Lei Aldir Blanc: entenda pacote de R$ 3 bilhões para cultura com auxílio de R$ 600 para artistas informais
Objetivo é ajudar profissionais e organizações culturais que perderam renda em razão da crise do coronavírus. Lei prevê repasse a estados e municípios para gestão de espaços culturais e linhas de crédito para micro e pequenas empresas do setor. Lei que destina R$ 3 bilhões para a cultura é publicada no Diário Oficial da União
O presidente Jair Bolsonaro sancionou, nesta segunda-feira (29), o projeto de lei aprovado pelo Congresso Nacional com ações emergenciais para o setor cultural. O texto prevê o pagamento de auxílio de R$ 600 mensais para artistas informais como parte de um pacote de R$ 3 bilhões para a área, que serão transferidos da União para estados, Distrito Federal e municípios.
A lei Aldir Blanc, como ficou conhecida, tem objetivo de ajudar profissionais e organizações culturais que perderam renda em razão da crise do coronavírus. O texto foi publicado no Diário Oficial da União na madrugada desta terça-feira (30), com veto ao artigo que estabelecia prazo de até 15 dias para o repasse pelo governo federal.
Na manhã desta terça, foi publicada, ainda, uma medida provisória que adicionou três pontos relativos aos prazos de pagamento, à devolução dos recursos e ao teto de repasses pelo governo federal. Veja, abaixo, perguntas e respostas sobre a lei.
Bolsonaro sanciona projeto que prevê o repasse de R$ 3 bilhões para a área da cultura
O que é a lei de apoio emergencial à cultura?
A lei 14.017 estabelece o repasse de recursos financeiros da União para estados, Distrito Federal e municípios. O valor do repasse estabelecido pela lei é de R$ 3 bilhões e se destina principalmente a três finalidades:
Pagamento de uma renda emergencial aos trabalhadores da cultura em três parcelas de R$ 600 (leia mais abaixo);
Subsídio mensal para manutenção de micro e pequenas empresas e demais organizações comunitárias culturais e também de espaços artísticos que tiveram que paralisar as atividades por causa da pandemia;
Realização de ações de incentivo à produção cultural, como a realização de cursos, editais, prêmios.
Segundo o projeto, de autoria da deputada Benedita da Silva (PT-RJ), o objetivo é ajudar profissionais da área e os espaços que organizam manifestações artísticas que, em razão da pandemia do novo coronavírus, foram obrigados a suspender os trabalhos. Ela ficou conhecida popularmente como “Lei Aldir Blanc”, em homenagem ao músico e compositor que morreu em maio, vítima do coronavírus.
Quem pode receber o auxílio de R$ 600?
Segundo o texto, se enquadram como trabalhadores da cultura: artistas, contadores de histórias, produtores, técnicos, curadores, trabalhadores de oficiais culturais e professores de escolas de arte e capoeira.
Quais são os requisitos necessários?
Para estar apto a receber, o trabalhador precisa preencher alguns requisitos:
Ter trabalhado ou atuado socialmente na área artística nos 24 meses anteriores à data da publicação da lei;
Não ter emprego formal;
Não receber outro benefício previdenciário ou assistencial, seguro-desemprego ou de programa de transferência de renda federal (com exceção do Bolsa Família);
Ter renda familiar mensal de até meio salário-mínimo por pessoa ou total de até três salários-mínimos;
Não ter recebido mais de R$ 28.559,70 em 2018;
Não receber auxílio emergencial.
Quantas parcelas do auxílio serão pagas a artistas?
A lei estabelece o pagamento de três parcelas mensais de R$ 600. Os pagamentos se referem aos meses de junho, julho e agosto. Além disso, ela também diz que o auxílio pode ser prorrogado no mesmo prazo de prorrogação do auxílio emergencial. Atualmente, o governo estuda prorrogar o pagamento do auxílio, mas ainda não definiu quantas parcelas e o valor delas.
Como será feita a divisão dos recursos entre estados e municípios?
O texto já estabelece como deve ser feita a divisão:
50% fica destinado aos estados e ao Distrito Federal. Já a repartição do dinheiro entre os estados segue duas formas distintas: 80% dele será repassado aos estados em proporção ao tamanho de sua população e os outros 20% seguem os critérios de rateio do Fundo de Participação dos Estados e do Distrito Federal (FPE).
Os outros 50% serão enviados aos municípios e ao Distrito Federal. A divisão entre eles é parecida com a feita pelos estados, mas quem define os critérios de rateio dos 20% é o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).
Existe um prazo para o uso desse recurso?
As cidades têm até 60 dias para usar o dinheiro repassado, a partir da data do recebimento do recurso. Caso não utilizem esse valor no prazo, ele tem que ser revertido ao fundo estadual de cultura ou outros órgãos responsáveis pela gestão de recursos culturais no estado onde está o município. A lei não trata de recursos repassados aos estados e não utilizados.
No entanto, uma medida provisória publicada no Diário Oficial da União desta terça-feira (entenda abaixo) prevê que os recursos que forem enviados aos municípios e não forem utilizados nem repassados em seguida aos estados deverão ser devolvidos à União em até 120 dias. A MP também não trata de valores repassados diretamente aos estados que não tenham sido utilizados.
