Brasil gerou mais de 2 milhões de vagas temporárias em 2020
Aumento foi de 34,8% com relação a 2019, puxado pelas contratações na indústria. Vagas temporárias crescem em momento de incerteza econômica e afastamentos por covid-19
A modalidade de trabalho temporário gerou mais de 2 milhões de vagas no país em 2020. O balanço é da Associação Brasileira do Trabalho Temporário (Asserttem).
Diante de um ano desafiador, devido à pandemia, o número de contratações chegou a 2.002.920, aumento de 34,8% com relação a 2019, quando foram geradas 1.485.877 vagas temporárias, segundo a entidade.
O número de vagas temporárias foi puxado pelo setor da indústria – 65% das contratações temporárias foram dentro do setor – para atender à demanda complementar de trabalho em segmentos como Alimentos, Farmacêutica, Embalagens, Metalúrgica, Mineração, Automobilística, Agronegócio e Óleo e Gás.
O setor de serviços foi responsável por 25% das vagas criadas, e o comércio, por 10%.
O cenário de 2020 difere dos demais anos, já que historicamente o comércio é que costuma puxar as contratações de trabalhadores temporários, principalmente no 2º semestre. Em 2020, a indústria se apoiou na modalidade para repor o quadro de funcionários e conseguir suprir a demanda do mercado.
Já a taxa média de efetivação no ano passado foi de 20%. Nos anos anteriores, ela ficava entorno dos 15%, segundo a Asserttem.
Para Marcos de Abreu, presidente da entidade, os números reforçam o papel que o trabalho temporário vem desempenhando no país e durante a pandemia, como uma solução para a sobrevivência das empresas e para o combate ao desemprego.
“Estamos muito felizes com os resultados de 2020, que representam o maior patamar já registrado desde o início da série histórica, iniciada em 2014”, afirma.
Dezembro surpreende
Em dezembro, as contratações temporárias superaram em 54,7% a projeção anunciada pela entidade. "Esperávamos ter a geração de 97.978 novas vagas em dezembro, registrando uma queda na contratação em relação a 2019 (142.529). Mas, o resultado foi surpreendente: 151.620 vagas temporárias no mês, garantindo um aumento de 6,37% na comparação com o mesmo período do ano anterior”, comenta Abreu.
De acordo com o presidente da associação, mais uma vez o setor da indústria puxou as contratações em um mês em que o comércio sempre teve destaque. “Já prevíamos uma queda nas contratações temporárias do comércio, devido à pandemia, por ter menos pessoas visitando as lojas e pelo uso do comércio eletrônico”, observa.
Previsão de alta para 2021
As contratações por meio do trabalho temporário – que pode ser utilizado para substituição transitória e para demanda complementar de trabalho – devem seguir em alta em 2021, segundo a Asserttem.
“A pandemia da Covid-19 ainda traz insegurança às empresas, que devem se apoiar na modalidade para garantir maior flexibilidade de gestão e conseguir se manter no mercado”, diz Marcos de Abreu.
Segundo ele, diante das incertezas, as empresas buscam opções formais para contratar trabalhadores, preservando os direitos, mas com fôlego suficiente para acompanhar a oscilação da economia.
O que muda no currículo para conquistar vagas temporárias? Veja dicas
“Neste cenário, o trabalho temporário se mostra como a melhor modalidade de contratação, já que confere maior flexibilidade de gestão às empresas enquanto os trabalhadores têm seus direitos respeitados, podem adquirir mais conhecimentos e ter novas experiências no mercado de trabalho, o que potencializa sua recolocação em uma eventual vaga permanente”, diz.
Entenda o trabalho temporário
O trabalho temporário, previsto na Lei Federal 6.019/74 e Decreto nº 10.060/2019, é prestado por pessoa física contratada por uma empresa de trabalho temporário que a coloca à disposição de uma empresa tomadora de serviços ou cliente. E essa contratação é somente para atender à necessidade de substituição transitória de pessoal permanente ou à demanda complementar de serviços.
A duração do contrato de trabalho máxima é de até 180 dias, com a possibilidade de ser prorrogado uma única vez por até 90 dias corridos, independentemente de a prestação de serviço ocorrer em dias consecutivos ou não. Ou seja, o prazo deve ser contado de forma corrida, considerando a contagem também dos intervalos contratuais, e não apenas considerando só os dias efetivamente trabalhados.
