Defasagem da tabela do Imposto de Renda chega a 113%, dizem auditores da Receita
Valor é diferença entre alta acumulada da inflação em 24 anos e correções na tabela do IR no período. Agora, quem ganha 1,73 salário mínimo, antes isento, paga imposto de renda. Defasagem da tabela do Imposto de Renda chega a 113%, dizem auditores da Receita
O aumento de 4,52% no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2020, divulgado nesta terça-feira (12), leva a uma defasagem acumulada de 113,09% da tabela do Imposto de Renda em relação à inflação nos últimos 24 anos. O cálculo é do Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Federal (Sindifisco).
Entre 1996 e 2020, período considerado no estudo, a variação do IPCA somou 346,69%, o que supera os reajustes nas faixas de cobrança do IR, que ficaram em 109,63%, resultando na defasagem de 113,09%.
O Sindifisco afirma que o ano inicial do estudo é 1996 porque foi a partir desta data que a tabela começou a ter os valores computados em reais.
Nos últimos 24 anos, somente em cinco a correção superou a inflação: 2002, 2005, 2006, 2007 e 2009. A última atualização aconteceu em 2015.
A correção da tabela foi uma promessa de campanha do presidente Jair Bolsonaro em 2018. Na semana passada, Bolsonaro voltou a afirmar que gostaria de mexer nas faixas de cobrança do tributo, mas que não poderia fazer nada, porque o Brasil está "quebrado".
As contas de 2020 devem fechar no vermelho pelo sétimo ano seguido, com rombo recorde de R$ 831,8 bilhões, o que levaria a dívida bruta do setor público a patamares próximos de 100% do PIB.
O economista e professor do Insper Marcos Mendes afirma que uma eventual correção da tabela também causaria impacto nas contas de estados e municípios.
"Metade do Imposto de Renda da Pessoa Física vai para os fundos de participação de estados e municípios. Portanto, se a União arrecada menos IR, metade desse impacto seria sentido nesses entes da federação. Como consequência, haveria pressão para aumentar outras transferências, em um momento em que as finanças federais já estão bem pressionadas", declarou.
A equipe econômica do governo estuda incluir mudanças no Imposto de Renda nas próximas etapas da reforma tributária. O texto incluiria o aumento no limite de isenção e a limitação das deduções (como com saúde, educação e dependentes), bem como a volta da tributação sobre lucros e dividendos, extinta em 1996.
>> Relembre no vídeo abaixo a defasagem da tabela do Imposto de Renda entre 1996 e 2019:
Defasagem da tabela do Imposto de Renda passa de 100%
Faixa de isenção
Se fosse totalmente corrigida pela inflação, a faixa de isenção saltaria de R$ 1.903,98 para R$ 4.022,89, de acordo com o Sindifisco.
"Hoje, dos 30 milhões de declarantes do Imposto de Renda, ao final de deduções e abatimentos, cerca de 10 milhões ficam isentos ou recebem restituição. Se a faixa de isenção subisse para R$ 3 mil, esse número passaria de 10 para 18 milhões. Ou seja, 8 milhões de contribuintes, que representam cerca de 30 milhões de famílias, deixariam de pagar Imposto de Renda”, diz Kleber Cabral, presidente do Sindifisco Nacional.
Para o Sindifisco, esse cenário leva pessoas com salários cada vez menores para a base de contribuição. Em 1996, a isenção do tributo beneficiava quem recebia até nove salários mínimos – relação que caiu para 1,73 em 2021.
Esse movimento pode ter se intensificado, ao longo do ano passado, devido ao pagamento do auxílio emergencial, que somou R$ 292,9 bilhões e alcançou 67,9 milhões de pessoas. Segundo a Receita, parte dos beneficiários terá de declarar e pagar imposto sobre o benefício.
Ainda conforme a Receita, o beneficiário do auxílio emergencial que tenha recebido em 2020 outros rendimentos tributáveis, em valor superior a R$ 22,8 mil, fica obrigado a apresentar a declaração de ajuste anual e deverá acrescentar ao imposto devido o valor do auxílio recebido por ele ou por dependentes.
Diferença entre valores pagos
A defasagem da tabela também obriga a classe média a entregar uma fatia maior da renda aos cofres públicos.
