Grupo de cantores da Rocinha tenta mostrar lado mais positivo das comunidades cariocas
Coletivo Covil do Flow, que mistura hip hop ao funk do Rio, conta com histórias de superação semelhantes a de outros jovens de comunidades. Eles tentam fazer um som festivo, mas sem perder a crítica. Coletivo Covil do Flow, da Rocinha Divulgação/ Covil do Flow O Covil do Flow, coletivo de artistas sediado na Rocinha que conta com moradores da comunidade, de São Gonçalo, do Leme e do Vidigal, tenta mostrar um lado mais positivo da juventude das favelas do Rio. Com histórias semelhantes a de outros jovens, como o trabalho desde cedo com baixos salários, problemas de saúde na família, paternidade precoce e luta para sobreviver da arte, tentam mostrar que a favela sofre, mas também se diverte. Fundado em 2013, o grupo assinou contrato com uma gravadora ano passado, tendo a oportunidade de se dedicar mais à música. A chance veio após chamarem a atenção dos donos da empresa, o baterista inglês Zak Starkey, filho de Ringo Star e que já tocou com Oasis e The Who, e a cantora e produtora australiana Sharna Sshh Liguz. Os dois foram até a comunidade para ver, pessoalmente, o trabalho do grupo. O Covil do Flow é o primeiro nome da gravadora Trojan Brasil e lançou, nesta terça (15), o clipe e a música “Se ela Joga”. “É um som em uma pegada mais comercial. Mais para pista de dança, de uma vibe festiva. A gente fala um pouco da cultura da favela e tudo mais mas nessa vibe do funk”, contou Victor Vergeti, o Ami$h. Nascido com uma sonoridade mais crítica, o grupo ao longo do tempo resolveu que era hora de também mostrar que a vida é difícil, mas tem momentos de prazer. “Nos pintam de uma maneira mais agressiva. E é bom mostrar que também tem alegria e vai muito além do que aparece na TV. Tem muito mais paz do que parece”, explicou o Ami$h, um dos líderes do grupo. Ele afirma que, com o tempo e a experiência, os ânimos ficaram mais calmos. “A gente tinha uma revolta muito grande quando a gente se conheceu. Hoje em dia a gente está mais em paz”, afirmou. Desafios cotidianos As histórias dos integrantes contam com diversos desafios, que aparecem de alguma forma nas músicas. Poder trabalhar com o que gostam é algo que, até então, parecia um sonho. Ami$h costuma dizer que a arte o salvou. Ator e produtor cultural, ficou sem trabalho e chegou a ser contaminado durante a pandemia da Covid-19. “Minha mãe também ficou internada por 18 dias e graças a Deus se recuperou. Para quem nasce em subúrbio ou favela, se superar é rotina”, contou. Para Josinaldo Galdino, o Nalk, o desafio é tentar ser um bom pai, mesmo sendo jovem. “Em meio às dificuldades em casa, emprego com salário mínimo e vários amigos no crime, ter um filho sem muitas oportunidades foi um divisor de águas. Quase peguei o caminho mais fácil. Mas tive força e consegui me reerguer. Hoje meu filho está bem e saudável e posso correr atrás do meu sonho com a cabeça tranquila”, contou. Para Victor Oliveira, o VT, a música representa uma estabilidade numa vida que sempre o obrigou a não fixar raízes. “Infelizmente, perdi meu pai muito cedo. E desde então foi só eu e minha mãe. Sempre trabalhei desde cedo e fui homem na casa. Devido às dificuldades, sempre nos mudamos de lugar. Várias casas diferentes. Sempre foi difícil pra mim criar raízes em qualquer lugar. Por isso hoje em dia poder fazer o que gosto e ainda com os meu amigos é muito importante. Sinto que me superei e me tornei mais forte”, explicou Victor Oliveira, o VT. Ami$h resume o sentimento de tentar representar um pouco dos jovens que lutam melhor nas comunidades do Rio. “O que nos uniu foi, além da paixão pela arte, todos estarem na mesma sintonia de querer mudar a vida das pessoas e mostrar que existe um caminho além do subemprego, do crime, seja lá o que for”, concluiu. VÍDEOS: Os mais vistos do Rio nos últimos 7 dias
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Rosana, cantora popular nos anos 1980, prepara o primeiro álbum desde 2003