Com o veto presidencial ao prazo de 15 dias, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, afirmou nesta terça-feira (30) que enviará um ofício ao governo para pedir que seja definido um novo prazo, e que ele não seja longo. Donizette, que é prefeito de Campinas (SP), diz que os recursos não podem demorar mais de 30 dias para envio aos municípios, tendo em vista o “momento de emergência” que o setor cultural vive com a pandemia.
Quais as regras para o pagamento de subsídio a espaços culturais?
O subsídio para manutenção de espaços, pequenas empresas e organizações comunitárias pode variar entre R$ 3 mil e R$ 10 mil por mês. Os critérios serão estabelecidos pelo gestor local. Para poder receber o valor, eles precisam estar inscritos em pelo menos um cadastro de projetos culturais do estado ou Distrito Federal.
Segundo o texto, se enquadram nessa categoria teatros, livrarias, sebos, ateliês, feiras, circos, produtoras de cinema, e várias outras categorias, desde que tenha gestão independente. Espaços ligados à administração pública (como prefeituras e governos estaduais) e a empresas não têm direito de receber o subsídio.
Haverá linha de crédito especial?
A Lei também prevê que bancos federais poderão disponibilizar linhas de crédito e condições para renegociação de dívidas a trabalhadores do setor cultural ou a micro e pequenas empresas. As linhas de crédito serão destinadas a fomento de atividades e comora de equipamentos. Já o pagamento dos débitos só será feito a partir de 180 dias após o fim do estado de calamidade pública e deve ser feito mensalmente, em até 36 meses.
Para empregadores, tanto a linha de crédito como as condições para renegociação de dívidas serão concedidas diante do compromisso de manutenção do número de empregos que tinham no dia 20 de março de 2020.
De onde sairão os recursos para repasse?
O projeto prorroga por um ano o prazo para aplicação de recursos em projetos culturais já aprovados e estabelecidos em algumas leis, como o Programa Nacional de Apoio à Cultura (Pronac), o Plano Nacional de Cultura (PNC) e o Fundo Setorial do Audiovisual (FSA).
Qual alteração da medida provisória publicada com a sanção da lei?
A medida provisória adicionou três pontos ao texto. O primeiro deles, diz que o repasse do governo federal para estados e municípios deve ocorrer dentro do prazo estabelecido pelo regulamento, mas não cita que prazo é esse. Trecho do projeto de lei aprovado pelo Congresso previa a liberação do recurso em até 15 dias, mas item com o prazo foi vetado pelo Presidente.
O segundo item da MP estabelece que os estados têm até 120 dias para usar os recursos liberados aos municípios e não utilizados ou terão de devolvê-los à União. Já o terceiro diz que os pagamentos serão feitos até que se atinja o teto do valor repassado (R$ 3 bilhões). Estados e municípios podem complementar com recursos próprios caso queiram.
O que dizem as prefeituras?
Com o veto presidencial ao prazo de 15 dias, o presidente da Frente Nacional de Prefeitos (FNP), Jonas Donizette, afirmou nesta terça-feira (30) que enviará um ofício ao governo para pedir que seja definido um novo prazo, e que ele não seja longo. Donizette, que é prefeito de Campinas (SP), acredita que o veto ocorreu porque o governo entendeu que, do ponto de vista operacional, precisará de mais que 15 dias para conseguir repassar a verba.
Na avaliação dele, os recursos não podem demorar mais que 30 dias para serem enviados aos municípios, tendo em vista o “momento de emergência” que o setor cultural vive com a pandemia. Segundo o prefeito, o governo pode estabelecer o prazo por portaria.
Já sobre a MP que dá 120 dias para estados e municípios devolverem os recursos da União que não forem usados, Donizette afirma que o tempo é razoável e que prefeitos e governadores precisam ser ágeis para o “dinheiro chegar para quem precisa”. “Acho que é razoável. Essa questão é o seguinte: se é algo emergencial, as prefeituras e os estados têm que fazer de forma rápida”, resumiu.
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Carl Reiner, ator de ‘Onze homens e um segredo’ e lenda da comédia americana, morre aos 98 anos
Segundo assistente, ele morreu de causas naturais em sua casa, nos EUA. Nos anos 60, Reiner criou uma das séries de comédia mais populares da TV americana, 'The Dick Van Dyke show'. Carl Reiner após entrevista em Nova York, em 1993 AP Photo / Crystyna Czajkowsky Carl Reiner, ator, diretor, roteirista e um dos nomes mais aclamados da comédia americana, morreu aos 98 anos, segundo a agência Associated Press. Uma assistente do artista disse à agência que ele morreu de causas naturais em sua casa em Beverly Hills, Califórnia (EUA). Reiner criou a sitcom "The Dick Van Dyke show", que acompanha os bastidores e a vida do roteirista de um programa de comédia, o fictício "The Alan Brady show". Exibida nos anos 1960, a série se tornou uma das mais populares de todos os tempos na televisão americana, ganhou 15 prêmios Emmy e se tornou um modelo para outras comédias. No cinema, Reiner dirigiu filmes como "Alguém lá em cima gosta de mim" (1977) e "Um espírito baixou em mim" (1984) Também escreveu livros, como o romance autobiográfico "Enter laughing", que foi adaptado para o cinema. Como ator, fez mais de 100 trabalhos, incluindo o personagem Saul Bloom nos filmes da franquia "Onze homens e um segredo". Ele é pai do ator e diretor Rob Reiner, que trabalhou em filmes como "O lobo de Wall Street" (2013).
