Joanna reacende ‘Chama’ em dueto com João Fênix para single do cantor
♪ Na semana em que lançou o primeiro álbum de músicas inéditas em 19 anos, Aqui e agora, Joanna voltou aos estúdios na cidade natal do Rio de Janeiro (RJ). A convite de João Fênix, a cantora foi ao estúdio da gravadora Biscoito Fino na noite de segunda-feira, 22 de dezembro, regravar Chama, música de autoria dos compositores pernambucanos Geraldo Amaral e Aristides Guimarães que batizou o terceiro álbum de Joanna, lançado em 1981. A gravação foi feita com produção musical do maestro Jaime Alem para single que será lançado por Fênix em 2021, possivelmente já em janeiro. Um dos maiores sucessos de Joanna, Chama ganhou a voz de João Fênix no ano passado quando, por sugestão de Jean Wyllys, entrou no roteiro do show Minha boca não tem nome (2019), abrindo o segundo ato do espetáculo em abordagem calcada no toque dos teclados de Dustan Gallas. O número foi um dos pontos altos do show, o que motivou o cantor de origem pernambucana a registrar Chama em estúdio com Joanna para a edição de single. A gravação tinha sido planejada para o primeiro semestre de 2020, mas foi adiada por conta do isolamento social.
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Adriana Calcanhotto anuncia edição em LP do EP com remixes da obra da artista
♪ Primeiro disco de remixes da obra fonográfica de Adriana Calcanhotto, o EP Remix século XXI ganha edição em LP programado para ser lançado em março com vinil fabricado na cor amarela. O anúncio da edição em LP do EP foi feito por Calcanhotto em rede social na tarde desta terça-feira, 22 de dezembro, com ênfase na fina sintonia entre o vinil e a música eletrônica, já que o LP é formato preferido dos DJs que animam as pistas. Por ora, o disco Remix século XXI está disponível somente na plataforma Apple Music com remixes de seis gravações da discografia da cantora e compositora. Os remixes foram produzidos com curadoria do DJ Zé Pedro por nomes como Fernando Britto e Vizcaya.
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Fernanda Gentil diz que testou positivo para Covid-19: ‘Fiquei apreensiva’
Apresentadora falou sobre diagnóstico depois de 13 dias isolada em casa e preocupação com o fato de ter asma. Fernanda Gentil Globo/Fábio Rocha Fernanda Gentil revelou nesta terça (22) que testou positivo para Covid-19. A apresentadora preferiu esperar 13 dias para falar sobre o diagnóstico. "Passando para dizer que esperei passar a maior parte do processo de quarentena, eu estive em quarentena nesses últimos dias, fui diagnosticada com Covid", afirmou Fernanda em uma série de vídeos no Instagram. "Não queria avisar antes que desse tudo certo, fiquei apreensiva, foi um susto. Eu tenho asma, a respiração sempre foi uma preocupação caso eu pegasse, por isso eu me cuido muito, mas acabou acontecendo". Fernanda fez exame nesta terça para saber se está curada e não transmite mais o coronavírus. O resultado está previsto para sair na quarta (23). A apresentadora contou que passou o período isolada em um quarto em casa, no Rio de Janeiro. Os filhos saíram e a Fernanda ficou apenas com a mulher Priscila. Nenhum deles testou positivo. VÍDEOS: Semana Pop explica temas do entretenimento
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Ex-BBB Victor Hugo apresenta melhora, mas continua internado em UTI para Covid-19 em Maceió