Artista lança em janeiro o primeiro single do disco, 'Eu bem que te avisei', gravado com a participação do rapper Fiengo, filho da intérprete. ♪ Aos 66 anos, Rosana – cantora paulistana que obteve grande popularidade na segunda metade dos anos 1980 – volta ao mercado fonográfico em 2021. Sem lançar álbum há 17 anos (o último, Rosana, saiu em 2003), a artista prepara álbum de estúdio previsto para ser lançado no segundo semestre de 2021 pelo selo carioca Lab 344. Com repertório formado basicamente por músicas inéditas, o disco terá composições de autoria de Bombom, Gabriel Moura, Kassin, Parde2 (duo formado por Alex Moreira e Cris Delanno), Wado e Zeca Baleiro, entre outros nomes. O primeiro single do 11º álbum da discografia de Rosana, Eu bem que te avisei, tem lançamento programado para 28 de janeiro e traz Rosana ao lado do rapper Fiengo, filho da artista. Fiengo faz intervenção na gravação da música inédita assinada por Bombom, Hiroshi Mizutani e Sergiopí, idealizador do álbum. O trio, aliás, assina a produção musical do álbum de Rosana, cujo repertório inclui Wonder woman, composição de Alex Moreira e Cris Delanno com Gabriel Moura. Cantora revelada nos anos 1970, tendo lançado em 1979 o primeiro single, Fique um pouco mais, Rosana alcançou pico de popularidade entre 1987 e 1988, ano em que o Brasil cantou O amor e o poder, versão em português de Claudio Rabello da balada The power of love, lançada em dezembro de 1984 na voz da cantora norte-americana Jennifer Rush, coautora da canção em parceria com Candy de Rouge, Gunther Mende e Mary Susan Applegate. Coração selvagem (1987), Vício fatal – Rosana ao vivo (1988) e Onde o amor me leva (1989) são os álbuns mais bem-sucedidos da discografia da artista.
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Anitta revela que sofreu estupro aos 14 anos: ‘Faz pouco tempo que parei de achar que é culpa minha’
Cantora chorou ao fazer relato para documentário 'Anitta Made in Honório' e explicou que criou personagem após o episódio. 'Minha vontade e necessidade de ser uma mulher corajosa que nunca ninguém pudesse machucar.' Anitta revela, em documentário, que sofreu estupro aos 14 anos Reprodução Anitta não segurou as lágrimas ao revelar que foi vítima de estupro aos 14 anos de idade. O relato da cantora está no primeiro episódio do documentário "Anitta Made in Honório", que é dividido em seis partes e foi lançado na madrugada desta quarta-feira (16). "Eu nunca expus isso em público. Eu sempre me coloquei numas relações meio abusivas e, quando eu tinha 14 pra 15 anos, eu conheci uma pessoa. Eu tinha medo dele. Ele era autoritário comigo, falava de forma autoritária. Eu não sei, eu era diferente quando eu era adolescente, eu não era do jeito que eu sou hoje em dia." "Ele estava muito nervoso, muito estressado, e eu estava com bastante medo das reações dele quando ele estava estressado, e eu acabei perguntando se ele queria ir pra um lugar só nós dois", conta Anitta, sem segurar o choro. "Rapidamente, na mesma hora, ele parou o estresse dele e perguntou se eu tinha certeza. Eu falei que sim. Mas hoje eu tenho plena certeza que eu falei sim porque eu estava morrendo de medo do estresse dele." "Quando cheguei lá, eu realizei que não era certo eu fazer aquilo por medo nem nada. E falei que não queria mais. Mas ele não ouviu. Ele não falou nada. Só seguiu fazendo o que ele queria fazer. Quando ele acabou, ele saiu, foi abrir uma cerveja e fiquei olhando pra cama cheia de sangue", recorda a cantora, aos prantos. "Faz muito pouco tempo que eu parei de achar que isso é culpa minha, que eu parei de achar que eu causei isso pra mim. E eu sempre tive medo do que as pessoas iam falar: 'Como ela pode ter sofrido isso e hoje ser tão sexual, ser tão aberta?'