Personalidades repercutem nas redes sociais a morte do homem negro agredido em hipermercado de Porto Alegre
Thiaguinho, Teresa Cristina, Lulu Santos e Tatá Werneck foram alguns dos que comentaram o caso envolvendo a morte de João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos. João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi espancado e morto por dois homens brancos em Porto Alegre. Reprodução/Redes sociais Personalidades usaram as redes sociais para repercutir e lamentar a morte de um homem negro após ser espancado por dois homens brancos em Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, na noite desta quinta-feira (19), véspera do Dia da Consciência Negra (nesta sexta, 20). João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi agredido em uma unidade do supermercado Carrefour. Nas redes sociais, famosos e anônimos usaram as hashtags "vidas pretas importam", "vidas negras importam", "black lives matter", além do nome de João Alberto. Às 11h desta sexta-feira (21), ao menos oito entre os tópicos mais comentados no Twitter tinham relação com o caso e com o Dia da Consciência Negra. Camila Pitanga, atriz "O nome de hoje é João Alberto Silveira Freitas. Homem negro, morto a socos, por dois seguranças brancos, numa unidade do Carrefour em Porto Alegre. Mais um homem negro morto. Mais uma família que perde um dos seus por conta da cor da pele. O negro sai para ir ao supermercado e não volta. É uma batalha eterna do nosso corpo contra o mundo. Um mundo que não nos quer, que não nos gosta, que não entende que ali é uma pessoa. Não entendeu e segue não entendendo. Um mundo que sequestrou pessoas, as colocou em navios e escravizou sua identidade, sua liberdade, sua independência, seu corpo, sua vida. Nossas vidas seguem marcadas pelo chicote do branco. Não sara. Não tem como sarar enquanto pessoas pretas continuem valendo tão pouco a ponto de serem mortas a socos na porta do supermercado. Tão fácil como comprar uma garrafa de água. O racismo não acaba se pararmos de falar nele. O racismo acaba quando pessoas brancas pararem de cometê-lo. Porque o racismo não é só uma ideia, não são apenas palavras. O racismo é a base de uma sociedade que nasceu e se manteve na exploração do povo preto." Initial plugin text Thiaguinho, cantor "Parem de nos matar! Parem de matar nossos pais, mães, filhos e irmãos… Pelo amor de Deus!!!! Eu não aguento mais tomar porrada até morrer… Pqp, Mano! Que dor… E nós, pretos, não vamos mais aceitar isso e nós calar… Inclusive, temos que fazer mais… Não dá mais pra suportar isso. Eu não me sinto menos importante que ninguém nesse país… Pelo contrário… Então… vamos agir! Initial plugin text Teresa Cristina, cantora "Como acordar num país e falar do dia da Consciência Negra sabendo que mais um negro foi espancado até a morte em um supermercado? Assassinos!!!" Initial plugin text Rafael Zulu, ator Initial plugin text Leandra Leal, atriz Initial plugin text Tatá Werneck, apresentadora e atriz Initial plugin text Lulu Santos, cantor "Hoje na verdade é o dia da consciência pesada #Reparação" Initial plugin text Preta Gil, cantora Initial plugin text Luciano Huck, apresentador "No Dia da Consciência Negra, mais um negro é espancado até a morte. Uma barbaridade. Revoltante. O Brasil passa por uma encruzilhada civilizatória, com gente assoprando a brasa da guerra cultural em vez de defender os valores da cidadania. Tomar consciência é agir pela paz e união." Initial plugin text Buchecha, cantor "A pergunta é ATÉ QUANDO? Meus sentimentos aos familiares" Initial plugin text Giovanna Lancellotti, atriz Initial plugin text Imagens mostram homem sendo agredido em supermercado de Porto Alegre (Imagens fortes) Imagens mostram homem sendo agredido em supermercado de Porto Alegre
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Lucy Alves mistura reggae e baião em single com a banda Natiruts
Parceria da artista com Alexandre Carlo, 'Dia de festa' é música gravada em clima de positividade industrializada. ♪ Lucy Alves acrescenta single à discografia já camaleônica, dois meses após lançar o EP Chama, apresentado em setembro com seis músicas em repertório que incluiu composições então inéditas como Espelho e Me deixe ser mulher. Lançado nesta sexta-feira, 20 de novembro, o single Dia de festa junta a cantora, compositora, acordeonista e atriz paraibana com a banda Natiruts, personificada na capa do disco pelo cantor e compositor brasiliense Alexandre Carlo, vocalista do grupo de reggae da Capital Federal. Em clima de positividade industrializada, a gravação de Dia de festa mistura a levada do reggae com a pisada do baião e com a batida do reggaeton. Dia de festa é composição creditada a Alexandre Carlo, a Lucy Alves e a Marcel Souza, produtor musical do fonograma. Capa do single 'Dia de festa', de Lucy Alves com Natiruts Divulgação A colaboração de Lucy com o grupo Natiruts no single Dia de festa soa menos surpreendente para quem sabe que, embora Lucy tenha começado a ganhar projeção no universo da música nordestina como integrante do grupo Clã Brasil, a artista já integrou a banda de reggae Lírios do Gueto e certa vez, em João Pessoa (PB), chegou a fazer o show de abertura de apresentação do Natiruts na capital da Paraíba. Contudo, a colaboração da cantora com a banda de Alexandre Carlo começou a ser idealizada quando, no fim de 2019, a artista assistiu a um show do grupo em Fortaleza (CE) e foi confraternizar com os músicos no camarim. Gravado e mixado (por Daniel Félix) no Brasil, mas masterizado nos Estados Unidos, o single Dia de festa antecede a estreia do inédito show da turnê Esse mundo é meu, programada por Lucy Alves para chegar aos palcos do Brasil a partir de dezembro.