Direitos trabalhistas previstos no contrato temporário
jornada de trabalho de, no máximo, oito horas diárias – mas poderá ter duração superior na hipótese de a empresa tomadora de serviços utilizar jornada de trabalho específica;
as horas que excederem à jornada normal de trabalho serão remuneradas com acréscimo de, no mínimo, 50%;
acréscimo de, no mínimo, 20% da remuneração quando o trabalho for noturno;
descanso semanal remunerado;
remuneração equivalente à dos empregados da mesma categoria da empresa tomadora de serviços, calculada à base horária, garantido, em qualquer hipótese, o salário-mínimo regional;
pagamento de férias proporcionais, calculado na base de um 1/12 do último salário;
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
benefícios e serviços da Previdência Social;
seguro de acidente do trabalho;
anotação da condição de trabalhador temporário na Carteira de Trabalho e Previdência Social
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Banheira conectada, campainha anti-Covid e escova de dentes inteligente: os gadgets da CES 2021
Feira de tecnologia é vitrine para produtos curiosos, alguns com ar 'futurista'. Veja as novidades. A Consumer Electronic Show (CES), maior feira de tecnologia do mundo, é recheada de produtos curiosos, muitos deles com um ar "futurista". O evento, que neste ano acontece de forma virtual, serve como vitrine para que grandes e pequenas empresas mostrem suas criações. Veja alguns gadgets apresentados durante a feira. Banheira conectada Banheira inteligente da Kohler pode ser programada por aplicativo ou comandos de voz. Divulgação/Kohler A Kohler, fabricante de louças e metais para cozinhas e banheiros, apresentou uma banheira inteligente, que pode ser controlada por aplicativo no celular ou por comandos de voz acionados pelas assistentes virtuais da Amazon ou Google. É possível pedir para encher, definir a temperatura exata da água e mudar as cores de LEDs que ficam ao redor. A banheira também pode ser configurada para seguir uma rotina específica, para ligá-la no mesmo horário todos os dias, por exemplo. A fabricante vai oferecer recursos opcionais, como a adição de aromaterapia ou grades para que a água "transborde" da banheira. O modelo mais simples tem preço estimado de US$ 8.700 (cerca de R$ 47.890, na cotação de 11 de janeiro de 2021). A versão mais sofisticada, com LEDs e grades sai por US$ 16.000 (cerca de R$ 88.000). Campainha anti-Covid Interfone e capacho da Alarm.com foram criados para evitar contatos em meio à pandemia. Divulgação/Alarm.com Pensando na pandemia de Covid-19, a Alarm.com anunciou um interfone que não precisa ser tocado com as mãos. O produto é equipado com uma câmera que detecta se há alguém esperando para ser atendido. Um capacho que indica onde o visitante precisa ficar é vendido separadamente. A empresa diz que essa é a primeira campainha que toca "sem exigir qualquer contato" e que o objetivo é reduzir "os riscos de saúde público e tornar visitas e entregas seguras para todos". Quando a câmera da campainha detecta uma pessoa, é emitido um alerta sonoro na casa e uma notificação no celular. A Alarm.com não divulgou o preço exato do acessório, mas disse que custará menos de US$ 200 (R$ 1.100). Escova de dentes inteligente Escova de dentes Philips Sonicare 9900 Prestige. Divulgação/Philips Escovar os dentes pode parecer simples, mas a Philips diz que a maioria das pessoas faz muita pressão durante a tarefa. A companhia apresentou a Sonicare 9900 Prestige, que tem sensores que fazem ajustes automáticos durante a escovação. A escova de dentes elétrica tem ainda um aplicativo com recursos de inteligência artificial que orienta sobre a "pressão, movimento, posição, duração e frequência". Ele oferece relatórios de progresso e recomendações personalizadas. A empresa afirma que seu produto é capaz de remover até 20 vezes mais placa do que outros modelos. O preço não foi divulgado. Monitor de glicose sem agulha Protótipo de monitor de glicose que não exige furar o dedo. Divulgação/Quantum Operation A startup japonesa Quantum Operation exibiu um protótipo de relógio capaz de monitorar os níveis de açúcar no sangue sem utilizar agulhas. O produto se parece com um Apple Watch e, segundo a empresa, possui um espectrômetro – um instrumento que mede propriedades da luz – para checar os níveis de glicose. A medição dura cerca de 20 segundos. A startup diz que a precisão é semelhante a de produtos disponíveis atualmente em farmácias. A expectativa é que a tecnologia seja vendida para empresas de saúde. Porta automática para pets myQ Pet Portal é uma porta automática para cães e gatos. Divulgação/Chamberlain A startup Chamberlain criou uma porta automática para pets, chamada myQ Pet Portal. A ideia é deixar que cães e gatos saiam e voltem pra casa a hora que quiserem, sem depender da companhia dos donos. É possível controlar a porta de forma remota, por meio de um aplicativo no celular. A instalação inclui câmeras e uma coleira com Bluetooth que também pode liberar o pet. Disponível somente nos EUA, o produto exige instalação profissional e custa entre US$ 2.299 (R$ 16.330 na cotação de 12 de janeiro de 2021) e US$ 4.499 (R$ 24.500). Veja vídeos sobre tecnologia no G1 preços
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8 dados interessantes sobre os ovos, um dos alimentos mais nutritivos do mundo