"A questão da justiça fiscal é um valor perene, mas, num momento de crise como o que nós estamos vivendo, é algo (a falta de correção da tabela) que tem consequências ainda maiores”, destacou Cabral.
Veja na tabela abaixo a diferença de valores a ser pagos pelas pessoas físicas caso a defasagem da tabela fosse totalmente corrigida:
Simulação de valores (em R$)
Os efeitos distributivos de uma eventual correção da faixa de isenção, porém, não são uma unanimidade.
O economista Marcos Mendes, que integrou a equipe do Ministério da Fazenda durante o governo Michel Temer (2016-2018), afirma que o reajuste não traria uma política social efetiva. "Apenas os 20% mais ricos do país pagam Imposto de Renda", ressalta.
Para Mendes, a faixa de isenção já é elevada, tendo em vista o nível de renda do Brasil. Para tornar o imposto mais progressivo, o economista sugere acabar com abatimentos, como com educação e saúde, que beneficiam principalmente a classe média, e criar uma alíquota acima de 27,5%, a mais elevada atualmente.
"É o momento absolutamente errado de se pensar nessa correção da faixa de isenção, porque é um instrumento que não distribuiria renda e que faria o Estado perder receitas", diz Mendes.
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Toyota suspende algumas linhas de produção na China por falta de semicondutores
Na sexta, montadora japonesa já havia cortado a produção da picape Tundra, na fábrica de San Antonio, no Texas, EUA. Fabricantes do setor enfrentam escassez global de chips. Toyota retoma atividades em Sorocaba na próxima sexta-feira Toyota do Brasil/Divulgação A Toyota interrompeu algumas de suas linhas de produção na cidade de Guangzhou, na China, devido à escassez de semicondutores, disse a montadora japonesa nesta terça-feira (12). Ford fecha fábricas no Brasil: veja perguntas e respostas EFEITO DA PANDEMIA no setor automotivo Algumas linhas de produção foram interrompidas desde segunda-feira na GAC Toyota, sua joint venture com o GAC Group da China, disse uma porta-voz da Toyota, sem indicar prazo da interrupção ou os modelos de carro afetados. A Toyota disse na sexta-feira que cortaria a produção de sua picape Tundra em sua fábrica de San Antonio, no Texas, EUA. Os fabricantes de automóveis e eletrônicos enfrentam uma escassez global de chips à medida que a demanda do consumidor se recupera da crise do coronavírus. Ford, Fiat Chrysler e Nissan também anunciaram cortes de produção neste mês devido à falta de semicondutores. Initial plugin text
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Bovespa opera em alta, com investidores atentos a riscos
Nesta segunda-feira (11), Ibovespa recuou 1,46%, a 123.255 pontos. O principal índice da bolsa de valores brasileira, a B3, opera em alta nesta terça-feira (12), com ações domésticas voltando a atrair compradores externos, embora investidores sigam alertas com notícias da Covid-19 e de riscos fiscais no Brasil. Às 14h44 o Ibovespa subia 0,80%, aos 124.238 pontos. Veja mais cotações. Ações de maior liquidez, como Petrobras, bancos e algumas empresas de metais, conduziam o Ibovespa para cima, com o fluxo positivo de recursos de investidores estrangeiros na bolsa paulista. No dia anterior, o Ibovespa fechou em queda de 1,46%, a 123.255 pontos, com investidores embolsando ganhos após recordes de alta nos mercados globais. Também pesaram notícias sobre um eventual novo pedido de impeachment do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Por que as Bolsas bateram recordes em 2020 enquanto a economia mundial afundou Brasil pede informações ao Japão sobre variante identificada em pessoas vindas do AM Cenário local A demanda por ações de empresas exportadoras, potenciais beneficiárias da escalada recente do dólar contra o real, e de companhias ligadas ao mercado doméstico vistas como mais preparadas para capitalizar com a recuperação da atividade econômica, ditava os destaques positivos da sessão. "O cenário pode indicar investidores comprando, em busca de papéis baratos após a queda da véspera, mas o cenário permanece volátil", resumiu a equipe da Levante Investimentos à Reuters. Diversos relatórios nesta terça apontaram para uma série de riscos no radar que podem