Psicólogo está hospitalizado desde o sábado (19). Ele passava férias em Alagoas quando apresentou sintomas da doença. Ex-BBB Victor Hugo foi parar na UTI de hospital em Maceió, AL, com Covid-1 Arquivo Pessoal A Secretaria de Estado da Saúde de Alagoas (Sesau) informou na tarde desta terça-feira (22) que o ex-BBB Victor Hugo Teixeira apresentou melhora no quadro clínico e iniciou o processo de retirada do suporte de oxigênio, mas ainda continua internado na UTI para monitoramento da Covid-19. Ele participou do BBB 20 e passava férias em Alagoas. Victor Hugo deu entrada no sábado (19) no Hospital Metropolitano de Alagoas, em Maceió, com suspeita de Covid-19. Ele fez o teste RT-PCR, que deu positivo. Antes de ser internado, ele foi atendido na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Tabuleiro com sintomas da doença. Na tarde dessa segunda (21), o paciente apresentou quadro de pneumonia em decorrência da Covid-19 e foi levado para a UTI do hospital, necessitando de suporte de oxigênio. Segundo a Secretaria de Saúde, o psicólogo maranhense está recebendo tratamento humanizado e acompanhamento da equipe médica do hospital. Victor Hugo tem 25 anos e é natural de Imperatriz, interior do Maranhão. Teve uma infância tímida, acompanhando os shows da banda de forró dos pais, mas logo que começou a atuar ao lado deles como backing vocal a timidez ficou no passado. Já adulto, mudou-se para São Paulo, onde mora atualmente, para estudar. Atualmente é psicólogo e cientista da área de saúde pública. Veja os vídeos mais recentes do G1 AL Initial plugin text
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Pianista Túlio Mourão sintetiza influências ibéricas e eruditas no álbum ‘Barraco barroco’
Artista celebra cinco décadas de carreira com disco em que também reverbera o som instrumental da década de 1960 e o rock progressivo dos anos 1970. ♪ Pianista, compositor e arranjador mineiro que integrou Os Mutantes de 1973 a 1976, na fase progressiva do grupo, sem deixar de firmar laços fraternos e profissionais com a turma conterrânea do Clube da Esquina, Túlio Mourão celebra 50 anos de atividade profissional com o álbum Barraco barroco. No disco, lançado em edição digital e em CD pelo selo Jazzmineiro, Mourão sintetiza influências e referências nas gravações de dez temas de autoria do artista. Compositor que já teve músicas gravadas por intérpretes da magnitude de Maria Bethânia, Milton Nascimento e Ney Matogrosso (com os quais o pianista também já tocou em discos e shows), Mourão refaz em Barraco barroco conexões com o universo erudito, o som instrumental dos anos 1960, o rock progressivo da década de 1970 e a música espanhola. Entranhada na memória afetiva de Mourão por ter sido ouvida na infância por iniciativa do pai, admirador de compositores ibéricos como Isaac Albéniz (1860 – 1909) e Manuel de Falla (1876 – 1946), a música da Espanha gerou composições como A saga Ibérica, Serenata sevilhana – composição feita com elementos islâmicos e gravada por Mourão com o toque erudito do violão de Juarez Moreira – e Tocata poente das Araras. Capa do álbum 'Barraco barroco', de Túlio Mourão Divulgação Já A última montanha e Jardim do afeto são composições criadas com ecos da música instrumental dos anos 1960. “A música instrumental era tão popular quanto presente na vida das pessoas. Tocava nas rádios, vitrolas e bailes. Grandes orquestras executavam temas com melodias inesquecíveis e cativantes”, pontua Mourão, com certa nostalgia dessa era instrumental. Gravada com a guitarra de Toninho Horta, amigo do Clube da Esquina, a composição Céu de cacos de vidro é tributo dos músicos mineiros ao ares de Belo Horizonte (MG), capital das Geraes. Sonata caipira é tema criado sob a inspiração do universo rural, como já sugere o título da composição. Baile acabado tem o groove bafejado pelo sopro pop jazzístico do saxofone de Chico Amaral, convidado da faixa. Música composta por Túlio Mourão enquanto o pianista tocava na banda de Milton Nascimento em turnês pela Europa, A dois passos do nunca completa o repertório autoral de Barraco barroco. O álbum, na visão de Mourão, delimita o início de ciclo criativo pautado pela valorização de elementos da cultura erudita na criação de música que reverbera influências do artista ao mesmo tempo em que expande o universo musical do artista – no fundo, sempre mutante.