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Meme no TikTok leva ‘Love’, filme de 2015 com cenas de sexo, à lista de mais vistos nos EUA
Filme francês do diretor Gaspar Noé tem cenas de sexo reais e entrou na lista dos mais vistos na Netflix nos EUA após meme em que internautas mostram reação após ver primeira cena. Cena do filme 'Love', do diretor Gaspar Noé Divulgação O filme "Love", de 2015, entrou para a lista de mais vistos na Netflix nos EUA por causa de um meme em que os usuários do TikTok compartilham suas reações assistirem à primeira cena. O drama erótico francês dirigido pelo argentino Gaspar Noé tem cenas de sexo real e causou polêmica na época do lançamento. O filme não está disponível na plataforma de streaming no Brasil. Nos cinemas, ele foi lançado com classificação indicativa de 18 anos. Leia mais: 'Love' cria polêmica e escândalo em Cannes com sexo explícito em 3D O meme no TikTok começou por causa de outra produção em alta no Netflix, "365 Dias", que também tem cenas eróticas. "Se você gostou de 365 dias, vá ver 'Love' e mostre a sua reação", diz o áudio que viralizou no TikTok, junto com os vídeos dos internautas assustados. Cena do polêmico filme 'Love', do argentino Gaspar Noé Divulgação
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Discos para descobrir em casa – ‘Ivete Sangalo’, Ivete Sangalo, 1999
Capa do álbum 'Ivete Sangalo', de Ivete Sangalo Walter Carvalho ♪ DISCOS PARA DESCOBRIR EM CASA – Ivete Sangalo, Ivete Sangalo, 1999 ♪ Lançado em julho de 1999, o primeiro álbum solo de Ivete Sangalo demorou quase um ano para cumprir a alta expectativa com que foi concebido para solidificar a trajetória luminosa dessa cantora e compositora baiana nascida em maio de 1972 em Juazeiro (BA), cidade natal de João Gilberto (1931 – 2019). Após seis bem-sucedidos álbuns como vocalista da Banda Eva, lançados entre 1993 e 1998, Ivete Maria Dias de Sangalo era a grande aposta da gravadora Universal Music no segmento milionário da axé music naquele ano de 1999. Para evitar erros nesse disco decisivo para a carreira da artista, que vendera milhões de CDs na banda com a qual tinha sido eleita a revelação de 1992 no circuito de Salvador (BA), a companhia fonográfica escalou o tarimbado produtor musical Marco Mazzola para dar forma no estúdio ao som que seria apresentado pela cantora no álbum intitulado Ivete Sangalo e gravado de abril a junho de 1999, entre estúdios da cidade do Rio de Janeiro (RJ) e de Salvador (BA). Esse som era a mistura percussiva da música afro-pop-baiana que triturava ritmos caribenhos em coquetel apimentado com o samba e com a batida do samba-reggae sintetizada pelo músico Antônio Luís Alves de Souza (1955 – 2009), o Neguinho do Samba, em Salvador (BA) – cidade onde Ivete iniciara a carreira de cantora, aos 17 anos, com shows apresentados em bares do bairro nobre de Ondina no fim dos anos 1980, antes de ser descoberta pelo empresário da Banda Eva. “Vou correndo atrás do trio / Sou gerador da folia / Em qualquer canto que eu for / Tem Carnaval, meu amor”, gabou-se Ivete ao afirmar a vocação de cantora de trio elétrico em versos de Música pra pular brasileira (Davi Salles), faixa que sintetizou o espírito folião do repertório da cantora no álbum Ivete Sangalo com direito à citação da marchinha carnavalesca Índio quer apito (Haroldo Lobo e Milton de Oliveira, 1960). Música pra pular brasileira se nutriu da cadência elétrica do frevo baiano. Dona de voz e carisma notáveis, Ivete Sangalo se valeu da vocação para animar folias quando gravou Canibal, música de autoria da própria Ivete que garantiu sucesso para a cantora nos Carnavais fora de época na região nordeste antes de o disco emplacar, já no ano 2000, um sucesso realmente nacional. Parceria de Carlinhos Brown com Luiz Caldas, 100 o seu amor reafirmou a baianidade pop nagô do som de Ivete com arranjo de espírito timbaleiro. Em Tá tudo bem (Alexandre Peixe), música que atravessou gerações e avenidas, Ivete deu voz à canção romântica turbinada com a batida do samba-reggae. Esse romantismo ganhou acento soul na gravação de Medo de amar, balada composta por Ivete e cantada pela autora em dueto com Ed Motta, cantor que, então contratado pela mesma gravadora Universal Music, vivia fase pop de grande popularidade na carreira. Já Monsieur samba (Gal Sales e Jamoliva) soou como pagode embalado para gringo, com o toque carioca do cavaquinho de Alceu Maia. Samba-reggae de tonalidade romântica, Eternamente (Davi Salles) trouxe o álbum Ivete Sangalo de volta para o universo pop baiano em que também se situaram o agitado axé Tô na rua (Gal Sales e Xexéu II) – faixa pautada pela swingueira dos metais – e Chuva de flor (Marquinho Carvalho), além da regravação de Bota pra ferver (Durval Lelys, 1994), sucesso da banda Asa de Águia. Já Tenho dito representou flerte de Ivete com o universo da MPB de acento mais latino, embora a faixa tenha remetido ao frenesi dos axés na abordagem da cantora. Composição de João Bosco, lançada pelo autor dez anos antes no álbum Bosco (1989), Tenho dito mostrou o apurado senso rítmico desta cantora em gravação com toque de jazz latino que valorizou música menos sedutora do cancioneiro de Bosco. Exemplo de que o repertório do álbum poderia ter sido selecionado com maior rigor, Destino (Gal Sales e Jamoliva) resultou em faixa