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Giulia Be faz desabafo sobre fim de namoro e boatos com Luan Santana: ‘Não existiu traição’
'Mulheres, parem de botar uma contra outra', pediu a cantora carioca. Leia texto na íntegra. Giulia Be Reprodução/Instagram/GiuliaBe Giulia Be fez um longo desabafo sobre o fim de namoro com o cantor e modelo Eduardo Chady e os boatos envolvendo um suposto romance com Luan Santana. As redes sociais da cantora carioca foram bombardeadas depois do fim do noivado de Luan com Jade Magalhães em outubro. A separação aconteceu no mês mesmo em que Giulia e o cantor sertanejo lançaram a música "Inesquecível". "Não existiu traição. Não existiu 'dar em cima'. Não existiu 'talaricagem'", escreveu Giulia nos Stories do Instagram nesta quinta (19). (Leia texto na íntegra abaixo). "Fiz um trabalho com o Luan, sendo que esse o primeiro feat da minha carreira. Fiquei muito animada, muito feliz, por estar num projeto com um artista que sempre admirei, que provou além do seu talento ser também um ser humano incrível", continuou. Giulia ainda confirmou que o namoro com Chady chegou ao final e falou o motivo: "O meu namoro não aguentou a tudo isso". "Terminei tem algumas semanas, pois acho que a pessoa que a gente escolhe amar não merece toda essa destilação de ódio. Toda essa criação e especulação abalando algo que era pra estar sendo vivido a dois. Eu escolhi essa vida, ele não", disse. 'Parem de botar uma contra outra' No desabafo, Giulia Be também lembrou do momento em que ela e Luan pediram para que as pessoas tivessem empatia com Luísa Sonza, que estava sendo criticada nas redes sociais após assumir o namoro com Vitão. Os três artistas fizeram uma live juntos no final de setembro. "Pedimos para mensurarem as palavras pois elas machucam não só uma como duas, três e quatro pessoas que estariam envolvidas em tudo isso. Parece até piada pronta que isso esteja acontecendo agora. Mas por algum motivo está", disse. "Mulheres parem de botar um contra outra. Parem de aceitar as narrativas machistas que lhes vão impondo. Eu sei que é difícil, sei que a gente foi criada assim", continuou. Giulia Be ainda falou que a situação tem causado ansiedade quando o assunto é a música "Inesquecível". "Nesses últimos tempos, vi minha fé incondicional se despedaçando. Meu amor por essa música que escrevi, criei e lancei virar uma ansiedade." Depois de postar o desabafo, a cantora publicou uma foto com a legenda "Trabalhando" na mesma rede social. Capa do single 'Inesquecível', de Giulia Be e Luan Santana Divulgação Leia desabafo de Giulia Be na íntegra: "Estou aqui a pedido dos meus fãs. Reconheço que as pessoas criam ídolos por exemplos. E se um dia qualquer um deles se sentisse injustiçado, eu iria incentivá-lo a usar sua voz. Não faz sentido fazer diferente comigo mesma. E eu só posso falar por mim. Não existiu traição. Não existiu 'dar em cima'. Não existiu 'talaricagem'. Fiz um trabalho com o Luan, sendo que esse o primeiro feat da minha carreira. Fiquei muito animada, muito feliz, por estar num projeto com um artista que sempre admirei, que provou além do seu talento ser também um ser humano incrível. Conheci seus pais em um ambiente de trabalho, assim como ele conheceu os meus, há meses. Criamos uma admiração mútua e uma amizade. Não cabe a mim comentar o relacionamento de outras pessoas. O meu namoro não aguentou a tudo isso. Terminei tem algumas semanas, pois acho que a pessoa que a gente escolhe amar não merece toda essa destilação de ódio. toda essa criação e especulação abalando algo que era pra estar sendo vivido a dois. Eu escolhi essa vida, ele não. Na live eu e Luan pedimos a vocês que tivessem empatia com uma outra situação que vocês não viveram, não conhecem, e não sabem a verdade por trás. Pedimos para mensurarem as palavras pois elas machucam não só uma como duas, três e quatro pessoas que estariam envolvidas em tudo isso. Parece até piada pronta que isso esteja acontecendo agora. Mas por algum motivo tá. E quando Deus prepara coisas assim na nossa vida nada mais é do que um teste da nossa resiliência e nossa fé que talvez tenha um motivo maior. Nesses últimos tempos, vi minha fé incondicional se despedaçando. Meu amor por essa música "Inesquecível" que escrevi, criei e lancei virar uma