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Tráfego aéreo no Brasil e no mundo despenca com pandemia de Covid-19; veja o que mudou e perspectivas

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

Na América do Sul, redução chegou a 80%, enquanto Brasil viu redução de mais de 90% na oferta de voos. Associação teme que 25 milhões de empregos em todo o mundo estejam em risco. Imagem de 1º de abril de 2020 mostra dezenas de aviões estacionados no aeroporto de Kansas City, nos EUA, por causa da pandemia de Covid-19 Charlie Riedel/Arquivo/AP Photo Dados de tráfego aéreo obtidos pelo site especializado em aviação FlightRadar24 e cedidos ao G1 mostram o tamanho do impacto no setor causado pela da pandemia de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus. De acordo com levantamento, somente 5.275 aviões voavam às 12h de terça-feira (7) (horário de Brasília). O número representa queda de 64,86% em relação ao tráfego aéreo registrado exatamente um mês antes, em 7 de março. Comparação do tráfego aéreo no mundo em 7 de março e 7 de abril FlightRadar24 Na América do Sul, o impacto foi ainda maior: as imagens mostram redução em cerca de 80% no tráfego aéreo na comparação entre as 15h (de Brasília) de 7 de março e o mesmo horário em 7 de abril. Comparação do tráfego aéreo na América do Sul em 7 de março e 7 de abril FlightRadar24 O diretor de comunicação do FlightRadar24, Ian Petchenik, disse ao G1 que o cenário piorou muito rapidamente. "Se você me perguntasse algumas semanas atrás, eu teria comparado com 2002, 2003", disse. Naqueles dois anos, o mercado da aviação civil ainda sentia os impactos causados pelos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001. "Mas agora estamos chegando a um ponto sem precedentes. Frotas inteiras estão estacionadas. Nunca passamos por isso", afirmou. E no Brasil? Pátio do aeroporto de Congonhas vazio em 31 de março TV Globo/Divulgação A oferta semanal de voos domésticos no Brasil despencou de 14.781 para apenas 1.241 desde o fim de março. Com a queda na demanda e as medidas contra a pandemia do novo coronavírus, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) conseguiu acordo com as três principais companhias aéreas e formatou uma nova malha aérea em 46 localidades brasileiras. Dados do site FlightRadar24 compilados nos dez aeroportos mais movimentados do Brasil mostram o efeito dessa redução tanto nas decolagens previstas quanto nos voos confirmados. Veja no gráfico abaixo. GRÁFICO – Tráfego nos 10 aeroportos mais movimentados do Brasil G1 Mundo via FlightRadar24 O presidente da Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abear), Eduardo Sanovicz, explica que os custos ao caixa das empresas antes da adoção dessa nova malha aérea chegava a R$ 45 milhões por dia. Ainda assim, alguns voos foram mantidos para preservar o transporte de cargas — muitas vezes levadas no porão de aviões em viagens comerciais. "Nem todos têm dimensão de como é difícil o transporte de medicamentos pela Amazônia sem aviões", exemplificou Sanovicz. Enquanto alguns voos domésticos foram mantidos, as viagens internacionais ficaram praticamente restritas a operações de repatriação. De acordo com a Abear, cerca de 41,5 mil passageiros chegaram ao Brasil a partir de 36 países desde 23 de março. Um terço deles ainda seguiram viagem a países vizinhos. Qual o impacto da crise nos empregos no setor? Aeroporto de Munique, na Alemanha, vazio em 7 de abril de 2020 Andreas Gebert/Arquivo/Reuters A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) estima que 25 milhões de empregos no setor estão em perigo com as interrupções nas viagens. Desse número, 2,9 milhões de trabalhadores correm risco somente na América Latina. VEJA TAMBÉM: Iata projeta queda de 40% em receita do setor aéreo no Brasil em 2020 Em comunicado, o diretor da Iata, Alexander de Juniac, estimou perdas em US$ 61 bilhões no setor e pede que os governos pelo mundo concedam