Felipe Araújo cai no piseiro em EP com músicas inéditas
♪ A música sertaneja ainda é o gênero mais ouvido no Brasil, mas o sucesso da pisadinha – a nova vertente do forró que deu fama em 2020 ao duo baiano Os Barões da Pisadinha, entre outros artistas – tem influenciado o universo sertanejo. Indo na onda, o cantor sertanejo Felipe Araújo cai no piseiro em EP com músicas inéditas programado para ser lançado neste mês de janeiro de 2021. A tendência já é observada na primeira amostra do disco, o single lançado em 17 de dezembro com a música Você não vale (Alê Monteiro, Junior Silva, Bia Frazo, Pedro Henrique e Willian Ventura, 2020) em gravação feita por Araújo com produção musical de Blener Maycom e com as adesões de Japinha Conde e Conde do Forró.
- Publicado em Cultura
Rapper Rico Dalasam arquiteta álbum e livro inspirados em festas populares do Brasil
♪ Cantor e compositor paulista associado à corrente do queer rap, Rico Dalasam prepara álbum e livro de poesia – intitulados Folião solidão e previstos para este ano de 2021 – enquanto promove a reciclagem do EP, Modo diverso (2015), que o apresentou ao universo pop brasileiro há seis anos. Aos 31 anos, Jefferson Ricardo da Silva recriou Modo diverso com o auxílio de convidados identificados com as liberdades de gênero – Gloria Groove, Jup do Bairro, Hiran, Lucas Boombeat e Murilo Zyesz, entre outros nomes – no rastro da boa receptividade do EP Dolores Dala Guardião do Alívio, lançado em maio de 2020. Para o ano novo, o foco do artista reside no já mencionado Folião solidão, projeto multimídia inspirado em festas populares do Brasil.
- Publicado em Cultura
Kali Uchis fala sobre músicas ‘para refletir e balançar a bunda’: ‘Gosto das duas coisas’
Colombiana estourou com soul 'caliente' e fala ao G1 sobre 2º disco com letras em espanhol, sem preconceito com ritmos latinos: 'Meus primos acham um lixo, mas eu gosto'. Ouça podcast. Kali Uchis não gosta de escolher entre dois lados. Batizada de Karly-Marina, ela é colombiana-americana e foi criada entre a América do Sul e a do Norte. Despontou com os hits em inglês do álbum "Isolation" (2018). O segundo, "Sin Miedo (del Amor y Otros Demonios)" (2020), é todo em espanhol. O álbum mais recente inclui o soul e R&B que predominava na estreia e também aumenta o peso dos ritmos latinos, do reggaeton ao bolero. "Tem horas que quero uma música para relaxar e refletir, mas depois quero outras para balançar a bunda e não pensar em nada, só me sentir sexy, ficar bem e dançar. Gosto de poder fazer as duas coisas", ela diz ao G1 (ouça no PODCAST acima). Ela é fã de música brasileira. No nosso terreno ela também joga dos dois lados. Kali curte a voz delicada de Astrud Gilberto (como se ouve na bossa-nova "Body language", que abre o primeiro disco) e o funk desbocado do trio curitibano Bonde do Rolê. Antenada, a artista de 26 anos também curte Pabllo Vittar e sabe da relação da cantora com o Bonde do Rolê – o produor de Pabllo, Rodrigo Gorky, é ex-membro do trio. Ela também está ligada em Anitta e disse que até já conversou com a brasileira sobre possível parceria. Kali Uchis no clipe de 'Ridin Round' Reprodução Quem sabe um dia Anitta entre no ótimo rol de parceiros de Kali, que inclui Gorillaz, Kevin Parker (Tame Impala), Tyler the Creator, Bootsy Collins, Jorja Smith no primeiro disco e Rico Nasty, Jowell & Randy e PartyNextDoor no segundo. A talentosa colombiana ainda falou sobre sua estreia no cinema, no filme "Blast beat", que foi exibido no festival de Sundance, nos EUA, e rendeu elogios por sua atuação. A conversa com o G1 aconteceu