ansiedade. Me vi tendo medo de seguir trabalhando ela por receio do que iriam pensar de mim. Medo de criar um vínculo maior com alguém por conta do que iriam falar e quem isso poderia machucar. Até ao divulgar o projeto do Luan pelo Pantanal, trabalho de uma importância ímpar e muito maior do que todos nós, fui criticada. O foco tem que mudar. Mulheres parem de botar um contra outra. Parem de aceitar as narrativas machistas que lhes vão impondo. Eu sei que é difícil, sei que a gente foi criada assim. Não sou dona de qualquer verdade, pelo contrário, muitas vezes ao me sentir injustiçada quis culpar outra mulher. Nosso instinto vai sempre ser culpa ELA. Falar mal DELA. Mirabolar uma narrativa onde todos os meus problemas foram causados por ELA. Assim são as defesas femininas. Mas ninguém nunca fez justiça assim. Fica aqui meu agradecimento a todos que não surfam a onda do ódio, sobretudo aos meus fãs: vocês me deixam mais forte. Vocês são a única razão que hoje eu estou onde estou e posso viver meu sonho. E se forem continuar conversando sobre, que tal uma análise de todas as problemáticas sociológicas que se escondem por trás de toda essa histórias que tantas vezes o Brasil vê se repetindo? Só mudam os nomes. Estou trabalhando e vou continuar trabalhando independentemente. Isso sim é a verdade, e essa verdade é imutável. Be kind". VÍDEOS: Semana Pop explica temas do entretenimento
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Jéssica Ellen dá drible na intolerância religiosa com o single ‘Macumbeira’
Atriz e cantora valoriza música inédita do historiador Luiz Antonio Simas em gravação que dá amostra de EP programado para janeiro. Capa do single 'Macumbeira', de Jéssica Ellen Gabriella Maria Resenha de single Título: Macumbeira Artista: Jéssica Ellen Composição: Luiz Antonio Simas Edição: Edição independente da artista Cotação: * * * * ♪ Ao lançar o primeiro álbum há dois anos, Sankofa (2018), Jéssica Ellen celebrou com fervor a conversão ao Candomblé na música Dídún Orin Pasè (Doce cantiga de ninar), tema de autoria da artista carioca. Primeira amostra de EP previsto para ser lançado em 20 de janeiro pela cantora e compositora, o single Macumbeira chega ao mundo nesta sexta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, se alinhando com a ancestralidade africana que pautou a musicalidade de Sankoka. Até porque o álbum de 2018 foi gravado com produção musical orquestrada pelo mesmo violonista Rafael dos Anjos que deu forma à gravação de Macumbeira, estilizado ponto de macumba composto pelo historiador Luiz Antonio Simas. “Fiz essa canção como quem bate cabeça para as mulheres de mandinga, guerrilheiras das guerras do Brasil, aquelas que ao longo da nossa história – entre saias rodadas, rezas fortes, golpes de navalha – driblam a morte que os escrotos e canalhas promovem como projeto de Brasil. Jéssica Ellen, com talento impactante, tá voando!”, celebrou Simas em texto publicado hoje nas redes sociais do artista. A fala do compositor encontra eco na aliciante gravação da inédita música Macumbeira. Mais em evidência como atriz, oficio no qual vem se destacando desde o ano passado ao interpretar a politizada professora Camila na novela Amor de mãe (TV Globo, 2019 / 2021), Jéssica Ellen merece ser ouvida atentamente como cantora. No single Macumbeira, Ellen sustenta o canto com firmeza suave – enfatizando o tom assertivo dos versos da letra de Simas – e dá drible na intolerância religiosa nessa gravação introduzida por toque de atabaques e feita sob a direção artística da cantora. Às batidas dos tambores (percutidos por Luiz Augusto Lima Guimarães, Moyseis Marques e Thiago da Serrinha), logo se soma o toque afro do violão de Rafael dos Anjos. O acordeom de Marcelo Caldi pontua a gravação, como um chamado para o ouvinte adentrar no sagrado universo rural das matas. “Dentro da mata tem coco / No coco tem mironga de caboclo”, joga (bem) com as palavras Simas no refrão inicial da letra de composição que saúda entidades do Candomblé e da Umbanda como cabocla Jupira, Jurema, Maria Navalha e as Pretas Velhas recorrentes no universo religioso afro-brasileiro. A cantora valoriza a música. Na voz de Jéssica Ellen, Macumbeira baixa com força no terreiro para guerrear na luta contra os preconceitos racial e religioso.