digna de nota somente pelo toque da guitarra baiana de Armandinho. Duas gravações – ambas feitas com arranjos do pianista César Camargo Mariano – projetaram o álbum Ivete Sangalo de forma negativa e positiva. A lembrança de Sá Marina (Antonio Adolfo e Tibério Gaspar, 1968), música lançada pelo cantor carioca Wilson Simonal (1938 – 2000) há mais de 30 anos, provocou polêmica porque Elza Soares – então em fase de menor sucesso – também tinha gravado Sá Marina no álbum Elza ao vivo – Carioca da gema (1999), sem autorização para o registro fonográfico, e se viu pressionada pela gravadora a retirar a faixa do disco porque a composição teria sido cedida com exclusividade para Ivete. Diante da repercussão negativa do caso na imprensa, prejudicial à imagem de Ivete, a gravadora Universal Music acabou autorizando a permanência de Sá Marina no disco independente de Elza. De todo modo, Sá Marina passou despercebida com Ivete entre as 14 faixas do disco, também arranjado por músicos da Banda do Bem, integrada na época por Radamés Venâncio nos teclados e Letieres Leite no saxofone. Radamés se tornaria maestro de Ivete no futuro. Já Letieres seria aclamado como maestro da inovadora Orquestra Rumpilezz. Em contrapartida ao ostracismo à que ficou relegada a gravação de Sá Marina, a belíssima canção Se eu não te amasse tanto assim – obra-prima da parceria de Herbert Vianna com Paulo Sérgio Valle, escrita com lirismo romântico e arranjada com maestria por César Camargo Mariano – se tornou o maior sucesso do álbum Ivete Sangalo e um dos maiores hits da carreira da cantora ao ser propagada na trilha sonora da novela Uga uga (TV Globo, 2000 / 2001) a partir de maio de 2000, ainda em tempo de fazer com que o álbum Ivete Sangalo se tornasse, enfim, o grande sucesso esperado tanto pela gravadora quanto pela artista. Enquanto Se eu não te amasse tanto assim continuava estourada nas rádios e na novela, Ivete Sangalo já lançava o álbum Beat beleza (2000), segundo título de discografia solo que rendeu álbuns com hits ainda mais massivos como Festa (2001) e Clube Carnavalesco Inocentes em Progresso (2003), título mais diferenciado da irregular obra fonográfica da artista. Embora nunca tenha feito um grande disco à altura da voz, talvez porque tenha escorado a carreira no carisma com que costuma turbinar shows incendiários próprios para animar micaretas e trios elétricos, Ivete Sangalo sempre teve axé e fez história no universo da música para pular brasileira em trajetória bem-sucedida desde a Eva e, fora da banda, pavimentada com o mesmo êxito a partir deste bom disco solo de 1999.
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Produtores de ‘Democracia em vertigem’ e mais brasileiros entram para Academia de Hollywood
Lista anual tem 817 novos membros que votam no Oscar. Entre brasileiros estão os produtores Mariana Oliva e Tiago Pavan, de 'Democracia em vertigem', animador Otto Guerra e mais. Tiago Pavan, um dos produtores de 'Democracia em vertigem', ao lado de Petra Costa, diretora do filme, no tapete vermelho do Oscar 2020. Tiago entrou neste ano para a Academia de Hollywood; Petra faz parte desde 2018 Eric Gaillar/Reuters A Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood divulgou nesta terça-feira (30) os novos membros da entidade que organiza o Oscar. A lista tem 819 votantes de 68 nacionalidades, em uma tentativa de aumentar a diversidade. A lista inclui Mariana Oliva e Tiago Pavan, produtores do documentário "Democracia em vertigem", que foi indicado em 2020. A diretora do filme, Petra Costa, já faz parte da Academia desde 2018. Também estão entre os brasileiros o animador Otto Guerra ("Wood & Stock: Sexo, Orégano e Rock'n'Roll"), a montadora Cristina Amaral ("Um Filme de Verão” “Person”) e os documentaristas Julia Bacha (“Naila and the Uprising" e “Budrus”) e Vincent Carelli ("Martírio" e “Corumbiara"). Cineasta gaúcho Otto Guerra finge que tropeça no tapete vermelho de Gramado em 2017 Diego Vara/ Pressphoto Julia Bacha nasceu no Rio, mas atua principalmente nos EUA. Já Vincent Carelli nasceu em Paris, mas foi criado no Brasil e faz filmes ligados aos povos indígenas. Cinema colorido A Academia de Hollywood destacou a diversidade ao divulgar os novos membros. Há alguns anos a entidade tenta reponder às críticas sobre a falta de representatividade entre os membros, indicados e vencedores, como na campanha #OscarsSoWhite. Toda a equipe principal do filme sul-coreano "Parasita", grande vencedor de 2020, a atriz de origem chinesa Awkwafina e a atriz de origem nigeriana Cynthia Erivo, por exemplo, estão entre os novos membros. Elenco e equipe de 'Parasita' no palco para receber estatueta de melhor filme no Oscar 2020 Mario Anzuoni/Reuters Segundo a academia, entre os 819 novos votantes, 45% são mulheres, 36% são de "comunidades étnicas que eram pouco representadas" e 49% são de outros países além dos EUA. A entrada eleva a porcentagem total de membros a 33% de mulheres, 19% de "entidades étnicas que eram pouco representadas" e 20% de não-americanos. A entidade conta com mais de 10 mil votantes. Entre os outros brasileiros que já fazem parte da Academia de Hollywood estão Alice Braga, Rodrigo Santoro, Carlinhos Brown, Kleber Mendonça Filho, Walter Carvalho, Sônia Braga, Fernanda Montenegro, Walter Salles, Rodrigo Teixeira e José Padilha.
