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Agravamento da pandemia pode obrigar governo a gastar mais em 2021, diz Instituição Fiscal Independente

segunda-feira, 14 dezembro 2020 por Administrador

Órgão ligado ao Senado também projetou que parte do orçamento reservado ao pagamento do auxílio emergencial em 2020 não será gasto até o fim do ano. Governo não planeja estender gastos com a pandemia para 2021 O agravamento da pandemia de Covid-19 pode obrigar o governo federal a gastar mais em 2021, avaliou nesta segunda-feira (14) a Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, por meio do Relatório de Acompanhamento Fiscal de dezembro.
O ministro da Economia, Paulo Guedes, deixou a porta aberta para gastos extraordinários no caso de uma segunda onda da Covid-19, mas, até o momento, a área econômica está prevendo o retorno ao cenário de restrição despesas. O governo elevou substancialmente os gastos neste ano, para combater os efeitos da pandemia.
"Em países europeus e nos Estados Unidos, os efeitos de uma segunda onda da pandemia já estão presentes, obrigando governos a adotar novas medidas de isolamento social e de restrição à circulação de pessoas. Uma situação como essa pode ocorrer no Brasil, o que requereria maiores gastos do governo por um período maior", informou.
A IFI acrescentou que o crescimento do número de infecções em novembro e dezembro "acende um sinal de alerta", diante das incertezas e da falta de um plano para a imunização de toda a população brasileira em 2021.
"Assim, uma eventual interrupção da retomada da economia, com manutenção da taxa de desemprego em níveis relativamente elevados, poderia aumentar as pressões para que o governo retomasse o pagamento do auxílio emergencial a pessoas em situação de vulnerabilidade", avaliou.
Guedes comemora PIB e mnistério avisa que deve cortar auxílio emergencial em 2021
Auxílio emergencial
De acordo com a IFI, o pagamento do auxílio emergencial deve ficar abaixo da previsão orçamentária de R$ 321 bilhões deste ano por conta de "regras mais restritivas que passaram a vigorar em setembro".
"Em particular, o valor do auxílio residual que começou a ser pago em setembro é metade do anterior (R$ 300,00 contra R$ 600,00, ou R$ 600 contra R$ 1.200,00, no caso de mães solteiras). Além disso, o número de beneficiários, que antes chegou a quase 68 milhões, hoje está próximo de 56 milhões", informou.
Pelos cálculos da Instituição Fiscal Independente, o mais provável é que o gasto com o auxílio emergencial fique próximo de R$ 293 bilhões.
Atividade econômica e ajuste fiscal
Por conta da possibilidade de piora da pandemia do coronavírus, a instituição acrescentou que há um "elevado grau de incerteza" para a economia, em 2021, "uma vez que a evolução da doença e o ritmo da compra de vacinas e da imunização da população ainda é incerto".
Até o momento, lembra a IFI, a expectativa do mercado financeiro é de uma expansão de 3,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano.
"Em paralelo, a dúvida quanto à evolução da demanda interna após a retirada dos estímulos fiscais, em um quadro de deterioração do mercado de trabalho e aperto das condições financeiras, visto, por exemplo, na inclinação da curva de juros de longo prazo, limita a perspectiva de crescimento ao longo de 2021", acrescentou.
Após o relator da PEC do pacto federativo e da PEC emergencial, senador Marcio Bittar (MDB-AC), ter confirmado que as medidas de ajuste fiscal serão apresentadas somente em 2021, a IFI avaliou que a apresentação de um "plano crível" de consolidação das contas públicas, por parte do governo, seria importante para conter as despesas com juros.
Diante do espaço cada vez mais limitado para gastos não obrigatórios, analistas têm questionado a capacidade de o governo manter o teto de gastos nos próximos anos, mecanismo criado em 2016 que impede a maior parte dos gastos públicos de subir mais do que a inflação do ano anterior. A IFI considera que o teto "tem risco alto de ser rompido" nos próximos anos.
"Incertezas aumentam desafios ao governo e podem tornar cenário de custo médio da dívida instável (…) A preocupação dos agentes com a sustentabilidade das contas públicas no longo prazo, medida por meio da inclinação das curvas de juros futuros (o que faz aumentar a diferença entre os juros de curto e de longo prazo), implicará em maior desafio ao governo na gestão da dívida pública", concluiu.
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Bolsas europeias sobem com prorrogação de discussões comerciais do Brexit; Astrazeneca cai

