Oito detalhes curiosos escondidos em obras-primas
Alguns dos grandes expoentes da Arte — como 'O grito', de Munch, e 'O beijo', de Klimt — contêm peculiaridades que muitas vezes passam despercebidas, mas que trazem à tona novos significados. O que grandes pinturas e esculturas — da "Moça com brinco de pérola", de Vermeer, à "Guernica", de Picasso; de "O grito", de Munch, ao 'Exército de terracota" — têm em comum? Cada uma guarda um detalhe que muitas vezes passa despercebido, mas que traz à tona seu significado profundo. Essa, pelo menos, é a premissa do meu livro "A new way of seeing: The history of art in 57 works ("Uma nova maneira de ver: A história da arte em 57 obras", em tradução livre), um estudo que convida os leitores a se reconectar com obras que, de tão familiares, não são mais observadas de forma detida. Tomando como ponto de partida as imagens mais reverenciadas de toda a história da humanidade (da "Coluna de Trajano ao quadro "American gothic"; dos Mármores de Elgin à "Dança", de Matisse), fui buscar o que torna a arte grandiosa — por que algumas obras continuam reverberando no imaginário popular século após século, enquanto a vasta maioria das criações artísticas escapa da nossa consciência quase tão rápido quanto interagimos com elas. Analisando em profundidade essas obras, fiquei surpreso ao descobrir que cada uma contém um toque de estranheza que, uma vez detectado, desbloqueia novas leituras emocionantes e muda para sempre a maneira como interagimos com essas obras-primas. Conforme esses detalhes notáveis começaram a se revelar, de um dedo fantasmagórico remexendo na mão direita da Mona Lisa a um símbolo de força do tarô escondido à vista de todos em um dos autorretratos mais misteriosos de Frida Kahlo, me lembrei de um comentário de Charles Baudelaire. "A beleza", escreveu o poeta e crítico francês em 1859, "sempre contém um toque de estranheza, de uma simples, não premeditada e inconsciente estranheza". A seguir, um breve resumo de alguns dos detalhes mais extraordinários que encontrei — toques de estranheza que revigoram, muitas vezes de forma subliminar, muitas das imagens mais famosas da história da arte. Tapeçaria de Bayeux (c. 1077 ou depois) Tapeçaria de Bayeux Bayeux Museum, França As mulheres esquecidas que, um milênio atrás, bordaram os 70 metros de tecido sobre os quais a "Tapeçaria de Bayeux" narra os acontecimentos que levaram à conquista Normanda não eram apenas costureiras primorosas, mas contadoras de histórias excepcionais. A flecha que perfura o olho do Rei Harold em uma cena apoteótica perto do final do épico visual é um dispositivo metanarrativo que funciona como a própria agulha com a qual a história foi intrincadamente tecida. Ao agarrar a flecha, o ferido Harold confunde sua própria identidade com a do artista e do observador, cujo próprio olho é levado adiante, cena após cena. Com um único ponto, nosso olho, o de Harold e o da agulha da costureira se transformam em um só. Sandro Botticelli, 'O nascimento de Vênus' (1482-1485) 'O nascimento de Vênus' Uffizi, Florença Uma espiral de cachos dourados suspensa no ombro direito da deusa na obra-prima renascentista de Sandro Botticelli, "O nascimento de Vênus", funciona como um motor em miniatura no eixo vertical da pintura, impulsionando-a para nossa imaginação. Uma curva logarítmica perfeita, não é um ornamento incidental ou acidental do pincel. O mesmo vetor giratório, que pode ser observado no mergulho das aves de rapina e na espiral das conchas de nautilus, hipnotiza pensadores desde a antiguidade. No século 17, um matemático suíço, Jacob Bernoulli, acabaria batizando essa forma de curl spira mirabilis, ou "espiral maravilhosa". Na pintura de Botticelli — uma obra que celebra a elegância atemporal — a espiral impenetrável sussurra no ouvido direito de Vênus, revelando a ela os segredos da verdade e da beleza. Hieronymus Bosch, 'O jardim das delícias terrenas' (1505-1510) 'O Jardim das Delícias Terrenas' Museu do Prado, Madri Que um ovo está escondido à vista de todos no centro do festival de peripécias carnais de Hieronymus Bosch (mais precisamente, equilibrado no topo da cabeça de um cavaleiro), é de conhecimento de críticos e fãs da pintura. Mas como esse detalhe delicado desbloqueia o significado mais verdadeiro da obra? Se fecharmos os painéis laterais do tríptico para revelar o revestimento da obra e o ovoide fantasmagórico de um mundo frágil que Bosch retratou na parte externa — uma orbe translúcida flutuando no éter —, descobrimos que ele concebeu sua pintura como uma espécie de ovo para ser quebrado e permanecer intacto indefinidamente, cada vez que interagimos com a complexidade da obra. Ao abrir e fechar a pintura de Bosch, estabelecemos alternadamente um mundo novo em movimento ou voltamos no tempo para antes da criação, antes da nossa inocência ser perdida. Johannes Vermeer, 'Moça com brinco de pérola' (c. 1665) 'Moça com brinco de pérola' Mauritshuis, Haia A moça que usa um brinco de pérola reluzente no famoso quadro de Vermeer se volta perpetuamente em nossa direção ou para longe de nós? Pense bem. O adereço em torno do qual gira o mistério da pintura é apenas um pigmento da sua imaginação. Com um movimento de pulso e duas pinceladas habilidosas de tinta branca, o artista enganou o córtex visual primário do lobo occipital de nossos cérebros. Aperte os olhos com a força que quiser, não há nenhum gancho ligando o ornamento à orelha. Sua própria esfericidade é uma farsa. Desejamos que o brinco estivesse suspenso na ausência de gravidade a partir dos mais insignificantes apóstrofos brancos. A joia preciosa de Vermeer é uma ilusão de óptica opulenta, que se reflete em nossa própria presença ilusória no mundo. JMW Turner, 'Chuva, vapor e velocidade – A grande estrada de ferro do oeste' (1844) 'Chuva, vapor e velocidade – A grande estrada de ferro do oeste' National Gallery, Londres Não é nenhum segredo que Turner escondeu uma lebre correndo no trilho obscuro da locomotiva que se aproxima. O próprio artista chamou atenção para este fato a um menino que visitou a Royal Academy no dia do envernizamento da obra, quando o quadro estava prestes a ser exposto. Mas como esse pequeno detalhe revela o significado da vasta reflexão de Turner sobre a tecnologia invasiva? Por que ele se sentiu obrigado a apontar isso? Desde a antiguidade, a lebre simboliza o renascimento e a esperança. Os visitantes que viram a pintura quando a mesma foi exibida pela primeira vez em 1844, ainda estavam sob impacto emocional do horror de uma tragédia ocorrida na véspera de Natal dois anos e meio antes, quando um trem descarrilou a 16 quilômetros da ponte retratada na pintura — um acidente que matou nove passageiros da terceira classe e mutilou outros 16. Ao ser diminuto no símbolo da lebre, um artista famoso por ser grandioso transforma sua pintura em uma pungente homenagem e reflexão sobre a fragilidade da vida. Georges Seurat, 'Um banho em Asnières' (1884) 'Um banho em Asnières' National Gallery, Londres A grande pintura que retrata parisienses desfrutando preguiçosamente a hora de almoço às margens do rio Sena, a primeira obra exibida por Seurat, foi terminada inicialmente em 1884. Ela foi retocada pelo artista anos mais tarde, depois que ele começou a aperfeiçoar sua técnica de aplicação de pequenos pontos distintos que são