. Eu não sei." A cantora ainda contou que foi a partir desse episódio que criou a personagem Anitta — seu nome de batismo é Larissa. "O que eu sei é que eu peguei isso que eu vivi e transformei em uma coisa pra me fazer sair por cima, pra me fazer sair melhor. Pra todos vocês que se perguntam de onde nasceu Anitta, nasceu daí. Da minha vontade e necessidade de ser uma mulher corajosa que nunca ninguém pudesse machucar, que nunca ninguém pudesse fazer chorar, que nunca ninguém pudesse magoar. Que sempre tivesse uma saída pra tudo. Foi daí que criei essa personagem aí." Antes do relato, Miriam Macedo, mãe da cantora explicou que "a Larissa [referindo-se ao seu nome de batismo] é frágil, não é essa poderosa, que é a Anitta." "Quando o artista quer vencer e está batalhando pra ser alguém, ele tem muitos obstáculos, muitas coisas que fazem querer desistir. Eu via ela triste de vez em quando, eu via ela chateada de vez em quando. Mas pra mim, era aquilo, as coisas que ela não conseguia", afirmou a mãe de Anitta, sem desconfiar do que a filha havia sofrido no passado. Renan Machado, irmão da cantora, também deu seu relato sobre o momento em que Anitta decidiu expor o episódio para a família. "Faz muito pouco tempo, ela chamou eu, meu pai e minha mãe pra conversar. Ela pediu pra que a gente nem olhasse pra ela, que a gente só escutasse o que ela tinha pra falar, porque ela estava começando a se boicotar, não comer, não estar feliz, e criar defesas dentro dela pra suportar esse segredo. Então ela resolveu botar isso pra fora, nos contar." VÍDEOS: Saiba tudo sobre entretenimento com o Semana Pop
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Tom Cruise dá bronca em equipe de ‘Missão Impossível 7’ para seguir precauções contra Covid-19
Segundo o jornal britânico 'The Sun', ator ameaçou demitir parte da equipe caso não obedecesse regras. Tom Cruise nas filmagens do novo 'Missão Impossível' em Veneza, na Itália Marco Sabadin/AFP Tom Cruise deu uma bronca devido a uma aparente violação dos protocolos de segurança contra a Covid-19 no set londrino do novo filme da franquia "Missão Impossível", dizendo a membros da equipe que serão demitidos se não obedecerem as regras, noticiou o jornal britânico "The Sun" na terça-feira (15). Em comentários repletos de palavrões capturados em uma gravação de áudio obtida pelo jornal, o astro e produtor do filme de ação gritou com a equipe por causa de lapsos de distanciamento social e outra regras que permitem que filmes sejam feitos durante a pandemia de coronavírus. Tom Cruise posa para fotos do novo 'Missão Impossível' em outubro de 2020, em Veneza, na Itália Andrea Pattaro/AFP Uma fonte próxima da produção disse que a gravação é autêntica. O representante de Cruise não quis comentar. "Estou no telefone com cada p**** de estúdio de noite, seguradoras, produtores, e eles estão nos olhando e nos usando para fazer seus filmes", disse o ator à equipe no set. "Vocês entendem a responsabilidade que têm? Se vocês não conseguirem ser razoáveis e eu não conseguir lidar com sua lógica, vocês estão demitidos", acrescentou, de acordo com a gravação. Tom Cruise em 'Missão Impossível'; foto tirada em 20 em outubro, em Veneza, na Itália Andrea Pattaro/AFP O "Sun" não disse quando o incidente ocorreu, mas os cineastas chegaram a Londres no início de dezembro. O sétimo filme da franquia "Missão Impossível" foi um dos primeiros a suspender produção por causa do coronavírus ao abandonar filmagens em Veneza, na Itália, em fevereiro. Como o medo do coronavírus está alterando rota do pop
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Elenco relembra atuação de Chadwick Boseman em ‘A Voz Suprema do Blues’: ‘Lendária’
Último filme gravado pelo ator, que morreu no final de agosto, estreia nesta sexta-feira (18). 