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Lives de hoje: Sepultura, Lô Borges, Teresa Cristina e mais shows para ver em casa
Veja agenda de lives desta quarta-feira (1º). Sepultura Marcos Hermes / Divulgação Sepultura, Lô Borges e Teresa Cristina estão com lives programadas nesta quarta-feira (1º). Veja a lista completa com horários das lives abaixo. O G1 já fez um intensivão no começo da onda de lives, constatou o renascimento do pagode nas transmissões on-line, mostrou também a queda de audiência do fenômeno e a polêmica na cobrança de direito autoral nas lives. Veja as lives desta quarta: Jessie Ware (pago) – 15h – Link Sepultura – 16h15 – Link Julia Holter – 17h – Link Lô Borges (Em Casa com Sesc) – 19h – Link Carne Doce (Cultura em Casa) – 21h30 – Link Teresa Cristina – 22h – Link As cenas de 'lives' da quarentena que já estão na história do entretenimento brasileiro
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Black Alien reproduz em disco ao vivo as 12 músicas de álbum solo de 2004
♪ Em abril de 2019, o rapper fluminense Black Alien deu continuidade à carreira solo com o lançamento do terceiro álbum solo, Abaixo de zero – Hello hell, disco de repertório inédito gravado com beats de Papatinho, cofundador e maestro da banda carioca de rap Cone Crew Diretoria. Um ano e três meses depois, o artista volta no tempo com a edição do primeiro álbum ao vivo da carreira solo, gravado antes do disco de 2019. O disco Babylon by Gus vol. 1 – O ano do macaco ao vivo reapresenta o repertório autoral do aclamado primeiro álbum solo de Gustavo de Almeida Ribeiro, lançado em 2004. Escrito com alta dose de crítica social, temperada com espiritualidade, o repertório do álbum Babylon by Gus vol. 1 – O ano do macaco ressurge em registros captados em show feito por Black Alien em novembro de 2018, sob a lona e o calor do Circo Voador, na cidade do Rio de Janeiro (RJ). No disco ao vivo, disponibilizado em 30 de junho, o cantor e compositor reproduz as doze músicas do álbum de 2004 na ordem original das faixas. Dessas doze músicas, onze foram compostas por Alien em parceria com Alexandre Basa, produtor do disco. A exceção foi América 21, parceria de Alien com Rhossi, do grupo paulistano de rap Pavilhão 9. O título Babylon by Gus aludiu ao nome do álbum ao vivo lançado em 1978 por Bob Marley (1945 – 1981) e o grupo The Wailers, Babylon by bus, e apresentou standards do hip hop nacional como Mister Niterói, alcunha deste rapper projetado nos anos 1990 como integrante da banda Planet Hemp.