segunda-feira, 14 dezembro 2020 por Administrador

Em Frankfurt, o índice DAX subiu 0,83%, a 13.223 pontos. As ações europeias fecharam em alta nesta segunda-feira (14), uma vez que a decisão de prorrogar as negociações comerciais entre o Reino Unido e União Europeia mantinha vivas as esperanças de um eventual acordo, mas os ganhos no índice Londres foram limitados pela alta da libra e queda de quase 6% da AstraZeneca.
Com os bancos na liderança, o índice STOXX 600 subiu 0,4% após romper uma sequência de ganhos de cinco semanas, encerrando em queda de 1% na semana passada.
Europa lidera registro de novos casos de covid-19 esta semana
O otimismo também surgiu com base nas esperanças de um fim da pandemia da Covid-19, já que os Estados Unidos começaram a imunizar seus cidadãos com a vacina da Pfizer-BioNtech nesta segunda-feira. Isso ocorreu depois de na semana passada o Reino Unido tornar-se o primeiro país ocidental a iniciar a vacinação em massa.
O negociador do Brexit para a UE, Michel Barnier, disse que um novo pacto comercial envolvendo cerca de US$ 1 trilhão no comércio com o Reino Unido, atualmente livre de tarifas e cotas ainda era possível uma vez que líderes de ambos os lados decidiram prorrogar as discussões para além do prazo de domingo.
Mas como a pesca nas águas do Reino Unido e a concorrência justa ainda como pontos críticos, o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, parecia cético em relação a um avanço a menos de três semanas do desfecho de um processo de saída do Reino Unido do bloco, que já dura cinco anos.
"Embora um acordo ainda pareça (por pouco) mais provável do que não, o timing permanece no ar", disse James Smith, economista para mercados desenvolvidos do ING. "Politicamente falando, não há muito para impedir que as negociações cheguem muito perto do prazo final do Ano Novo", alertou.
O índice de Londres FTSE 100 terminou a sessão com baixa de 0,2% uma vez que a alta da libra, queda das ações de energia e perda da AstraZeneca restringiram o mercado.
A AstraZeneca registrou a pior sessão em nove meses com os investidores precificando a ação da farmacêutica britânica de comprar a norte-americana Alexion Pharmaceuticals por US$39 bilhões.
Em LONDRES, o índice Financial Times teve queda de 0,23%, aos 6.531 pontos.
Em FRANKFURT, o índice DAX subiu 0,83%, a 13.223 pontos.
Em PARIS, o índice CAC-40 ganhou 0,37%, a 5.527 pontos.
Em MILÃO, o índice Ftse/Mib teve valorização de 0,27%, a 21.759 pontos.
Em MADRI, o índice Ibex-35 registrou alta de 0,96%, a 8.140 pontos.
Em LISBOA, o índice PSI20 teve alta de 0,79%, a 4.780 pontos.
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Soja em desacordo com moratória na Amazônia tem alta de 23% na safra 2019/20, diz associação

segunda-feira, 14 dezembro 2020 por Administrador

Dados são da Abiove, grupo que representa as empresas compradoras do grão no país. Moratória é um acordo entre as indústrias para não comprar soja de propriedades da Amazônia que desmataram – legal ou ilegalmente – após 2008. Colheita da soja avança em Mato Grosso do Sul Anderson Viegas/G1 MS A área plantada em desacordo com a Moratória da Soja na Amazônia cresceu 23% na safra 2019/20 na comparação com o ciclo anterior, chegando a 108,4 mil hectares. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira (14) pela associação que representa a indústria (Abiove). Por outro lado, a associação afirma que esse crescimento foi o menor de um ano para o outro desde a temporada 2012/13. A área de soja em desacordo com a moratória, que restringe compras do grão pela indústria de áreas desmatadas após 2008, representa 2% do total cultivado de 5,4 milhões de hectares na região, de acordo com dados da Abiove. Ainda segundo a associação, os dados mais recentes da moratória mostram que a soja não é um vetor importante de desmatamento da Amazônia. A Moratória da Soja na Amazônia é um acordo entre tradings e indústrias que proíbe a compra do grão de áreas desmatadas na região após 2008. Mas o setor produtivo tentou, no ano passado, derrubar esse pacto. Agricultores dizem que a Moratória da Soja desrespeita o direito legal do proprietário, de acordo com o Código Florestal, de utilizar 20% da área dentro da Amazônia para a produção de alimentos, seja a área desmatada antes ou depois de 2008. Por outro lado, empresas exportadoras dizem que a medida pode trazer riscos para as exportações. O pacto é considerado por comerciantes, processadores da oleaginosa e entidades ambientais como importante para limitar o avanço da soja em nova áreas do Bioma Amazônico, preservando florestas. VÍDEOS: tudo sobre agronegócio

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Mesmo com safra de cana ainda em andamento, MS produz mais que o dobro de açúcar do ciclo passado

segunda-feira, 14 dezembro 2020 por Administrador

Exportação de açúcar também deu um salto em 2020, com incremento de 341,89% em receita e de 373,8% em volume na comparação com o mesmo período de 2019. MS ampliou produção e exportação de açúcar em 2020 Anderson Viegas/G1 MS Mato Grosso do Sul acumula na parcial da safra 2020/2021 (entre 1º de abril e 30 de novembro) uma produção de 1,698 milhão de toneladas de açúcar. O volume é 119% maior do que o registrado em todo o ciclo passado (2019/2020), quando o parque sucroenergético do estado processou 730 mil toneladas do alimento. Os dados são do mais recente levantamento da safra de cana-de-açúcar divulgado pela Associação dos Produtores de Bioenergia do estado (Biosul). Segundo a entidade, para aumentar a produção do alimento, o mix das usinas, ou seja, a quantidade de matéria-prima destinada a fabricação do açúcar, subiu da média de 12,58% na temporada 2019/2020 para 28,63% na 2020/2021. O presidente da Biosul, Roberto Hollanda Filho, destaca que a recuperação na produção do açúcar pelas usinas de Mato Grosso do Sul é uma das marcas da safra em curso. “Mesmo tradicionalmente destinando maior parte da cana para a produção de etanol, as usinas voltaram a dar espaço para a produção de açúcar como forma de driblar os impactos da pandemia, entre eles a redução do consumo de combustíveis no país por conta da menor circulação de veículos com as medidas de isolamento social”. Ele aponta também que as condições do mercado internacional, influenciadas pela desvalorização do real frente ao dólar ao longo do ano, favoreceram a comercialização do produto, o que proporcionou mais fôlego para o setor e trouxe o açúcar de volta ao rol dos principais produtos da balança comercial do estado. Presidente da Biosul, Roberto Hollanda Biosul/Divulgação Entre janeiro e novembro de 2020 o estado exportou 987,159 mil toneladas de açúcar, o que resultou um faturamento de US$ 259,293 milhões. É o melhor resultado desde 2017, quando neste mesmo período Mato Grosso do Sul havia despachado 1,302 milhão de toneladas, conseguindo uma receita de US$ 477,053 milhões. Frente ao ano passado, o açúcar deu um salto no ranking dos principais produtos exportados pelo estado. Saiu da nona para a quinta posição. Em faturamento o incremento foi de 341,89% e em volume de 373,8% na comparação das parciais de 2020 com 2019. Outros dados Até a segunda quinzena de novembro, o estado acumulava uma moagem de 44,066 milhões de toneladas de cana (0,33% acima da registrada no mesmo período do ano passado). A concentração de açúcares totais recuperáveis (ATR) por tonelada de cana atingiu 141,26 kg, o que significa uma melhora na qualidade da matéria-prima de 2,94% com relação ao mesmo período do ciclo 2019/2020. Em relação a produção de etanol, outro dos principais produtos do setor ao lado do açúcar, o processamento atingiu nestes 11 meses, 2,623 bilhões de litros (15,8% menor que o comparado com o ciclo passado). Desse total, 2,001 bilhão de litros é do hidratado e 622,445 milhões de litros do anidro.