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Bianca Andrade, a Boca Rosa, anuncia que está grávida do primeiro filho
Digital influencer e ex-BBB compartilhou nesta terça (22) uma foto com o youtuber Fred e a legenda 'Sim, teremos um baby!'. Boca Rosa e youtuber Fred anunciam que terão primeiro filho Reprodução/Instagram/Bianca A ex-BBB Bianca Andrade, mais conhecida como Boca Rosa, anunciou que está grávida nesta terça-feira (22). A informação foi compartilhada nas redes sociais com uma foto com Fred, youtuber do canal Desimpedidos. "Sim, teremos um baby! Óbvio que gostaríamos de esperar os 3 meses para falar com segurança dessa vidinha que está por vir, mas infelizmente não respeitaram esse meu tempo", escreveu Boca Rosa. "Então em respeito e carinho às pessoas que nos acompanham e torcem tanto por nós, resolvemos nos antecipar nesse comunicado. Fiquem tranquilos pq estamos bem e cheios de motivos pra comemorar", continuou a influencer e ex-BBB. O casal tem um relacionamento com idas e vindas desde 2017, mas desde de setembro oficializaram novamente o namoro. Boca Rosa participou do 'BBB 20' e foi a quinta participante eliminada. Durante a quarentena, ela fez uma série de lives com entrevistas e artistas em seu canal no YouTube. Bianca Andrade, a Boca Rosa, dá dica para não borrar a make com beijo na boca VÍDEOS: Semana Pop explica temas do entretenimento
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Os 10 games que marcaram 2020: ‘The last of us part 2’, ‘Hades’, ‘Animal Crossing’ e mais
G1 lista em VÍDEO os jogos que mais bombaram no ano. Games independentes ou que aproximam jogadores foram destaque, superando grandes produções. Retrospectiva 2020: Os 10 grandes games de 2020
Quase todas as indústrias do entretenimento sofreram fortes impactos da pandemia de Covid-19. A exceção foram o mercado de games, que chegou a crescer no período ao aproximar pessoas isoladas e conseguir grande parte de sua produção de forma remota.
Entre os destaques de 2020 para o G1 até estão grandes lançamentos aguardados, mas quem reinou mesmo foram jogos multiplayer e sucessos independentes. Assista ao vídeo acima.
Confira a lista:
10 – 'Tony Hawk’s Pro Skater 1+2'
9 – 'Final Fantasy VII Remake'
8 – 'Crusader Kings 3'
7 – 'Doom Eternal'
6 – 'Ori and the Will of the Wisps'
5 – 'The Last of Us Part 2'
4 – 'Hades'
3 – 'Fall Guys: Ultimate knockout'
1 – 'Animal Crossing: New Horizons'
Menção honrosa: 'Among us'
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‘O céu da meia-noite’ é filme sobre arrependimento, redenção e esperança, diz George Clooney
Nova ficção científica estrelada e dirigida pelo ator estreia nesta quarta-feira (23) na Netflix. George Clooney deu sorte. O ator terminou a gravação de "O céu da meia-noite", novo filme que dirige e estrela, no final de fevereiro – pouco antes de praticamente todas as produções do mundo serem obrigadas a pararem por causa da pandemia de Covid-19. G1 JÁ VIU: 'O céu da meia-noite' poderia ser extraordinário, mas se divide em dois filmes incompletos Os 10 filmes que marcaram 2020 "Voltamos e eles disseram: 'Esse negócio de Covid é bem real, e talvez tenhamos de encerrar. Mas não se preocupe, só afeta os mais velhos'. E eu falei: 'Ah, só os mais velhos…'. E eles: 'É. Pessoas com mais de 55 anos'. E eu: 'O que? Mais velhos?'", conta rindo o ator de 59 anos durante entrevista coletiva. "Enfim, não foi muito legal para mim." A adaptação do livro de mesmo nome escrito por Lily Brooks-Dalton, que deve ser lançado no Brasil no primeiro semestre de 2021, estreia na Netflix nesta quarta-feira (23) após breve período nos cinemas. Assista ao trailer de 'O céu da meia-noite' Dois em um No filme, Clooney interpreta um cientista no Ártico em um futuro próximo, solitário durante uma catástrofe que dizimou a maior parte da população mundial. Ele luta contra uma doença terminal e as forças da natureza para avisar a tripulação de uma nave espacial, prestes a retornar à Terra após a primeira viagem a uma lua habitável, que o planeta perdeu a luta pela sobrevivência. Com isso, o público acompanha os esforços do protagonista solitário no meio do gelo e da neve ao mesmo