coerentes ao olhar do observador quando vistos à distância. A teoria da cor subjacente ao estilo pontilhista mais maduro de Seurat deve sua origem, em parte, às ideias de um químico francês, Michel Eugène Chevreul, que explicou como a justaposição de matizes pode gerar uma persistência de tons em nossa imaginação. Na distância nebulosa da pintura de Seurat, uma fileira de chaminés se ergue de uma fábrica que produzia velas, de acordo com a inovação industrial pela qual Chevreul também era responsável. Estas chaminés, que mais parecem pincéis pintando a obra à existência, são um tributo ao pensador, sem o qual a visão resplandecente de Seurat não teria sido possível. Edvard Munch, 'O grito' (1893) 'O grito' National Gallery, Oslo Há muito se supõe que a figura de "O grito", de Edvard Munch — um arquétipo de angústia que ainda povoa o imaginário popular mais de um século depois de ter sido criado —, deve sobretudo a expressão de pavor congelada no rosto a uma múmia peruana que o artista encontrou na Exposição Universal de 1889 em Paris. Mas Munch era um artista mais preocupado com o futuro do que com o passado, e especialmente ansioso em relação ao ritmo da tecnologia. Certamente, ele deve ter ficado ainda mais profundamente impressionado com o espetáculo de tirar o fôlego de uma enorme lâmpada incandescente repleta de 20 mil lâmpadas menores que se elevava em um pedestal sobre o pavilhão na mesma exposição. Um tributo às ideias de Thomas Edison, a escultura se erguia como um deus cristalino anunciando uma nova idolatria, acionando um interruptor na mente de Munch. Os contornos do rosto de "O grito" refletem com extraordinária precisão a mandíbula caída e o crânio bulboso do assustador totem elétrico de Edison. Gustav Klimt, 'O beijo' (1907) 'O beijo' Österreichische Galerie Belvedere, Viena Sem dúvida, o amor e a paixão estão no extremo oposto dos longos jalecos brancos e lâminas para microscópios de testes científicos. Não de acordo com a pintura "O beijo", de Gustav Klimt. No ano em que ele pintou sua obra, Viena efervescia com a linguagem das plaquetas e células sanguíneas, especialmente nos arredores da Universidade de Viena, onde o próprio Klimt fora convidado, anos antes, a criar pinturas baseadas em temas médicos. Karl Landsteiner, um imunologista pioneiro da universidade (o primeiro cientista a distinguir os grupos sanguíneos) estava trabalhando duro para fazer as transfusões de sangue serem bem-sucedidas. Olhe mais de perto a curiosa estampa do vestido da mulher na pintura de Klimt e, de repente, você constata o que são: placas de Petri pulsando com células, como se o artista nos tivesse oferecido uma tomografia da sua alma. "O beijo" é a biópsia luminosa do amor eterno de Klimt.
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Rita Benneditto reforça ‘Tribo futurista’ de Beto Ehong
Música integra 'Baby by beat', o ainda inédito segundo álbum solo do cantor e compositor maranhense. ♪ Ao longo de 2020, aproveitando o período de isolamento social, o cantor, compositor e produtor Beto Ehong veio viabilizando singles com músicas que compõem o repertório do ainda inédito segundo álbum solo desse artista maranhense inspirado pelo reggae e por outros ritmos jamaicanos voltados para a pista. Tribo futurista – single previsto para ser lançado neste mês de janeiro de 2021 – é mais uma amostra do álbum intitulado Baby by beat. Tribo futurista junta Beto Ehong com a cantora conterrânea Rita Benneditto, convidada da gravação formatada com elementos de trap e reagge, em produção da Raja Home Studio. Música feita por Ehong com a colaboração de Nairon Botão, Tribo futurista reúne Beto Ehong e Rita Benneditto