quando ela finalizava o disco, ainda no começo de 2020, e tinha como gancho o show no festival Lollapalooza, em São Paulo, que estava marcado para março. O evento foi adiado para setembro de 2021 e ainda não confirmou a programação. Leia abaixo os principais trechos da entrevista: G1- Você disse que o disco é uma "volta às raízes". Quais são elas? Kali Uchis – "Isolation" foi muito elogiado por críticos. Mas o disco novo vai ser muito mais "eu" do que o primeiro. Acho que me abri mais. Até que o "Isolation" foi honesto, mas eu fiquei com medo de me expor demais, estava me guardando. Agora eu coloco mais minha energia nas músicas. Ainda tem influências de coisas retrô, mas também coisas dançantes. Acho que não tinha tanta coisa para dançar no primeiro. Neste, sim. G1 – A primeira música do seu primeiro álbum, "Body language", é uma bossa nova. Você lembra a primeira vez que ouviu uma música com esse ritmo? Kali Uchis – Sim. Ouvi bossa nova pela primeira vez quando eu tinha uns 13 anos. Acho que foi por acaso. Eu ficava muito caçando músicas novas, tentando descobrir sobre diferentes artistas e gêneros pelo mundo. Eu estava muito empolgada com baile funk Eu sei que vocês ouvem muito aí no Brasil. Não sei se você lembra de uma música chamada "Marina Gasolina", do Bonde do Rolê. G1 – Sim, eu ouvia muito também na época. Kali Uchis – Esse é meu nome do meio, Marina, então era uma das minhas músicas preferidas quando eu era adolescente. Eu estava muito empenhada em descobrir músicas diferentes pelo mundo. Então tropecei na bossa nova. Foi quando Asrud Gilberto apareceu, e eu me apaixonei por ela. Foi minha introdução a bossa nova. G1 – É interessante, porque bossa nova e baile funk são muito diferentes (risos), e você gostou dos dois. Kali Uchis – Sim. G1 – Fãs no Brasil perceberam que você seguiu a Anitta no Instagram. Kali Uchis – Sim, eu amo ela e a Pabllo Vittar. Eu falei com a Anitta sobre trabalhar com ela. Ela falou que animava. Então eu espero que a gente consiga fazer uma música juntas no futuro. Eu amo artistas brasileiros. G1 – Sabia que o cara do Bonde do Rolê [Rodrigo Gorky] é produtor da Pabllo? Kali Uchis – Sim, eu fiquei sabendo disso, legal. Kali Uchis em imagem de divulgação de seu álbum de estreia Divulgação G1- O pop latino cresceu muito, mas parece que às vezes o mercado americano e o europeu esperam certos estereótipos destes artistas. Como se "latino" fosse um gênero musical, e não uma cultura imensa e diversa. Você já sentiu esses limites? Kali Uchis – Eu sempre fui fã de gêneros muito diferentes. Como falei, eu amo baile funk e também bossa nova. Eu sempre amei perreo e reggaeton [o perreo é uma dança sensual, associada ao reggaeton, mas também citado como um gênero musical dançante]. Mas isso não significa que eu não possa amar soul music e r&b, porque eu cresci principalmente nos EUA. Eu fiquei um tempo na Colômbia também, sempre voltava lá, mas sempre fui multicultural, e tive diferentes casas, dois backgrounds diferentes. Isso me expôs a diferentes culturas. Quando eu ia para a escola eu encontrava muita gente com histórias diferentes. E a cultura americana está inserida em muitos estilos de músicas populares. Eu cresci amando tudo isso. "Tem umas duas músicas novas que são de perreo. Acho que é ok gostar das duas coisas. É triste quando as pessoas que gostam do meu estilo 'retrô', experimental, soul e R&B, dizem que odeiam reggaeton ou perreo. Eles acham que essa música é sem alma, um lixo. Eu tenho primos que pensam isso, tipo 'nunca vou escutar reggaetoneros'." Tem horas que quero fazer uma música