'A voz suprema do blues' ganha trailer com Chadwick Boseman Os colegas atores consideram a atuação impressionante e os críticos de cinema usam palavras como "partir o coração". O desempenho final de Chadwick Boseman, no filme "A Voz Suprema do Blues”, que chega ao Netflix na sexta-feira (18), sempre será agridoce, mas também deve dar ao ator o tipo de atenção que ele nunca ganhou na vida. "É uma atuação lendária nas telas", disse o diretor George C. Wolfe. "Ele conduziu o papel com tanta ferocidade e deu sua intuição para o papel, e é isso que você vê na tela." Boseman, mais conhecido como o herói de "Pantera Negra", morreu em agosto aos 43 anos, após manter em segredo uma batalha de quatro anos contra o câncer de cólon. Em "A Voz Suprema do Blues", a adaptação para as telas da peça teatral de August Wilson sobre a cantora Ma Rainey, Boseman interpreta o ambicioso trompetista Levee, ávido por mudanças, que entra em conflito com Ma, interpretada por Viola Davis. Em um dos momentos-chave, Levee critica Deus por dar as costas aos negros em um discurso elogiado pelos outros atores. “É como se tudo tivesse parado”, disse Michael Potts, que interpretou um dos membros da banda no filme. "Algo muito espiritual aconteceu naquele momento. Foi algo do qual você não conseguia desviar o olhar… Foi um momento extraordinário. Foi um momento impressionante também", declarou Potts. A crítica do Washington Post disse que o discurso "não pode deixar de ter um trágico duplo sentido", dada a morte de Boseman. Michael Potts, Chadwick Boseman e Colman Domingo em imagem de 'A voz suprema do blues' David Lee/Netflix Morre Chadwick Boseman, astro de ‘Pantera Negra’, aos 43 anos VÍDEOS: Saiba tudo sobre entretenimento com o Semana Pop
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Festival Sundance de Cinema divulga programação com filmes produzidos durante pandemia
Evento ocorre entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro, com exibições em drive-ins e pequenos cinemas independentes, além de programação virtual. Fachada do Egyptian Theatre, onde costuma acontecer as exibições do Festival de Sundance, em Utah. Foto Arthur Mola/Invision/AP, Arquivo O prestigiado Festival Sundance de Cinema divulgou, nesta terça-feira (15), sua programação, o primeiro do gênero a apresentar filmes produzidos durante a pandemia de coronavírus que evocam a crise de saúde sem precedentes, alguns dos quais podem acabar concorrendo ao Oscar. Para se adaptar às restrições da era da Covid-19, o Sundance será realizado parcialmente on-line desta vez, entre 28 de janeiro e 3 de fevereiro. Haverá também exibições em drive-ins e pequenos cinemas independentes, da Califórnia a Nova York, passando pelas montanhas do estado de Utah, onde costuma ser realizado o evento. Festivais on-line podem amenizar os prejuízos do cinema de arte? Entre os lançamentos mais esperados está "Life in a Day 2020", uma sequência do documentário de 2011 de Ridley Scott e Kevin Macdonald que busca pintar "o retrato global da vida em nosso planeta". O filme utiliza imagens filmadas por milhares de pessoas durante um único dia de julho de 2020, durante o auge da pandemia. Os cineastas receberam cerca de 300 mil contribuições de participantes do projeto e "essas janelas para suas vidas são verdadeiramente extraordinárias", disse Kim Yutani, diretora de programação do festival, que observou que este é "um grande empreendimento". "Este é o 10° aniversário do projeto e é um ano particularmente significativo", destacou. Como o medo do coronavírus está alterando rota do pop O Sundance também irá apresentar "In the Earth", filme de terror sobre um vírus rodado em agosto, durante duas semanas, por Ben Wheatley, e o documentário "In the Same Breath", que explora as tentativas do governo chinês de "transformar o encobrimento da pandemia em Wuhan em um triunfo para o Partido Comunista". O racismo e a discriminação sofridos pelos negros também estarão no centro dessa edição do festival, marcada por gigantescas manifestações contra a violência policial. "Summer of Soul", primeiro filme dirigido pelo músico afro-americano Questlove (The Roots), trata do pouco conhecido festival "Black Woodstock", realizado com sucesso no Harlem em 1969. Semana pop explica como o Black Lives Matter está mudando a cultura pop Entre os 72 longas-metragens da programação, estão "Prisoners of the Ghostland", um filme com Nicolas Cage que combina ação e o sobrenatural, e "Amy Tan: Unintended Memoir", obra dirigida por James Redford, filho do lendário ator e co-fundador do festival, Robert Redford. James morreu de câncer em outubro, aos 58 anos.