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Familiares e amigos se despedem do ator Jonas Mello: ‘Perdi meu melhor amigo’, diz irmã
Corpo de Jonas Mello foi velado e sepultado no Cemitério Memorial de Santos, no litoral paulista, nesta sexta-feira (20). Família diz que Jonas morreu de causas naturais. Ator Jonas Mello morre aos 83 anos em SP O corpo do ator Jonas Mello foi velado e sepultado nesta sexta-feira (20), em Santos, no litoral paulista. Amigos e familiares do ator, que tinha 83 anos, se despediram durante a cerimônia, que foi aberta ao público e ocorreu no Memorial Necrópole Ecumênica. O ator foi encontrado morto na própria residência, segundo familiares, por causas naturais. O velório aconteceu na manhã desta sexta-feira, no salão nobre do Memorial. As três irmãs do ator moram em Santos e, por isso, decidiram realizar o velório e o enterro na cidade. “Perdi meu irmão, meu melhor amigo, meu confidente”, declara a irmã do ator, Janete Rodrigues de Mello, de 80 anos. Para ela, a morte do ator foi uma surpresa. Ela conta que ele tinha uma boa saúde e alguém muito ativo. “Era divertido e de opinião forte”, descreve Janete. Velório foi realizado no Salão Nobre do Cemitério Memorial em Santos, SP Leticia Gomes/G1 A irmã Josephina Rodrigues de Mello, de 48 anos, conta que Jonas viajava para o litoral todos os finais de semana para se reunir em almoços com a família. “Ele era uma pessoa feliz, realizada, porque aproveitou a vida ao máximo. Nasceu para brilhar”, diz Josephina. A irmã do artista Josefina Rodrigues de Mello afirma que o irmão levava uma vida saudável e não tinha problemas de saúde. Ultimamente, dedicava-se à dublagem de filmes. O ator foi encontrado morto no apartamento dele, em Santana, na Zona Norte de São Paulo, na tarde desta quarta-feira (18). De acordo com familiares, ele passou mal e chegou a ligar para o primo Eliezer Corazza. Quando o familiar chegou na residência, o artista já estava morto. Jonas era solteiro e sem filhos. Eliezer também esteve no velório. Ele mora em São Paulo e acompanhava o primo para fazer exames de rotina. Ele conta que o encontrou na última quarta-feira. "Teve uma vida bacana, uma vida bastante feliz e viveu como todos nós gostaríamos de viver. Teve uma vida plena", relembra. Ator Jonas Mello Reprodução/TV Globo Seu último trabalho na TV foi interpretar um capanga na novela “Flor do Caribe”, da TV Globo, em 2013. Jonas Mello nasceu em São Paulo, em 20 de outubro de 1937. Iniciou carreira na televisão em 1969, na produção “A cabana do Pai Tomás”, na TV Globo. Na Record, fez “Os deuses estão mortos”, “Sol amarelo”, “O tempo não apaga”, “O leopardo”, “Vendaval”, “Vidas Marcadas” “Estrela de fogo”, “Por amor e ódio”, “Escrava Isaura” e a minissérie “O desafio de Elias”. Na Tupi (extinta), Mello trabalhou em “Os inocentes”, “Meu rico português”, “Os apóstolos de Judas”, “Um Sol maior” e “João Brasileiro, o bom baiano”. Na Globo, participou de “Os gigantes”, “Chega mais”, “Coração alado”, “Baila comigo”, “Terras do sem fim”, “Partido alto”, “O outro”, “Bambolê”, “Pacto de sangue”, “Barriga de aluguel”, “O portador”, “Suave veneno”, “Vila Madalena”, “Araguaia”, “O Astro” e “Salve Jorge”. Na Cultura, atuou em “O coronel e o lobisomem” e “Paiol velho”. No SBT fez as novelas “Conflito”, “Acorrentada”, “Jogo do amor” e “Dona Anja”. Na Bandeirantes, integrou o elenco de “Maçã do amor”. Na Manchete (extinta), trabalhou em “Dona Beija” e “Mandacaru”. Na CNT/Gazeta, atuou nas minisséries “Irmã Catarina” e “Ele vive” e as novelas “A última semana” e “Antônio dos milagres”. Ator Jonas Mello Reprodução / Twtter @AtorJonasMello Cinema No cinema, atuou em “O Cangaceiro” (1997) e “Lula, o filho do Brasil” (2010). Também foi dublador de diversos filmes e desenhos animados. O velório e o sepultamento foram realizados nesta sexta-feira (20), durante a tarde, no cemitério Memorial de Santos. Veja mais notícias sobre São Paulo:
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Martinho transita entre avenidas, ruas e terreiros nos contornos cariocas do álbum ‘Rio: só vendo a vista’
Com cinco músicas inéditas e sete regravações, o disco expõe traços da arquitetura da obra grandiosa do compositor fluminense de 82 anos. Capa do álbum 'Rio: só vendo a vista', de Martinho da Vila Arte de Lan Resenha de álbum Título: Rio: só vendo a vista Artista: Martinho da Vila Edição: Sony Music Cotação: * * * ♪ Dono de obra grandiosa que gravita em torno da cadência plural do samba, com incursões por outros gêneros musicais, Martinho da Vila é dos maiores compositores da música popular do Brasil. Alicerçado desde 2019, o álbum Rio: só vendo a vista – 55º título da farta discografia do artista fluminense de 82 anos – chega ao mercado fonográfico nesta sexta-feira, 20 de novembro, com capa que expõe os contornos cariocas do traço do caricaturista Lan (1925 – 2020) e com repertório que apresenta traços da arquitetura da obra monumental de Martinho. “O negócio é sambar de qualquer maneira / Até encontrar cadência”, avisa o partideiro de alta estirpe, em versos da letra que escreveu para a música Na ginga do amor, parceria com Moacyr Luz apresentada por Luz há dois anos no álbum Natureza e fé (2018) com a voz do próprio Martinho. Temperado na regravação do álbum Rio: só vendo a vista com um toque sutil de maxixe e outro de calango, Na ginga do amor é samba cujo balanço manemolente evoca cadências seminais dos pioneiros bambas Donga (1889 – 1974), João da Baiana (1887 – 1974) e Pixinguinha (1897 – 1973). O baixo teor de novidade do repertório desse disco inspirado pela cidade do Rio de Janeiro (RJ) – somente cinco músicas inéditas em 12 faixas – sinaliza que Rio: só vendo a vista é álbum quase revisionista, de entressafra. Contudo, dá para encontrar e reconhecer de imediato a cadência típica do compositor, acariocado fluminense de Duas Barras (RJ), no samba-enredo que abre o álbum, Vila Isabel, anos 30 (1985). Composto por Martinho com o bamba Luiz Carlos da Vila (1949 – 2008), o samba-enredo foi preterido em eleição da Unidos da Vila Isabel, tendo sido apresentado em disco pelo parceiro há 35 anos em gravação feita por Luiz Carlos da Vila, com participação do próprio Martinho, para o álbum Pra esfriar a cabeça (1985). Vila Isabel, anos 30 já tinha sido incluído por Martinho no repertório do recente CD e DVD Enredo (2014), o que corrobora a sensação de que o álbum Rio: só vendo a vista foi feito com rigor menor do que o visto na discografia do artista. Cabe ressaltar que Luiz Carlos era da Vila da Penha, não da Vila Isabel incorporada por Martinho ao sobrenome artístico pelo amor à escola de samba Unidos de Vila Isabel. A propósito, a segunda faixa do álbum é outro samba-enredo preterido pela escola, O Rio chora, o Rio canta, até então inédito em disco. O enredo versa sobre a transferência da capital do Brasil do Rio para Brasília (DF) a partir dos anos 1960. Pequeno diante das grandes contribuições de Martinho para o gênero, o samba-enredo foi gravado com arranjo que combina o toque do pandeiro, o ronco da cuíca e a pegada seresteira de violão destacado na primeira parte da faixa. Martinho da Vila grava no disco dois sambas-enredos preteridos pela escola Unidos de Vila Isabel Leo Aversa / Divulgação Letrada pelo poeta Geraldo Carneiro, que cita soneto de Luís de Camões (1524 – 1980) em verso (“O Rio é um fogo que arde sem se ver”) da letra que mapeia o Rio com exaltação e alguma dose crítica (“O Rio às vezes é um grande abacaxi / De São Conrado a São João de Meriti”, diz verso que põe a Baixada Fluminense no mapa carioca em nome da rima), a inédita música-título Rio: só vendo a vista tampouco se impõe na obra de Martinho. O toque sinuoso de baixo introduz Minha Preta, minha Branca, samba (também inédito) de cadência sensual em que Martinho celebra a mulher, Cleo. O compositor já se mostrou mais sedutor nessa seara. Parceria de Martinho com Candeia (1935 – 1978) lançada na voz de Beth Carvalho (1946 – 