para relaxar e refletir, mas depois quero outras para balançar a bunda e não pensar em nada, só me sentir sexy, ficar bem e dançar. Gosto de poder fazer as duas coisas, sabe? G1- A revista "Variety" disse que você fez "uma estreia promissora na tela" no filme "Blast beat". Você esperava isso? Kali Uchis – Não vi isso! Eu estava muito preocupada. Não sei o quanto você sabe sobre a minha personagem, mas ela tem que ser muito emotiva o tempo todo, porque ela estava triste, o namorado dela estava a deixando. Foi difícil para mim, porque a situação em que eu estava na vida na época não era emotiva . Eu nem conseguia lembrar a última vez que eu chorei (risos). Não estava com vontade de chorar, e estava preocupada em como ia ficar. Fico feliz que tenha dado certo e as pessoas gostaram. G1- Você tem planos de continuar atuando, tem convites? Kali Uchis – Sim. Não posso falar muito agora, mas tenho planos na indústria de cinema, quero entrar mais nisso e estou animada…
- Publicado em Cultura
‘Riacho Doce’ estreia no Globoplay: relembre poderes místicos de Fernanda Montenegro
Minissérie de Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzohn exibida em 1990 tinha também Carlos Alberto Riccelli, Vera Fischer e Herson Capri. Veja curiosidades e fotos. Carlos Alberto Riccelli e Fernanda Montenegro em 'Riacho Doce' Jorge Baumann/Globo "Riacho Doce" abre o ano de 2021 no Globoplay com estreia nesta segunda-feira (4). Exibida em 1990, a minissérie de 40 capítulos se passa numa tranquila vila de pescadores situada no litoral do Nordeste, com Fernanda Montenegro, Carlos Alberto Riccelli, Vera Fischer e Herson Capri no elenco. Baseada na obra de José Lins do Rego, a produção de Aguinaldo Silva e Ana Maria Moretzohn tem direção de Paulo Ubiratan, Luiz Fernando Carvalho e Reynaldo Boury. Para ajudar a entrar no clima, o G1 publica curiosidades sobre a minissérie, com dados do Memória Globo (leia mais ao fim da reportagem). Fernanda Montenegro em 'Riacho Doce' Jorge Baumann/Globo Em "Riacho Doce", Fernanda Montenegro interpretava a respeitada líder espiritual da comunidade, Vó Manuela. Na minissérie, ela pretende que seu neto, Nô (Carlos Alberto Riccelli), herde seu posto e não admite que ele se apaixone. Dotada de poderes místicos, ela "fecha o corpo" do rapaz para o amor. Por isso, todas as mulheres que se aproximam de Nô se tornam amaldiçoadas. Enquanto isso, o casal catarinense Eduarda (Vera Fischer) e Carlos (Herson Capri) chega ao vilarejo com interesses distintos. Carlos pretende resgatar a carga de um navio afundado, o que provoca suspeita entre os moradores. Já Eduarda busca encontrar algo que lhe dê sentido à vida, em função das recentes crises existenciais pelas quais passara. Em depoimento ao Memória Globo, Fernanda Montenegro se lembra das gravações da minissérie: "Vó Manuela é um personagem clássico da nossa literatura. Foi feito com muito carinho com a direção do Paulo Ubiratan, com quem me dava muito bem. Trabalhei com a Vera Fischer, que é uma companheira maravilhosa, uma atriz forte, uma mulher poderosa, tem um dinamismo avassalador. Conheci Fernando de Noronha, foi um trabalho muito bom". Carlos Alberto Riccelli e Vera Fischer em 'Riacho Doce' Jorge Baumann/Globo Desafiando os poderes da autoritária avó, Nô se envolve com Eduarda, e os dois vivem um conturbado romance. No final, os habitantes de Riacho Doce, incitados por Manuela, atiram pedras em Eduarda, acusada de adultério e de desvirtuar Nô de seu destino. O casal foge em um barco e passa um tempo em alto-mar até encontrar um local seguro onde possa viver em paz. Assimilando