Eles são uma fonte natural de proteína barata e de alta qualidade — e ao contrário do que podem dizer por aí, não há limite para o número de ovos que você pode comer por dia. Os ovos são considerados um dos alimentos mais nutritivos do planeta Getty Images/BBC Um dos verdadeiros milagres da vida, o humilde ovo, é talvez um dos alimentos mais versáteis do planeta. É formado em períodos entre 24 e 26 horas, e as galinhas podem botar cerca de 250 ovos por ano. De onde vem: série do G1 mostra a origem dos alimentos consumidos no país O ovo é pura proteína, e há vários métodos (tanto doces, quanto salgados) de preparar esta potência nutricional natural. Ovos podem ser adicionados crus em smoothies, podem ser fritos, cozidos, mexidos ou pochê, e podem ser consumidos no café da manhã, almoço, lanche e jantar. Podem ser comprados em quase qualquer lugar, duram várias semanas, são relativamente baratos e podem fazer mágica em fornadas de bolos, biscoitos e pães. Todos nós sabemos quão facilmente eles podem ser transformados em uma refeição, mas há muito mais nos ovos do que podemos ver. A seguir, tudo o que você precisa saber sobre o poderoso ovo. 1. Ovos são históricos Os seres humanos comem ovos desde os primórdios da humanidade. Os antigos romanos comiam ovos de pavão, e dizem que os chineses se interessavam por ovos de pombo. Quando a maioria de nós pensa em ovos, geralmente imagina ovos de galinha. No entanto, ovos de codorna, pato, ganso e peru também são consumidos. Com peso de 1 a 2 Kg, os ovos de avestruz são um dos maiores ovos comestíveis que existem Getty Images/BBC Os de avestruz e emu são possivelmente os maiores ovos comestíveis, pesando de 1 a 2 kg. Há ainda as ovas de peixe, como caviar e hilsa, uma iguaria repleta de nutrientes essenciais. 2. Ovos = potência nutricional Os ovos são considerados um dos alimentos mais nutritivos do planeta. São uma fonte natural de proteína barata e de alta qualidade: mais da metade da proteína se encontra na clara, que também inclui vitamina B2 e quantidades menores de gordura do que a gema. Outra característica dos ovos é que eles são ricos em selênio, um antioxidante Getty Images/BBC A proteína dos ovos ajuda a reduzir a pressão arterial, otimizar a saúde óssea e aumentar a massa muscular. Os ovos também são uma fonte rica em selênio, um antioxidante importante para o funcionamento da tireoide, nosso sistema imunológico e saúde mental, junto com as vitaminas D, B6, B12, zinco e ferro. São uma boa fonte de antioxidantes e também podem ajudar a reduzir o risco de degeneração macular e catarata. 3. Costumavam ter má reputação Por muitos anos, os ovos foram considerados prejudiciais à saúde devido aos seus altos níveis de colesterol. De fato, se recomendou limitar o consumo de ovos. Os ovos não têm mais a má reputação de antes Getty Images/BBC Mas essa informação se originou do que hoje são consideradas conclusões incorretas de uma pesquisa inicial que estabelecia que o colesterol alimentar contribuía para aumentar o colesterol no sangue. Muita gente acredita que o colesterol é prejudicial, mas a verdade é que ele é essencial para o funcionamento do nosso organismo. Portanto, apesar do que você pode ter ouvido por aí, não há uma recomendação que limite o número de ovos que você pode comer. 4. Mas sempre foram simbólicos Em muitas culturas ao redor do mundo, o ovo é sinônimo de vida nova, fertilidade e renascimento. Em muitas culturas, os ovos são carregados de simbolismo Getty Images/BBC Eles significam vida nova desde as origens da humanidade, muito antes do Cristianismo Na verdade, um antigo provérbio romano dizia que toda vida vem de um ovo. 5. Não, os ovos não são a menstruação da galinha Você pode ter ouvido o rumor de que comer ovos é comer a menstruação da galinha. Mas, como as galinhas não são mamíferos, elas não têm útero — então, o ovo é classificado, na verdade, como ambos: ovo e útero. Portanto, não é igual ao sistema reprodutivo humano. Os ovos que você compra no mercado não foram fertilizados Getty Images/BBC Os ovos que as galinhas põem diariamente e que são vendidos comercialmente não foram fertilizados. Se receberem os nutrientes certos, as galinhas põem ovos independentemente de terem estado ou não na presença de um galo. Na verdade, a única coisa que a galinha precisa para botar ovo é luz. 6. Covid-19 aumentou a demanda As vendas de ovos dispararam durante a pandemia, o que por sua vez levou a um aumento significativo no preço dos ovos. Com a pandemia, muita gente começou a fazer bolos caseiros Getty Images/BBC A demanda por ovos é historicamente alta durante períodos econômicos difíceis, possivelmente devido ao fato de que eles são uma fonte relativamente barata de proteína e outros nutrientes e também são um ingrediente extremamente versátil. E com mais tempo em casa, a atual pandemia levou mais famílias a cozinhar do zero, assar pães e bolos e comer em casa, usando portanto mais ovos. De onde vem o que eu como: conheça a produção do trigo e do leite no Brasil 8. Múltiplos usos Os ovos não são apenas para comer. Eles têm muito mais usos tanto dentro de casa, quanto em seus arredores e no jardim, além de serem ótimos em produtos de beleza caseiros. Os ovos podem ser uma excelente cola caseira, podem ser usados para limpar couro e podem servir, inclusive, de adubo. O ovo também pode ser usado em produtos de beleza Getty Images/BBC A casca também é um recurso surpreendentemente útil, e uma parte vital e importante deste maravilhoso alimento repleto de nutrientes. Algumas das muitas utilidades da casca de ovo incluem abastecer sua pilha de compostagem, ser usada como desentupidor abrasivo e para controlar pragas no jardim. E a membrana da casca do ovo pode até ser usada como um curativo improvisado para cortes ou arranhões — certifique-se apenas de limpá-la bem primeiro. 