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Balança comercial tem déficit de US$ 1,12 bi na parcial de dezembro

segunda-feira, 14 dezembro 2020 por Administrador

Saldo negativo tem relação, principalmente, com alta de importações. No acumulado do ano, saldo positivo é de US$ 49,9 bilhões, 3,9% maior que o do mesmo período em 2019. A balança comercial registrou déficit de US$ 1,120 bilhão na parcial de dezembro até domingo (13), informou o Ministério da Economia nesta segunda-feira (14).
O déficit acontece quando as importações superam as vendas externas. Quando ocorre o contrário, é registrado déficit comercial.
O resultado negativo neste mês está relacionado, principalmente, com a forte alta de 65,9% nas importações na comparação com dezembro do ano passado. O montante importado atingiu US$ 8,930 bilhões até o dia 13 desse mês.
Ao mesmo tempo, as vendas externas somaram US$ 7,809 bilhões, valor 1,5% menor do que o registrado no mesmo período do ano passado.
No acumulado de dezembro, de acordo com dados oficiais, houve queda de 15,6% nas exportações de produtos agropecuários; recuo de 4,2% nas vendas da indústria extrativa, e alta de 3,8% na indústria de transformação.
Já no caso das importações, foi registrado queda de 15,2% nas compras da agropecuária na comparação com o mesmo período do ano passado, e redução de 70,3% nas importações da indústria extrativa. Por outro lado, foi registrada uma alta de 80,9% nas aquisições da indústria de transformação.
Desvalorização do real faz Brasil bater recorde na importação de soja em 2020
Veja as principais altas de importação no começo desse mês:
Arroz com casca, que teve imposto de importação reduzido (+ 665,1%)
Cacau em bruto (+ 210.054%)
Soja (+ 522,1%)
Fertilizantes brutos (exceto adubos) (+ 58,4%)
Minérios de cobre e seus concentrados (+ 26,4%)
Minérios de alumínio e seus concentrados (+ 131,1%)
Obras de ferro ou aço e outros artigos de metais comuns (+ 86,4%)
Torneiras, válvulas e dispositivos semelhantes para canalizações, caldeiras, reservatórios, cubas e outros recipientes (+ 66,3%)
Plataformas, embarcações e outras estruturas flutuantes (+ 18.054,7%)
Acumulado de 2020
No acumulado deste ano até 13 de dezembro, porém, a balança comercial registra superávit de US$ 49,916 bilhões, informou o Ministério da Economia.
O resultado é 3,9% maior que o saldo de US$ 48,036 bilhões registrado no mesmo período do ano passado.
De acordo com o governo, no acumulado deste ano, as exportações somaram US$ 199,365 bilhões (queda de 5,9% na comparação com o mesmo período do ano passado).
As importações somaram US$ 149,449 bilhões, com recuo de 10,4% em relação ao mesmo período de 2019.

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Oi vende rede móvel para consórcio formado por Tim, Vivo e Claro por R$ 16,5 bilhões

segunda-feira, 14 dezembro 2020 por Administrador

Com o leilão dos ativos móveis, operadora Oi desaparece do mercado brasileiro, enquanto as três gigantes aumentam ainda mais sua participação. Este foi o segundo leilão de ativos da empresa realizados dentro do processo de recuperação judicial da companhia. Foto da sede administrativa da Oi funciona no Leblon, Zona Sul do Rio, registrada em 2018 Marcos Serra Lima/G1 O consórcio formado pela Tim, Vivo e Claro arrematou, na tarde desta segunda-feira (14), os ativos da rede móvel da operadora Oi por R$ 16,5 bilhões. O leilão foi realizado pela 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro e faz parte do plano de recuperação judicial da companhia iniciado em 2018. Com o resultado do leilão, a Oi deve desaparecer do mercado de telefonia móvel brasileiro. Agora, ela detém apenas os ativos de infraestrutura e fibra, que ainda deverão ser parcialmente vendidos. Com a Oi deixando de operar, as três gigantes telefônicas vão aumentar ainda mais a sua participação no mercado de telefonia móvel do Brasil, que passa a ser ainda mais concentrado. A participação da Tim salta de 23% para 32%, a Vivo de 33% para 37% e a Claro de 26% para 29%. Os outros 2% estão divididos entre pequenas operadoras regionais. Este foi o segundo leilão de ativos da Oi para quitar as suas dívidas. O primeiro foi realizado no dia 26 de novembro e atraiu poucos interessados. Nele, foram vendidas as torres de telefonia e data centers da companhia por cerca de R$ 1,4 bilhão. A Highline do Brasil, do grupo norte-americano de private equity Digital Colony, comprou a unidade de torres por R$ 1,067 bilhão – foi a única oferta apresentada para este ativo. Já a unidade de data centers foi arrematada pela Titan Venture Capital por R$ 325 milhões de reais, também única apresentada no leilão. O plano de vender os seus ativos foi anunciado pela Oi no dia 15 de janeiro deste ano. Na ocasião, a companhia informou que iria dividir a empresa em quatro áreas para poder vendê-las. Na divisão, os ativos foram reunidos em Unidades Produtivas Isoladas (UPIs): Ativos Móveis, Torres, Data Center e InfraCo. A UPI InfraCo reúne os ativos de infraestrutura e fibras e ainda deverá ser parcialmente vendida em leilão, ao preço mínimo de R$ 6,5 bilhões. No plano anunciado pela Oi em janeiro, a companhia disse que o futuro comprador ficará com 51% do capital votante. Assista às últimas notícias de economia:

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Os danos permanentes para os jovens que começam a trabalhar em tempos de crise

segunda-feira, 14 dezembro 2020 por Administrador

"Muitas das pessoas que entram no mercado de trabalho durante uma crise não só correm maior risco de desemprego e subemprego nesse período, mas também ficam sobrecarregadas no futuro", alerta Ignacio González, pesquisador e professor de Economia da American University. Gerações que chegam ao mercado de trabalho em tempos de recessão são prejudicadas, algumas para o resto da vida GETTY IMAGES "Não fale mais nisso, não pense mais nisso: a crise de hoje é a piada de amanhã." Quando o presente é sombrio, o futuro é sempre um lugar tentador para acalmar as ansiedades, uma promessa de conforto para muitos, conforme eternizou o escritor H.G. Wells por meio de um de seus personagens. No entanto, saltar da literatura para a vida pode ser difícil, especialmente quando chega uma crise econômica e você precisa começar sua carreira. Quando a economia entra em crise, jornais e televisões se enchem de gráficos de curvas e barras. O resumo que quase todos nós fazemos é imediato: quando essas linhas vermelhas diminuírem, anos difíceis virão; quando aparecem as cores azuis ou verdes, o pior já passou. E a vida continua, pensamos. Mas não, pelo menos não o mesmo para todos: não para os jovens. Gerações que vão ao mercado de trabalho em tempos de recessão são prejudicadas mesmo quando a crise termina. E algumas delas sobrem os efeitos para a vida toda, alertam os especialistas. É como a dor de um braço amputado, que permanece e formiga por anos, embora a causa não esteja mais lá. Dor fantasma, chamam os médicos. Histerese, dizem os economistas. E em breve os televisores estarão novamente lotados de linhas e barras. Vermelhas. A crise da saúde incuba (e já manifesta fortemente) uma nova crise mundial. a segunda em uma década para a Geração Millennial, nascidos entre 1981 e 1993, que ficou espremida entre elas e para aquela geração que vai pegar seu bastão: a Geração Z (de 1994 a 2010), que já teme ser conhecida como Geração Covid. A armadilha da vida "Muitas das pessoas que entram no mercado de trabalho durante uma crise não só correm maior risco de desemprego e subemprego nesse período, mas também ficam sobrecarregadas no futuro. Essa queda temporária da renda tem grande probabilidade de surtir efeitos permanentes", alerta Ignacio González, pesquisador e professor de Economia da American University, em Washington DC, nos Estados Unidos. Em entrevista à BBC News Mundo (serviço em espanhol da BBC), González explica como é essa armadilha. Em primeiro lugar, vem o estrago: a crise econômica e a competição por empregos escassos são ferozes, especialmente se houver muito desemprego persistente. E os jovens começam a ouvir repetidamente os mesmos argumentos. O primeiro é: "Não o contrato porque você não tem experiência suficiente." Com o passar do tempo, ele se torna: "Não o contrato porque seu currículo tem lacunas". E quando acaba a recessão, a justificativa apresentada é: "Não te contrato porque, na realidade, posso ter alguém mais jovem com a mesma experiência". 'Condenação' De certa forma, eles já estão marcados: acabam por se tornar perfis inexperientes para cargos proporcionais à sua idade e candidatos muito velhos para competir com os mais jovens pelos cargos de início de carreira e de baixa remuneração. E como todas as maldições, é acompanhada por sua profecia. "A partir daí, é muito provável que suas carreiras acabem se caracterizando por empregos intermitentes ou de baixa qualidade, sofrendo uma queda na renda que condiciona toda a sua vida", diz González. "Essas pessoas acumulam menos riqueza (poupança), têm dificuldade de alcançar uma casa própria (suas poucas economias vão para aluguel e também não vão receber crédito por seu histórico de trabalho descontínuo) e, em geral, seu planos de vida e formação familiar, com todos os problemas psicológicos que lhe estão associados", explica o economista da American University. Pobreza, divórcio e vidas sem filhos Algumas gerações ficam presas em seus primeiros dias: elas acabam sendo muito inexperientes e muito velhas GETTY IMAGES "O que foi, é o que há de ser; o que se fez, isso se tornará a fazer. Não há nada de novo debaixo do Sol." (Eclesiastes 1: 9). À sua maneira, a economia segue a mesma lógica desse provérbio bíblico. Quando um economista fala sobre o que vai acontecer no futuro, ele geralmente tem a cabeça no passado: nas evidências acumuladas. Em busca dessas evidências, os pesquisadores Hannes Schwandt e Till M. von Wachter (Northwestern University e UCLA University) mergulharam, em um estudo recente, nos registros estatísticos dos EUA para acompanhar a vida de 4 milhões de americanos que saltou para o mercado de trabalho durante a crise de 1982. Como se fossem fantasmas do conto de Natal de Dickens, eles agarraram suas mãos e revisitaram os nervos de suas primeiras experiências de trabalho, anotaram seus salários, se esgueiraram