emular clichês do gênero, a canção em inglês I see my passing by reuniu o artista com a atriz e cantora Kate Lyra, parceira na composição e convidada da gravação. Norte-americana, Kate já era mulher de Lyra na época, tendo se casado com o compositor no México, anos após terem se conhecido no Brasil, quando Kate foi fazer teste para integrar o elenco de Pobre menina rica, musical de teatro que, a rigor, nunca foi encenado como peça, mas que legou para posteridade a bela trilha sonora de Lyra e Vinicius. A propósito, como Lyra regravou no disco de 1971 a mais sublime canção dessa trilha, Primavera, o confronto da melodia dessa composição com as de músicas inéditas como Lenda do Rio Vermelho resultou até cruel. Já o balanço do então inédito samba Até parece resultou imponente, o que tornou injusto o esquecimento desse samba nesse álbum de 1971 em que Lyra também deu voz a O pregoeiro – parceria então inédita com o compositor Jésus Rocha – antes de reavivar Canção que morre no ar (Carlos Lyra e Ronaldo Bôscoli, 1960) com arranjo de tom lírico. Primeira e única parceria de Carlos Lyra com Chico Buarque, o samba Essa passou foi gravado com arranjo de cordas e com a adesão vocal de Chico, que nunca registrou a composição na própria discografia. Detalhe: Beth Carvalho (1946 – 2019) também gravou o samba de Lyra e Chico em raro single editado naquele ano de 1971. Da safra inédita do álbum …E no então é preciso cantar, a composição Mariana – parceria de Lyra com Ruy Guerra – se impôs, ao lado do samba Até parece, como a joia perdida neste disco de transição. Sem se intimidar com o glorioso passado como compositor, Carlos Lyra renovou o repertório autoral em álbuns posteriores como Eu & elas… (1972) e Herói do medo (1975). A partir dos anos 1980, o artista aderiu aos periódicos revivals do cancioneiro da bossa nova em discos e shows, fazendo eventuais álbuns de músicas inéditas como Carioca de algema (1994) e o estupendo Além da bossa (2019). Aos 87 anos, completados em maio de 2020, Carlos Lyra segue firme, com a consciência de que, no entanto, é preciso cantar…
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G1 Ouviu, podcast de música, chega ao episódio #100 com quase 3 milhões de downloads
Programa tem análises e entrevistas sobre novidades musicais. Entre abril e maio, podcast foi o 5º mais ouvido da América Latina, com média de 213 mil downloads semanais. Pedro Sampaio, Niack, Any Gabrielly, Dua Lipa, Clairo, Bad Bunny, Marília Mendonça, Gloria Groove, Run The Jewels, Billie Eilish e Lauana Prado estão em top 100 do G1 Ouviu Divulgação O podcast G1 Ouviu chega ao episódio #100 nesta semana. Sempre aos domingos, o programa fica disponível com um guia de novidades musicais. Entre 13 de abril a 10 de maio de 2020, o G1 Ouviu foi o quinto podcast mais ouvido da América Latina, com média de 213 mil downloads semanais, segundo a empresa Triton Digital, que compila os dados. Entre agosto de 2018 e setembro de 2019, em sua primeira fase, o programa tinha os lançamentos musicais de cada semana comentados por Braulio Lorentz, Rodrigo Ortega, Gabriela Sarmento e a equipe de Pop & Arte do G1. A partir de setembro, o podcast passou a explicar um tema da música por semana, do proibidão ao gospel, sem preconceitos. O centésimo episódio do podcast é especial e traz uma lista com 100 músicas para entender os principais movimentos da música brasileira e internacional hoje. Contando as duas fases, o podcast tem quase 3 milhões de downloads. Foram explicadas tendências e contadas histórias dos hits que você ouve, com entrevistas e análises. Em suas cem edições, o G1 Ouviu já falou de temas como: O show mais surreal da história do Rock in Rio O que é playback e por que (quase) todo mundo usa? As várias facetas do funk: acelerado, consciente, global, rave Anitta x Ludmilla e outras disputas pelas autorias de hits Hits sobre depressão e ansiedade têm contraindicação? Qual é o legado do Skank? 