de forma virtual. A cantora pôs voz na música em estúdio da cidade do Rio de Janeiro (RJ). Já a parte do anfitrião foi captada na cidade de São Luís (MA), em cuja cena cultural Ehong atua há mais dez anos, inclusive como ator. A gravação de Tribo futurista agrega músicos como o guitarrista Filipe Lisboa. Antes de Tribo futurista, Beto Ehong lançou em 2020 dois singles do álbum Baby by beat. A música Na fita contou com a participação da cantora Flávia Bittencourt. Já Procurando a mãe foi gravada com a participação de Emanuele Paz, cantora maranhense associada à efervescente cena de reggae de São Luís (MA). Rita Benneditto e Beto Ehong se juntam de forma remota em single voltado para a pista Reprodução / Facebook Rita Benneditto
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Matheus VK lança ‘Água na boca’, single gravado com Késia Estácio
♪ Cantor baiano que ganhou projeção na folia carioca como vocalista do bloco Fogo e paixão, Matheus VK está se guardando para quando o Carnaval chegar (se chegar…) em meados de 2021. Mas nem por isso interrompeu a carreira fonográfica. O artista lança na próxima sexta-feira, 15 de janeiro, o inédito single Água na boca, gravado com Késia Estácio, cantora carioca que integrou o elenco do aclamado musical Elza (2018), inspirado na vida de Elza Soares. Na discografia de Matheus VK, o single Água na boca sucede os singles Enlouquece (2020) e Fechado com você (2020) – apresentados em agosto e em abril do ano passado, respectivamente – e o EP Fervo (2020), editado há um ano, em 31 de janeiro, para animar a folia de 2020.
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Estúdio de John Ulhoa, guitarrista do Pato Fu, fica alagado após chuva forte em BH
O temporal atingiu vários pontos da capital neste sábado (9). Segundo o músico, não é a primeira vez que isso acontece no local. Água invade estúdio de John Ulhoa, guitarrista do Pato Fu John Ulhoa/Arquivo pessoal A chuva forte que atingiu Belo Horizonte neste sábado (9) causou alagamentos em vários pontos da cidade. Um deles foi o estúdio caseiro de John Ulhôa, guitarrista da banda Pato Fu. Lá, ele está produzindo um álbum solo da sua mulher, Fernanda Takai, vocalista da banda. Initial plugin text Um vídeo que John postou em suas redes sociais mostra a água entrando no local que fica na Região da Pampulha, uma das mais atingidas pelo temporal. “Acho que exagerei no reverb na última mix. Quando tirei os fones tava assim, nem me dei conta. Pessoal me ligando preocupado. Vocês são muito massa. Mas ó, isso acontece aqui as vezes. Tá de boas, é só faxina, não estragou nada, já já tá cheirosinho de novo. Tanx!!!”, escreveu. Volume Chuva provocou alagamento perto da Lagoa da Pampulha Elton Lopes/TV Globo Em apenas nove dias, já choveu 99% do esperado para todo o mês de janeiro na Região Centro-Sul. Nas regiões Noroeste e Nordeste, o balanço é de 74%. A média histórica para o mês de janeiro é de 329 milímetros. Até quarta-feira (13), há risco geológico na capital. De acordo com a Defesa Civil, recomenda-se atenção no grau de saturação do solo e em possíveis rachaduras nos imóveis. Temporais provocam estragos em vários pontos da capital Recomendações:⠀⠀⠀ ⠀Coloque calha no telhado da sua casa ⠀Conserte vazamentos em reservatórios e caixas-d'água ⠀Não jogue lixo ou entulho na encosta ⠀Não despeje esgoto nos barrancos ⠀Não faça queimadas⠀⠀ Sinais de que deslizamentos podem acontecer:⠀⠀ ⠀Trinca nas paredes ⠀Água empoçando no quintal ⠀Portas e janelas emperrando ⠀Rachaduras no solo ⠀Água minando da base do barranco ⠀Inclinação de poste ou árvores
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Baixista Fi Maróstica lança o primeiro álbum solo autoral, ‘Visão do mar’