a perda do neto como morte, Vó Manuela toma Cicinho (João Paulo Jr.), filho de Hermínia (Lu Mendonça) para si, e “fecha seu corpo”, assim como fizera com Nô. Vera Fischer ficou encantada com o trabalho em Riacho Doce: "A gente filmava assim: 15 dias de estúdio e 15 dias de externa em Fernando de Noronha, que era lindo. Fiquei queimada de sol. A figurinista, que era Beth Filipecki, fez o meu figurino todo branco e azul clarinho, amarelo, verde água, um figurino especial, de shorts e vestidinhos lindos", conta a atriz em entrevista ao Memória Globo. "Meu marido era vivido pelo Herson Capri. Nós éramos um casal que vinha da Suécia, e ele tentava me trazer para o Brasil porque era um país ensolarado. O Ricelli era um pescador que tocava violão, umas músicas do Dori Caymmi, coisas lindas. Aí teve uma paixão avassaladora, mergulhos naquela água cristalina. O texto era maravilhoso. A Baía dos Golfinhos, naquela época, ainda não tinha muitos turistas, e a gente podia nadar naquelas águas com os golfinhos, peixes. Visitamos grutas, cavernas. Era maravilhoso." Herson Capri e Vera Fisher em 'Riacho Doce' Jorge Baumann/Globo Curiosidades O arquipélago de Fernando de Noronha e a nativa praia Carne de Vaca, no litoral norte de Pernambuco, foram os cenários escolhidos pelo diretor Paulo Ubiratan para ambientar a minissérie "Riacho Doce": "Andei mais de 2,5 mil km pelo litoral do Nordeste até encontrar a praia onde pretendia mostrar o choque cultural enfocado pela história", conta. O projeto da minissérie nasceu quando Paulo Ubiratan assistiu a um "Globo Repórter" com imagens de Fernando de Noronha. O diretor ficou fascinado pela natureza exuberante e pela possibilidade de gravar imagens subaquáticas. Carlos Alberto Riccelli e Vera Fischer em 'Riacho Doce' Jorge Baumann/Globo Em muitas cenas de "Riacho Doce" foi explorada a sensualidade dos protagonistas, fato que gerou polêmicas na imprensa e no meio artístico sobre a nudez na televisão. A minissérie foi reapresentada entre abril e maio de 1991, no "Vale a Pena Ver de Novo". Em função do horário de exibição, as cenas de nudez foram cortadas. Ana Rosa em 'Riacho Doce' Jorge Baumann/Globo Nelson Xavier em 'Riacho Doce' Jorge Baumann/Globo
- Publicado em Cultura
Alexi Laiho, vocalista da Children of Bodom, morre aos 41 anos
Comunicado sobre a morte do músico foi publicado em sua rede social nesta segunda-feira (4). Alexi Laiho, vocalista da Children of Bodom, morre aos 41 anos Reprodução/Instagram Alexi Laiho, premiado guitarrista e vocalista da Children of Bodom, morreu aos 41 anos. Um comunicado foi publicado em sua página oficial no Instagram, confirmando a morte do músico. "Um dos mais renomados guitarristas do mundo, Alexi Laiho, morreu. O músico, mais conhecido como vocalista do Children of Bodom, morreu em sua casa, em Helsinki, na Finlândia, na última semana." Sem citar a causa da morte, o comunicado informou que ele "sofreu com um problema de saúde ao longo dos últimos anos". Alexi fundou a Children of Bodom em 1993 junto com o baterirsta Jaska Raatikainen. A banda de metal fez seu show de despedida em dezembro de 2019. Em 2020, Alexi formou o Bodom After Midnight, gravando três músicas e um clipe, que ainda serão lançados. "Estamos destruídos com a morte repentina de nosso querido amigo. Palavras não podem descrever esse choque e a profunda tristeza que sentimos", afirmaram Daniel Freyberg, Mitja Toivonen e Waltteri Väyrynen em comunicado. Os músicos integram a Bodom After Midnight. Eles também publicaram uma homenagem ao músico na rede social da banda. "Nossa jornada como banda tinha apenas começado." Bodom After Midnight Reprodução/Instagram "Estamos todos devastados. Pedimos por privacidade e a compreensão todos nesse momento difícil. O funeral do meu irmãozinho será em um lugar privativo", afirmou a irmã do músico. Initial plugin text