'Voz do Google' desponta no pop brasileiro Pabllo Vittar, Anitta e a força do pop brasileiro fora daqui Desabafos e o peso da fama dos popstars sertanejos A dona da música mais ouvida no YouTube em 2019 Pisadinha, piseiro: a força do forró no teclado O brega-funk que veio da panela de uma avó Trilhas e personagens musicais do Big Brother Brasil Como nasce uma trilha digna de Oscar? Quais os hits do Carnaval 2020? LGBT fora do pop: Rap, fado e sertanejo em busca de diversidade O 'sertanejo jurídico' e a musa advogada de 'Liberdade provisória' O impacto da pandemia no mundo da música A era das lives: De Coldplay a Gusttavo Lima Cultura do cancelamento: Do Rei do Pop aos príncipes do funk Baladas à distância: como está a cena noturna na quarentena? Como hinos de louvor invadiram as lives mais vistas do Brasil? Sem shows, sem renda: o impacto da crise para músicos e técnicos Faixa a faixa dos novos álbuns de Lady Gaga, Bob Dylan e Pearl Jam Lives de pagode reavivam o amor dos brasileiros pelo ritmo São João 2020: lives, causos e a saudade das festas juninas Shows drive-in: estranhamento, buzinas e cachês mais baixos Você pode escutar o G1 ouviu no G1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o G1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar.
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Teatro on-line: companhias se reinventam em peças no Zoom com atores em casa
Espetáculos na quarentena usam tecnologia para tentar recriar o jogo teatral e manter grupos ativos. Thiago Lacerda e diretores comentam experiências digitais acompanhadas pelo G1. 'A Arte de Encarar o Medo', do grupo Os Satyros, está em cartaz no Zoom Divulgação A sala do aplicativo Zoom tem se mostrado versátil nesta quarentena. Ela é usada para reuniões de trabalho, para aulas on-line, para festas de aniversário à distância, para baladas virtuais e agora virou palco de teatro. Sem poder aglomerar pessoas em salas ou teatros, artistas e companhias têm se reinventado durante o isolamento social e criado espetáculos transmitidos pela plataforma ou através de lives nas redes sociais (veja agenda de eventos abaixo). Em vez daquele burburinho das pessoas entrando no teatro, os momentos pré-espetáculo são de ajustes. Você precisa deixar o vídeo e o microfone desligados e marcar a opção de mostrar apenas quem está com a câmera aberta em destaque. Um dos "truques" de "A Arte de Encarar o Medo", do grupo paulistano Os Satyros, e de "Parece Loucura, mas Há Método", da Armazém Companhia de Teatro do Rio, é abrir e fechar câmeras. As narrativas vão se desenvolvendo e os atores ligam a câmera, fazem suas cenas em destaque, depois desligam e vão para a "coxia imaginária". Nos espetáculos com 18 e 10 atores, respectivamente, a movimentação é ágil. Além das boas atuações, as trilhas bem marcadas e efeitos visuais contribuem para o clima das peças. Peça virtual em que o público vota e decide o final do espetáculo Interatividade x falta do público no espaço Já que o calor do público não pode ser sentido presencialmente, os dois espetáculos vistos pelo G1 buscam se aproximar das pessoas pela interatividade na internet. Em "A Arte de Encarar o Medo", dois atores perguntam no começo quais são os medos do público. A peça se passa 5.555 dias depois do início da quarentena em uma sociedade ainda em isolamento. "A gente encontrou essa solução para poder ter um vínculo real