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Maneva faz hits de Djavan e Raul Seixas virarem reggae em álbum derivado de live da banda
Quinteto toca até 'Evidências' na cadência do ritmo jamaicano em disco lançado no dia em que o mundo celebra o ritmo propagado por Bob Marley nos anos 1970. ♪ Embora o Brasil comemore o Dia Nacional do Reggae em 11 de maio, data da morte do compositor jamaicano Bob Marley (1945 – 1981), cuja obra foi o principal veículo de exportação do gênero para o mundo nos anos 1970, todo o universo pop elegeu 1º de julho como o Dia Internacional do Reggae. Pegando carona na data comemorativa do mundo, a banda paulistana Maneva lança nesta quarta-feira, 1º de julho de 2020, o álbum Tudo vira reggae. Gravado na live feita pelo grupo em 30 de maio, na transmissão ao vivo feita na Estância Alto da Serra (SP), o disco faz jus ao título Tudo vira reggae e reapresenta sucessos de Alceu Valença, Chitãozinho & Xororó, Djavan, Hyldon, Raul Seixas (1945 – 1989) e Titãs, entre outros nomes, na cadência do ritmo jamaicano de cepa mais pop(ulista). Embora viessem pavimentando a trajetória da banda com repertório autoral, Tales de Polli (voz e violão), Felipe Sousa (guitarra), Fernando Gato (baixo), Diego Andrade (percussão) e Fabinho Araújo (bateria) optaram pelo caminho mais fácil ao trazer para o universo do reggae esses hits alheios, colhidos no que os músicos chamam de “memória afetiva”. Entraram no roteiro da live músicas como Anunciação (Alceu Valença, 1983), Epitáfio (Sérgio Britto, 2001), Eu te devoro (Djavan, 1998), Evidências (José Augusto e Paulo Sérgio Valle, 1989), Metamorfose ambulante (Raul Seixas, 1973) e Na rua, na chuva, na fazenda (Hyldon, 1973). Capa do álbum 'Tudo vira reggae', da banda Maneva Divulgação As abordagens de todas essas músicas em ritmo de reggae estão incluídas no álbum Tudo vira reggae e no roteiro do show em formato de drive-in que a banda Maneva fará no sábado, 4 de julho, no ginásio Allianz Parque, na cidade de São Paulo (SP), dentro do projeto Arena sessions. A live, o disco e o show Tudo vira reggae ocuparam o lugar, na agenda do grupo, do projeto itinerante 15 anos pelo Brasil, interrompido antes do início por conta da pandemia do covid-19. A ideia era gerar álbum ao vivo comemorativo dos 15 anos do Maneva – banda formada em 1995 na cidade de São Paulo (SP) – com a reunião de registros de shows feitos pelo grupo de reggae nas principais capitais do Brasil, em rota que abrangeria todas regiões do país. Por ora, o projeto itinerante está adiado e o quinteto permanece em cena, na medida do possível, com a sentença de que tudo pode virar (pop) reggae.
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Chico Pinheiro expõe musicalidade sem fronteiras no álbum ‘City of dreams’
Violonista e guitarrista paulistano se situa no mundo do jazz brasileiro em disco autoral programado para 17 de julho. Capa do álbum 'City of dreams', de Chico Pinheiro Fernanda Faya com arte de Marina Pappa Resenha de álbum Título: City of dreams Artista: Chico Pinheiro Gravadora: Inpartmaint Cotação: * * * * ♪ Tivesse a trilha sonora do Brasil mantido o alto nível da era da MPB, Chico Pinheiro estaria sendo aclamado cotidianamente como um dos grandes violonistas e guitarristas do país pela refinada musicalidade reiterada no oitavo álbum do artista, City of dreams, programado para ser lançado em escala mundial em 17 de julho com 11 faixas. Dentro do atual panorama musical brasileiro, no qual a MPB pulsa às margens da indústria, restou ao músico e compositor paulistano – radicado em Nova York (EUA) – o mercado internacional, alvo primordial deste disco gravado por Pinheiro com Bruno Migotto (baixo), Chris Potter (saxofones), Edu Ribeiro (bateria) e Tiago Costa (piano). Ao se unir a esse quarteto para tocar repertório inteiramente composto e arranjado pelo próprio chico Pinheiro, o artista mostra o domínio da língua do jazz sem fronteiras, como atesta as audições dos temas Long story short e Invisible lights. Só que, mesmo situado na terra universal do jazz, o álbum City of dreams se (im)põe no mundo como disco de um violonista brasileiro. Basta ouvir Estrada real para que salte aos ouvidos, logo no primeiro dos quatro minutos da faixa, ecos da escola do violão brasileiro, ainda que o (inicialmente) autodidata Pinheiro tenha se diplomado na referencial Berklee College of Music de Boston (Massachusetts, EUA). Se Estrada real reverbera influências de Dori Caymmi pelo caminho, inclusive nos vocais de Pinheiro, Gesture mostra que, assim como todos os grandes músicos surgidos no Brasil a partir dos anos 1960, Chico Pinheiro se nutriu da soberania da música de Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994) sem que tivesse deixado de delinear a própria assinatura na cena do jazz brasileiro. Até porque há um lirismo nas execuções de Theme e de Interlude que parece ter vindo da canção sentimental brasileira. Já Encantado cai sem ortodoxia no suingue do samba, com a brasilidade que soa mais diluída na frenética pegada jazzística de Vila Madalena, provável reminiscência da origem do artista nascido há quase 41 anos, em dezembro de 1979, na cidade de São Paulo (SP). Farol sinaliza que, acima de fronteiras musicais, o som feito por Chico Pinheiro no álbum City of dreams é do mundo. Até porque, nesse vasto mundo, parece haver mais gente a valorizar a estupenda musicalidade do artista do que no desafinado Brasil de 2020.