A cantora Mônica Salmaso participa da música-título do disco, gravado com participações de Tatiana Parra e Vanessa Moreno. ♪ Um dos discos mais aclamados de 2020, o oitavo álbum de Fabiana Cozza, Dos Santos, foi gravado com arranjos e produção musical de Fi Maróstica. Contrabaixista, arranjador, compositor e produtor paulista, nascido há 35 anos em Ourinhos (SP), Maróstica desenvolve trabalho de baixo e voz com a cantora Vanessa Moreno – duo que já lançou dois álbuns, Vem ver (2013) e Cores vivas (2016). Em 2021, o artista apresenta enfim o primeiro álbum solo autoral, Visão do mar. Precedido pelo single Nino e Cal, gravado com naipe de convidados – Alexandre Ribeiro, Cleber Almeida, Filó Machado e Tiago Costa – e editado em 18 de dezembro, o álbum Visão do mar foi lançado na sexta-feira, 8 de janeiro. Capa do álbum 'Visão do mar', de Fi Maróstica Divulgação O repertório do disco é composto por nove temas autorais. A cantora Mônica Salmaso figura na gravação da música-título Visão do mar. Vanessa Moreno participa de Alice e de Borboleta. Já Tatiana Parra aparece na mesma Borboleta e em Pros irmãos. Bolero deles, Pé na poça e Pirataria são faixas gravadas com os já mencionados Alexandre Ribeiro, Cleber Almeida e Tiago Costa – músicos recorrentes na feitura do álbum Visão do mar, cujo repertório é completado pelo tema Casulo.
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Corpo de Daniel Carvalho, criador da Katylene, será enterrado neste domingo no Rio
O influenciador digital e apresentador de TV estava internado no CER Leblon desde o fim do ano passado, mas teve uma parada cardiorrespiratória, por falência aguda dos rins, no início da noite desta sexta (8). Daniel Carvalho, criador da Katylene, morre aos 32 anos no Rio Reprodução / rede social O corpo do influenciador digital e apresentador de TV Daniel Carvalho, criador da personagem Katylene, será enterrado na tarde deste domingo (10) no Cemitério São João Batista, em Botafogo, Zona Sul do Rio. Daniel morreu aos 32 anos no início da noite desta sexta-feira (8). Considerado um dos precursores dos influenciadores digitais, ele estava internado no CER Leblon, na Zona Sul do Rio de Janeiro, desde o fim do ano passado, mas teve uma parada cardiorrespiratória por falência aguda dos rins. Daniel ficou conhecido na internet em 2007, quando criou o blog Papel Pobre e também a personagem Katylene Beezmarcky, travesti nascida em Xerém. A página usava um tom de humor – às vezes, ácido – para falar sobre celebridades e subcelebridades. Repercussão: famosos lamentam Com o sucesso da página, Daniel – e Katylene – foram ganhando espaço além da internet e partiram para a TV. "A internet é um bom palco para o humor e novos apresentadores", declarou Daniel em 2010, quanto tinha 23 anos, ao celebrar sua ida para a MTV. Sua atração no atração tinha 15 minutos e seguia a linha do blog. Criador e criatura: Daniel Carvalho ao lado de Katylene, travesti de Xerém que ele inventou na web Lucas Fonseca/MTV Dois anos depois, em 2012, Daniel deixou de lado a personagem e passou a integrar a equipe do programa “Muito +”, comandado por Adriane Galisteu, na Band. Mas pouco depois da estreia do programa, ele anunciou que deixaria a bancada da atração. “Estou saindo para voltar para minha outra lôra, a Katylene”, explicou ele, que seguiu na produção do programa. Nas redes sociais, Daniel nunca abandonou Katylene. Em sua página no Instagram, seguia com a personagem e contava com mais de 217 mil seguidores. Amigos do apresentador lamentaram a morte. "Eu não consigo acreditar, tô completamente em choque e sem chão. Eu amava profundamente o Daniel, vivi com ele momentos inesquecíveis. Que Deus o receba entre os seus. Só nos resta rezar por ele", escreveu o jornalista Álvaro Leme em uma rede social. VÍDEOS: Os mais assistidos no G1 nos últimos dias
