Rapper Megan Thee Stallion diz que foi baleada antes da prisão de Tory Lanez
Artistas haviam discutido em carro no domingo (12). Lanez chegou a ser preso por porte de arma, mas foi liberado após pagar fiança de US$ 35 mil. Megan Thee Stallion Reprodução/Instagram A rapper Megan Thee Stallion revelou que foi baleada no domingo (12), antes da prisão de Tory Lanez. Segundo testemunhas ouvidas pela polícia, os rappers foram vistos discutindo dentro de um carro em Hollywood Hills antes que disparos fossem ouvidos. "No domingo de manhã, sofri ferimentos de bala, como resultado de um crime que foi cometido contra mim com a intenção de me machucar fisicamente. Eu nunca fui presa, os policiais me levaram ao hospital, onde fui submetida a uma cirurgia para remover as balas. Era importante esclarecer os detalhes sobre essa noite traumática", disse ela. Initial plugin text Segundo o TMZ, a polícia foi chamada para atender uma reclamação de perturbação na parte externa de uma residência em Hollywood Hills. Chegando ao local, vizinhos relataram tiros durante uma discussão dentro de um carro esportivo. Seguindo as descrições das testemunhas, a polícia encontrou o veículo onde estavam Tory Lanez e Megan Thee Stallion. Lanez foi detido, acusado de porte de arma. Durante a revista, foram encontrados uma arma escondida e outros quatro cartuchos. A rapper Megan Thee Stallion apresentava um ferimento no pé e foi levada ao hospital. Tory Lanez é preso por porte de arma; rapper pagou fiança de US$ e foi liberado Reprodução/Instagram A polícia de Los Angeles confirmou para a revista People que o rapper foi liberado após pagar fiança de US$ 35 mil (cerca de R$ 190 mil). Ele deve se apresentar ao tribunal em 13 de outubro. Horas antes do incidente, Megan e Tory apareceram juntos em uma live no Instagram de Kylie Jenner durante uma festa.
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Hackers postam fraude no Twitter de bilionários e famosos; usuários relatam que contas verificadas foram paralisadas
Mensagem em conta de Jeff Bezos, Bill Gates, Kim Kardashian e outros prometia 'pagamento em dobro' por bitcoin na tarde desta quarta (15). Twitter diz que investiga o caso e que pessoas poderiam ter dificuldade de postar enquanto isso. Mensagem fraudulenta surgiu no perfil de Kim Kardashian Reprodução/Twitter Hackers conseguiram publicar uma mensagem fraudulenta em diversos perfis de bilionários e famosos no Twitter na tarde desta quarta-feira (15), prometendo "retorno em dobro" para quem enviasse dinheiro a um endereço de bitcoin fornecido na mensagem. "Estamos cientes de um incidente de segurança impactando contas no Twitter. Estamos investigando e tomando medidas para corrigi-lo. Daremos mais informações em breve", disse o Twitter na noite desta quarta. A empresa também informou que pessoas poderiam estar impossibilitadas de tuitar ou de trocar a senha do seu perfil "enquanto nós revisamos e cuidados deste incidente". Contas verificadas, por exemplo, não estavam podendo postar no início da noite desta quarta. ALTIERES ROHR: Twitter ja foi alvo de outros golpes semelhantes Os posts já foram deletados da maioria dos perfis. Eles foram vistos nas contas do homem mais rico do mundo, Jeff Bezos, do fundador da Tesla Elon Musk, do fundador da Microsoft Bill Gates, do ex-presidente da Barack Obama, de Joe Biden, rival de Trump na disputa das eleições presidenciais dos Estados Unidos. A celebridade Kim Kardashian e o marido dela, o rapper Kanye West, também foram vítimas. Além destas personalidades, empresas como Uber e Apple também foram atacadas. A ação foi aparentemente coordenada e não se sabe quantos perfis foram atingidos. Por volta das 22h, o Twitter afirmou que "a maioria das contas pode tuitar novamente", e que enquanto a empresa trabalha em correções, essa funcionalidade pode apresentar instabilidade. Kim Kardashian Reprodução As mensagens começavam sempre com expressões do tipo "é hora de devolver" ou "estou me sentindo generoso". E muitas citavam a pandemia de Covid-19 como motivação para os "pagamentos em dobro". Jeff Bezos bate seu próprio recorde de pessoa mais rica do mundo As publicações começaram a aparecer em perfis de criptocorretoras, ou “exchanges” – como são chamadas as empresas que prestam serviços de câmbio entre criptomoedas como o Bitcoin e dólar. Até a última atualização desta reportagem, as carteiras já haviam recebido 12 bitcoins – o equivalente a cerca de R$ 650 mil. As transferências feitas em Bitcoin normalmente não podem ser desfeitas. Dessa maneira, quem enviou dinheiro à carteira informada nos tuítes não vai conseguir recuperar as moedas. Mensagem com golpe envolvendo bitcoin apareceu no Twitter de Jeff Bezos, dono da Amazon Reprodução/Twitter 'Golpista da bitcoin' é investigado por mais um crime
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Discos para descobrir em casa – ‘Ritmo perfeito’, Anitta, 2014