com o público, manter a conexão que durasse no espetáculo", explica Rodolfo García Vázquez, um dos fundadores do Satyros e diretor da peça. Depois de cada sessão, os atores também convidam o público para ligar suas câmeras e participar de uma roda de conversa. "Acaba se tornado até mais caloroso e forte do que quando é presencial e não tem nenhuma ação depois", continua. "Apesar de tecnológica e não corpórea, está sendo uma experiência bastante humana e intensa", defende o diretor. Peça "Parece Loucura mas há Método" da Armazém Companhia de Teatro Divulgação Já em "Parece Loucura, mas Há Método", são nove personagens de Shakespeare que fazem "batalhas" de cenas e o público que vota em quem deve continuar. O desejo da participação das pessoas não é novidade para a companhia. "O público precisa experienciar algo que o transforme, que o coloque de forma ativa no processo do espetáculo", diz o diretor Paulo de Moraes. "A internet dá voz a todos, então, pensamos que o espetáculo precisaria dar também essa 'voz'. Fazemos uma brincadeira com essa cultura do 'cancelamento', propondo que o público escolha as histórias que quer continuar conhecendo e 'cancele” outras'", explica. Teatro em lives Thiago Lacerda em cena de 'Quem Está Aí? – Monólogos de Shakespeare' feita através de uma transmissão on-line Reprodução/YouTube/Sesc São Paulo Quem também fez uma peça on-line com textos de Shakespeare foi o ator Thiago Lacerda para o projeto Em Casa com o Sesc. A experiência, nesse caso, é diferente para quem faz e para quem assiste, porque é uma live em que o ator interpreta o texto para uma câmera. É bem mais limitado do que os espetáculos via Zoom, e talvez por isso a sensação para Lacerda nem é a de teatro. "Não acho que o que aconteceu tenha sido teatro. Talvez a gente precise encontrar um outro nome para o que é", diz o ator ao G1. "Ao mesmo tempo que foi estranho, foi desafiador, foi revelador, foi gratificante, foi poderoso, foi comunicativo". Ele interpretou "Quem Está Aí", uma montagem de três monólogos de Shakespeare, que já faz há 10 anos, e sentiu falta do público mesmo falando para mais de mil pessoas ao vivo. O espetáculo está disponível no canal de YouTube do Sesc, assim como peças e shows transmitidos anteriormente. É rentável financeiramente? Sem espetáculos e sem poder dar aulas ou oficinas, a renda de quem vive de teatro ficou bastante comprometida durante a pandemia. Além de manter os artistas ativos, o teatro on-line tem sido uma alternativa financeira viável para estes tempos difíceis. Ainda mais porque o público na internet tem potencial para ser muito maior. "A gente paga aluguel sem ter nenhum tipo de rendimento e a opção que nos resta é entregar o imóvel e começar nossa vida do zero", diz Vázquez, dos Satyros. O diretor diz que a bilheteria on-line fica em torno de 60% a 70% do que eles faturam no teatro na Praça Roosevelt em São Paulo, mas que houve picos perto da estreia que superaram a marca do teatro físico. "A gente pode ter até mil pessoas na sala do Zoom. Nossa sala só cabe 60 pessoas presencialmente. Então a gente tem capacidade para ter muito mais público", diz. A peça fica em cartaz por tempo indeterminado e a companhia se organiza para duas montagens internacionais: uma americana e outra europeia-africana com atores de 9 países diferentes. "É uma loucura pensar que a gente está ensaiando uma peça que as pessoas estão a 20 mil km de distância umas das outras e estão contracenando, criando cenas, criando emoções ao vivo", completa Vázquez. O monólogo "Todos os Sonhos do Mundo", com o ator Ivam Cabral e fundador do Satyros, também está em cartaz. Para Moraes, da Armazém Companhia de