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G1 Ouviu #123 – Xamã, Menos é Mais, Zé Vaqueiro e outras 9 apostas de 2021
Elana Dara, Mar Aberto, Peter Ferraz, Salvador da Rima e Baga completam lista de novidades brasileiras. Podcast também apresenta artistas internacionais, do pop alternativo ao emo rap. Você pode ouvir o G1 ouviu no G1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o G1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar. O que são podcasts? Um podcast é como se fosse um programa de rádio, mas não é: em vez de ter uma hora certa para ir ao ar, pode ser ouvido quando e onde a gente quiser. E em vez de sintonizar numa estação de rádio, a gente acha na internet. De graça. Dá para escutar num site, numa plataforma de música ou num aplicativo só de podcast no celular, para ir ouvindo quando a gente preferir: no trânsito, lavando louça, na praia, na academia… Os podcasts podem ser temáticos, contar uma história única, trazer debates ou simplesmente conversas sobre os mais diversos assuntos. É possível ouvir episódios avulsos ou assinar um podcast – de graça – e, assim, ser avisado sempre que um novo episódio for publicado. G1/Divulgação
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Álbum que alicerçou obra de Chico Buarque há 50 anos, ‘Construção’ retém a contundência de 1971
Disco se conserva atual por expor aflições cotidianas de tempos marcados por tensões sociais e políticas. ♪ MEMÓRIA – É até injusto com a obra apresentada por Chico Buarque de Hollanda nos anos 1960 creditar somente ao álbum Construção o início de maturidade já perceptível em músicas anteriores desse compositor carioca que, na segunda metade da década passada, virara justa unanimidade no Brasil, a ponto de ter aberto parceria com o soberano Antonio Carlos Jobim (1927 – 1994). Tampouco é em Construção que aflorou pela primeira vez a aguda consciência social do autor de músicas como Pedro pedreiro (1965), Roda viva (1967) e Rosa dos ventos (1970). Álbum lançado em 1971 no formato de LP, Construção se elevou na obra de Chico Buarque – e se manteve no mais alto patamar ao longo dos 50 anos completados em 2021 – pela coesão do repertório, pelo pulso político desse cancioneiro inteiramente autoral e pela adequação dos arranjos às 10 músicas que, ouvidas em sequência no disco, gravado sob direção musical de Antônio José Waghabi Filho (1943 – 2012), o Magro do grupo MPB4, totalizam meia hora de deleite – 31 minutos e 12 segundos, com precisão. É na total sintonia entre o repertório então (quase) inteiramente inédito, os arranjos e o momento político do Brasil de 1971 que Construção se sustentou, alicerçando a obra de Chico Buarque com maior apuro estético e com contundência que se preservou ao longo dos 50 anos. Ouvir o álbum Construção em 2021 ainda é experiência incrível, inclusive do ponto de vista estritamente musical. Os antológicos arranjos orquestrados pelo maestro tropicalista Rogério Duprat (1932 – 2006) sublinham as tensões impressas nas letras de Deus lhe pague e Construção. A sincronia de violoncelos, violas, trompas e trompetes com as vozes evidencia, na música-título, a engenhosidade da letra escrita com versos alexandrinos (compostos por 12 sílabas) que terminam com palavras proparoxítonas, alavancando o ritmo de melodia calcada na repetição de dois acordes. Duprat orquestrou Deus lhe pague e Construção como óperas, dando intensidades crescentes às histórias afins das duas composições – e, não por acaso, um trecho da primeira se repete ao fim da gravação da segunda na costura do disco. As arquiteturas dessas duas faixas já valeriam o álbum Construção, valorizado na reedição em CD de 2006 pela magistral masterização feita por Luigi Hoffer e Carlos Savalla, fundamental para que se perceba a grandeza dos arranjos. Sem se deixar intimidar pela presença de Duprat, Magro também desempenhou com maestria a função de arranjador do disco, deixando legado nessa área em faixas como Valsinha, parceria de Chico com Vinicius de Moraes (1913 – 1980), poeta e compositor creditado em quatro das dez músicas do disco – parceiro com o qual Chico afrouxaria os laços profissionais a partir de 1972. Lançado com capa que expôs Chico Buarque em foto de Carlos Leonam, enquadrada na arte de Aldo Luz, o álbum Construção depurou a estética do compositor com maior solidez ao mesmo em que ecoou o lirismo sobressalente no cancioneiro do Chico dos anos 1960, notadamente em Acalanto – faixa final que condensa desalento e esperança em pouco mais de um minuto e meio – e sobretudo em Olha, Maria, parceria do artista com Tom Jobim e Vinicius de Moraes. É de Jobim, a propósito, o piano da faixa, devidamente creditado na ficha técnica original do álbum. Já os músicos do Trio Mocotó jamais levaram o crédito oficial por terem contribuído para fazer o Samba de Orly (Samba de Fiumicino) cair em suingue atípico na discografia de Chico. Parceria do compositor com o amigo Toquinho (arregimentado para tocar o violão da faixa) e com Vinicius de Moraes, Samba de Orly é postal mandado do exílio voluntário de Chico na Itália, de onde voltou em 20 de abril de 1970, ainda que o título cite o aeroporto de Paris-Orly, situado na França. Ritmo predominante no repertório do álbum Construção, o gênero ditou a cadência da melancolia chorosa de Desalento (outra parceria de Chico com Vinicius de Moraes, lançada em 1970 como lado B do single que apresentou o logo censurado samba Apesar de você), da rotina angustiante de Cotidiano e do recado político dado em Cordão com versos como “Ninguém vai em acorrentar / Enquanto eu puder cantar”. Formatado em estúdio com técnicos de gravação como o futuro produtor musical Marco Mazzola, então em início de carreira na gravadora Philips, Construção é álbum que reiterou a afinidade de Chico Buarque com os integrantes do grupo MPB4, cujas vozes foram ouvidas em cinco das dez faixas. Uma das cinco é o samba Minha história, versão em português – escrita por Chico – de Gesù bambino (1970), música dos compositores italianos Lucio Dalla (1943 – 2021) e Paola Pallottino. Construção é o segundo álbum do contrato assinado por Chico Buarque em 1970 com a gravadora Philips, para a qual foi levado pelo executivo André Midani (1932 – 2019). Mas soou como se fosse o primeiro por ter iniciado ciclo mais pungente e político na discografia do artista. Tanto que o primeiro álbum do cantor na gravadora que nos anos 1970 teria na direção artística Roberto Menescal – creditado como diretor de produção na ficha técnica de Construção – foi intitulado Chico Buarque de Hollanda nº 4. Disco de 1970 em que se observou menor coesão no repertório, gravado na ponte Brasil-Itália, Chico Buarque de Hollanda nº 4 já se conectou pelo título à trilogia inicial de álbuns gravados pelo cantor na pequena gravadora RGE entre 1966 e 1968. Embora já houvesse maturidade instantânea em boa parte dos repertórios desses discos, Construção alicerçou a obra de Chico Buarque pela contundência retida ao longo dos anos em disco que, em 2021, conserva a mesma força motora por expor aflições cotidianas de tempos pautados por tensões sociais e políticas.