em seus momentos felizes (compra de casa, casamento, filhos) e passaram seus dias malfadados (divórcios e álcool, doença, depressão etc.) até atingirem a velhice e até o fim da vida. E então eles compararam suas trajetórias com as gerações ao seu redor, cuja jornada começou em tempos melhores. Pouco mais de um ano de recessão — começou em julho de 1981 e terminou em novembro de 1982, segundo o Federal Reserve — fez com que aqueles infelizes jovens acumulassem perdas de renda média de 9% apenas nos primeiros 10 ou 15 anos, segundo cálculos de von Wachter, sendo pior para trabalhadores com menos qualificação. Isso significa que suas perdas nesse período de mais de uma década podem variar entre US$ 19 mil e US$ 36 mil (em valores atuais, o equivalente entre R$ 96 mil e 182 mil), de acordo com a pesquisa. Mas não só isso, quando atingiram uma idade entre 50 e 55 anos, tiveram menos casamentos e, ao mesmo tempo, enfrentaram mais divórcios. E suas chances de ter um filho também eram menores do que as de outras gerações. Mortes por desespero A deterioração da vida também chegou à saúde, apontam pesquisadores. A expectativa de vida caiu de seis a nove meses em relação à média estimada. O efeito da crise foi de "uma morte adicional a cada 10 mil pessoas a cada ponto percentual a mais na taxa de desemprego" no início de suas carreiras. "Esses aumentos de mortalidade decorrem principalmente de doenças ligadas a hábitos pouco saudáveis, como fumar, beber e se alimentar mal. Descobrimos, em particular, um risco significativamente maior de overdose de drogas e outras condições conhecidas como 'mortes por desespero' (suicídio e deterioração por vício)", explica Schwandt. A crise desaparece e os danos permanecem. São 16 meses que afetam toda uma vida. A histerese de novo, em todo seu esplendor. Impacto na saúde mental Essas constatações não surpreendem Rosa M. Urbanos-Garrido, professora de Economia Aplicada da Universidade Complutense de Madri, que estudou os efeitos da Grande Recessão de 2008 na saúde dos espanhóis. "O desemprego costuma estar associado a problemas relacionados à saúde mental", explica ela à BBC News Mundo. "A depressão, a ansiedade… O medo de não poder ganhar a vida influencia, mas não só: o trabalho é uma plataforma de contatos sociais e de autoestima." Urbanos-Garrido conta que, no início da situação de desemprego, a saúde geral pode até melhorar, mas aos poucos o sentimento de angústia aumenta e, para muitos, a falta de emprego acaba sendo uma obsessão que vai diminuindo a importância do resto da vida, incluindo a saúde. "No início, o estresse diminui à medida que eles têm mais tempo livre e se beneficiam de não sofrerem de doenças relacionadas ao trabalho, mas com o aumento da situação de desemprego, seu estado se deteriora na forma de ansiedade, consumo de álcool e cigarro, obesidade e má alimentação em geral… Tudo está sendo negligenciado, mas o indivíduo continua relatando que sua saúde está boa. O que ele pensa é sobre sua situação de trabalho e o resto não é considerado problema." Urbanos-Garrido também alerta que o momento de desemprego não é irrelevante: "Se o problema não é individual, mas uma situação de crise generalizada, os problemas mentais pioram". É como se houvesse um contágio de desespero para o qual não há máscaras. Esse já é o destino da geração millennial e da geração z ou covid? Fernando tem uma companheira e um menino de dois anos. Ele já foi motorista de ônibus, segurança e pedreiro, às vezes (muitas) na economia informal. Fernando e sua família foram morar com seus pais em Soria (Espanha) há um ano porque ele perdeu o emprego e suas economias não eram suficientes para manter a vida onde estava. Fernando, de 34 anos, nem se chama Fernando porque não quer que seu nome verdadeiro apareça nesta reportagem da BBC News Mundo. Ele diz que tem vergonha. Marta Vegas García também é espanhola. Mais jovem, 23 anos. Ela é engenheira biomédica e também possui mestrado. Há uma semana, ele publicou um telefonema se não fosse por ajuda, sim, de descrença em sua conta do LinkedIn. "Atualizo meu currículo, mas não há resposta. Adapto meu currículo a depender do posto para o qual me inscrevo: não há resposta. Contato empresas e trato de ser proativa. Sem resposta. Me sinto invisível." "Não somos valorizados", disse Vegas à BBC News Mundo. "Vemos nossos sonhos e nosso futuro frustrados", lamenta, e embora ela presuma que a crise de saúde tenha influência, não parece convencida de que este seja o único motivo. "Todos (eu e meus amigos) concordamos que é impossível emancipar-nos, ter acesso a uma casa e muito menos constituir família um dia." Este é o fio que liga a grande recessão econômica de 2008 e a crise do covid-19 em 2020, e dois estranhos como Fernando e Marta. Um, millennial, a outra, da geração Z. Eles não estão sozinhos e parecem representar os sentimentos de muitos de seus contemporâneos. Basta escrever no campo de busca de uma rede social "Na minha idade, meus pais …" e as mensagens se repetem em vários idiomas: "Na minha idade, meus