7. As gaiolas em bateria são proibidas na União Europeia Mais de 90% dos ovos produzidos no Reino Unido têm a marca registrada. As gaiolas em bateria, em que as galinhas ficam confinadas, são proibidas na União Europeia Getty Images/BBC Isso garante que as galinhas e os ovos são britânicos, que as galinhas foram vacinadas contra salmonella e criadas de acordo com os altos padrões de bem-estar exigidos por lei. Na União Europeia, as convencionais gaiolas em bateria são proibidas. No Reino Unido, elas foram substituídas por gaiolas maiores e "enriquecidas", que permitem que as galinhas expressem mais seus comportamentos naturais, como se empoleirar, tomar banho de poeira e fazer ninho. No Brasil não existem restrições legais, mas diversas empresas da indústria alimentícia já anunciaram planos de abandonar o uso de ovos de galinhas confinadas em gaiolas de bateria. *Hazel Flight faz parte do programa Lead Nutrition and Health da Edge Hill University, no Reino Unido. VÍDEOS: veja mais notícias sobre o agronegócio
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Exportações do agro voltam a superar US$ 100 bilhões em 2020, lideradas por soja e carnes
Com o resultado de 2020, setor foi o responsável por quase metade das exportações do Brasil no ano, ao atingir uma participação recorde de 48%, mostra Ministério da Agricultura. Soja vem registrando bons números no Brasil Ouro Safra/Divulgação As exportações do agronegócio atingiram US$ 100,81 bilhões em 2020, segundo maior valor da série histórica, atrás somente de 2018, quando somaram US$ 101,17 bilhões. Em 2019, as vendas do país chegaram a US$ 96,8 bilhões. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (12) pelo Ministério da Agricultura. Com o resultado de 2020, o agronegócio foi responsável por quase metade das exportações do Brasil no ano, ao atingir uma participação recorde de 48%. Em relação a 2019, as vendas do agro cresceram 4,1% nas exportações, puxado por soja, carne e açúcar. Por outro lado, houve queda de 5,2% nas importações do agro, a US$ 13,05 bilhões em 2020. Como resultado do aumento das exportações e queda das importações, o saldo da balança comercial do setor foi positivo em US$ 87,76 bilhões, o que compensou o déficit de US$ 36,87 bilhões nos demais setores da economia. A China continuou como a principal compradora de produtos nacionais, adquirindo mais de um terço de tudo que foi exportado pelo setor. Veja abaixo vídeos sobre o agronegócio: Soja O complexo soja foi o principal setor da pauta exportadora do agronegócio em 2020, com vendas de US$ 35,24 bilhões e 101,04 milhões de toneladas. O setor correspondeu a 81,1% do valor embarcado pelo agro. A China comprou 73,2% da soja em grãos exportada pelo Brasil, o que correspondeu a uma cifra de US$ 20,91 bilhões (2,2% superior a 2019). Já as exportações de farelo de soja somaram US$ 5,92 bilhões e 16,96 milhões de toneladas, recorde em quantidade na série histórica. A União Europeia foi o principal destino do produto, tendo adquirido 49,5% do valor total. Em relação ao ano anterior, contudo, houve queda de 10,5% nas vendas brasileiras ao bloco. Carnes Mato Grosso do Sul é o seg.undo maior produtor de carne bovina do país. João Carlos Castro – Famasul Já as carnes ocuparam a segunda posição no ranking de setores exportadores do agronegócio brasileiro em 2020, com US$ 17,16 bilhões. As vendas de carne bovina representaram 49,4% desse montante, registrando um crescimento de 11,1% ante 2019. As exportações de carne bovina in natura registraram recorde em valor (US$ 7,45 bilhões) e quantidade (1,72 milhão de toneladas). A China foi o principal mercado de destino do produto, tendo adquirido 54,2% do total exportado (US$ 4,04 bilhões). Celulose Duratex área florestal celulose Duratex/Divulgação Em terceiro lugar, destacaram-se os produtos florestais, com exportações de US$ 11,41 bilhões. A celulose representou 52,5% desse valor, com US$ US$ 5,99 bilhões. A quantidade embarcada do produto foi recorde: 16,22 milhões de toneladas, tendo a China como principal destino (US$ 2,87 bilhões e 7,87 milhões de toneladas). Por outro lado, o preço do produto brasileiro no mercado internacional sofreu queda de 24,5% (de US$ 489 para US$ 369 por tonelada), o que explica a redução de 19,9% no valor, mesmo com o mencionado recorde no quantum (+6,0% ante 2019). Açúcar Produção cana de açúcar Triângulo Mineiro TV Integração/Reprodução As exportações do setor sucroalcooleiro ficaram em 4º lugar e somaram US$ 9,99 bilhões em 2020. O açúcar foi responsável por 87,8% do total, somando US$ 8,77 bilhões. As exportações de açúcar de cana em bruto registraram recorde em quantidade: 26,83 milhões de toneladas e aumento de 65,2% em valor (US$ 7,41 bilhões). A China aparece mais uma vez como o principal destino do produto brasileiro, tendo adquirido US$ 1,26 bilhão e 4,62 milhões de toneladas em 2020. Na comparação com 2019, houve crescimento de 222,3% em valor e 229,6% em quantidade. Outro país que também contribuiu para a expansão do açúcar brasileiro no mercado internacional foi a Indonésia, que importou US$ 463,09 milhões e 1,74 milhão de toneladas no último ano. Em 2019 não houve registro de vendas do produto a esse mercado asiático. Cereais Por fim, o 5º destaque foi do setor de cereais, farinhas e preparações, com vendas de US$ 6,89 bilhões. O milho foi responsável por 84,9% desse valor, com US$ 5,85 bilhões e 34,64 milhões de toneladas. Em relação ao ano anterior, houve redução de 18,9% em valor e quantidade, com o preço se mantendo estável em US$ 169 por tonelada. Os países que mais contribuíram para essa queda nas vendas foram: Japão (-US$ 421,62 milhões), Irã (-US$ 211,01 milhões), União Europeia (-US$ 157,19 milhões) e Coreia do Sul (-US$ 156,56 milhões).