Capa do álbum 'Ritmo perfeito', de Anitta Reprodução ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Ritmo perfeito, Anitta, 2014 ♪ Em junho de 2014, quando Anitta lançou o segundo álbum de estúdio, Ritmo perfeito, nada fez supor a projeção massiva que a cantora e compositora carioca obteria na segunda metade dos anos 2010, em escalada vertiginosa que fez o nome da artista extrapolar as fronteiras do Brasil e ser conhecido em todo o universo pop, com incursões frequentes pelo mercado latino dos países de língua hispânica. Com o padrão da produção musical de Umberto Tavares e Carlos Lago da Costa (o Mãozinha), dois nomes fundamentais nessa fase inicial em que Anitta migrou paulatinamente do mundo do funk para o mercado de música pop, o álbum Ritmo perfeito soou como confirmação dos vícios e virtudes do primeiro álbum da artista, Anitta, lançado em 2013 pela mesma gravadora, Warner Music, que pôs Ritmo perfeito nas lojas simultaneamente com o primeiro registro audiovisual de show da carreira da cantora, Meu lugar. Gravado ao vivo em 15 de fevereiro em apresentação da cantora em arena do Rio de Janeiro (RJ), cidade natal de Anitta, o DVD Meu lugar foi lançado no mesmo mês de junho de 2014 em que o álbum Ritmo perfeito chegou ao mercado fonográfico brasileiro com 10 faixas. Meu lugar saiu oficialmente somente no formato de DVD, mas houve também tiragem limitada de edição dupla que trazia DVD e CD em embalagem de DVD (essa edição foi comercializada com exclusividade por rede de varejo). Evidentemente, houve interseções entre os repertórios do álbum Ritmo perfeito e do DVD Meu lugar. Com exceção da balada Vai e volta (Anitta), única música assinada pela artista sem parceiros neste segundo álbum de estúdio, as outras sete músicas inéditas também figuravam no roteiro do show perpetuado em DVD. Alocada quase ao fim do CD, antes do remix do funk Blá blá blá (Anitta, Jefferson Junior e Umberto Tavares), a balada Vai e volta mostrou Anitta no universo romântico da sofrência pop. Em Ritmo perfeito, Anitta começou a flertar mais frequentemente com o pop – em virada que a artista consolidaria a partir do impactante terceiro álbum de estúdio, Bang (2015) – sem nunca se dissociar do funk, embora o funk de Anitta já viesse enquadrado pelos produtores Mãozinha e Umberto Tavares na moldura plastificada que embalou o gênero para a classe média urbana das capitais do Brasil. Funks como No meu talento (Anitta, Jefferson Junior e Umberto Tavares) e o já mencionado Blá blá blá acenavam para o grande público que conheceu a cantora através do estouro de Show das poderosas (Anitta, 2012), hit blockbuster do primeiro álbum da artista, embora a música tenha surgido primeiramente em EP lançado por Anitta em agosto de 2012, um ano antes de a cantora ser contratada pela Warner Music. Esse grande público ouve funk e curte o batidão sem pertencer ao mundo dos bailes que animam comunidades e bairros das periferias do Rio de Janeiro. Foi nesse universo periférico (de importância subestimada na cultura fluminense) que, em 2010, Larissa Machado – menina pobre criada no bairro de Honório Gurgel, no subúrbio carioca – se transformou em Anitta, nome escolhido com inspiração na minissérie Presença de Anitta (TV Globo, 2001). A troca de nome foi sugestão do DJ Batutinha, funkeiro designado pela equipe da Furacão 2000 para burilar a cantora ainda imatura recém-contratada pela empresa, na época ainda uma forte donatária do milionário território do funk fluminense. Como estrela ascendente dos bailes funks promovidos pela Furacão 2000, Anitta aprendeu lições de música e marketing – não necessariamente nessa ordem – e as pôs em prática quando, em março de 2012, jogou na rede a primeira música autoral, Menina má, da lavra solitária da compositora. Menina má foi o primeiro hit de Anitta, a música que abriu caminho para a cantora fora dos bailes da Furacão 2000. Na sequência, Meiga e abusada (Anitta, Jefferson Junior e Cláudia Regina), música lançada em julho de 2012, ampliou a visibilidade da cantora em trajetória que despertou o interesse da gravadora Warner Music. E o resto foi uma história que ainda se desenrola e que tem um segundo álbum internacional previsto para ser lançado no fim de 2020, um ano e meio após o álbum trilíngue Kisses (2019). Só que, como dito, o álbum Ritmo perfeito jamais sugeriu em 2014 um futuro tão promissor para Anitta. Música lançada como primeiro single do álbum, em maio daquele ano de 2014, Cobertor – parceria de Projota com três integrantes da atualmente já extinta banda paulistana Cine (Danilo Valbusa, Pedro Caropreso e Diego Silveira) – foi a primeira das duas gravações feitas no disco por Anitta com Projota, rapper paulistano hábil no equilíbrio entre o apelo pop e a ideologia do hip hop. Com Projota, Anitta também cantou Mulher (2013), então já conhecida parceria do rapper com Mayk. Entre o romantismo de baladas como Música de amor (Anitta, Jefferson Junior e Umberto Tavares) e a levada R&B da composição-título Ritmo perfeito (Anitta, Jefferson Junior e Umberto Tavares) e do segundo single Na batida (Anitta, Jefferson Junior e Umberto Tavares), Anitta seguiu à procura da perfeita batida pop para se consolidar em cena. Nesse sentido, o álbum Ritmo perfeito cumpriu a missão e fez sucesso sem jamais ter irrompido com a força de furacão do disco antecessor de 2013. Contudo, seria Bang – a excelente música-título do terceiro álbum de estúdio da artista – que detonaria a explosão definitiva de Anitta rumo a um estrelato improvável na vida da desbravadora Larissa Machado, menina boa de marketing e artista consciente de que, no universo pop dos anos 2010, a música importa tanto quanto a imagem de quem a canta.