pais tinham empregos e casas, só tenho ansiedade." "Na minha idade, meu pai tinha dois filhos, uma casa, um emprego fixo, um carro e vários anos de contribuições. Não tenho nada disso." "Na minha idade, meu pai tinha economizado por 10 anos e eu vivo de empregos precários e em um quarto". E alguns ainda não imaginavam que chegaria a crise do coronavírus. O estrago da crise do coronavírus "Acho que esse bug foi a gota d'água para a nossa geração", diz Fernando, referindo-se ao coronavírus. Sua intuição é boa. "Há um número notável de trabalhadores que, por terem sofrido desemprego na crise anterior e não ter se consolidado no emprego, também estão sofrendo nesta", observa Ignacio González, da American University. "Existem mercados de trabalho, como o espanhol, que nunca se recuperaram totalmente, então começamos essa crise já com níveis de desemprego bastante altos", afirma. São problemas socioeconômicos que atravessam as vidas há uma década. Assim, se a crise de 1982 afetou a vida daqueles jovens, o que esperar da crise de 2008, definida pelo Fundo Monetário Internacional como "o colapso econômico e financeiro mais grave desde a Grande Depressão dos anos 1930"? Ou desta crise do coronavírus, que o Banco Mundial prevê que o PIB (soma de todas as riquezas produzidas do país) recue mais que o dobro do que na crise anterior? Alguns especialistas já veem danos na vida da geração millennial. Na Europa, o desemprego e a precariedade no emprego já eram maiores antes da crise da covid-19 do que os enfrentados pela geração que os precedeu quando tinham a mesma idade, de acordo com relatório do Centro de Pesquisas CaixaBank. Nos EUA, a riqueza líquida mediana (ativos financeiros e imobiliários menos dívidas) da geração millennial entre 25 e 34 anos (em 2016) é 60% menor do que a de uma geração X quando eles estavam nela faixa etária, conforme esse estudo. Na Espanha, os dados são ainda mais assustadores: a riqueza média é de 3.000 euros, em comparação com os 63.400 euros que suas contrapartes da geração anterior tinham na mesma fase. E a casa, é claro. O número de millennials com casa própria nos EUA é 8 pontos percentuais menor, de acordo com o centro de pesquisas The Urban Institute. Pior na Espanha: 44% contra 65% da geração X (CaixaBank Research). E no Reino Unido, um terço deles nunca será capaz de pagar uma casa, de acordo com o think tank Resolution Foundation. Na América Latina, a crise de 2008 passou na ponta dos pés, pois a região vivia um momento de crescente prosperidade. E, no entanto, "a porcentagem de latino-americanos que declarou não ter dinheiro para comprar uma casa cresceu quase 20 pontos entre 2012 e 2019, chegando a alarmantes 40%", segundo relatório do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Além disso, desta vez a crise não vai passar por muito tempo: após os confinamentos, cerca de 65% dos domicílios mais pobres da região sofreram pelo menos uma perda de emprego entre familiares, segundo o mesmo órgão. E o BID observa: mais de 1 milhão de estudantes desistirão da trajetória por causa da pandemia, com a consequente perda de poder aquisitivo no futuro. O Fórum Econômico Mundial, por sua vez, vê as aposentadorias em risco até o ano 2050, quando atingem a idade de se aposentar, devido à baixa poupança. É possível fazer algo? E neste ponto, é possível fazer algo para deter esse estrago para a geração millennial e seus sucessores? "Há bastante margem para melhorar a resposta à crise", afirma o economista Ignacio González. "Nesse contexto de estresse financeiro para muitas famílias, é fundamental o desenvolvimento de políticas públicas que garantam o acesso à moradia popular e estabeleçam mecanismos de transferência de renda alheia ao histórico de trabalho, como rendas mínimas. Em questão trabalhista, o objetivo seria prevenir que a precarização do trabalho e a queda na renda sofrida por muita gente durante a crise se tornem crônicas e, claro, que isso não leve a uma queda nas suas futuras aposentadorias." "Os afetados nessas gerações, com duas crises consecutivas, terão dificuldades se os mecanismos de redistribuição não forem habilitados, tanto intrageracionais (de ricos para pobres na mesma geração) e intergeracionais", afirma. Urbanos-Garrido, professora da Universidade Complutense, concorda com as medidas de transferência de renda e acrescenta: "Os sistemas de saúde também devem se adaptar para enfrentar os crescentes problemas mentais que provavelmente se repetirão na atual crise". Parece claro que essas gerações não têm esperança de receber alguma ajuda. Uma pesquisa recente da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, com quase 5 milhões de pessoas revelou que os jovens entre 18 e 34 anos são os mais desiludidos com o funcionamento da democracia. "Esta é a primeira geração na memória em que a maioria global está insatisfeita [nessa faixa etária] com a forma como a democracia funciona", alerta Roberto Foa, principal autor do relatório. Um pedido de ajuda ou talvez um grito de advertência. Vídeos: Viva Você