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Shows drive-in têm buzinas no lugar de aplausos, cachês mais baixos e estranhamento de artistas
Ivo Meirelles, Leo Chaves e Jota Quest comentam formato de shows com carros na plateia. Veja agenda de eventos e quais artistas não aprovam. Médicos explicam riscos. Jota Quest se apresenta no Arena Sessions, evento com shows drive-in em São Paulo Divulgação/Pedro Zola Em vez de palmas e gritos, o som das buzinas e o piscar dos faróis estão dominando as plateias dos primeiros shows no Brasil após a pandemia da Covid-19. No mês passado, Ivo Meirelles, Jota Quest e Leo Chaves se apresentaram para plateias cheias… de carros. Belo, Roupa Nova, Nando Reis, Anavitória e Turma do Pagode também têm shows no formato drive-in agendados para as próximas semanas (veja agenda no fim da reportagem). O projeto com mais shows marcados é o Arena Sessions, com eventos variados e apresentações musicais no Allianz Parque, em São Paulo. A capacidade é de 285 carros, com 130 na área vip. Mesmo com preço de até R$ 550 por carro, os ingressos sempre se esgotam. Leo Chaves faz show drive-in em Santa Catarina Mas antes de o estádio do Palmeiras virar o maior espaço deste "novo" tipo de show, outros artistas já tinham se aventurado em junho. Ivo Meirelles se apresentou no espaço Arena Estaiada, perto da ponte de mesmo nome, em São Paulo, no dia 25. "Quando você entra no palco, não tem aplauso e nem buzina tem. Tem um estranhamento ali", diz o cantor ao G1. "Depois da segunda, terceira música, segue normal, com todo mundo já entendendo. Mas subir ao palco foi bem estranho." Ivo Meirelles durante show no formato drive-in em São Paulo Divulgação/Specio Histórias Em Imagens/Murilo Nascimento Aos artistas que ainda vão cantar no esquema drive-in, o sambista dá uma dica: "Tem que se concentrar no show. Cada carro tem uma, duas, três pessoas vendo. Então, tem que fazer o show imaginando o semblante das pessoas nos faróis. Tem que estar focado nisso para não se perder." Quanto vale o show? O formato não é mais o mesmo, e o cachê também não. O cantor garante que nestes tempos de crise "todo mundo tem que se flexibilizar em relação a cachê". "A flexibilização é geral. Está todo mundo perdendo alguma coisa: os artistas, os músicos, a plateia que vai de carro. O motorista não pode beber. Você não pode ir de Uber ou de táxi, então tem sempre alguém se sacrificando", diz Ivo Meirelles. Doreni Caramori, presidente da Associação Brasileira de Promotores de Eventos (ABRAPE), diz que é natural que exista uma adaptação na parte econômica com essa "nova realidade" do drive-in. "O produtor não vai ter a mesma margem, a pessoa que aluga equipamentos não vai ter a mesma remuneração e os fornecedores como um todo vão ter que se adaptar. Vão ter que criar modelos diferentes, mais do que uma sessão, custos mais enxutos. Alguns não vão topar nessa condição. É mais uma alternativa de negócio", explica Caramori. Mercado de shows pode quebrar com o coronavírus? Produtores pedem que fãs não peçam reembolso de ingressos Com menos ingressos disponíveis, a tendência é que seja mais difícil para produtores "fecharem a conta". Eventos drive-in podem se tornar dependentes de patrocínios para dar conta dos gastos com artistas do primeiro time e com a estrutura. "Em um formato novo, não só se espera valores diferentes dos praticados, como também, a aposta de novos 'players' como marcas", analisa Guilherme Marconi, diretor da produtora Diverti. Leo Chaves faz show drive-in em Santa Catarina Divulgação Leo Chaves, que formava dupla com o irmão Victor, cantou para carros e motoristas no dia 20 de junho. Foi no estacionamento da Arena Petry, em São José, cidade a 6 km de Florianópolis. O sertanejo diz ter ficado tenso antes de se apresentar para 250 carros (com até 3 pessoas por veículo). "Tinha notícia de que muitos artistas não quiseram fazer. Obviamente que se trata de um risco quando se vai fazer um evento desse", explica Leo ao G1. "Até porque ninguém conhece os moldes, é uma coisa que vai sendo adaptada. Mas quando nós subimos ao palco e vimos a quantidade de carros, as pessoas colocando os braços para fora, muita gente saindo pelo teto solar, levantando, curtindo, foi meio que um alento pra um artista que está sem contato com o público, sem expressar sua arte no palco." Leo sentiu falta do grito da plateia. "É um combustível. No drive-in, você não consegue perceber isso fora os momentos em que você está no intervalo. Aí você consegue ouvir gritos isolados. Não é um grito de multidão. Mas é um formato diferente e a gente sempre quer inovação." Jota Quest faz show no evento Arena Sessions, no formato drive-in, em São Paulo Divulgação/Pedro Zola Em sua primeira apresentação após mais de 100 dias longe dos palcos, o Jota Quest tocou para carros no estádio do Palmeiras. "Muito mais legal do que eu podia imaginar. A gente vive dessa energia. Pela primeira vez na vida eu gostei de um buzinaço", disse Rogério Flausino, no programa "Encontro com Fátima Bernardes". "Te lembra trânsito lotado, aquela confusão, estresse, aqui não… foi o contrário, quando foi o primeiro, eu falei: 'é isso aí, galera, continua'." Em qualquer desses shows, estar dentro do carro não anula os cuidados básicos para a prevenção do coronavírus. É preciso usar máscara e higienizar as mãos com álcool gel. A equipe do estádio usa bastões luminosos, como nos cinemas drive-in, para orientar os carros e