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Elza Soares brada contra racismo estrutural em single com rapper Flávio Renegado
Conheça a letra de 'Negão Negra', música inédita que será lançada pelos cantores em 24 de julho. “Nunca foi fácil / Nunca será / Para o povo preto / Do preconceito se libertar / Sempre foi luta / Sempre foi porrada / Contra o racismo estrutural / Barra pesada”. ♪ As rimas iniciais da letra de Negão Negra já dão o tom de protesto do single inédito que junta a cantora carioca Elza Soares com o rapper mineiro Flávio Renegado. Reunidos na interpretação dessa música feita pelo rapper em parceria com o compositor carioca Gabriel Moura, Elza e Renegado bradam em Negão Negra contra o racismo entranhado nas estruturas da sociedade e contra as injustiças sofridas cotidianamente pelo povo negro. O single Negão Negra chega às plataformas de áudio em 24 de julho, dois dias após a data em que Elza Soares completa efetivamente 90 anos de vida. Feita no ritmo do rap, a gravação da música foi turbinada com batidas eletrônicas. ♪ Eis a letra de Negão Negra, música inédita de Flávio Renegado e Gabriel Moura: “Nunca foi fácil Nunca será Para o povo preto Do preconceito se libertar Sempre foi luta Sempre foi porrada Contra o racismo estrutural Barra pesada Negão, negão, negão, negão Negão, negão, negão, negão Negra, negra, negra, negra Negra, neeegraaa Negão, negão, negão, negão Negão, negão, negão, negão Negra, negra, negra, negra Negra, neeegraaa Fala pro homem cordial e sua falha engrenagem Sou corpo livre, com amor, cor e com coragem Pra cada um que cai, choramos rios e mares Mas nunca calaram as nossas vozes milhares Sem gêneros ou preceitos, Humanos em nova fase Wakanda é o meu mundo, Palmares o setor a base Quem topa esse role da asas a liberdade No feat filho do rei e a deusa Elza Soares Todos os dias me levanto Olho no espelho Sempre me encanto Com meu cabelo E a cor da pele Dos meus ancestrais Todas as noites no quarto escuro Peço a Deus e aos Orixás Que a escravidão não volte Nunca, nunca, nunca mais Negão, negão, negão, negão Negão, negão, negão, negão Negra, negra, negra, negra Negra, neeegraaa Negão negão negão negão Negão negão negão negão Negra, negra, negra, negra Negra, neeegraaa”
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Lives de hoje: Luísa Sonza, Agnes Nunes, Zezé Motta e mais shows para ver em casa
Nesta quinta (16), Bia Ferreira, Teresa Cristina e Bruna Caram fazem transmissões. Veja horários. Luísa Sonza no Rock in Rio 2019 Marcos Serra Lima/G1 Luísa Sonza, Agnes Nunes, Zezé Motta, Bia Ferreira e Johnny Hooker fazem lives nesta quinta (16). AGENDA DA SEMANA tem lives de Felipe Araújo e Ferrugem, Dennis DJ, Durval Lelys e outros Veja a lista completa com horários das lives abaixo. O G1 já fez um intensivão no começo da onda de lives, constatou o renascimento do pagode nas transmissões on-line, mostrou também a queda de audiência do fenômeno e a polêmica na cobrança de direito autoral nas lives. Bruna Caram canta Gonzaguinha – 18h – Link Biu do Piseiro e Peruanno – 19h – Link Zezé Motta canta Elizeth Cardoso (Em Casa com Sesc) – 19h – Link Agnes Nunes – 20h – Link Bia Ferreira e DJ Tatuí (Festival Carambola) – 21h – Link Johnny Hooker (We Hoo) – 21h – Link Luísa Sonza – 22h – Link Teresa Cristina – 22h – Link Semana pop explica como o Black Lives Matter está mudando a cultura pop
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Cantora-mãe, Elizeth Cardoso ainda gera, aos 100 anos, louvações pela voz divina
Artista carioca – cujo centenário é festejado nesta quinta-feira, 16 de julho – permanece como uma das referências de canto feminino no Brasil pela união precisa de técnica e emoção. ♪ MEMÓRIA – Existem grandes cantoras, no Brasil e no mundo, que encantam gerações sem impor um padrão a ser seguido quando saem de cena. E existem cantoras ainda maiores que se tornam mães de muitas vozes que se fazem ouvir no eco do canto referencial dessas intérpretes matriciais. Elis Regina (1945 – 1982) foi uma dessas cantoras-mães que, curiosamente, surgiu acalentada no colo de outra cantora-mãe, Angela Maria (1929 – 2018). Gal Costa é cantora-mãe, cujo eco da voz cristalina reverbera até na geração indie projetada nos anos 2010. Marisa Monte levou no colo parte da geração de cantoras que despontaram a partir da década de 1990. Antes de Elis, de Gal e de Marisa, houve Elizete Moreira Cardoso (16 de julho de 1920 – 7 de maio de 1994), contemporânea de Angela e de Dalva de Oliveira (1917 – 1972). Elizete Cardoso (como ela assinou em discos editados na primeira metade dos anos 1960) ou Elizeth Cardoso (como ficou para a posteridade o nome artístico dessa cantora carioca) está sendo lembrada no centenário de nascimento – festejado nesta quinta-feira, 16 de julho de 2020 – por proezas feitas ao longo de trajetória iniciada em 1936 e terminada em 1990 quando câncer de estômago calou, aos 70 anos de vida e 54 anos de carreira, essa voz de contralto surgida e projetada na era do rádio. Entre outros feitos