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Senado aprova projeto que muda regras do mercado de gás natural

sexta-feira, 11 dezembro 2020 por Administrador

Defensores dizem que texto aumenta concorrência, o que pode baratear preço do gás. Projeto diz que cabe à ANP fiscalizar a atividade, que pode ser feita por empresas ou consórcios. O Senado aprovou nesta quinta-feira (10) o projeto conhecido como a Nova Lei do Gás, que altera as regras do mercado de gás natural.
Em um primeiro momento da sessão, os senadores aprovaram o chamado texto-base. Depois, aprovaram um destaque, que modificou a proposta. O projeto retorna à Câmara dos Deputados.
Parlamentares defensores da proposta dizem que o texto aumenta a concorrência entre as empresas que extraem o produto, evita o monopólio de companhias como a Petrobras e, na prática, barateia o preço do gás.
Em nota, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou que as mudanças feitas pelo Senado "reduzem conquistas". A CNI afirmou ainda que é "extremamente relevante" a aprovação de um novo marco legal para o setor.
Entre outros pontos, o texto determina que empresas privadas farão o transporte de gás natural por meio do regime de autorização.
O transporte faz a interligação entre os produtores de gás natural e as distribuidoras. Após ser processado, o insumo é transportado por meio de dutos até pontos de entrega às distribuidoras.
>> Leia os detalhes do projeto mais abaixo.
Atualmente, a legislação prevê que esse tipo de atividade deve ser feito por meio de uma concessão, na qual a empresa explora uma área de responsabilidade do governo. Nesse caso, a companhia, caso encontre gás natural na região, tem direito ao produto.
Em troca do benefício, a empresa paga ao estado um bônus de assinatura pela ocupação da área. As exploradoras também se comprometem a promover pesquisas no local.
O projeto propõe mudança no regime para que seja implementado o de autorização na atividade de transporte da matéria-prima. Dessa forma, basta a empresa solicitar à União o direito de prestar o serviço.
O gás natural é uma fonte de energia que pode ser usada nas indústrias para gerar eletricidade, nas casas para aquecimento de água e até nos automóveis substituindo o combustível. O produto é encontrado em jazidas de petróleo, como na camada do pré-sal.
Um artigo proposto pelo relator foi rejeitado pelos senadores. O trecho dava prioridade aos leilões de compra, feitos pelo governo, de energia termelétrica a gás natural desde que essa fosse produzida por uma "usina térmica inflexível". Essa usina gera energia de forma ininterrupta. O artigo excluído ainda dizia que a medida tinha a função de abastecer estados da Região Amazônica, promovendo o transporte de gás até lá
Gás natural é alternativa para diesel em caminhões
O projeto
Pelo projeto, caberá à Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) a fiscalização das atividades, que poderão ser feitas por uma empresa ou por um consórcio.
A ANP vai traçar as condições que a companhia deverá cumprir para pleitear a autorização. A agência também ficará responsável por permitir mudanças na administração da empresa que possui parceria com o governo, como, por exemplo, eventual fusão com outra companhia, redução de capital e transferência de controle entre os sócios.
O consórcio, com sede no Brasil, poderá realizar atividades de importação ou exportação de gás natural desde que obedeça as normas do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE).
A atividade de transporte vai abranger também a construção, ampliação, operação e a manutenção das instalações. Se for necessário construir ou ampliar um gasoduto, uma chamada pública terá de ser feita. Nesse caso, o governo publica um edital convocando os interessados para participar da obra.
Segundo a proposta, o acordo com a empresa pode ser quebrado caso ela declare falência, desrespeite o contrato, não cumpra as regras de independência e autonomia em relação a outras companhias do mercado e também se o gasoduto for desativado definitivamente.
O que diz o relator
O relator, Eduardo Braga (MDB-AM), argumentou que a concessão é "excessivamente burocrática". Para ele, a mudança pode tornar mais "ágil" o processo e, assim, atrair investidores estrangeiros.
Braga afirmou que nenhum gasoduto, tubulação usada para transportar o gás natural, foi construído no Brasil desde que a lei atual começou a valer, em 2009.
O senador avaliou que a proposta poderá "contribuir para o aumento da concorrência no setor do gás natural e para a expansão da rede de transporte". Ele também acredita que haverá "redução do preço" do gás.
Proibições
O texto veda qualquer tipo de sociedade entre a empresa transportadora e o consórcio que extrai, produz ou vende o gás natural.
Pelo projeto, aqueles que representam ou escolhem membros da diretoria da companhia que explora o gás não poderão ter acesso a informações "sensíveis" nem exercer influência na composição do comando da transportadora.
"Tal vedação é fundamental para evitar que a atores com poder dominante possam vir a exercer posição monopolista no setor, impondo perdas ao consumidor. Ou seja, não podemos permitir a instituição de um monopólio privado em atividades que já tem característica de monopólio natural", destacou Braga.
A indústria de gás natural é um tipo de indústria de rede. Então, várias atividades são conectadas através de uma rede física de serviços que são prestados.
Além das restrições impostas à relação entre produtora e transportadora, o projeto aprovado pelos senadores também dispõe sobre a empresa que distribui o gás ao consumidor.
Há duas categorias de companhias. A transportadora de gás movimenta o insumo até a distribuidora. Essa fornece o produto ao consumidor final, que pode ser uma indústria, uma residência.
A proposta proíbe a empresa exploradora das jazidas de deter concessão para administrar distribuidoras ou de obter informações estratégicas delas.
Monopólio da Petrobras
Com o projeto, o governo objetiva aumentar o número de empresas que atuam no transporte de gás natural, retirando o monopólio da Petrobras.
A proposta permite, por exemplo, que outras empresas acessem a infraestrutura já existente, que pertence à estatal.
Uma publicação de 2017 da ANP esclarece que para estimular a competição nas atividades que vão da produção à distribuição do gás natural, "é necessário garantir o acesso de todos os potencias competidores à infraestrutura de transporte".
De acordo com o texto da agência, "o transportador deve atuar de forma independente das demais atividades da cadeia do gás natural". Esse ponto foi contemplado pelo projeto, que separa os conselhos de administração das transportadoras e das exploradoras.
Em 1997, a Petrobras foi obrigada a criar uma subsidiária para efetuar o transporte do insumo. Essa legislação, ainda em vigor, liberou a atividade de transporte para outras empresas. Mas essas teriam de usar os dutos da estatal.
Em 2009, uma lei separou a atividade de transporte das demais do mercado de gás para todos os agentes do setor.
A proposta aprovada nesta quinta visa abrir ainda mais essa atividade para outras empresas.
O senador Eduardo Braga também frisou na necessidade de usar o gás natural como fonte limpa de energia.
"Destravar o mercado do gás natural é muito importante para o Brasil. O momento é este e não podemos ficar para trás do resto do mundo, que adotou o gás natural como a fonte de energia para a transição de uma matriz energética de base fóssil para fontes limpas e renováveis. Esse combustível hoje já representa 12% da matriz energética do país", disse.
Outros pontos
Saiba outros pontos do projeto:
Tarifas: as tarifas de transporte de gás natural serão propostas pelo transportador e aprovadas pela ANP, após consulta pública;
Processo seletivo: se houver mais de um transportador interessado, a ANP deve realizar processo seletivo público para escolha do projeto mais vantajoso. Pela proposta, a agência também pode, a qualquer momento, conduzir processo seletivo para identificar transportadores interessados na construção ou ampliação de gasoduto, se houver necessidade;
Abastecimento nacional: ANP pode designar outro transportador para operar e manter as instalações, se for necessário para o abastecimento nacional;
Estocagem subterrânea: a empresa pode receber autorização da ANP para fazer a estocagem subterrânea de gás natural, sob sua conta e risco;
Modelo de entrada e saída: pela proposta, os serviços de transporte serão oferecidos pelo regime de contratação de capacidade por entrada e saída, com a permissão de uma ser contratada independentemente da outra.