fazer o fluxo mudar de direção, considerando aspectos domésticos. Um deles é o de consequências econômicas da pandemia se espalhem por 2021, incluindo inflação maior e ampliação dos programas de auxílio emergencial. O IPCA subiu 1,35% em dezembro, fechando o ano com avanço de 4,52%, acima das previsões do mercado. "O avanço da pandemia em praticamente todos os estados brasileiros traz à tona uma nova rodada de discussões sobre novas medidas de auxílio para a população mais vulnerável, o que esbarra na questão fiscal", afirmou a equipe da Consulenza Investimentos, em nota a clientes. Economias do Norte e Nordeste devem ser as mais prejudicadas com o fim do Auxílio Emergencial Histórico de variação do Ibovespa G1 VÍDEOS: Últimas notícias de Economia
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VÍDEOS: Ford encerra produção de veículos no Brasil; repercussão
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Inflação da construção civil atinge 10,16% em 2020, apura IBGE
Variação acumulada no ano é a maior da série histórica iniciada em 2013. Setor de construção civil Reprodução/TV TEM A inflação medida pelo Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) subiu 1,94% em dezembro do ano passado, após registrar avanço de 1,82% em novembro, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em dezembro de 2019, o indicador subia 0,22%. Com o resultado mensal, o indicador encerrou 2020 com alta de 10,16%. Segundo o IBGE, o ano passado registrou a maior taxa inflacionária da série histórica com desoneração desse indicador, iniciada em 2013, sendo 6,13 pontos percentuais superior à taxa acumulada de 2019 (4,03%). Na análise por mês, o custo nacional da construção por metro quadrado foi de R$ 1.276,40 em dezembro, dos quais R$ 710,33 foram relativos aos materiais e R$ 566,07 relativos à mão de obra. Em novembro, esse custo totalizava R$ 1.252,10, sendo R$ 687,02 relativos aos materiais e R$ 565,08 relativos à mão de obra. Initial plugin text Assista a mais notícias de Economia:
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Emissões de gases de efeito estufa caíram 10% em 2020 nos Estados Unidos, aponta relatório preliminar
Grupo Rhodium indica que queda é resultado do impacto econômico causado pela pandemia de Covid-19. É a primeira vez que os níveis dos gases ficam abaixo dos de 1990; queda deve fazer o país ultrapassar meta do Acordo de Paris para 2020. Fumaça de incêndios no norte da Califórnia em setembro de 2020 Noah Berger/AP Photo As emissões de gases de efeito estufa caíram 10,3% nos Estados Unidos no ano passado, aponta um relatório preliminar divulgado nesta terça-feira (12) pelo Grupo Rhodium, que faz pesquisas e análises nas áreas de economia, mudanças climáticas e desenvolvimento. O grupo indica que a queda é resultado do impacto econômico causado pela pandemia de Covid-19. "Se a Covid-19 e a recessão resultante não tivessem acontecido, estimamos que as emissões dos EUA teriam diminuído apenas cerca de 3% este ano", pontuam os pesquisadores. Veja os principais pontos do relatório: A queda deve fazer os Estados Unidos ultrapassarem a meta estabelecida para 2020 no Acordo de Paris, que era de diminuir as emissões em 17% de 2005 até o ano passado. A queda registrada foi de 21%, segundo o relatório. A diminuição também é a maior nas emissões anuais desde a Segunda Guerra. É a primeira vez que as emissões de gases estufa ficam abaixo dos níveis de 1990. Nem mesmo na recessão de 2009 os índices diminuíram tanto: naquele ano, a queda foi 6,3%. Mas os pesquisadores frisam que 2020 não deve ser considerado um "pagamento inicial" para que os EUA cumpram a meta estabelecida no Acordo de Paris para 2025. O trato previa que o país diminuísse suas emissões de 26% a 28% até lá (em relação aos níveis de 2005). "As reduções de emissões de 2020 vieram com enormes prejuízos econômicos e sofrimento humano", destacam os analistas no relatório. Mais de 375 mil pessoas já morreram nos Estados Unidos por causa da Covid, segundo monitoramento da universidade americana Johns Hopkins. Os autores do relatório pontuam que, com a chegada das vacinas no país, a atividade econômica deve se recuperar este ano – o que significa que "as emissões