memoráveis, Elizeth ajudou a consolidar compositores dessa era radiofônica, gravou discos históricos – como Canção do amor demais (1958), álbum equivocadamente caracterizado como de bossa nova por ter apresentado a batida do violão de João Gilberto (1931 – 2019) – e contribuiu para a revitalização do choro nos anos 1960 em show e disco com Jacob do Bandolim (1918 – 1969), descobridor e avalista da cantora nos anos 1930. Contudo, a maior proeza de Elizeth Cardoso foi a de ter magnetizado público, cantores e músicos com canto de tom tradicional, pautado pelo rigor estilístico da intérprete e incrementado com vibratos e ênfases nos erres. Elizeth marcou época pela versatilidade do canto que tanto podia soar faceiro em sambas como os de Ary Barroso (1903 – 1964) – compositor recorrente na discografia da Divina – como atingir densas regiões emocionais como as das canções do amor demais de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1990) e Vinicius de Moraes (1913 – 1980). Elizeth Cardoso permanece como referência de canto feminino no Brasil Reprodução / Capa de disco Seja subindo o morro para cantar compositores ligados ao samba, seja escalando as notas da Bachianas nº 5 de Villa-Lobos (1887 – 1959), Elizeth Cardoso nunca saiu do tom. Tampouco fazia questão de soar moderna e de se atualizar com as novidades da música brasileira, embora Elizeth sempre tenha avalizado jovens compositores com a discrição que a caracterizava. Nascida para cantar, ofício para o qual pareceu já ter vindo pronta, Elizeth Cardoso sabia conjugar técnica e emoção sem que uma anulasse a outra, sem que a cantora carregasse no drama – qualidade evidenciada logo no primeiro sucesso do primeiro disco, Canção de amor (Chocolate e Elano de Paula, 1950). Aliás, é curioso notar que Elizeth Cardoso nunca foi cantora de hits. Há, sim, músicas associadas ao canto da artista, casos do samba Barracão (Luís Antonio e Oldemar Magalhães, 1953) e do choro Doce de coco (Jacob do Bandolim e Hermínio Bello de Carvalho, 1968). Ainda assim, o que prevaleceu, na carreira de Elizeth Cardoso, foi o conjunto da obra eternizada pela cantora com a privilegiada voz de contralto que roçava o registro de mezzo-soprano e que limpava impurezas das músicas – como sensivelmente observou Joyce Moreno quando, ignorando preconceitos sociais, compôs Faxineira das canções (1986) para celebrar o canto da Magnífica, um dos epítetos atribuídos a Elizeth pelo brilhantismo do canto. Pouco ouvido na década de 1980, esse canto deu voz à parte expressiva da história da música popular do Brasil em obra perene. Ainda envolvida em luz e esplendor, a centenária Elizete Moreira Cardoso conserva em 2020 a mesma idade que tinha em 1950 ou em 1990, permanecendo como uma das referências mais sólidas de canto feminino no Brasil. É a idade das eternas cantoras-mães cujas vozes e obras ecoam nos cantos das muitas filhas que deixaram espalhadas pelo Brasil e pelo mundo.
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Ellie Goulding dá um tempo no pop em novo álbum: ‘Precisava descobrir quem eu sou’
Cantora inglesa lança 'Brightest Blue', álbum mais pessoal da carreira. Ao G1, ela relembra vida como 'anônima' por 2 anos em Nova York mesmo após vender mais de 15 milhões de discos. Ellie Goulding lança 'Brightest Blue' e fala sobre novo álbum Pela primeira vez em dez anos de carreira, Ellie Goulding diz que escreveu músicas como se fosse "uma artista". Não como se fosse uma (ótima) compositora de músicas pop. Nesta sexta-feira (17), a cantora inglesa de 33 anos lança um álbum com músicas sem a pretensão de serem "grandes baladas pop". Em entrevista ao G1, por videoconferência, ela falou de seu novo trabalho, o primeiro em cinco anos. E ele é duplo. "Brightest Blue" tem esse lado mais melancólico, menos pop. "EG.0", o lado B, tem mais a ver com a Ellie que a maioria conhece: a voz de hits como "Burn" e "Love me like you do", que a fizeram ter 15 milhões de discos vendidos e 5 bilhões de views no YouTube. Veja os principais trechos da entrevista com Ellie Goulding. G1 – Você vem dizendo que este álbum é sobre 'se tornar uma mulher', que ele é 'muito pessoal' e 'fora da zona de conforto'. É por isso que você levou tanto tempo para gravá-lo? Ellie Goulding – Sim, eu acho que esse álbum não poderia sair antes disso. Eu acho que ele precisava de alguns anos de auto-reflexão, de estar comigo mesma e descobrir quem eu sou. Mas, sabe, meu próximo álbum depois desse pode ser diferente de novo. Pode ser sobre outra coisa. Mas eu pensei que esse álbum era importante pra mim e que, de fato, chegasse a um ponto de amor, paz e equilíbrio. Demorei muito tempo para chegar aqui. E acho que era importante pra mim expressar isso. E quis que minha história fosse sobre esse momento. Ellie Goulding Divulgação/Universal G1 – Ele parece ter a mesma vibe do 'Halcyon', seu segundo disco. Mas, para mim, as músicas têm ainda mais raiva nelas, são ainda mais sombrias. Você concorda? Ellie Goulding – Sim, eu acho que eu estava em uma fase em que eu