2019) no álbum De pé no chão (1978), o samba Você, eu e a orgia é ambientado em clima rural na gravação em que Martinho dialoga com as filhas Analimar, Juliana, Maíra Freitas e Mart'nália, cujas vozes são recorrentes nos coros do disco. “Na minha casa, todo mundo é bamba / Todo mundo bebe, todo mundo samba”, acrescenta Martinho à letra, citando marotamente o sucesso inicial Casa de bamba (1968). Inédito, o samba O caveira tem cadência mais lenta e a voz de Verônica Sabino, cantora carioca que montou recentemente show com o repertório de Martinho da Vila. Verônica bisa a participação no disco ao dividir com Martinho o canto de Pensando bem (1982), samba que expõe dilema moral. Com temática social infelizmente cada vez mais atual, Pensando bem é parceria do compositor com João Aquino apresentada por Martinho no álbum Verso… Reverso (1982). Martinho da Vila em estúdio com os filhos na gravação do álbum 'Rio: só vendo a vista' Reprodução / Instagram Mart'nália Na sequência do enredo do disco, Martinho prossegue em linha social ao lado de Mart'nália, que encarna a Menina de rua do título desse samba composto por Martinho com Rildo Hora e lançado em 1985 no álbum com a trilha sonora do musical infantil Você não me pega, idealizado por Rildo e Martinho, mas nunca encenado. No contexto do álbum atual, Menina de rua soa como alerta para o inaceitável retrato carioca do abandono de crianças ao relento nas ruas da cidade. Outro samba de Martinho da Vila com Candeia, Eterna paz (1979) evidencia o viço do canto do bamba na regravação, em arranjo de voz e cavaquinho, desse samba que versa sobre a transcendência da existência através do sono da morte. Afro-samba apresentado na voz matricial de Clementina de Jesus (1911 – 1987), em gravação de 1979 feita em dueto com o próprio Martinho da Vila, Assim não, Zambi traz o batuque mais ancestral para o disco, com a voz de Maíra Freitas, em sintonia com a faixa final, Umbanda nossa, em que ressoam os sons dos atabaques, saudando entidades da religião de inspiração africana criada no Rio. Celebrando os alicerces musicais e espirituais da cidade, Umbanda nossa é a composição mais inspirada dentre as cinco músicas inéditas deste Rio: só vendo a vista, disco afetuoso em que Martinho, em essência, saúda pretos velhos e o batuque do samba, ritmo dos terreiros e da cidade da bossa nova. É essa cidade plural que Martinho da Vila celebra ao transitar com intimidade por avenidas, ruas e terreiros nos contornos cariocas do álbum Rio: só vendo a vista.
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Péricles critica, em single com Projota, invisibilidade social do homem negro e pobre
♪ “Perdido na cidade, invisível pra sociedade, vivo / Ou morro / Ôô, uôô, uôô, uôô… / Sou igual, quando eu grito gol / Mas, se for discursar, vão me calar / Aplaudir, só se eu fizer um show / Mas, lá no Carnaval, faço sambar / Eu sou comunidade e desde moleque / Tive que logo cedo crescer e somar / E na atividade da linha de sempre / Meu legado foi sobreviver e cantar”. Os versos da letra de Homem invisível expõem o tom crítico da composição de Prateado, Luiz Cláudio Picolé e Braga. Aditivada com o rap de Projota, a música Homem invisível está sendo estrategicamente apresentada por Péricles em single lançado nesta sexta-feira, 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Na gravação dessa música inédita, o cantor de pagode se une ao rapper para protestar contra a invisibilidade do homem negro e pobre na sociedade. A mensagem passada na letra de Homem invisível é a de que, por estar estruturada em bases racistas, a sociedade brasileira somente enxerga e aplaude o homem negro e pobre quando ele ascende socialmente, se destacando nos campos de futebol (fazendo gols para o time da torcida), no campo das artes (como cantor, por exemplo) e no Carnaval. O single Homem invisível faz parte do álbum Tô achando que é amor, cujo repertório vem sendo paulatinamente revelado por Péricles desde agosto em série de EPs.