Teatro, estar fazendo teatro on-line também é simbólico: "Essa nossa estreia é uma tentativa de resistência, de reconstrução da possibilidade de viver do nosso trabalho". Concentração e frio na barriga No bate-papo pós-espetáculo, os atores dos Satyros falam que a experiência é próxima do teatro presencial e que dá até para sentir um leve ansiedade antes da transmissão. "O frio na barriga indica que o que a gente faz é teatro também. Acho que é uma ferramenta que veio para ficar, para nos acolher nessa resistência", diz o ator Fábio Penna. "O teatro não é mais regional, é para o mundo". Lidar com questões imprevisíveis e com o acaso também reforçam o fazer teatral no on-line. Vázquez diz que já houve sessões em que a internet caiu e o ator fez a cena com a internet do celular e, em outra, acabou a luz na casa e foi preciso acender velas. Peça "Parece Loucura mas há Método", da Armazém Companhia de Teatro, faz o público escolher qual personagem deve continuar em cena Divulgação Moraes também falou do estado de atenção dos atores mesmo em casa: "É uma concentração muito parecida. Falta o contato mais físico com os parceiros de cena, mas estamos todos conectados, em estado de atenção constante". "Cada um separou um canto de sua casa que virou um misto de camarim, coxia e palco", diz o diretor. Ele ensaiou com os atores separadamente em reuniões virtuais em que eles discutiam como seria o cenário e o figurino. Opção mais democrática? Toda a estrutura de um espetáculo em cartaz, com técnicos, cenógrafos, iluminadores e todos os outros profissionais dos bastidores, não é igual no teatro on-line, mas a alternativa democratizou de certa forma o acesso aos espetáculos dessas companhias. Nas salas de zoom, pessoas de todas as cidades do Brasil e do mundo podem ver o que os grupos de São Paulo e do Rio produziriam em suas cidades. "Nosso público mudou completamente. Passou a ser pessoas que moram na esquina da Praça Roosevelt, que já acompanham nosso trabalho há muito tempo, pessoas que estão em Manaus, no interior do Mato Grosso", diz Vázquez, do grupo Os Satyros. "É como se abrisse uma porta de um novo mundo, um mundo em que o artista não se sente incapaz. Essa pandemia nos colocou em uma posição muito vulnerável como artista", afirma o diretor. Peças em cartaz "Parece Loucura, mas há Método", da Armazém Companhia de Teatro Elenco: Charles Fricks, Isabel Pacheco, Jopa Moraes, Kelzy Ecard, Liliana de Castro, Luis Lobianco, Marcos Martins, Patrícia Selonk, Sérgio Machado e Vilma Melo. Quando: sextas e sábados, às 20h; domingos, às 18h Onde: Aplicativo Zoom Ingressos: a partir de R$ 10 no site. O espectador escolhe o valor do ingresso que quer adquirir. "A Arte de Encarar o Medo", da companhia Os Satyros Direção: Rodolfo García Vázquez Elenco: Ivam Cabral, Eduardo Chagas, Nicole Puzzi, Ulrika Malmgren, Diego Ribeiro, Dominique Brand, Fabio Penna, Gustavo Ferreira, Henrique Mello, Julia Bobrow, Ju Alonso, Marcelo Thomaz, Marcia Dailyn, Mariana França, Sabrina Denobile e Silvio Eduardo Quando: sextas e sábados, às 21h; domingos, às 16h Onde: Aplicativo Zoom Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), há ingresso solidário e também a opção de fazer uma doação para o grupo. "Todos os Sonhos do Mundo", da companhia Os Satyros Direção: Rodolfo García Vázquez Elenco: Ivam Cabral Quando: sextas e sábados, às 21h; domingos, às 16h Onde: Aplicativo Zoom Ingressos: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia), há ingresso solidário e também a opção de fazer uma doação para o grupo. Em Casa Com Sesc Canal de YouTube do Sesc transmite peças, shows e palestras semanalmente. A programação é postada nas redes sociais. Projeto ‘Teatro On-line’ vai arrecadar dinheiro para ajudar profissionais do teatro