podia ser um pouco mais indulgente, triste. Talvez eu esteja mais racional agora e olho para as coisas de um jeito diferente e tento ter mais resolução, em vez de ficar presa na dor, presa na tristeza, no coração partido. E eu era jovem, ainda era uma criança. Eu estava escrevendo as coisas do jeito que eu as entendia. Eu não tinha uma perspectiva grande o suficiente. Mas às vezes escrever, pra mim, não necessariamente tem a ver ser sábia, saber sobre tudo, entender cada detalhe do comportamento humano. Eu acho que uma das melhores coisas da composição é ainda falar sobre as coisas como se elas fossem misteriosas, de forma romântica. Existe, tenho certeza, uma explicação científica para cada coisa que você está sentindo. Mas às é tão legal escrever de uma forma romântica, cega. É como um poder. É bem pessoal, único. G1 – É por isso que você primeiro prefere escrever sozinha, ter algo mais definido, antes de começar a trabalhar com outros produtores e compositores? É assim seu processo de criação? Ellie Gouding – Na maioria das vezes, eu sinto algo que dispara um gatilho em mim, em minha mente, nas minhas memórias. Geralmente, eu tenho que sentir esse gatilho para meio que decidir puxar esses sentimentos que eu tinha naquele momento. O mais único em você é sua infância, seu gosto musical, o que seus pais ouviam… Acho que há coisas diferentes com diferentes apelos para cada pessoa. Então, eu acho que é isso que forma a música que eu faço. Eu sempre fui uma amante da música pop. A pop música que muda os limites, que continua impulsionando, fazendo mudar o som do pop. Eu sempre terei orgulho disso, porque há músicas que eu pensei que não teriam resposta das pessoas, como "Anything could happen", e teve. Então, eu tenho que às vezes confiar na minha própria loucura. Ellie Goulding Divulgação/Universal G1 – A gente tem muitas canções de amor, muitas músicas sobre términos de relação, sobre escapismo. E eu entendo que você está tentando ir além disso com este álbum… A música pop pode ser mais profunda, talvez? Isso faz sentido? Ellie Goulding – Eu acho que o que você acabou de falar sobre músicas de amor e músicas de término, para mim, é o lado B, que se chama "EG.0". E o lado A é bem o contrário, porque eu não queria que as músicas fossem o que as pessoas pensam como música pop. Elas não pretendem ser singles, não têm a pretensão de ser grandes baladas pop. É só um conjunto de músicas que eu sinto… que são mais o que eu faço como artista, em vez de compositora pop, dessa habilidade de criar músicas pop. G1 – Falando sobre o título e o conceito do álbum. Você poderia me dizer mais sobre a expressão 'Brightest Blue'? Claro que eu entendi essa ideia de ser sobre o planeta, e também sobre se sentir triste… Poderia me falar mais desse título, do conceito? Ellie Goulding – Sim, você está certo, na verdade. Ela fala demais sobre quem eu sou e no que eu acredito. Acho que essa cor representa a vida, o "blues", ser triste, mas também tem a iluminação de um jeito que eu falo do "azul mais brilhante". Parece que você aceitou o seu destino e acho que é legal, como uma utopia, quando você começa a ter mais amor por si mesmo e sentir compaixão e harmonia. É uma coisa budista, não sei. Mas eu gosto do fato de o álbum soar esperançoso. Tem uma sonoridade de esperança. Ellie Goulding faz show no palco Mundo do Rock in Rio 2019 Alexandre Durão/G1 G1 – Como foi cantar no Rock in Rio no ano passado. Como foi a experiência, porque foi como um convite de última hora? Ellie Goulding – Eu amei e quis dar a todo mundo um pouco de diversão. Eu acho que as pessoas ficaram meio frustrados, eu acho, porque a Cardi B não estava lá… G1 – Não, acho que não… Ellie Goulding – Eu não consegui traduzir os relatos, mas eu tentei fazer tudo o que eu podia para fazer o show mais divertido possível, mais especular. E eu gostei muito que meus fãs foram até lá e eu também adorei ter a chance de tocar. Foi incrível, especial. Mas eu quero muito fazer um show em que eu possa cantar minhas novas músicas. Porque venho cantando as mesmas músicas há muito, muito tempo. [risos] Ellie Goulding canta seu sucesso "Love me like you do" no Rock in Rio G1 – Você tem uma turnê agendada para o Reino Unido no próximo ano. Como é lançar um disco e ter que esperar tanto tempo para sair em turnê? Você acha que vai ficar ansiosa? Ellie Goulding – Eu não me sinto tão mal, na verdade, com isso. Eu estou tão animada em poder finalmente lançar músicas novas. É, com certeza, uma hora estranha de lançar música, mas também é uma época boa, porque acho que agora mais do que nunca a gente precisa de mais canções otimistas. E também ter um álbum para ouvir. Eu quero apresentar meu álbum como um álbum, não como canções separadas… eu acho que ele vem como um só. Eu gosto da ideia das pessoas mais novas escutando um álbum inteiro, sabe? E que conta uma história, em vez de só um monte de singles, como no lado B. Mas eu gosto das músicas pelo que elas são. E é por isso que resolvi lançá-las dessa forma. Geralmente, meus