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Jorge Ben Jor tem voo musical e político historiado em livro que o investiga a partir do álbum ‘África Brasil’
A narrativa extrapola o antológico disco de 1976 e traça perfil biográfico-analítico do artista carioca de prováveis 81 anos. Capa do livro 'África Brasil – Um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver' Érico Peretta Resenha de livro Título: África Brasil – Um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver Autoria: Kamille Viola Edição: Edições Sesc (somente em e-book) Cotação: * * * * ♪ O recém-lançado livro sobre o 14º álbum de Jorge Ben Jor – África Brasil, disco digno de figurar em qualquer antologia fonográfica nacional – oferece mais do que promete. Caso se limitasse somente a dissecar a gravação do LP e a criação do repertório inteiramente autoral desse álbum de 1976 em que o artista carioca assume a eletricidade da guitarra, em processo iniciado em 1975 com a transição do músico do violão para o amplificado violão ovation, o livro África Brasil – Um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver já teria dado contribuição relevante à bibliografia musical brasileira. Contudo, a jornalista carioca Kamille Viola – autora do terceiro título da Coleção Discos da Música Brasileira, organizada por Lauro Lisboa Garcia e lançada pelas Edições Sesc – vai além ao apresentar alentado perfil biográfico-analítico da trajetória de Jorge Lima de Menezes, do nascimento, supostamente em 1939, até a gravação do álbum que impulsiona a narrativa. Nesse perfil, Viola contribui para elucidar questões ainda nebulosas na biografia do arisco e enigmático cantor, compositor e músico carioca. O dado mais importante nesse trabalho de pesquisa é a descoberta da (provável) certidão de nascimento de Ben Jor. O artista sustenta há anos que nasceu em 22 de março de 1945. Contudo, baseados em informações do cantor no início da carreira, jornalistas e sites confiáveis sempre tenderam a informar que Ben Jor veio ao mundo em 1942. Kamille Viola surge no livro com a informação crível, pelo exame da certidão de nascimento, que a data provável do nascimento de Jorge Lima de Menezes é 22 de março de 1939 (a certeza é quebrada somente pela imprecisão do nome da mãe no documento). O artista teria feito, portanto, 81 anos em 2020. Embora importante, a questão da idade é menos relevante do que o voo musical de Ben Jor, captado em toda a amplitude pela autora. Kamille teve acesso a Ben Jor – que lhe concedeu entrevista sobre as origens e sobre a gênese do álbum África Brasil em maio deste ano de 2020 – e escreveu texto em que expressa a devoção ao som do artista, de notória personalidade forte. Em que pese a admiração, também notória, a autora jamais perde o foco jornalístico na narrativa escrita em tom objetivo como se estivesse redigindo reportagem em que mais pesa a informação precisa do que o estilo. Tanto que o livro deixa claro, nas entrelinhas e também fora delas, que a contribuição realmente histórica de Jorge Ben para a música brasileira acaba a rigor com a realização da obra-prima África Brasil. Nascido em Madureira, mas criado no Rio Comprido, Jorge tem ascendência etíope, mas herdou do pai estivador, Augusto, o gosto pela música. Também cantor e compositor, Augusto tocava pandeiro no bloco Cometas do Bispo, no qual Jorge debutou na música como tocador de surdo. Depois, o filho passou para o pandeiro e, indo do profano ao sacro, teve contato com a música cristã no seminário que frequentou como coroinha. Mas foi ao ganhar um violão da mãe, Silvia (ou Sebastiana, como consta na suposta certidão de Jorge) que o jovem começou a pavimentar o caminho que o faria alçar alto voo artístico, ainda que a primeira atuação profissional, em 1965, tenha sido como pandeirista acompanhante do Copa Trio em shows no Beco das Garrafas. Já começando a misturar as informações do rock, canto gregoriano e da música brasileira com a matriz africana, Jorge integrou a lendária turma da Tijuca – ao lado de Erasmo Carlos e de Tim Maia (1942 – 1998) – e, aos poucos, burilou no violão uma batida diferente que dividiria águas na música brasileira ao ser apresentada formalmente em 1963 no álbum apropriadamente intitulado Samba esquema novo. Jorge Ben Jor teria nascido em 1939, como sugere certidão de nascimento encontrada pela jornalista Kamille Viola Deju Matos / Divulgação A nova bossa negra de Jorge Ben ganhou o mundo (ao ser reprocessada em 1966 nos Estados Unidos pelo toque do pianista Sergio Mendes), influenciou os tropicalistas, marcou posição política contra o racismo – como Kamille Viola enfatizar ao historiar a importância de álbuns engajados como Negro é lindo (1971) e da construção de cancioneiro que exalta a mulher negra com amor, se