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Documentário ‘Obatalá – O pai da criação’ descortina bastidores da gênese de disco em tributo à Mãe Carmen
Alcione, Gilberto Gil e Marisa Monte estão no elenco do álbum lançado em 2019 para festejar os 90 anos da ialorixá baiana. ♪ Com estreia programada pelo canal de TV Globonews para as 23h deste domingo, 10 de janeiro, o documentário Obatalá – O pai da criação descortina os bastidores da gravação e lançamento do disco Obatalá – Uma homenagem à Mãe Carmen (2019). Lançado há dois anos, o álbum foi idealizado para festejar os 90 anos de Carmen Oliveira da Silva, ialorixá baiana nascida em 28 de dezembro de 1928 e conhecida nos terreiros de Salvador (BA) como Mãe Carmen. Atualmente com 92 anos, Mãe Carmen foi a figura que mobilizou elenco estelar – formado por Alcione, Carlinhos Brown, Gilberto Gil, Ivete Sangalo, Jorge Ben Jor, Lazzo Matumbi, Margareth Menezes, Marisa Monte, Mateus Aleluia, Nelson Rufino e Zeca Pagodinho, entre outros nomes – para participar do disco viabilizado sob direção de Flora Gil e direção musical de Iuri Passos e Yomar Asogbá. Roteirizado e narrado por Cristina Aragão, o documentário Obatalá – O pai da criação enfileira depoimentos dessa constelação arregimentada para dar voz a cânticos que saúdam os orixás, geralmente na língua Iorubá. Além de documentar a gênese do disco lançado em LP e CD, o filme aborda a difusão da cultura afro-brasileira no Brasil a partir do surgimento do Candomblé.
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Schwarzenegger compara invasão do Capitólio à violência nazista
"O presidente Trump é um líder fracassado. A boa notícia é que em breve ele será tão irrelevante quanto um velho tuíte", disse o astro de Hollywood, neste domingo (10). Arnold Schwarzenegger comparou o ataque ao Capitólio dos EUA à violência nazista Redes sociais O ex-governador da Califórnia pediu união neste domingo (10), após o violento ataque ao Capitólio dos Estados Unidos de quarta-feira (6), que o astro do cinema descreveu como uma tentativa de golpe do presidente Donald Trump e comparou à violência nazista. Em um vídeo postado no Twitter que rapidamente viralizou, o astro de Hollywood comparou os acontecimentos da última quarta-feira à "Noite dos Cristais", quando hordas de nazistas atacaram, entre outros atos de violência, as vitrines de lojas de judeus em 1938. Twitter tira conta de Trump do ar permanentemente "Quarta-feira foi a Noite dos Cristais aqui na América", comparou Schwarzenegger, sentado atrás de uma mesa cercado pelas bandeiras dos Estados Unidos e da Califórnia. "O vidro quebrado era o das janelas do Capitólio." "Na minha juventude, estive cercado de homens quebrados, que tentaram lavar a culpa por seu envolvimento no regime mais perverso da história com o álcool", acrescentou Schwarzenegger, que nasceu na Áustria em 1947. Arnold Schwarzenegger chama Trump de mentiroso em vídeo "Nunca compartilhei isso publicamente porque é uma memória dolorosa, mas meu pai voltava para casa bêbado uma ou duas vezes por semana e gritava conosco, batia em nós e assustava minha mãe", admitiu. O ator, conhecido por seus papéis nos filmes "O Exterminador do Futuro" e "Conan, o Bárbaro", não disse explicitamente que seu pai era um nazista, mas lembrou: "Meu pai e nossos vizinhos também foram enganados com mentiras, e sei aonde essas mentiras levam". "O presidente Trump procurou reverter os resultados de uma eleição, uma eleição justa. Ele buscou um golpe enganando as pessoas com mentiras", acusou o ex-governador, um republicano como o presidente. Initial plugin text "O presidente Trump é um líder fracassado. Ele entrará para a história como o pior presidente de todos os tempos. A boa notícia é que em breve ele será tão irrelevante quanto um velho tuíte." "Não importa qual seja sua filiação política, peço que se juntem a mim para dizer ao presidente eleito Biden: 'Presidente eleito Biden, desejamos muito sucesso como presidente. Se tiver sucesso, nossa nação também terá", completou. "E aqueles que pensam que podem atropelar a Constituição dos Estados Unidos, saibam disso: vocês nunca vão vencer", concluiu. Vídeos: Notícias Internacionais
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