- Publicado em Cultura
Daniela Mercury compõe frevo em homenagem a Moraes Moreira para ser gravado com Gal Costa
“Quando o Carnaval chegar / Vou sair de mim para dançar / Vou sair de mim para cantar / Vou invadir a avenida com a vida, com a vida, com a vida…”. ♪ Apresentados na voz de Daniela Mercury em reportagem sobre o Carnaval de 2021 veiculada na edição do programa Fantástico (TV Globo) exibida no domingo, 3 de janeiro, esses versos são do inédito frevo Quando o Carnaval chegar. A música foi feita por Daniela Mercury em homenagem a Moraes Moreira (1947 – 2020) – compositor de muitos frevos que animaram os Carnavais da Bahia nos anos 1970 e 1980 – com a intenção de ser gravada pela artista em dueto com Gal Costa. Gal, cabe lembrar, foi a intérprete que propagou dois dos maiores sucessos carnavalescos do compositor baiano, Festa do interior (Moraes Moreira e Abel Silva, 1981) e Bloco do prazer (Moraes Moreira e Fausto Nilo, 1979 – frevo popularizado por Gal em gravação de 1982). Quarenta anos após a explosão de Festa do interior, Quando o Carnaval chegar pode reunir Gal e Moraes Moreira através de Daniela Mercury. Aquele frevo axé…
- Publicado em Cultura
Tanya Roberts, atriz de ‘007 – Na Mira dos Assassinos’, morre aos 65 anos
Segundo seu assessor, a atriz morreu após sofrer uma queda enquanto caminhava com seus cães. Tanya Roberts foi Stacey Sutton em '007 – Na mira dos assassinos' (1985) Divulgação/MGM (ATUALIZAÇÃO: Depois de divulgar a morte da atriz, o assessor Mike Pingel voltou atrás e anunciou que Tanya Roberts está viva, internada em situação crítica) A atriz americana Tanya Roberts morreu, em Los Angeles, aos 65 anos, depois de permanecer hospitalizada por vários dias. Roberts, que foi internada em 24 de dezembro, depois de sofrer uma queda quando caminhava com seus cães, faleceu no domingo (3), informou o assessor Mike Pingel ao The Hollywood Reporter. Roberts era conhecida por sua participação no filme de James Bond "A View to a Kill" ("007 – Na Mira dos Assassinos", 1985), o último protagonizado por Roger Moore como 007. Nascida em Nova York em 1955, Roberts foi modelo antes de iniciar a carreira como atriz na temporada final da série "Charlie's Angels" ("As Panteras"). Tanya protagonizou o filme "Sheena, a Rainha da Selva" (1984). Mais recentemente, ela integrou o elenco da série "That '70s Show", na qual interpretava a mãe de Donna (Laura Prepon). VÍDEOS: Saiba tudo sobre entretenimento com o Semana Pop
- Publicado em Cultura
Zé Dantas, parceiro de Luiz Gonzaga, merece ter obra reavaliada no ano do centenário do compositor
É preciso que se dê a devida dimensão ao criador de músicas imortais como 'Sabiá', 'O xote das meninas' e 'Riacho do navio'. Zé Dantas com Luiz Gonzaga em capa de disco que reúne os sucessos da parceria consolidada nos anos 1950 Reprodução ♪ MEMÓRIA – Seria oportuno que o centenário de nascimento de José Dantas de Souza Filho (27 de fevereiro de 1921 – 11 de março de 1962) motivasse no Brasil a vontade de dar o devido reconhecimento – ainda que póstumo – ao compositor pernambucano conhecido como Zé Dantas. Melodista e letrista inspirado, como provou ao compor Acauã (1972), Dantas se notabilizou como parceiro do conterrâneo Luiz Gonzaga (13 de dezembro de 1912 – 2 de agosto de 1989). Só que sempre pairou a sensação, na