singles não necessariamente refletem minhas ideias como uma artista. Então, eu acho que sempre tive consciência disso. G1 – A última vez que conversamos, você comentou sobre estar em Nova York, um pouco longe das redes sociais, tocando muito piano. Esta temporada em Nova York foi importante para fazer este álbum? Ellie Goulding – Sim, com certeza foi. Eu acho que quanto mais fiquei lá, mais saudade de casa eu tinha… Meu marido, meu companheiro na época [o negociante de arte Caspar Jopling], ele estava trabalhando todo dia, tinha um trabalho o dia todo e eu pude ficar comigo mesma por muito tempo. Foi a primeira vez em que eu realmente tive uns dias de folga, umas semanas de folga. Eu estava em um lugar, que era um lugar louco, onde havia tanta coisa acontecendo de uma vez só. Tinha tanta arte, cultura e música, comida. Foi um lugar tão legal para viver. Eu não acho que moraria lá por muito, muito tempo, acho que é excêntrico, sobrecarregado, muito estressante, mas também muito "cool" para se inspirar, porque tem muitas coisas para isso. Ellie Goulding Divulgação/Universal G1 – Quanto tempo você ficou lá? Ellie Goulding – Eu fiquei lá por dois anos. Estava curtindo não estar em casa. Eu senti que eu precisava fugir por um tempo e eu era bem anônima por lá também… G1 – Como está a sua quarentena, o que você tem feito, e onde você está agora? Ellie Goulding – Minha quarentena foi na maioria em Oxford, onde eu podia ter umas caminhadas em uma paisagem linda, correr, estar na natureza, sabe? Ficar com os animais, foi muito revigorante. Agora, estou de volta a Londres, tudo bem poluído, bem louco, mas também sentia a energia. Mas eu passei a maior parte no campo. G1 – Como você pretende transpor as músicas do álbum para o ao vivo? É que nos arranjos tem um monte de coisa acontecendo, mudanças de rotação… Como transpor isso? Ellie Goulding – Eu acho que vou me assegurar de que desta vez seja bastante simples. Acho que vou mudar a estrutura de palco, talvez não tenha sequer uma banda completa, talvez tenha músicos com instrumentos de corda. Eu devo tentar tocar piano ao vivo pela primeira vez. Eu acho que não levar um monte de gente comigo na turnê. Eu que seja o mais pró-meio ambiente possível. Quero que o som ao vivo seja bom, mas sem ter que contar tanto com a tecnologia desta vez. G1 – Você só marcou os shows da turnê pelo Reino Unido. O que pode dizer sobre shows pelo mundo, pela América do Sul, quais seus planos? Ellie Goulding – Assim que eu tiver o sinal verde, eu estarei aí. Eu estou desesperada para sair em uma turnê mundial de novo. Quero fazer isso mais usando trens, do que viajando em aviões. Só preciso ver como alguém vai me fazer atravessar o Atlântico. Mas eu adoraria voltar para a América do Sul, sair em turnê pela Europa e cantar em todos os lugares. Já faz um tempo e quero voltar aos palcos. Antes do Lolla, Ellie Goulding fala de preparação para shows enérgicos
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‘Ghost of Tsushima’ buscou inspiração em filmes e games; veja lista feita pelos desenvolvedores
Entre obras para conhecer antes de jogar o game, lançado na sexta-feira (17), estão clássicos de samurais em diferentes mídias. "Ghost of Tsushima", novo game exclusivo de PlayStation 4 que será enfim lançado nesta sexta-feira (17), não esconde suas ambições cinematográficas. Afinal de contas, o jogo sobre um samurai que enfrenta uma invasão mongol conta até com um modo Kurosawa, em homenagem ao grande diretor japonês de clássicos como "Rashomon" (1950) e "Os sete samurais" (1954). As inspirações estão lá, é claro, mas vão além do trabalho do cineasta – e ultrapassam até a barreira do cinema. Veja abaixo uma lista com recomendações dos desenvolvedores da Sucker Punch, estúdio responsável pelo jogo, para entender melhor o game: 'Karateka', que na imagem aparece em sua versão antiga para PCs, receberá um remake Divulgação Brian Fleming – cofundador e produtor "Karateka" (game de 1984): "Essa foi minha primeira imersão nesse gênero. Foi o primeiro game que eu joguei na vida nesse tipo de mundo belo e que contava uma história com uma reviravolta surpreendente de jogabilidade no final. Inesquecível." "Tenchu" (game de 1998): "Completo com uma abertura musical cheia de estilo, 'Tenchu' expandiu o que eu achei ser possível. Furtividade, agarrões… Milhares de inovações aqui que se tornaram a base de games como 'Ghost'." Capas do mangá 'Usagi Yojimbo' Divulgação Nate Fox – Diretor criativo "Usagi Yojimbo" (mangá de 1984 publicado até hoje): "Um mangá de longa duração baseado livremente na vida de Miyamoto Musashi. As histórias encontradas aqui fizeram eu me apaixonar pelo ideal romântico do samurai nômade." "Os sete samurais" (filme de 1954): "É impossível para mim pensar no que é ser um samurai sem imaginar os guerreiros representados de maneira tão vívida neste filme. Todos eles lutaram com dignidade e coração de uma maneira que eu nunca vi antes; eles são um ideal icônico que tentamos honrar." Watanabe Atsushi e Mifune