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Boeing entra em 2021 com mais cancelamentos de 737 Max e atrasos em entregas de 787
Empresa registrou menos de um terço das entregas da rival Airbus e amargou o menor volume em 43 anos. O modelo 737 MAX 8, da fabricante Boeing. Ted S. Warren/AP A Boeing entregou cerca de 60% menos aeronaves para clientes em 2020 do que 2019 e teve menos de um terço das entregas da rival Airbus, amargando o menor volume em 43 anos, segundo dados da empresa divulgados nesta terça-feira (12). O quadro de pedidos e entregas divulgado nesta terça-feira termina um ano em que a pandemia de coronavírus e a proibição de voos do 737 Max por 20 meses impediram que as companhias aéreas adicionassem novos jatos às suas frotas. Boeing 737 Max volta a fazer voos comerciais no Brasil Além disso, pelo segundo mês seguido, a Boeing entregou zero 787 Dreamliners aos clientes diante das intensas inspeções sobre falhas recentes de produção que agravaram os atrasos trazidos pela pandemia. No geral, a Boeing entregou 39 aviões a clientes em dezembro, incluindo 27 jatos 737 Max, uma aeronave de patrulha marítima P-8 e 11 aviões de corredor duplo. No ano, a companhia entregou um total de 157 aviões. Em comparação, a Airbus registrou entregas mais fortes do que o esperado em 2020, de 566 jatos, permanecendo como maior fabricante de aviões do mundo. Mesmo assim, as entregas da Airbus caíram 34% em relação ao recorde do ano anterior. A Boeing registrou 90 encomendas em dezembro, incluindo um acordo previamente anunciado com a companhia aérea europeia Ryanair envolvendo 75 jatos 737 Max. O avião mais vendido da empresa foi autorizado a retomar o serviço em novembro nos EUA. A Boeing também registrou pedidos de sete jatos Max de compradores não identificados em dezembro, e de oito cargueiros 777 feitos pela DHL Express, mas os novos pedidos foram eclipsados no mês passado, à medida que compradores desistiram de 105 jatos Max e dois 787 encomendados, disse a Boeing. No ano, os pedidos brutos somaram 184 jatos, queda de 25% em comparação com 2019, e o menor desde 1994. Ajustado para padrões contábeis mais rígidos, cancelamentos e pedidos em que o comprador converteu para outro modelo, as encomendas líquidas de 2020 da Boeing passaram para 1.026 negativos no final do ano, de 1.048 negativos em novembro. Os pedidos Max cancelados, incluindo aqueles em que os compradores converteram para um modelo diferente, ficaram em 641. Considerando todos os aviões da Boeing, os cancelamentos somaram 655 encomendas. Vídeos: Últimas notícias de Economia
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Morre Antônio Carlos de Almeida Braga, empresário e um dos principais mecenas do esporte no país
O empresário sempre esteve próximo de importantes nomes do esporte nacional e fez história no setor financeiro do país. Ele morreu em Portugal aos 94 anos. Antônio Carlos de Almeida Braga posa com o amigo Gustavo Kuerten no lançamento do livro 'Guga, Um Brasileiro', em uma livraria na zona sul do Rio de Janeiro, em outubro de 2014 Roberto Filho/Fotoarena/Arquivo Morreu nesta terça-feira (12), em Portugal, o empresário Antônio Carlos de Almeida Braga, aos 94 anos. Ele foi um dos principais incentivadores do esporte no país. Também fez história no setor financeiro. Segundo a família, o empresário estava com a saúde frágil e foi para Sintra, em Portugal, no ano passado, depois do início da pandemia. Ele passou mal na manhã desta terça e foi internado em um hospital, onde morreu. Braga foi dono de uma das maiores seguradoras do Brasil, Atlântica Boavista, que depois foi transformada em Bradesco Seguros. Ele também foi um importante incentivador do esporte brasileiro, tendo sido amigo de Ayrton Senna, que acompanhou de perto em seus últimos anos de vida, além de Emerson Fittipaldi, Pelé e Gustavo Kuerten. O Fluminense também foi uma paixão de Braga, que foi um benemérito do clube carioca, fanático pela Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos. Antônio Carlos de Almeida Braga foi casado com Sylvia Maria da Glória de Mello Franco Nabuco, mais conhecida como Vivi Nabuco, com quem teve quatro filhos: Maria do Carmo, conhecida como Kati, Luis Antônio, Sylvia e Lúcia. Em 1968, casou-se com Luíza Eugênia Konder, com quem teve duas filhas, Maria e Joana. Mecenas do esporte Braga se tornou amigo de Pelé ainda nos anos 60, ajudando-o também na parte financeira: o rei do futebol diz que ele o ensinou muito sobre negócios. O empresário também foi