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Fagner respeita estatuto das serestas em álbum que refina a sofrência dos anos 1930
Convencional, o disco 'Serenata' é valorizado pelas luminosas tramas dos violões de João Camarero, João Lyra e Rogério Caetano. Capa do álbum 'Serenata', de Raimundo Fagner Jorge Bispo Resenha de álbum Título: Serenata Artista: Fagner Edição: Biscoito Fino Cotação: * * * * ♪ Serenata – álbum que Raimundo Fagner lança na sexta-feira, 18 de dezembro, em edição da gravadora Biscoito Fino – é disco convencional que segue com respeito os estatutos das serestas, refinando a sofrência de tempos idos. E isso é tanto o vício como o maior virtude do álbum enquadrado em elegantes moldes tradicionais por José Milton, produtor musical de Serenata e responsável pela impecável seleção de repertório, escolhido juntamente com Fagner. Abrandando os tons rascantes da voz que ecoa influências árabes e ibéricas no canto já maturado, o intérprete aborda standards do cancioneiro seresteiro dos anos 1930 com compreensível reverência, coerente com o conservadorismo do público a que o disco é destinado. A esse cancioneiro melancólico, apresentado ao Brasil nas vozes viris de cantores como Orlando Silva (1915 – 1978) e Silvio Caldas (1908 – 1998), Fagner adiciona com naturalidade um clássico do próprio repertório autoral – Mucuripe (1972), parceria com o compositor conterrâneo Belchior (1946 – 2017) que alavancou a carreira do artista há 48 anos – e evidencia a melancolia seresteira que jaz no samba-canção As rosas não falam (Cartola, 1976), já gravado anteriormente por Fagner cinco vezes, em discos de 1978, 1981 (em versão em espanhol), 1994, 1999 e 2002. O sexto registro fonográfico de As rosas não falam por Fagner é conduzido pelo toque preciso do piano de Cristovão Bastos, músico fundamental na arquitetura de Serenata. Em que pese a maestria de Bastos, o que mais agrega valor ao álbum são as tramas dos violões tocados magistralmente por João Camarero (ás das sete cordas), João Lyra e Rogério Caetano. Bem urdidas, essa tramas refinam o disco, sobretudo quando os violonistas também atuam como arranjadores, como nas gravações de Chão de estrelas (Silvio Caldas e Orestes Barbosa, 1937), da valsa Lábios que beijei (J. Cascata e Leonel Azevedo, 1937) – faixa previamente apresentada em outubro como primeiro single do álbum – e Malandrinha (Freire Júnior, 1927), luminosamente orquestradas por Caetano (as duas primeiras) e Camarero (Malandrinha), respectivamente. Contudo, há espaço para outros instrumentos. O toque da sanfona de Adelson Viana ajuda a contextualizar a ambiência rural de Maringá (Joubert de Carvalho, 1931) – cenário da desilusão amorosa provocada pela cabocla que quebrou coração ao partir – e também embeleza Mucuripe, ao lado de uma segunda sanfona tocada pelo pianista Cristovão Bastos. Fagner lança o álbum 'Serenata' na sexta-feira, 18 de dezembro Jorge Bispo / Divulgação A tristeza é senhora no álbum Serenata. O lirismo romântico de letras como a de Noite cheia de estrelas (Cândido das Neves, 1932) acoberta dores de amores expiadas em estreladas noites com luar, imagem recorrente nos versos dos apaixonados. Mesmo sem alcançar toda a dramaticidade da Serenata do adeus (Vinicius de Moraes, 1958), Fagner revela bom entendimento dos sentimentos e significados dessas serestas. A gravação de Deusa da minha rua (Newton Teixeira e Jorge Faraj, 1939) – faixa arranjada por Cristovão Bastos em que reluzem as cordas do bandolim de Luís Barcelos e do violão de João Camarero, harmonizado com o sopro melancólico da flauta de Dirceu Leite – exemplifica o requinte de Serenata, álbum sem traços de modernidade no molde atemporal. Com registro vocal quase aveludado, Fagner aborda a valsa Rosa (Pixinguinha com letra posterior de Otávio de Souza, 1917 / 1937) e também a Valsinha (Chico Buarque e Vinicius de Moraes, 1970) nos tons comedidos deste disco em que o cantor evita rasgos melodramáticos ao interpretar músicas já em si carregadas de intenso sentimento. Esse entendimento é alcançado somente por grandes cantores como Nelson Gonçalves (1919 – 1998), cuja voz referencial é ouvida no primeiro minuto do álbum Serenata graças ao milagre da tecnologia de estúdio que junta as vozes de Nelson – extraída de registro fonográfico de 1991 – e de Fagner na gravação da música-título do disco, Serenata (1935), uma das parcerias de Silvio Caldas (1908 – 1998) com Orestes Barbosa (1893 – 1966), mestres do repertório seresteiro. Cantor conhecido pela franqueza por vezes rude, do tipo que nunca fazia gênero, o exigente Nelson Gonçalves aprovaria a serenata de Raimundo Fagner.