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‘Torre de Babel’ chega ao Globoplay com vingança e vilã querida
Novela de Sílvio de Abreu teve Tony Ramos, Adriana Esteves e Tarcísio Meira em trama sobre violência e desigualdade social. Relembre história e veja curiosidades e fotos. Tony Ramos em 'Torre de Babel' Jorge Baumann/Globo "Torre de Babel", sucesso no final dos anos 1990, chega ao Globoplay nesta segunda (3) com história sobre violência e desigualdade social. Para ajudar a relembrar a novela de Sílvio de Abreu, o G1 publica curiosidades, com dados do Memória Globo. A trama principal é a clássica vingança. José Clementino (Tony Ramos) trabalhava na construção de um shopping center. Durante uma festa, flagra a esposa com dois homens e a mata com golpes de pá. César Toledo (Tarcísio Meira), dono do shopping, chama a polícia e depõe contra o empregado. Depois de 20 anos na cadeia, Clementino consegue um emprego como vigia do shopping com objetivo de destruí-lo. Em entrevista ao Memória Globo, Tony Ramos contou como construiu seu personagem: "O Clementino começou como eu gostava. Na primeira etapa, ele era feliz, cabeludo, comendo feijoada. Quando chegou a sinopse dos seis primeiros episódios, levei um susto. Ele tinha um tipo de vilania que nem a mídia e nem o público estava sabendo como lidar." Torre de Babel: Clementino mata a esposa Silvio de Abreu queria abordar a violência das grandes cidades e criticar o encarceramento como solução dos problemas de segurança. "A única maneira é fazer com que a sociedade mude, e as pessoas tenham condição de vida melhor. O personagem do Tarcísio Meira pensa: 'não vejo condição de essa pessoa mudar de vida. Ela tem que sair da sociedade para que eu possa sobreviver’. Uma colocação muito radical”, disse em entrevista ao Memória Globo. Personagens queridos Depoimento – Adriana Esteves: A personagem Sandrinha, de "Torre de Babel" Adriana Esteves fez bastante sucesso como Sandrinha, filha de José Clementino. A vilã não perdoou o pai por ter assassinado sua mãe e odiava a família inteira. Ambiciosa, trabalha como garçonete e se envolve com Alexandre Toledo (Marcos Palmeira) por interesse. "Fiz permanente para usar aqueles cachinhos no cabelo e emagreci para botar aquelas roupas superindecentes. E a personagem foi crescendo, foi um gol de equipe. Era uma vilã cheia de humor. As pessoas riam do jeito dela de ajeitar a calcinha. Uma mequetreférrima”, disse Adriana. Outros personagens queridos foram Jamanta (Cacá Carvalho) e Bina Colombo (Claudia Jimenez). Abandonado na porta do ferro-velho, Jamanta era um tipo ingênuo, quase bobo. Grandão e meio assustador, desenvolveu um tique nervoso, que manifestava toda vez que era contrariado. Já Bina lançou um bordão. Com sua personalidade forte, ela sempre impedia a amiga de falar, com a frase: “Cala a boca, Luzineide!”. Veja curiosidades sobre 'Torre de Babel': Para viver Clementino, Tony Ramos raspou os cabelos, emagreceu oito quilos e meio e apareceu com a barba por fazer em vários capítulos. Por meio do personagem de Ramos, Silvio de Abreu aproveitou para falar da dificuldade que os ex-presidiários encontram quando tentam retornar ao mercado de trabalho e de como a escassez de oportunidades e o preconceito social contribuem para que muitos voltem ao crime. Os atores Tony Ramos, Victor Fasano e Cleyde Yáconis ganharam o prêmio Master de 1998 nas categorias Melhor Ator, Personalidade e Hour-Concours, respectivamente. Em 1999, a novela foi considerada a melhor do ano pelos jurados do Troféu Imprensa. Tony Ramos foi escolhido