provavelmente também aumentarão novamente". Mudanças climáticas: 5 razões por que 2021 pode ser um ano crucial na luta contra o aquecimento global Altas: 2021 vai ser um pouco mais fresco que 2020, mas ainda estará entre os 6 anos mais quentes da história Os EUA já têm duas vacinas contra a Covid aprovadas: a da Pfizer e a da Moderna. Até agora, cerca de 9 milhões de pessoas já foram imunizadas, segundo o Centro de Controle de Doenças (CDC, na sigla em inglês) do país. Impacto econômico Os analistas lembram que "vários dos setores econômicos mais afetados – incluindo transporte, energia elétrica e indústria – também são as principais fontes de emissões de gases de efeito estufa nos Estados Unidos". A maior diminuição nas emissões de gases foi no setor de viagens – os meios de transporte emitiram 14,7% menos gases em 2020 em comparação a 2019. Na época de alta das medidas restritivas contra a pandemia, em abril e maio, a demanda por combustível de aviação caiu 68% em relação aos níveis de 2019. A gasolina – principalmente de veículos de passageiros – teve queda de 40% na demanda, e o diesel – usado no transporte marítimo e rodoviário –, de 18%. A demanda por combustível voltou para cerca de 35% abaixo dos níveis de 2019 em dezembro, ainda com dados preliminares. O diesel voltou aos níveis próximos de 2019 em dezembro. Já as emissões do setor de energia caíram 10,3%, impulsionadas por uma redução de cerca de 19% nas emissões por carvão. As emissões industriais caíram 7%, e as emissões de edifícios caíram 6,2%. Veja os VÍDEOS mais assistidos do G1 nos últimos 7 dias:
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Shoppings de Itaquaquecetuba e Mogi reúnem 11 vagas de emprego nesta terça; veja lista
Interessados podem acessar as lojas de acordo com o descritivo ou procurar pessoalmente o Balcão de Informações. Lojas dos shoppings de Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba reúnem oportunidades para quem busca emprego Fernanda Lourenço/G1 As lojas dos shoppings de Mogi das Cruzes e Itaquaquecetuba reúnem 11 oportunidades de emprego nesta terça-feira (12). Os candidatos devem acessar as lojas de acordo com o descritivo ou procurar pessoalmente o Balcão de Informações. As oportunidades são para as funções de vendedor, coordenador, operador de caixa, ajudante de cozinha, operador de caixa e motoboy. Oportunidades em Mogi das Cruzes Vagas de emprego em Mogi das Cruzes O Mogi Shopping fica na Avenida Vereador Narciso Yague Guimarães, 1001 e funciona das 10h às 22h. Para mais informações o telefone é 4798-8800. Oportunidades em Itaquaquecetuba Vagas em Itaquaquecetuba O Itaquá Garden Shopping fica na Estrada Municipal do Mandi, 1205 – Jardim Adriane e funciona das 10h às 22h. Os interessados devem entregar os currículos diretamente nas lojas indicadas. Assista a mais notícias
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Inflação de 2020: óleo de soja tem maior subida de preço do ano; veja as maiores altas e baixas
Seguindo a lógica que se observou ao longo da pandemia do novo coronavírus, as 15 maiores altas são de alimentos. Isolamento social coloca vestuário e turismo entre as quedas de preço. Óleo de soja: alta de 103% foi o recorde do IPCA de 2020 Reprodução/TV Morena O óleo de soja foi o grande campeão das altas de preços no ano de 2020, como mostram os dados da inflação oficial do país divulgados nesta terça-feira (12) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A lista de subitens do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) tem um domínio completo dos alimentos entre as maiores altas do ano. Os 15 primeiros colocados estão na categoria. Além do óleo de soja, encabeçam o ranking o arroz (76,01%), feijão fradinho (68,08%) e batata-inglesa (67,27%). IPCA: inflação oficial fecha 2020 em 4,52%, maior alta desde 2016 Reajuste do salário mínimo anunciado pelo governo para 2021 não cobre inflação Desde o início da pandemia do novo coronavírus, a procura por alimentos se intensificou no mercado interno. A alta do dólar também tornou produtos brasileiros mais competitivos no exterior, elevando as exportações e gerando impacto nos preços. Por outro lado, as restrições de circulação necessárias para conter a disseminação da Covid-19 trouxeram consequências para o setor de serviços. Entre as principais quedas de preços em 2020 estão passagens áereas (-17,15%) e hospedagem (-8,07%), por exemplo. IPCA: inflação oficial fecha 2020 em 4,52%, maior alta desde 2016 Abaixo, confira a lista de maiores altas e quedas de preços em 2020. 