tempo em que assiste aos astronautas superarem seus últimos desafios na volta a um lar condenado. George Clooney em cena de 'O céu da meia-noite' Divulgação Para o ator e diretor, foi como gravar dois filmes em um, já que as cenas na Terra foram rodadas primeiro na Islândia, até o fim de 2019. Já as partes espaciais, em estúdio, foram produzidas no começo de 2020. "Foi como fazer 'O regresso', na primeira metade até o fim do ano passado, e então fazer 'Gravidade' na segunda metade", diz Clooney. "De certa forma, ajuda muito, se você faz o seu dever de casa e está preparado. Porque pelo menos não fica nesse vai e volta entre dois mundos diferentes, e isso seria muito mais difícil." Felicity Jones em cena de 'O céu da meia-noite' Divulgação Vida nova O processo ajudou também na adaptação de alguns pontos da trama que tiveram influência direta na vida real. Depois de três semanas de gravação, enquanto o elenco de astronautas ainda não havia começado a sua parte, Felicity Jones ("Rogue One: Uma História Star Wars"), uma das protagonistas, ligou para avisar que estava grávida. O impacto da decisão de usar a novidade na história foi além da mudança apenas na personagem, uma das principais da trama. Com isso, a tripulação/elenco se uniu ao redor da situação, e cenas em que todos tentam encontrar um nome para o bebê foram incorporados ao roteiro. "Inicialmente eu estava muito preocupada de que seria demitida", diz Jones. Kyle Chandler em cena de 'O céu da meia-noite' Divulgação "E eu tenho de agradecer porque, no começo, quando tentava não parecer grávida, eu estava negando muito bolo de chocolate a mim mesma." A gravidez da britânica também ajudou a transformar a mensagem de "O céu da meia-noite". "Para mim, isso de repente tornou tudo infinitamente mais esperançoso. Há uma luta real pela noção se esse negócio de humanidade vale o esforço", afirma Clooney. "Sem os últimos 5 minutos, é um filme sobre, de muitas formas, arrependimento, por causa do meu personagem, mas ele consegue redenção. Acho que redenção é uma coisa muito importante que nos domina e que nos dá esperança. Então acho que é um filme muito esperançoso. Todos nós sentimos que a Felicity, e tudo o que ela estava passando, nos uniu, e ajudou a passar esse sentimento." George Clooney em cena de 'O céu da meia-noite' Divulgação
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Chico Buarque torna a inspirar samba de André Mussalem
Artista pernambucano alude ao choro 'Meu caro amigo' em música do segundo EP do álbum 'Distopia'. ♪ Em junho de 2018, ao apresentar o samba Maré como single do álbum Polis, lançado em setembro daquele ano, André Mussalem evocou a memória da vereadora Marielle Franco (1979 – 2018) em letra escrita com inspiração na arquitetura perfeita dos versos de Gota d'água (Chico Buarque, 1975). Dois anos depois, o cantor, compositor e violonista pernambucano torna a cair no samba com inspiração em Chico Buarque. Uma das duas músicas inéditas que compõem o lote autoral do segundo EP do álbum Distopia, EP subintitulado Estado de emergência, o samba Brasil, 17 de março de 2020 tem como assumida inspiração o choro Meu caro amigo, parceria de Chico (autor da letra) com Francis Hime. O choro foi um dos muitos sucessos do álbum intitulado Meus caros amigos e lançado por Chico em 1976. Capa do EP 'Distopia 2 – Estado de emergência', de André Mussalem José Britto Quase um ano após o EP Distopia 1 – A vida segue (2020), apresentado em janeiro, Mussalem reúne quatro músicas no segundo EP do terceiro álbum do artista. Além do samba Brasil, 17 de março de 2020, o EP Distopia 2 – Estado de emergência chegou ao mercado fonográfico em 18 de dezembro com outra música inédita, Sobre a importância dos artistas, gravada por Mussalem com produção musical de Rafael Marques e a participação da cantora pernambucana Isadora Melo. As outras duas faixas do EP Distopia 2 – Transtorno de ansiedade generalizado e Cinema, democracia e cartões postais, músicas gravadas por Mussalem com Isabela Moraes e Zé Manoel, respectivamente – já tinham sido previamente lançadas em singles. O terceiro e último EP do álbum Distopia tem lançamento previsto para 2021.