bibliografia musical brasileira, de Dantas ter sido parceiro menos relevante na trajetória do Rei do baião do que Humberto Teixeira (5 de janeiro de 1915 – 3 de outubro de 1979), compositor cearense com quem Gonzaga fez o histórico Baião (1946) e a referencial toada Asa branca (1947). A rigor, a contribuição de Zé Dantas para a popularização do cancioneiro de Luiz Gonzaga é tão grande – ou até maior – do que a de Teixeira, como atestam as sucessivas gravações de músicas como Cintura fina (1950), Derramaro o gai (1950), Vem morena (1950), Sabiá (1951), Imbalança (1952), São João na roça (1952), A letra I (1953), ABC do sertão (1953), Algodão (1953), O xote das meninas (1953), Vozes da seca (1953), Noites brasileiras (1954) e Riacho do navio (1955). Pelo tom da maior parte dessas composições imortais, nota-se que o cancioneiro de Dantas e Gonzaga soa geralmente leve e festivo, tendo sido composto com doses calculadas de alegria, lirismo, malícia, nostalgia e/ou sensualidade sem deixar de eventualmente tomar posição em favor dos menos favorecidos no sertão, como nos versos de Vozes da seca. Pernambucano de Carnaíba, município de Pernambuco incrustado no sertão de Pajeú, Dantas conheceu Luiz Gonzaga no Recife (PE) no fim de 1947. Nasceu uma amizade que evoluiu para parceria que marcou a música brasileira na primeira metade dos anos 1950, década do apogeu artístico de Gonzaga. Transitando ritmicamente entre baiões, cocos, rojões, toadas e xotes, a obra de Zé Dantas com Luiz Gonzaga traça painel das alegrias e dores de quem vivia nas roças, povoados e cidades interioranas à espera de água e festa nas veredas do grande sertão brasileiro. Mesmo sendo de família abastada, Dantas conheceu esse universo rural, retratado por ele nas atuações como comediante em rádios da cidade do Rio de Janeiro (RJ), para onde migrou nos anos 1950. Foi no Rio, a propósito, que Zé Dantas saiu precocemente de cena, aos breves 41 anos, mas a tempo de ter deixado obra que merece urgente reavaliação para ser celebrada em 2021 com a devida dimensão que obteve na história da música brasileira, em especial na nação nordestina.
- Publicado em Cultura
Fátima Bernardes se emociona em volta ao ‘Encontro’ após cirurgia para retirada de câncer: ‘Energia renovada’
Apresentadora passou quase um mês de licença para tratamento de câncer de útero em estágio inicial, descoberto no começo de dezembro. Fátima Bernardes celebra volta ao 'Encontro' Reprodução/TV Globo A apresentadora Fátima Bernardes voltou a comandar o "Encontro" nesta segunda-feira (4), após ter tirado licença médica para tratar um câncer de útero em estágio inicial, descoberto no começo de dezembro. Fátima se ausentou do programa por um mês para preparação, realização e recuperação da cirurgia para retirada do câncer. Na volta ao "Encontro", ela se emocionou, recebeu homenagens da equipe e agradeceu aos apresentadores Patrícia Poeta e André Curvello, que a substituíram durante o período. "É com uma alegria enorme que eu dou bom dia para você aí do outro lado da telinha. Estou com a sensação de reestreia. Lembro muito da sensação do dia 2 de dezembro, que eu já sabia que teria que ir ao médico porque alguma coisa tinha dado errado. E hoje é completamente diferente, volto pro programa com a energia renovada." A apresentadora também falou sobre o impacto do diagnóstico em sua vida. "Sempre tentei me colocar no lugar das pessoas que recebiam a notícia do câncer. E, quando eu soube que estava com câncer, foi um soco, a gente pensa que vai cair, mas não sabe onde. Eu me sinto ainda me recuperando do soco, sem