20 maiores altas Óleo de soja: 103,79% Arroz: 76,01% Feijão fradinho: 68,08% Batata-inglesa: 67,27% Laranja-lima: 53,1% Tomate: 52,76% Batata-doce: 48,1% Repolho: 46,43% Cenoura: 45,98% Feijão preto: 45,38% Laranja baía: 44,23% Maçã: 42,76% Banana-d'água: 39,28% Peixe tainha: 38,98% Banana-maçã: 38,55% Colchão: 36,93% Morango: 36,56% Abobrinha: 34,58% Pimentão: 34,16% Carne de Peito: 33,99% 20 maiores baixas Passagem aérea: -17,15% Limão: -14% Agasalho feminino: -13,78% Mochila: -11,81% Agasalho infantil: -10,53% Agasalho masculino: -9,01% Ônibus interestadual: -8,32% Hospedagem: -8,07% Móvel para copa e cozinha: -8,03% Seguro voluntário de veículo: -7,91% Peixe-serra: -7,8% Neurológico: -7,47% Saia: -7,38% Mudança: -7% Anti-infeccioso e antibiótico: -6,8% Filé-mignon: -6,28% Antidiabético: -6,26% Caderno: -6,23% Brinquedo: -6,05% Móvel infantil: -5,92% Inflação ao longo dos últimos anos Economia G1 Alimento como vilão O principal motor das altas de preços é a diferença entre a oferta e a demanda dos produtos. Quando a oferta é baixa e a demanda é alta, os preços tendem a subir. Na situação oposta, quando tem pouca gente querendo comprar e muita mercadoria para vender, o natural é que os preços caiam. Mas, na situação atual do Brasil, surgiram novos "vilões": a procura por alimentos e commodities no mercado internacional e, principalmente, o dólar alto levaram a inflação de produtos às alturas. Todos os produtos, além de verem seus preços subirem em dólar, também sofrem efeito de uma desvalorização forte do real frente à moeda americana. O real sofreu desvalorização recorde em relação ao dólar por causa das incertezas com o plano de recuperação fiscal brasileiro, juros mais baixos, crescimento tímido e a despreocupação do governo com o meio ambiente. E, sempre que o real se desvaloriza, acaba convidando os países a comprar do Brasil. Real é a moeda que mais desvalorizou em relação ao dólar em 2020 Por um lado, há melhora dos números da balança comercial. Por outro, acontece um desabastecimento do mercado brasileiro para itens que são matéria-prima para fabricação de alimentos que chegam às gôndolas. A alta da soja, por exemplo, aumenta o preço de ração animal, que se reflete nos custos da carne. A principal vilã da inflação em 2020 foi a alimentação. Os preços do conjunto de alimentos e bebidas tiveram alta acumulada de 14,09% ao longo do ano, o maior aumento desde 2002 (19,47%). Segundo o IBGE, os alimentos responderam sozinhos por quase metade da inflação do ano, com um impacto de 2,73 pontos percentuais sobre o índice geral. Depois da alimentação, o segundo maior impacto sobre a inflação de 2020 partiu da habitação, que acumulou alta de 5,25% no ano. A inflação de 2020 G1 Economia VÍDEOS: Últimas notícias de Economia Initial plugin text
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Facebook vai remover conteúdo com a frase ‘parem com o roubo’
Rede social disse que vai permitir publicações que compartilhem a frase 'stop the steal' para criticá-la ou discuti-la de maneira neutra. Facebook Dado Ruvic/Reuters O Facebook anunciou na última segunda-feira (11) que iria tratar as próximas duas semanas como um "grande evento cívico" e que irá remover certos conteúdos que contenham a frase "stop the steal" ("parem com o roubo") de suas plataformas de redes sociais. "Com tentativas continuadas de organizar eventos contra o resultado da eleição presidencial dos EUA que podem levar à violência, e por conta do uso do termo pelos envolvidos no episódio de violência da última quarta-feira (6) em Washington, estamos tomando essa medida adicional nos dias que antecedem a posse", afirmou a empresa em uma publicação em seu blog. Uma porta-voz do Facebook esclareceu que a companhia permitiria publicações que compartilhem claramente a frase "stop the steal" para criticá-la ou discuti-la de maneira neutra. Em novembro, o Facebook