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Operadoras dos EUA devem substituir equipamentos da Huawei e ZTE, diz agência de comunicações

sexta-feira, 11 dezembro 2020 por Administrador

Decisão da Comissão Federal de Comunicações do país ordena que empresas que receberam subsídio do governo deixem de usar produtos chineses que representam ameaça à segurança nacional. Loja da Huawei em Pequim. Ng Han Guan/AP A Comissão Federal de Comunicações (FCC) dos Estados Unidos ordenou nesta quinta-feira (10) que operadoras removam equipamentos de telecomunicações que representem um risco à segurança nacional, entre eles produtos das chinesas Huawei e ZTE. A decisão afeta principalmente empresas que receberam subsídios federais para a instalação desses equipamentos. A maioria delas estão em áreas rurais dos EUA. A agência vai criar uma lista de produtos que dever ser removidos, e estabelecer um programa de reembolso às empresas. Essa restituição dependerá da alocação de recursos que será feita Congresso americano, e a estimativa é que custe US$ 1,6 bilhão. A FCC acusa a Huawei e ZTE de representarem um risco de espionagem, algo que as companhias chinesas negam. A ordem exige ainda que todas as operadoras relatem se suas redes possuem algum dos produtos que constará na lista a ser elaborada. Em uma resolução separada, a FCC iniciou um processo para revogar a autorização da operadora China Telecom para operar nos EUA, companhia que atua no país há quase 20 anos. As decisões foram publicadas pouco depois de a FCC rejeitar um pedido da Huawei de reconsideração da decisão de classificá-la como uma ameaça. Um diretor da Huawei afirmou em setembro passado que a empresa revelaria detalhes de sua tecnologia para mostrar que é segura. Os EUA ainda não apresentaram provas concretas sobre as falhas dos produtos da companhia, mas alega a proximidade com o governo chinês representa um risco. Uma revisão do Reino Unido encontrou vulnerabilidades sérias, que não foram exploradas. Saiba mais: Huawei não conseguiu melhorar segurança dos seus equipamentos de rede, diz agência do Reino Unido Reino Unido proíbe instalação de kit 5G da Huawei a partir de setembro de 2021 Em junho, a FCC designou formalmente as chinesas Huawei e ZTE como ameaças, proibindo empresas norte-americanas de recorrer a um fundo governamental de US$ 8,3 bilhões para comprar equipamentos de telecomunicações. Em maio de 2019, o presidente dos EUA, Donald Trump, assinou uma decreto estabelecendo emergência nacional e impedindo as operadoras do país de usarem produtos de empresas que representem risco à segurança. O governo Trump também adicionou a Huawei à lista de proibição comercial dos EUA no ano passado. Veja os últimos vídeos sobre tecnologia no G1

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Nuvens de gafanhotos preocupam produtores rurais na África do Sul; veja vídeo

sexta-feira, 11 dezembro 2020 por Administrador

Estima-se que milhares de plantações em mais de 100 fazendas ficaram destruídas. Fazendas na África do Sul invadidas por nuvens de gafanhotos Fazendeiros na África do Sul estão preocupados com uma série de nuvens de gafanhotos que vêm invadindo plantações em várias partes no país. Segundo a Reuters, mais de 100 propriedades rurais foram invadidas pelos insetos, que destruíram milhares de plantações. Imagens divulgadas pela emissora SABC mostram milhões de gafanhotos voando pelos campos e se alimentando de grama e de cereais. Assista no VÍDEO acima. Ainda de acordo com a Reuters, fazendeiros tentam conter os enxames usando o método da fumigação — que consiste no uso de uma fumaça com inseticida para matar os insetos ainda em estágios iniciais, antes que fiquem grandes o suficiente para conseguir voar. Nuvem de gafanhotos é vista na África do Sul SABC via Reuters Os gafanhotos são nativos da região semi-árida do Karoo, que inclui as províncias do Norte, do Leste e de Free State. De acordo com a emissora britânica BBC, trata-se do maior surto de gafanhotos na África do Sul em mais de uma década. OUTROS PAÍSES: veja o que aconteceu em países atingidos por pragas de gafanhoto Na América do Sul O ano também registrou nuvens de gafanhotos no continente sul-americano, principalmente na Argentina, onde causou estragos ao longo do segundo semestre de 2020. Esse fenômeno levantou preocupações também no Brasil. Em julho, uma das nuvens na Argentina se aproximou da fronteira com o Rio Grande do Sul e fez autoridades agropecuárias ligarem um alerta sobre possíveis danos a plantações. Mais recentemente, entre novembro dezembro, outro enxame — de uma espécie que especialistas avaliam causar menor dano — também se aproximou do Rio Grande do Sul. Veja mais VÍDEOS de nuvens de gafanhotos

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