entender muito bem." Fátima revelou que sempre foi muito ansiosa e medrosa, e por isso cuidava bem da saúde. Ela também refletiu bastante sobre o que mudou durante esse processo. "Talvez para mim a transformação vai ser justamente o contrário. Talvez seja perceber que parar, contemplar, ficar um pouco à toa, também é uma forma de viver, também é possível e também pode trazer coisas boas." Durante o programa, a apresentadora contou como foi duro dar a notícia à família, mas celebrou o apoio recebido. "Eu fui muito abençoada. Tive o apoio das minhas filhas, Túlio comigo desde a ida à médica, meus pais ao meu lado." "Minha irmã também teve câncer e minha mãe recebeu essa notícia duas vezes. Para ninguém é fácil receber essa notícia. Acho que um dos momentos mais difíceis foi contar para as pessoas que amamos, mostrar que é forte. No momento da baqueada tive muito amor e suporte dos meus." Emoção Fátima Bernardes se emociona em volta ao 'Encontro' Reprodução/TV Globo No programa, Fátima também contou que anda mais chorona e não segurou as lágrimas ao relembrar a morte de uma amiga. Depois da leitura de um poema de Bráulio Bessa sobre recomeço, ela homenageou Alice, com quem conviveu por 30 anos e foi vítima da Covid-19. "Estou mais chorona. Além dessa sensação de que você tem algo que outras pessoas não têm, que é a chance da cura. Eu não ia falar sobre isso porque sabia que, se começasse, iria chorar. Mas como eu já chorei… Fiquei muito angustiada com todas as notícias da Covid durante esse período." "Tive, durante esse período, a perda de uma pessoa muito querida que trabalhou comigo durante 30 anos. Ela tinha plano de saúde, tinha tudo, ela era muito cuidadosa. Ela sempre fazia um café de coador de manhã. E hoje fez muita falta esse café. Assim como ela, quantas famílias não têm a chance de estar aqui hoje sorrindo e voltando", desabafou. VÍDEOS: Semana Pop explica temas do entretenimento
- Publicado em Cultura
‘Com ou sem mim’, de Gustavo Mioto, é a música mais tocada nas rádios em 2020
Faixa não foi tão bem nas paradas do Spotify no Brasil. Sertanejo dominou ranking nos dois segmentos. Gustavo Mioto grava DVD em Fortaleza Christopher Bueno/Divulgação "Com ou sem mim", de Gustavo Mioto, é a música mais tocada nas rádios em 2020, segundo levantamento anual da empresa de monitoramento Crowley. A faixa é composição de Mioto com Edu Valim e Renan Valim. No streaming, a canção não teve um resultado tão bom. Ela aparece apenas na 25ª posição da lista de músicas mais ouvidas nas paradas do Spotify no Brasil em 2020. Mas nos dois segmentos, o ano foi dominado pelo sertanejo. No Spotify, o ritmo repete o resultado dos últimos anos e continua com uma liderança folgada entre as músicas mais ouvidas no top 200, seguido pelo funk. Na plataforma, a música campeão foi "Liberdade Provisória", de Henrique e Juliano. Já no rádio, o pagode de Thiaguinho aparece na 28ª posição, sendo o primeiro ritmo fora do sertanejo a aparecer na lista das músicas mais ouvidas. A contagem da Crowley foi realizada em todo o Brasil entre os dias 1 de janeiro a 31 de dezembro de 2020. Veja o ranking de 10 músicas mais tocadas nas rádios em 2020 segundo a Crowley: "Com ou Sem Mim" – Gustavo Mioto "A gente fez amor" – Gusttavo Lima "Liberdade Provisória" – Henrique & Juliano "Graveto" – Marilia Mendonca "Litrão" – Matheus & Kauan "Água com açucar" – Luan Santana "Amoreco" – Simone & Simaria "Ai eu bebo" – Maiara & Maraisa "Barzinho aleatório" – Ze Neto & Cristiano "Declaração pro bar" – Guilherme & Benuto Veja os 10 hits que marcaram o ano
- Publicado em Cultura