Toshiro em cena de 'Yojimbo: O guarda-costas' Reprodução Jason Connell – Diretor criativo/artístico "Yojimbo: O guarda-costas" (filme de 1961): "Quando eu era bem jovem, esse filme introduziu em mim o significado do que é ser um ronin errante, se movendo calmamente em direção de um grupo de inimigos sem uma preocupação sequer. O mundo está cheio de personagens interessantes e isso sempre ficou na minha cabeça." "Ran" (filme de 1985): "Um dos poucos filmes gravados em cor do cineasta lendário Kurosawa. Composições excelentes usando um castelo, paredes, estandartes e exércitos. Quando penso em estandartes de samurais, eu sempre penso em 'Ran'. A ação e a fotografia se sustentam bem até para os padrões de hoje." Ihara Tsuyoshi e Kubota Masataka em cena de '13 assassinos' Divulgação Joanna Wang – Diretora de ambientes "13 assassinos" (filme de 2010): "Esse filme tem uma das melhores cenas de batalha samurai. Assim como em 'Ghost', alguns samurais precisam enfrentar um número gigantesco de inimigos, e eu amor como eles usam o ambiente da vila para a luta final." "O último samurai" (filme de 2003): "Eu me inspirei em muitas cenas desse filme. A pequena vila em uma colina gramada, crianças brincando em uma pequena cerejeira. E depois, uma batalha na chuva pesada próxima a uma árvore de bôrdo-japonês, ou a neblina forte na floresta. A cor e o tom são tão bem trabalhados para a história, e a fotografia é linda." Mifune Toshiro em cena de 'O Barba-Ruiva' Reprodução Billy Harper – Diretor de animação "O Barba-Ruiva" (filme de 1965): "O último filme preto e branco de Kurosawa e sua última colaboração com Toshiro Mifune. Esse enredo é uma das minhas histórias favoritas sobre arrogância jovem que é guiada por um mentor indesejado." "Onimusha: Warlords" (game de 2001): "Eu me lembro de jogar esse game no PlayStation 2 por causa de um elemento específico. Eu podia jogar como um samurai e como um assassino. Amo termos esse tipo de diversidade de estilos em 'Ghost'."
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Shows drive-in: o lado bom e o lado ruim de ver eventos com música ao vivo dentro do carro
Repórteres do G1 contam experiências diferentes no Allianz Parque, em SP. Leia textos e ouça podcast com opiniões de artistas que já tocaram em eventos deste formato. Do pop rock e forró ao pagode, balada romântica, MPB, infantil e reggae. Há shows em drive-in de vários estilos, espalhados por estádios e estacionamentos pelo Brasil. O G1 mostra abaixo dois relatos diferentes, de dois repórteres que tiveram experiências igualmente diferentes. Uma recomenda o show motorizado; o outro só voltaria a um evento do tipo pelo dever da profissão. SHOWS DRIVE-IN: Artistas falam de estranhamento O LADO BOM (por Marília Neves) Frases como “não vejo sentido” e “nunca gastarei dinheiro com isso” são comuns diante de relatos e notícias de shows drive-in. Ao mesmo tempo, a curiosidade e os questionamentos a quem já esteve diante do palco, sentado no banco do carro, também é grande. Para estes que ainda não bateram o martelo do “não” e estão abertos à possibilidade do “sim”, há alguns pontos a favor. O som é melhor do que o imaginado. Ao menos no Arena Session, espaço criado para o esquema drive-in no Allianz Parque, o som vem de duas caixas de som colocadas ao lado das janelas de cada carro (uma espécie de home theater), o que traz uma experiência bem melhor do que se fosse o som através da sintonia de uma rádio local, como acontece em alguns espaços ou em caso de chuva. Leo Chaves faz show drive-in em Santa Catarina Divulgação Apesar de não ser a forma mais potente de se transmitir o som do show, ainda assim é uma saída bem boa, ainda mais se comparada a algumas apresentações já realizadas no Allianz Parque Hall, espaço reservado para shows mais intimistas no estádio, onde o som decepciona. Para seguir as recomendações e cuidados com a pandemia, a organização tem sido impecável. Contaminações decorrentes de um evento como esse seriam imperdoáveis. Com isso, sinalizações, equipe de atendimento, aferição de temperatura, produção e higienização de palco fazem toda a diferença. Tudo isso mostra que pode valer a pena sair de casa com segurança, sem quebrar a quarentena, para tentar experimentar algo novo e que, ao que tudo indica, só vai durar até o fim da pandemia. Buzinas em vez de aplausos: como funcionam os shows drive-in durante pandemia Esse também é um ponto que pode aumentar a lista de itens positivos. A experiência com algo diferente em um momento completamente atípico. Dentro da possibilidade que temos (falando em nome de quem não está furando a quarentena), participar de um evento experimental e sair um pouco da rotina pode ser interessante. Ainda mais quando parte da rotina para entretenimento era acompanhar lives musicais, que foi até uma fase importante de transição para valorizar o show drive-in, com os músicos ali ao vivo. Para quem fica irritado com os atrasos de uma hora – às vezes mais – dos shows normais, vai aí mais um ponto positivo. A pontualidade