patrocinador de Emerson Fittipaldi desde sua estreia na Fórmula 1, nos anos 70, quando não era comum seguradoras investirem no esporte. "Braguinha é um patrimônio do esporte nacional. O que ele fez pelo esporte brasileiro desde antes mesmo de começar a Fórmula 1… O apoio, a paixão, o patrocínio, a motivação, o que ele fez pelo esporte brasileiro é fantástico. Me ajudou, como ajudou outros atletas, muitos clubes e confederações”, disse Fittipaldi ao Sportv em 2014. Nos anos 80, introduziu o patrocínio corporativo no Brasil com o time de vôlei Atlântica Boavista, no Rio, que contava com estrelas do esporte como Bernard, Bernardinho, Renan e Xandó. Dividindo seu tempo entre o Rio de Janeiro e estadas no exterior, sobretudo em Portugal, Braga também ajudou Gustavo Kuerten, o Guga, desde quando ele ainda era um tenista juvenil. Em 2000, após vencer pela segunda vez o torneio de Roland Garros, Guga abriu espaço entre a multidão para abraçar o empresário. “Para mim, a emoção que remete é o abraço de vitória consolidada com o Braguinha. Ele nos acompanhou desde 1992, sabia do acontecimento. Ali é a consagração”, disse Guga ao Globoesporte, ao relembrar o momento. Vídeos: Últimas notícias de economia
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PM de São Paulo abre concurso com 2,7 mil vagas para soldados
Inscrições devem ser feitas entre 14 de janeiro e 25 de fevereiro, pela internet. Há vagas para homens e mulheres e as provas objetivas estão previstas para 21 de abril. Fachada do 6° Batalhão da Polícia Militar de Santos, no litoral de São Paulo; provas serão aplicadas em diversas cidades paulistas Reprodução / TV Tribuna A Polícia Militar do Estado de São Paulo (PM-SP) abriu concurso público para 2.700 vagas de soldado de 2º Classe do Quadro de Praças dos sexos masculino e feminino, com remuneração inicial de R$ 3.268,33. O edital foi publicado na edição de sábado (9) do Diário Oficial. Os candidatos devem ter nível médio, idade mínima de 17 anos e máxima de 30 anos, estatura mínima de 1,55m para mulheres e de 1,60m para homens. Além disso, precisam possuir Carteira Nacional de Habilitação (CNH) nas categorias “B” e “E”. As inscrições devem ser feitas pelo site www.vunesp.com.br entre 14 de janeiro e 25 de fevereiro. A taxa é de R$ 57. O concurso terá prova objetiva e prova dissertativa, com o conteúdo programático de língua portuguesa, matemática, conhecimentos gerais, noções básicas de informática e noções básicas de administração pública. Com data prevista para 21 de abril, as provas serão aplicadas nas cidades de Araçatuba; Bauru; Campinas; Piracicaba; Presidente Prudente; Ribeirão Preto; Santos; São José do Rio Preto; São José dos Campos; São Paulo e Sorocaba. Haverá ainda exames de aptidão física, exames de saúde, exames psicológicos, avaliação da conduta social, da reputação e da idoneidade e análise de documentos. Concurso da Polícia Militar do Estado de São Paulo Vagas: 2.700 Inscrições: de 14/01 a 25/02 Taxa: R$ 57 Salário: R$ 3.268,33 Prova: 21/04/21 Assista às últimas notícias de Economia:
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PayPal bloqueia site que ajudou a financiar evento que terminou em invasão ao Capitólio
Serviço de pagamentos também fechou conta mantida por um dos organizadores do encontro em Washington. Após invasão de grupo pró-Trump, 5 pessoas morreram. Manifestantes pró-Trump adentram o Capitólio em protesto Saul Loeb/AFP A PayPal disse nesta segunda-feira (11) que bloqueou o site de financiamento coletivo GiveSendGo. De acordo com o serviço de pagamentos, a decisão ocorreu depois que a plataforma ajudou a arrecadar fundos para o evento da semana passada em Washington, que provocou a invasão do Capitólio por apoiadores de Donald Trump. Veja quem são os 5 mortos na invasão ao Congresso dos EUA A PayPal também confirmou à Reuters que fechou uma conta mantida por Ali Alexander, um dos organizadores do encontro. As plataformas online e as empresas de mídia social estão se distanciando e tomando medidas contra aqueles que promoveram ou se envolveram nos atos violentos ocorridos na semana passada no Congresso dos EUA. O Twitter disse que suspendeu mais de 70.000 contas desde sexta-feira, que eram usadas principalmente ao compartilhamento de conteúdo QAnon após o ataque ao Capitólio. Em outra ação, a rede social Parler, utilizada por apoiadores de Trump, foi desativada após ser suspensa por Google, Apple e Amazon. A plataforma é acusada de não tomar medidas contra posts que incitam a violência. Boicote de campanhas Uma série de grandes empresas americanas, incluindo AT&T, American Express e Dow, disseram que cortarão suas contribuições de campanha daqueles que votaram para questionar a vitória do presidente eleito Joe Biden, com os republicanos no Congresso dos EUA enfrentando uma crescente preocupação corporativa. Representantes do GiveSendGo não puderam ser contatados imediatamente para comentários. Saiba mais detalhes sobre as prisões de invasores do Capitólio Invasão ao Capitólio: veja quem é o extremista que usava chifres e foi preso em 09/01/2020 Mais vídeos sobre notícias internacionais