removeu o grupo "Stop the Steal", no qual apoiadores do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, publicaram mensagens com uma retórica violenta e afirmações falsas sobre a ocorrência de fraude eleitoral. A empresa, no entanto, não agiu contra a retórica semelhante antes das eleições e recebeu críticas nesta semana por não ter removido posts estimulando o cerco ao Capitólio. O Facebook também disse que manteria pausados os anúncios em publicações nos EUA sobre política ou eleições. Trump suspenso das redes sociais Na última quinta-feira (7), o Facebook e Instagram bloquearam a conta de Trump por tempo indeterminado. O tempo mínimo em que Trump ficará impedido de postar nessas redes será de duas semanas – data que coincide com a posse do presidente eleito Joe Biden, marcada para o próximo dia 20 de janeiro. Na sexta (8), o Twitter suspendeu de forma definitiva a conta do republicano. A rede alegou que os posts recentes do presidente incitavam a violência. Twitter cita 'risco de mais incitação à violência' ao tirar conta de Trump do ar Também na sexta (8), o Google suspendeu de sua loja de apps a rede social Parler, muito usado por apoiadores de Trump. A empresa disse que os desenvolvedores teriam que demonstrar moderação de conteúdo "robusta" se quisessem voltar a ficar disponíveis. Apple e Amazon tomaram iniciativas similares e suspenderam o app de suas lojas virtuais e de seus serviços de hospedagem. Na segunda (11), a Parler entrou com um processo contra a Amazon por ter sido tirada do ar pela empresa. Apple, Google e Amazon removem aplicativo Parler de suas lojas virtuais Veja vídeos sobre tecnologia
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Poupança perde para a inflação em 2020 e tem pior rentabilidade em 18 anos
Descontado o IPCA, investimento acumulou perda de 2,30% no ano passado. Pelas regras atuais, caderneta de poupança tem um rendimento correspondente a 70% da taxa Selic. Com a inflação oficial do país fechada em 4,52% em 2020, a caderneta de poupança encerrou o ano sem ganho real, com um retorno negativo de 2,30%, descontando o IPCA do período, de acordo com levantamento da provedora de informações financeiras Economatica. Trata-se da pior rentabilidade desde 2002, quando o retorno anual foi de -2,90%.
Foi também o segundo ano seguido em que o rendimento do investimento perdeu para a inflação. Em 2019, a poupança teve uma perda real de 0,05%, descontado o IPCA. Antes, a última vez que isso havia acontecido fora em 2015 (-2,28%).
O que explica a perda de rentabilidade
A perda de rentabilidade está diretamente relacionada ao novo patamar de juros do país. Com a taxa básica de juros, a Selic, na sua mínima histórica, de 2% ao ano, tanto a poupança como outros investimentos de renda fixa tiveram os rendimentos achatados em 2020.
Pelas regras atuais, a poupança tem um rendimento correspondente a 70% da taxa Selic. Ou seja, passou a render 1,4% ao ano ou 0,12% ao mês.
Antes disso, a última vez que isso havia acontecido fora em 2015.
Vale lembrar, porém, que depósitos feitos na poupança até maio de 2012 continuam rendendo 6,17% ao ano, mais que o triplo da Selic. É a chamada "velha poupança", que segue como uma boa opção de investimento.
Depósitos na poupança superam saques em R$ 166,3 bilhões em 2020
Para 2021, o mercado financeiro subiu para 3,34% a previsão de inflação, segundo a última pesquia Focus do Banco Central. Os analistas do mercado passaram a projetar também uma Selic em 3,25% no final de 2021 e em 4,75% em 2022.
Comparativo de investimentos em 2020
O levantamento da Economatica mostra que o CDI e o Ibovespa também tiveram rentabilidade negativa em 2020, descontando a inflação medida pelo IPCA. O melhor desempenho foi do ouro, seguido pelo euro. Veja abaixo o comparativo:
Ouro: 49,19%
Euro: 34,69%
Dólar: 23,36%
Ibovespa: -1,53%
CDI: -1,68%
Poupança: -2,30%
Diferente dos outros investimentos do comparativo, entretanto, os rendimentos da caderneta de poupança são isentos do pagamento de imposto de renda.
Com poupança perdendo para a inflação, onde colocar o dinheiro?
Professor de economia tira dúvidas sobre opções de investimento e poupança
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