do drive-in é britânica. Atrasar a apresentação em um caso como esses só iria irritar o visitante e fazer com que as buzinas (os aplausos do drive-in) funcionassem com sua função original e tornasse o ambiente totalmente enlouquecedor e desagradável, como qualquer trânsito. Jota Quest se apresenta no Arena Sessions, evento com shows drive-in em São Paulo Divulgação Um ponto positivo para os que chegam a festas e eventos já procurando lugar para sentar: o carro já te dá esse conforto. Claro que seria ótimo poder esticar as pernas de vez em quando, levantar e dançar um pouco. Mas como os shows drive-in não costumam ser longos, o período sentado não chega a incomodar. Outro fator de destaque no show drive-in vai muito além da música ou do artista que se apresenta no palco. Casas de shows e estádios proíbem que você entre com bebidas e alimentos. E os locais colocam o valor que bem entendem nos produtos, fazendo com que a experiência do show sai bem mais cara do que o valor apenas do ingresso. No show drive-in, você tem a opção de levar o que quiser consumir no carro. E se não quiser levar nada e comprar no local, também tem a possibilidade. No Arena Session, por exemplo, é possível baixar um aplicativo e pedir sua refeição (com direito a opções vegetarianas). Não sou a favor de generalizar e dizer que “toda a experiência é válida”, mas essa foi uma que decidi ir sem preconceitos e me surpreendi positivamente. Iria de novo. Mas, sem dúvida, não será opção para sempre. O LADO RUIM (Por Braulio Lorentz) A única coisa que explica esse formato de shows em carro é o desespero de querer ver música ao vivo de novo, de querer sair de casa. É compreensível ter essa vontade, é claro, e o mais legal da experiência seria ter a possibilidade de ver um show ao vivo com segurança. Mas do que vale gastar combustível e ingresso (até R$ 550 por carro) se, no fim, você quase não tem a sensação de que está em um show? Buzinar e piscar farol em vez de aplaudir é mais deprimente do que emendar lives numa noite de sábado para fingir que está em um festival. No começo, buzinar é engraçado. Depois, a sensação é horrível. Cantor dinamarquês inova ao fazer show em um drive-in durante a quarentena A experiência de ver música ao vivo no drive-in é uma mistura de trânsito lotado, com show normal e com assistir clipes no YouTube. Dentro do carro, você não tem noção de coletivo. Você não se sente parte de uma plateia. Não há noção de aplauso, de vaia, de qual música as pessoas estão cantando mais. Ou menos. Plateia em carro não é plateia. É estacionamento. E ainda tem uma spamzada sem fim. Quem não é fã de ações promocionais vai ter dificuldade de fugir delas, porque você está ali dentro, não tem como desviar dos jabás, dos brindes. Está aí uma chance de renovar o estoque de máscaras vagabundas e outras bugigangas. Mas e o som? A qualidade das caixinhas que ficam do lado do carro é mediana, mas não chegam a ser um problema. No Allianz Parque, a configuração de caixas de som é menos potente e mais econômica do que nos grandes shows normais que acontecem em estádios. Se chover, a situação tende a ficar ainda pior: a única opção seria escutar o som no rádio do carro. Aí a dose de desespero tem que ser muito maior. Quem sairia de casa para ouvir um show com as idas e vindas do para-brisa, e ouvindo no rádio? Cine drive-in em Goiânia Drive Gyn/Divulgação Comparada à experiência do cine drive-in, a sensação de estranhamento de ver shows em um carro é muito maior. Você não ouve o barulho das outras pessoas e não consegue se mover pela frente do palco durante o show, para tentar ficar em um lugar em que o som está melhor, por exemplo. A movimentação pela plateia e a interação entre fãs (e dos fãs com o artista) são a essência de um show. Assistindo a filmes, as experiências no carro ou na sala de cinema são quase a mesma. Por isso, vida longa aos cine-driven. Shows drive-in, não contem comigo.
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Orlando Bloom relata desaparecimento de cachorro e oferece recompensa: ‘Coração está partido’
Em sua rede social, ator escreveu que Mighty sumiu na região de Montecito, na Califórnia. Orlando Bloom relata desaparecimento de cachorro e oferece recompensa: 'Coração está partido' Reprodução/Instagram Orlando Bloom usou as redes sociais para pedir ajuda na busca de seu cachorrinho de estimação. Segundo o ator, Mighty está perdido em Montecito, na Califórnia. Em seu relato, o ator explicou que há um número de contato em sua coleira e um chip. "Se você deixa-lo em um veterinário local, abrigo ou posto policial, ele poderá ser rastreado." Sem citar valores, o ator ainda ofereceu uma recompensa, e pediu para quem sejam enviadas apenas informações verdadeiras. "Meu coração já está partido, então não piore a situação." Mighty já apareceu na capa da revista Esquire com o ator e acompanhou Boom em diversos eventos, incluindo a apresentação de um dos desfiles da marca Boss. Initial plugin text
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