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Thiaguinho lança single ‘Era uma vez’, primeira amostra de álbum feito com Prateado
♪ Sem aviso prévio, Thiaguinho lançou single solo, Era uma vez, nesta quarta-feira, 16 de dezembro, em edição da gravadora Som Livre. Trata-se do primeiro lançamento fonográfico de Thiaguinho com repertório novo em 2020, descontadas as colaborações em projetos de outros artistas. Inédita, a composição Era uma vez é creditada a Gaab e a Dudu Borges em parceria com o próprio Thiaguinho. O single Era uma vez é a primeira amostra de álbum gravado por Thiaguinho sob direção musical do produtor e compositor Prateado. Intitulado Infinito, o álbum está previsto para ser editado no primeiro trimestre de 2021. O último álbum do cantor, Tardezinha no Maraca, foi lançado em outubro com registro ao vivo de show captado em dezembro de 2019 em apresentação do cantor no estádio carioca popularmente conhecido como Maracanã. Capa do single 'Era uma vez', de Thiaguinho Reprodução
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Sexismo ainda prevalece em Hollywood apesar do movimento #MeToo, revela pesquisa
Estudo também perguntou sobre racismo e apontou que menos da metade dos participantes acredita que Hollywood valoriza origens e pontos de vista diversos. Hollywood TV Globo Três anos depois que o movimento #MeToo agitou Hollywood, fazendo com que dezenas de homens poderosos perdessem seus empregos, dois terços das mulheres que participaram de uma pesquisa do setor de entretenimento divulgada na terça-feira (15) relataram incidentes contínuos de assédio sexual. A pesquisa da Comissão de Hollywood também perguntou sobre racismo, e revelou que menos da metade dos que participaram acredita que Hollywood valoriza origens e pontos de vista diversos. A pesquisa online, lançada em novembro de 2019, foi considerada a maior de todos os tempos no setor, abrangendo trabalhadores de televisão e cinema, comerciais, teatro, música, transmissão de notícias, agências de talentos, relações públicas e ambientes corporativos. Quase 10 mil pessoas responderam às questões. Cerca de 67% das mulheres relataram ter passado por assédio de gênero durante os 12 meses anteriores, com 42% das mulheres relatando interesse sexual indesejado. Uma pessoa que participou anonimamente disse à comissão que quando trabalhava como assistente, o executivo-chefe da empresa "me deu tarefas para flertar com outras pessoas poderosas do setor para tentar conseguir mais reuniões com meus chefes". A comissão, presidida pela professora de direito Anita Hill, afirmou que Hollywood fez progressos no tratamento de "questões culturais e climáticas significativas de assédio e discriminação", mas é preciso fazer mais. As recomendações da comissão incluem limitar a confidencialidade e os acordos de não divulgação, proibir o bullying, aumentar a orientação e realizar treinamento de observação que ajude os funcionários a neutralizar incidentes racistas ou sexistas. VÍDEOS: Saiba tudo o que acontece no entretenimento com o Semana Pop
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Leilão no Louvre: lance para chegar mais perto da ‘Mona Lisa’ atinge US$ 98 mil
Vencedor poderá acompanhar de perto a inspeção anual do quadro de Leonardo da Vinci. Visitantes usando máscaras tiram fotos em frente à Mona Lisa, obra-prima de Leonardo da Vinci, no Museu do Louvre em Paris, nesta segunda-feira (6) Francois Guillot / AFP Um lance on-line de 80 mil euros (cerca de US$ 98 mil, ou quase R$ 500 mil) foi dado durante leilão no Museu do Louvre para garantir a oportunidade de chegar mais perto da "Mona Lisa". O valor superou em quase três vezes a expectativa do museu, já que a estimativa era de que o lance final fosse de até US$ 36 mil (cerca de R$ 188 mil), de acordo com a revista "Forbes". O vencedor, que não teve seu nome identificado, vai poder acompanhar de perto a inspeção anual da obra de Leonardo da Vinci. A obra está exposta no museu, onde pode ser vista pelo público geral à distância e por trás de um vidro à prova de balas. Mas, anualmente, ela é retirada para uma inspeção por especialistas. O leilão do Louvre trouxe uma série de experiências únicas disponibilizadas pelo museu. Entre outras, está um tour privativo pelo museu ao lado de Jean-Luc Martinez, presidente e diretor do Louvre. O lance vencedor foi de 38 mil euros (US$ 46 mil). VÍDEOS: Saiba tudo sobre entretenimento com o Semana Pop
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