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Bolsas da Europa fecham perto da estabilidade, com demanda limitada por risco
Índice Stoxx 600 terminou o dia em ligeira alta de 0,05%, a 408,61 pontos, e, em Frankfurt, o DAX recuou 0,08%, a 13.926,06 pontos. Operador na Bolsa de Valores de Frankfurt, na Alemanha. Ralph Orlowski/Reuters Os principais índices europeus encerraram a sessão desta terça-feira (12) sem direção única e próximos da estabilidade, com os investidores globais demonstrando menor apetite por ativos de risco pelo segundo dia consecutivo, após a longa valorização das últimas semanas. O índice Stoxx 600 terminou o dia em ligeira alta de 0,05%, a 408,61 pontos. Em Frankfurt, o DAX recuou 0,08%, a 13.926,06 pontos. Em Londres, o FTSE 100 recuou 0,65%, a 6.754,11 pontos. Em Paris, o CAC 40 caiu 0,20%, a 5.650,97 pontos. Em Milão e Madri, as referências fecharam em queda de 0,33% e 0,14%, respectivamente. Para Lukman Otunuga, analista de mercados da FXTM, o sentimento de risco estacionou novamente nesta terça. "Embora haja cada vez mais ruído sobre o comportamento de bolha em alguns mercados de ações, sabemos que mais estímulos fiscais nos EUA estão chegando e oferecem suporte fundamental para as ações. Isso deve encorajar uma maior rotação para fora do setor de growth [de crescimento futuro] para ações de value [valor justo], como energia e finanças", afirmou. Pandemia O avanço da pandemia de Covid-19 e novas medidas de restrição ajudam a limitar a demanda por risco nos mercados. Hoje, segundo informações publicada pelo jornal alemão "Bild", por meio de fontes, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, defendeu diante de deputados que o “lockdown” no país seja estendido até abril. Diante da iminência de novas medidas, o Bank of America (BofA) cortou sua previsão para o Produto Interno Bruto da zona do euro para 2,9% em 2021 devido a bloqueios mais duros e mais longos, revisando para baixo suas expectativas em um ponto percentual. O BofA espera outra contração de 1,4% no PIB no quarto trimestre de 2020, seguida por uma queda de 0,9% no primeiro trimestre de 2021. O banco assume que o varejo não essencial reabrirá em fevereiro e as restrições de serviços serão gradualmente suspensas no segundo trimestre, levando ao pico de crescimento na reabertura no terceiro trimestre. "A interação entre a dinâmica do vírus e o lançamento da vacina será o principal impulsionador da atividade na Europa. Um vírus de transmissão mais fácil e um início lento das campanhas de vacinação significam atrasos de curto prazo no reinício econômico, provavelmente levando a reduções nas estimativas de crescimento", afirma, em sentido parecido, a BlackRock. Segundo a gestora, no entanto, o cenário deve ser limitado pelo suporte continuado de políticas, que cria uma ponte sobre a renda de famílias e empresas. "No geral, continuamos a ver o déficit cumulativo na atividade econômica, o que mais importa para os preços dos ativos, ser apenas uma fração do verificado após a crise financeira global." Destaques As ações das gigantes de petróleo ajudaram a manter os índices próximos da estabilidade hoje, com Royal Dutch Shell subindo 2,85% e a BP avançando 2,07% em Londres. A Total teve alta de 0,37% em Paris, enquanto a Eni subiu 0,85% em Milão. A gigante marítima dinamarquês Maersk avançou 3,36%, depois que o Berenberg elevou as ações da empresa para "compra" e definiu uma meta 17% acima do preço de fechamento de ontem. As ações da Renault subiram 1,74%, após a montadora francesa ter anunciado que dobrou suas vendas no mercado europeu de veículos elétricos em 2020 e que o total de pedidos no fim de dezembro de 2020 era 14% maior que o mesmo mês em 2019. Os papéis da Volkswagen subiram 0,59%. Vídeos: Últimas notícias de Economia
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Por que a Ford investe na Argentina enquanto fecha fábricas no Brasil?