o melhor ator, e Adriana Esteves, a melhor atriz. O público não aceitou o namoro entre a ex-modelo e empresária Leila (Silvia Pfeifer) e Rafaela (Christiane Torloni) e o vício em drogas de Guilherme (Marcello Antony). Para não perder a audiência, o autor matou Leila e Guilherme durante a explosão do shopping. A ideia de Sílvio era aproximar Leila de Marta (Glória Menezes). As duas se tornariam grandes amigas. A partir dessa relação, ele queria discutir o preconceito em relação à amizade entre heterossexuais e homossexuais. Fake news divulgadas diziam que as duas, na verdade, teriam uma relação. Segundo Silvio de Abreu, a repercussão dessa trama fictícia chocou o público, que não queria ver Glória Menezes e Silvia Pfeifer em cenas de intimidade. Para a gravação das cenas da explosão, foram importados mais de US$ 200 mil em equipamentos de efeitos especiais. O cenógrafo Mário Monteiro construiu três maquetes idênticas ao shopping, mas com proporções diferentes: a maior era seis vezes menor do que o shopping original. A segunda era dez vezes menor, e a terceira, 20. A explosão durou cerca de seis minutos no ar. Torre de Babel: O shopping explode Veja fotos: Maitê Proença e Tony Ramos em 'Torre de Babel' Arley Alves/Globo. Adriana Esteves em 'Torre de Babel' Jorge Baumann/Globo Cacá Carvalho em 'Torre de Babel' Arley Alves/Globo Marcos Palmeiras e Adriana Esteves em 'Torre de Babel' Arley Alves/Globo Claudia Raia, Edson Celulari e Isadora Ribeiro em 'Torre de Babel' Jorge Baumann/Globo Tarcísio Meira em 'Torre de Babel' Jorge Baumann/Globo Explosão em 'Torre de Babel' Jorge Baumann/Globo Juca de Oliveira em 'Torre de Babel' Jorge Baumann/Globo Marcello Anthony em 'Torre de Babel' Jorge Baumann/Globo Glória Menezes em 'Torre de Babel' Arley Alves/Globo Sílvia Pfeifer e Christiane Torloni em 'Torre de Babel' R. Marques/Globo Etty Fraser e Claudia Jimenez na novela 'Torre de Babel', de 1998 Acervo TV Globo Etty Fraser na novela 'Torre de Babel', de 1998 Acervo TV Globo
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Ronni Hawk, atriz de seriado da Disney, é presa após acusação de lesão corporal
Segundo site TMZ, estrela do seriado 'Stuck in the Middle ('Irmã do meio')' foi presa após polícia encontrar marido da atriz ferido depois de discussão entre casal. Ronni Hawk, atriz de seriado da Disney, é presa após acusação de lesão corporal Reprodução/Instagram Ronni Hawk, estrela do seriado da Disney "Stuck in the Middle ('Irmã do meio')", foi presa após acusações de violência doméstica e lesão corporal contra o marido. Segundo o site TMZ, a atriz de 20 anos foi detida na sexta-feira (31), em Los Angeles. Ainda de acordo com a publicação, policiais foram chamados até a casa do casal sob alegações de "distúrbio doméstico" e, chegando ao local, encontraram um homem ferido. Os policiais informaram que houve uma discussão verbal entre o casal e que, em algum momento, a briga se tornou física. Por causa dos ferimentos, a atriz acabou detida. De acordo com o site TMZ, Ronni Hawk teve sua fiança estabelecida em US$ 100 mil. Violência doméstica no mundo aumenta durante a pandemia
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Menininha de 6 anos faz sucesso reproduzindo coreografia de Beyoncé em ‘Black is king’; veja