indicar onde há vagas. Há pequenas caixas de som ao lado de cada vaga. Para ir ao banheiro, tem que se comunicar com a equipe do evento, por celular. Também é possível usar o telefone para pedir comidas e bebidas. Também deve ser levada em conta a estrutura para um evento de cerca de mil pessoas. Há outros profissionais envolvidos na produção, da parte de prestação de serviços (segurança, limpeza, produção, vendas) e da estrutura do show (equipe técnica, banda). Por conta disso, há artistas que não se empolgaram tanto com o formato drive-in. É o caso de Manu Gavassi. Ela era uma das atrações do Arena Sessions, mas desistiu e divulgou um comunicado cancelando o show. "Esse festival em formato drive-in no Allianz Park foi marcado tempos atrás quando tínhamos a esperança das coisas melhorarem até julho. O que não foi o caso, as coisas só pioraram", explicou Manu. "Então mesmo com todas as medidas de segurança não estou confortável de fazer a minha apresentação e estou saindo do festival. Obrigada por serem sempre tão compreensivos e transparentes comigo. Estamos juntos nesse processo de evolução." E fora do Brasil? No Brasil, eventos desse tipo com atrações mais conhecidas começaram em junho. Na Europa, o formato vem sendo testado para apresentações musicais desde maio. Dinamarca, Noruega e Alemanha foram pioneiros nos shows no estilo drive-in. Nos Estados Unidos, a produtora Live Nation anunciou o projeto Live From the Drive-In, que começa neste mês. O nome mais conhecido no line-up, mais voltado ao country, é o do rapper Nelly. Na versão britânica, a banda Kaiser Chiefs e os rappers The Streets e Dizzee Rascal estão escalados. O que mais chama atenção no projeto, porém, é a possibilidade de poder ter um espaço para curtir o show ao lado do carro. Seria uma boa opção para o mercado brasileiro quando a pandemia estiver mais controlada. Ilustração mostra a estrutura do Live From the Drive-In, projeto da produtora Live Nation, que acontece nos Estados Unidos em julho Divulgação/Live Nation Esse novo formato, com os fãs encarando a banda de fora dos carros, seria ideal para nomes importantes do rock pesado que não pretendem "tocar para carros". "É a coisa mais imbecil que eu já vi na vida", disse Robb Flynn, do Machine Head, para a revista "Kerrang". "Não serve para o metal… Eu só entendo que estejam fazendo isso porque as pessoas estão desesperadas", ponderou Schmier, do Destruction, ao site Metal Voice. Cantor dinamarquês inova ao fazer show em um drive-in durante a quarentena O que dizem os médicos? O G1 ouviu três médicos epidemiologistas para entender se a reunião de tantas pessoas, mesmo dentro de carros, pode causar a transmissão do vírus. A resposta não é tão simples e nem consensual. Os especialistas defendem que apenas pessoas que dividam a mesma casa podem estar no mesmo carro. Não é recomendável abrigar amigos, conhecidos ou parentes que não morem na mesma casa. Para Leonardo Weissmann, médico consultor da Sociedade Brasileira de Epidemiologia, drive-ins não são indicados para os países que têm registrado aumento nos casos do coronavírus. Mas mesmo em países que já tenham passado pelo pico de contágio é recomendado o distanciamento social, defende. Cantor dinamarquês Mads Langer faz show em drive-in durante pandemia de coronavírus Divulgação É muito difícil que o vírus passe pelo ar de um carro para outro, diz Oliver Nascimento, médico e professor da disciplina de pneumologia da escola paulista de medicina da Universidade Federal de São Paulo. “Mas dentro do carro, a distância mínima não é cumprida. Se uma pessoa estiver fora do carro, vendendo comida ou oferecendo outros serviços, já oferece risco”, explica ele. André Ribas, epidemiologista da Faculdade São Leopoldo Mandic, diz que não vê problemas neste tipo de evento. “Se os carros mantiverem um espaço pequeno do vidro aberto, para que haja circulação de ar, as eventuais partículas de aerossol não conseguem entrar.” No Semana Pop, relembre clássicos do cinema com momentos em drive-ins Onde ver os shows drive-in Arena Sessions (São Paulo) Allianz Parque – Av. Francisco Matarazzo, 1705 – Água Branca, São Paulo Capacidade: 285 carros Ingressos de R$ 250 a R$ 550 (por carro) pelo site Sympla Turma do Pagode: 3 de julho (sexta) Rastapé e Maneva: 4 de julho (sábado) Patati Patatá: 11 de julho (sábado) e 12 de julho (domingo) Marcelo D2: 11 de julho (sábado) Anavitória: 17 de julho (sexta) Nando Reis: 19 de julho (domingo) O público deverá seguir regras durante a apresentação: Todas as pessoas devem usar máscaras mesmo dentro do carro; Todos terão a temperatura aferida no acesso e só serão liberadas apenas pessoas com temperatura inferior à 37,5º; Carros ficaram estacionados a uma distância de 2 metros do outro; É obrigatório que todos permaneçam dentro do veículo; Janelas podem ficar abertas, mas o público não pode colocar braços, cabeça ou qualquer outra parte do corpo para fora. Espaço Hall (Rio) Av Ayrton Senna, 5850, Rio de Janeiro Roupa nova: 10 de julho (sexta-feira), às 21h Belo: 11 de julho (sábado), às 21h Capacidade de veículos: 400 carros Ingressos de R$ 200 a R$ 400 por carro pelo site Ingresso Rápido Poa Festival (Porto Alegre) Estacionamento da EPTC, ao lado do Estádio Beira-Rio Maurício Manieri: 4 de julho (sábado), às 20h Duca Leindecker: 5 de julho (domingo), às 19h Ingressos: a partir de R$ 100 por carro pelo site Ingresso Rápido
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