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Para Emicida, Brasil tem um ‘racismo extremamente sofisticado e letal’
Em entrevista, cantor diz que o Brasil criou 'uma mitologia a respeito de si mesmo de que esse tipo de segregação não se reproduz no seu solo, quando na verdade a especificidade do racismo brasileiro é muito sofisticada.' Emicida no Theatro Municipal Divulgação / Jef Delgado Jovem e carismático, o rapper Emicida construiu um império cultural a partir da periferia de São Paulo, fundindo diferentes ritmos, realidades e perspectivas de um país polarizado com desigualdades abismais e um "racismo sofisticado e letal". Seu segredo? Ser o ponto de encontro dessas correntes e tensões. "O que caracteriza a sociedade brasileira é o encontro: com todas suas tragédias, com toda sua barbárie, ainda assim é um encontro", revela em entrevista à AFP o artista, cuja trajetória – que inclui música, literatura, moda e televisão – acaba de ser relatada no documentário "AmarElo – É Tudo Pra Ontem", produzido pela Netflix. "Talvez os melhores cartões postais do Brasil sejam por causa do encontro entre samba, gastronomia, nossa arte como um todo. Eu me dedico a utilizar essa força do encontro para questionar todos esses pilares opressores que construíram nossa história", reflete o músico de 35 anos. Leandro Roque de Oliveira, que ganhou fama como Emicida, conta que anos atrás tentou construir pontes por meio das palavras, mas agora faz isso através das emoções que suas histórias expressam. "Diferente do racional, a emoção cria uma ponte antes da gente entender alguma coisa", explica. Racismo "sofisticado e letal" A temática racial é um eixo da obra do artista, negro e de origem pobre, embora seu repertório seja tão amplo e complexo quanto o Brasil, um país de 211,8 milhões de habitantes e o último da América a abolir a escravidão (1888). Para Emicida, o Brasil criou "uma mitologia a respeito de si mesmo de que esse tipo de segregação não se reproduz no seu solo, porque só há racismo de fato em lugares como Estados Unidos ou na África do Sul, quando na verdade a especificidade do racismo brasileiro é muito sofisticada". Os brasileiros se orgulham de sua miscigenação nas escolas de samba ou nas festas populares, "mas não se consideram na obrigação de reivindicar o reconhecimento dessa miscigenação quando observam, por exemplo, o retrato das pessoas que são aprovadas para ser os juízes e fazer parte do sistema judiciário no Brasil onde a gente só vê pessoas brancas". "Esse tipo de paradoxo só pode ser produzido por uma sociedade que tem um racismo extremamente sofisticado e letal", afirma. Emicida Divulgação Nos últimos anos, "a sociedade brasileira baixou a guarda […], mas quando você tem uma história colonial tão bárbara, a manutenção da liberdade exige vigilância constante", alerta. No Brasil, 55% da população se define como negra ou parda, mas 75,7% das vítimas de homicídio correspondem a esse grupo, segundo o Atlas da Violência publicado em agosto pelo IPEA. Ainda assim, o presidente Jair Bolsonaro e seu vice, Hamilton Mourão, afirmam que "não há racismo no Brasil". Emicida analisa essas posições de uma perspectiva mais ampla e aborda, como exemplo, a constante negação de Bolsonaro da gravidade da pandemia de covid-19, que já deixou mais de 188 mil mortos no país. "Se essas pessoas não conseguem ter uma análise sensível em cima de 180 mil corpos, como a gente vai ter a expectativa de que eles vão ser mais inteligentes na análise de uma situação mais complexa [como o racismo]?", questiona. Existe "um movimento para tirar o país das pessoas, a cultura das pessoas. Não é à toa que a cultura tem sofrido tantos ataques na gestão do Bolsonaro, porque ele quer esvaziar nossa existência de sentido, nos cansar fazendo a manutenção do caos para que a gente chegue no final do dia acreditando que não há solução", diz Emicida. O artista, porém, aponta que "o superpoder do brasileiro médio é chegar no final do dia e encontrar uma solução às vezes milagrosa". Emicida lança clipe com trecho da música de Belchior e no qual dá voz a excluídos Emicida conta que suas duas filhas, de 2 e 10 anos, o tornaram um homem mais esperançoso, que trabalha para deixar um mundo melhor do que o que ele encontrou. E acredita que o desafio da sociedade é trabalhar para que o país real, aquele que ocorre nas ruas, floresça. O filme "AmarElo – É Tudo Pra Ontem" narra um Brasil a partir de sua arte e sua música. O lugar de confluência do passado e do futuro, de pendências e conquistas, é o Theatro Municipal de São Paulo, espaço da elite cultural, onde Emicida entrou pela primeira vez aos 30 anos, quando já era um artista consagrado. O show que o rapper fez no teatro, em novembro de 2019, constitui o fio da narrativa do documentário e se torna um ato de inclusão e empoderamento. "Quero convencer as pessoas de que tudo é possível, que precisam se conectar", insiste Emicida, que resume seus mandamentos como uma espécie de sermão que leva à reflexão e dá esperança: "falamos de amor, fé, sonho, comunhão, união e urgência porque no final das contas é tudo para ontem, a gente não tem tanto tempo quanto acha que tem". VÍDEOS: Saiba tudo sobre entretenimento com o Semana Pop
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