Com dificuldades semelhantes entre os países em ambiente macroeconômico, prevaleceu a busca por rentabilidade em um mercado mais preparado ao portfólio prioritário da marca. Ford Ranger Storm: Argentina é o berço das picapes, que serão o centro da produção sul-americana da montadora. Celso Tavares/G1 A busca por margem operacional e investimento em uma oferta de veículos de alto valor agregado foram as justificativas oficiais da Ford para o fechamento das fábricas brasileiras da marca depois de mais de 100 anos de operação no país. Como informou a montadora, foram encerradas nesta segunda-feira (11) as atividades das fábricas da Ford em Camaçari (BA) e Taubaté (SP). A planta da Troller, em Horizonte (CE), será fechada até o fim de 2021. O mercado brasileiro passa a ser atendido pela produção na Argentina e Uruguai, além de importações da matriz norte-americana e outros mercados. Mas por que o Brasil foi preterido para uma economia mais frágil como a Argentina? Nesta terça-feira (12), o presidente Jair Bolsonaro atribuiu a decisão à falta de subsídios ao setor. "Faltou a Ford dizer a verdade. Querem subsídios. Vocês querem que eu continue dando R$ 20 bilhões para eles como fizeram nos últimos anos? Dinheiro de vocês, de impostos de vocês para fabricar carro aqui? Não. Perdeu a concorrência. Lamento”, afirmou. Para economistas, as razões vão além. Especialistas consultados pelo G1 dizem que ainda que exista uma aparente contradição em ampliar investimentos em uma economia menor e com desequilíbrios macroeconômicos mais evidentes, a Argentina tem uma cadeia de produção formatada para atender ao desejo da estratégia global da Ford. 5 pontos: Ford encerra produção no Brasil Nova estratégia O novo foco global foi anunciado em 2018, de ampliação de investimentos em SUVs, picapes e utilitários comerciais. Na mesma época, a montadora antecipou, nos Estados Unidos, que encerraria a produção de sedãs tradicionais como Fusion, Fiesta e Taurus. A Nova Ranger, por exemplo, é produzida em Pacheco, na grande Buenos Aires. A Argentina é o berço das picapes na América do Sul. Além da Ford, o país produz as rivais Toyota Hilux, Nissan Frontier e Volkswagen Amarok. A Hilux, inclusive, é o veículo mais vendido do mercado argentino, à frente de Onix e Gol. Do Uruguai virá a nova geração da van de trabalho Transit. HISTÓRIA: Ford foi a primeira a produzir carros no Brasil A fábrica de Camaçari, por sua vez, produz Ka e EcoSport. Enquanto o primeiro, um hatch compacto, foge dos planos, o segundo amargava baixos números de vendas e um projeto defasado frente aos concorrentes. Além disso, ambos compartilhavam a plataforma do Fiesta, que deixou de ser produzida. "Há também toda uma frustração formada por anos de que o Brasil seria um enorme mercado. Os planos automotivos incentivaram a criação de um parque industrial para produzir 5 milhões de carros ao ano e que, hoje, produz de 2,5 milhões. É uma ociosidade elevada há bastante tempo", afirma Rodrigo Nishida, economista da LCA Consultores. O principal entrave para o movimento da Ford foi derrubado com o acordo de livre comércio de carros entre Brasil e Argentina, assinado em 2019. O país sul-americano é o maior cliente da indústria brasileira nesse setor, mas as vendas têm caído com a crise econômica que o mercado argentino enfrenta nos últimos anos. FOTOS: A Ford no Brasil A Ford se aproveita do caminho inverso, pois não há imposto de importação sobre os veículos produzidos do lado de lá da fronteira. Ainda que o frete seja uma questão, a rentabilidade maior dos produtos compensa o envio da produção internacional. Custo Brasil VÍDEO: 'Está longe de ter um único motivo', diz economista sobre o fechamento da Ford no Brasil A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) evitou comentar o fechamento das fábricas brasileiras da Ford, mas reforçou sua percepção de que a medida "corrobora o que a entidade vem alertando há mais de um ano sobre a ociosidade local, global e a falta de medidas que reduzam o Custo Brasil". Indo a fundo na questão, é a reforma tributária que tem menção honrosa na agenda da entidade. As propostas paradas no Congresso Nacional garantem redução de impostos para a indústria, pois permitem deduções ao longo da cadeia de produção (regime não cumulativo). VEJA A REPERCUSSÃO: Ford fecha fábricas no Brasil "A questão do Custo Brasil é consenso geral que está demorando a ser tratada, mas está sendo conduzida. Teve impacto, mas esse componente no todo não foi tão relevante assim. Mesmo que houvesse sido conduzido benefícios para a Ford, em função do contexto global, o impacto seria bem pequeno", afirmou Ricardo Bacellar, economista e sócio-líder da KPMG no Brasil, em entrevista à GloboNews. "Nos últimos seis anos, a Ford não vinha apresentando resultados muito felizes no Brasil e precisava com mais prioridade repensar essa operação aqui", disse Bacellar. Em termos comparativos, os mercados brasileiro e argentino não tem grandes diferenças. Ambos têm sindicatos fortes e mercado consumidor enfraquecido por crises econômicas recentes. Nesse caso, contudo, a Argentina reuniu a especialização em picapes com uma postura de ampliar os mercados. São fatores que favorecem os planos de aumento de rentabilidade da Ford. "No caso específico do setor automotivo, o governo do presidente Alberto Fernández tem mantido uma postura mais amistosa, dada a importância do setor na geração de empregos e divisas. A Argentina tem, no segmento, uma fonte relevante de exportações, inclusive para o Brasil", diz Gabriel Brasil, analista político da consultoria Control Risks. Procurada, a Ford diz apenas que a decisão é baseada na "necessidade de um novo modelo de negócios, enxuto e sustentável, centrado em um portfólio de produtos de segmentos em crescimento, apoiado em nossos pontos fortes globais". FORD: Entenda as transformações do setor automotivo O "novo modelo" gerou investimento de US$ 580 milhões na Argentina — e deixou ao Brasil um rastro de 5 mil empregos perdidos. * Colaborou Guilherme Fontana Raio-X do Ford no Brasil G1 VÍDEOS: Últimas notícias de Economia Initial plugin text
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