A influenciadora mirim Gray Skye aparece em vídeo dançando a música 'My power', do novo álbum visual da estrela pop. Postagem já tem mais de 20 mil curtidas. A influenciadora Gray Skye em vídeo em que reproduz trecho de álbum de Beyoncé Reprodução/Instagram Uma garotinha de seis anos encantou a internet ao reproduzir um trecho do novo álbum visual de Beyoncé, "Black is king". Gray Skye aparece em um vídeo com um figurino semelhante ao da cantora e dançando a coreografia da música "My power". A comparação das duas performances tem mais de 20 mil curtidas no Instagram. Initial plugin text Gray já era famosa na rede social antes da publicação. Quase 540 mil pessoas acompanham suas postagens de dança, geralmente com hits do hip hop. Ela também tem uma carreira musical e grava vídeos mostrando sua rotina com a família para seu canal no YouTube. 'Rei leão' recriado "Black is king" é uma recriação da saga de "O rei leão". O remake da história lançado em 2019, que reconta a animação de 1993 com imagens realistas dos animais, tem trilha de Beyoncé. As músicas do filme inspiraram o novo álbum visual. Beyoncé no trailer de 'Black is king' Reprodução/Instagram/beyonce Na nova história, Simba é um garoto negro que acha em suas raízes força para viver em 2020. O marido da cantora, Jay-Z, e a filha do casal Blue Ivy, 8, participam da produção, além de nomes como Naomi Campbell e Kendrick Lamar.
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Orquestras infantis argentinas fazem ensaios virtuais durante quarentena
Professores tiveram que reinventar suas aulas para lidar com a internet lenta e fazer com que as crianças tocassem juntas online. Marcela Sosa, de 12 anos, toca em uma orquestra infantil de Buenos Aires e tem participado de ensaios online por conta da pandemia Agustin Marcarian/Reuters Marcela Sosa tem sua própria fuga do tédio do isolamento por coronavírus na pequena casa de Buenos Aires que a menina de 12 anos compartilha com outras seis pessoas: seu violino e um computador conectado que permite que integrantes de sua orquestra juvenil toquem juntos online. A capital da Argentina e arredores estão sob confinamento desde 20 de março, um dos mais longos do mundo, com rígidas restrições aos movimentos e reuniões para tentar limitar a propagação do vírus. Mas as infecções por coronavírus aumentaram nas últimas semanas, agora ultrapassando 175 mil em todo o país. "Estou sempre ansiosa para entrar no (aplicativo de bate-papo por vídeo) Zoom, ver meus colegas, meus professores e aprender coisas novas", disse Sosa, que toca na orquestra de La Boca, uma das 13 que compõem um programa para crianças e jovens em Buenos Aires. Cerca de 1.500 jovens de 6 a 19 anos, de áreas de baixa renda, participam do programa de música que existe há 22 anos. Quando ocorreu a pandemia, os professores tiveram que reinventar suas aulas para lidar com a internet lenta e fazer com que as crianças tocassem juntas online. Clarisa Orfila, professora de violino da orquestra infantil de Buenos Aires, ensina os alunos via Zoom durante a pandemia Agustin Marcarian/Reuters "Eles estão super conectados. Na verdade, eles aprendem mais, estão tocando melhor do que quando nos vimos", disse Clarisa Orfila, professora de viola, acrescentando que a música se tornou um caminho para muitas crianças descontraírem. As aulas usam música e vídeo para envolver as crianças e ajudar a criar um senso de comunidade em um momento de distanciamento social forçado, mesmo que algumas delas não tenham acomodações espaçosas. "É complicado, porque você só pode usar os instrumentos de acordo com o espaço que você tem. Em outras palavras, para o contrabaixo você precisa de espaço para configurá-lo", disse Juan Martín Alfonso, 12, que toca o instrumento. "Mas ainda é divertido estar em uma videoconferência." Ivan, de 12 anos, toca em uma orquestra infantil de Buenos Aires e tem estudado em casa durante a pandemia Agustin Marcarian/Reuters Semana Pop: como a pandemia afetou as produções de seriados médicos
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