desviando da mera objetificação sexual do corpo preto – e se tornando um dos artistas mais influentes do Brasil em todos os tempos. Destacado na parte final do livro, o depoimento do rapper Mano Brown à autora resulta esclarecedor para mostrar como Jorge Ben Jor fez a cabeça de nomes do ponto do hip hop brasileiro – e também do Manguebeat, como reforçam ícones do movimento em depoimentos à autora. A devoção decorre tanto da musicalidade singular da obra como da visão consciente do artista como homem que sempre manifestou orgulho de ser negro. Iniciada no mundo do disco em 1962, com a convocação de Jorge como crooner para a gravação das então inéditas músicas autorais Mas que nada e Por causa de você, menina para álbum do organista Zé Maria, Tudo azul, a trajetória do artista atinge o ponto culminante de 1969 a 1976. São desse período o álbum tropicalista Jorge Ben (1969) – disco que marcou a ressurreição do cantor nas paradas após período de pouca visibilidade – e A tábua de esmeraldas (1974), disco que sedimentou a paixão do artista pela alquimia, mote também do posterior Solta o pavão (1975). O álbum África Brasil chegou na sequência, em 1976, para encorpar o som de Jorge Ben em conexão que unia samba, funk, rock e soul a partir do elo africano, matriz dos sons dos terreiros entranhados na obra de Jorge. Kamille Viola se ocupa evidentemente do álbum África Brasil, mas, como dito, o que agrega valor ao livro são elucidações sobre o homem e a obra. A autora sentencia, por exemplo, que nunca houve uma musa chamada Tereza na vida de Jorge. A única musa é a paulistana Domingas Terezinha Inaimo de Menezes, que tem Tereza no nome, o que provocou a confusão alimentada por Jorge. Outra questão elucidada é o fato de a condensação das palavras da letra do samba País tropical (1969) – síntese que gerou até palavras como Patropi – ter sido fruto da mente criativa de Jorge Ben Jor, e não do cantor Wilson Simonal (1938 – 2000), intérprete mais famoso de País tropical e a quem normalmente é atribuída a invenção, alardeada pelo próprio Simonal. Ben Jor encurtou as palavras e Simonal – a quem Ben Jor permaneceu fiel quando o cantor caiu em desgraça – pôs o habitual champignon. Enfim, mesmo longe de ser a biografia completa e definitiva de Jorge Ben Jor que ainda precisa ser escrita, o livro África Brasil – Um dia Jorge Ben voou para toda a gente ver resulta importante por investigar a vida e o processo criativo do artista, mostrando toda a relevância musical e política de Jorge Lima de Menezes.
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Como serão os shows e festivais da realidade pós-pandemia?
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Tia Surica chega aos 80 anos como voz e símbolo de resistência da Portela
♪ Na certidão de nascimento, consta que ela veio ao mundo em 17 de novembro de 1940 com o nome de Iranette Ferreira Barcellos. Mas todo mundo a conhece como Tia Surica, sobretudo nos bairros cariocas de Madureira e Oswaldo Cruz, em cuja divisa se situa a escola de samba Portela. Eterna pastora da Velha Guarda da agremiação azul e branca, Surica chega aos 80 anos nesta terça-feira, 17 de novembro de 2020, como voz e símbolo – inclusive de resistência – da Portela, escola à qual a artista está associada. Em mundo ainda masculino, como o dos bastidores das escolas de samba, Surica está para a Portela assim como Neuma Gonçalves da Silva (1922 – 2000), a Dona Neuma, e Euzébia Silva do Nascimento (1913 – 2003), a Dona Zica, estiveram para a Mangueira. São personalidades, figuras respeitadas e queridas em todas as alas e comunidades. Cozinheira afamada na região (e fora dela) por conta de feijoada servida em eventos sociais (momentaneamente interrompidos pela pandemia) temperados com o samba, Surica é lenda viva da Portela, escola onde teria desfilado pela primeira vez com quatro anos. Cantora, Surica tem a glória de ter puxado no gogó o samba-enredo da Portela no Carnaval de 1966, ano em que a escola se sagrou campeã do Carnaval do Rio de Janeiro ao desfilar com o enredo Memórias de um Sargento de Milícias. O samba era de autoria de Paulinho da Viola, então novato nas quadras. Como cantora, a pastora lançou dois álbuns na carreira solo, Surica (2003) – disco gravado em estúdio com Paulão Sete Cordas – e o CD e DVD Poderio de Oswaldo Cruz – Tia Surica ao vivo na Portela (2013), registro de show editado uma década depois. Mesmo no posto de cantora solo, Surica gravou discos que reiteram o amor pelo samba e pela Portela, impresso também na tatuagem feita recentemente pela artista. E não é por acaso que o 80º aniversário de Tia Surica será comemorado com live na quadra da escola, o Portelão, a partir das 19h desta terça-feira festiva.
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