alívio financeiro às companhias aéreas. "Em média, companhias aéreas só têm caixa para dois meses", apontou de Juniac. No Brasil, as companhias entraram em acordo com sindicatos para evitar demissões pelos próximos meses a partir de propostas de redução salarial e redução de jornada. E, segundo Sanovicz, o setor ainda tenta negociar recursos com o BNDES e com o Ministério da Economia para aliviar financeiramente as empresas. Como ficará o mercado da aviação depois da pandemia? Aviões de passageiros da American Airlines são vistos estacionados no Aeroporto Internacional de Tulsa, nos EUA, em 23 de março, devido à redução do número de voos para retardar a propagação da doença por coronavírus (COVID-19) Nick Oxford/Reuters Uma vez que a pandemia de Covid-19 parou diversos setores da economia, é impossível prever o que será da aviação quando a onda do novo coronavírus retroceder. Até porque, mesmo quando os casos da doença diminuírem, a retomada da demanda pelo transporte aéreo deve demorar. "A pergunta que se faz neste momento é: quando as pessoas vão se sentir confortáveis para voar de novo?", coloca Ian Petchenik, do FlightRadar24. Eduardo Sanovicz, da Abear, concorda que é impossível fazer previsões neste momento, principalmente por causa das incertezas econômicas após a pandemia. "Não sabemos como será a renda das pessoas no pós-crise", afirma. Uma criança tem sua temperatura medida enquanto diplomatas estrangeiros e funcionários da embaixada se preparam para embarcar em um voo para Vladivostok no Aeroporto Internacional de Pyongyang em 9 de março de 2020. Kim Won Jin/AFP Uma mudança que poderá ser sentida, com o tempo, é o aumento nos controles sanitários em aeroportos — de maneira semelhante aos reforços nos procedimentos de segurança depois dos atentados de 11 de setembro de 2001. Em algumas cidades, equipes já monitoram a temperatura dos passageiros que desembarcam nos aeroportos. "Talvez tenhamos que conviver com algum controle sanitário em alguns momentos e em alguns aeroportos", comenta Sanovicz. Há alguma luz no fim do túnel? 9 de março – Um avião passa em frente à lua cheia vista de Curitiba. A superlua é visível quando a lua cheia coincide com sua posição mais próxima da Terra, o que a faz parecer mais brilhante e maior que outras luas cheias Heuler Andrey/AFP Embora seja impossível prever o futuro do setor aéreo e o tamanho dos impactos da crise causada pela pandemia do novo coronavírus, os especialistas acreditam que, sim, haverá uma retomada nas viagens por avião. Ian Petchenik, do FlightRadar24, não acredita que a retomada ocorrerá imediatamente depois que o ápice da pandemia passar. "Não vai ser uma melhora em 'V', mas em um 'U' um pouco mais lento", afirma. Esse tempo, na opinião de Petchenik, pode ser utilizado para que as empresas repensem práticas para o mundo pós-Covid-19. "Este período é uma oportunidade para adotar novas tecnologias, uma vez que as companhias diminuíram o ritmo", diz Petchenik. Médica da província de Jilin, na China, abraça colega de Wuhan enquanto se prepara para voltar para casa no Aeroporto Internacional Wuhan Tianhe, em Wuhan, nesta quarta-feira (8) Ng Han Guan/AP Eduardo Sanovicz, da Abear, reconhece os efeitos econômicos da crise e reafirma que não se sabe quanto tempo ela vai durar. Porém, ele vê uma luz no fim do túnel. "Posso dizer com certeza: o mercado vai voltar." "Os aviões estão aí. As tripulações, os hotéis, as instalações, estão aí", acrescenta. Initial plugin text

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Latam suspende todos os voos internacionais até o final de abril

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

Aérea, que já havia feito cortes acentuados em seus voos, disse que manterá operações domésticas no Chile e no Brasil conforme a demanda. Avião da companhia aérea Latam no pátio do Aeroporto Internacional de São Paulo Celso Tavares/G1 A Latam Airlines, maior companhia aérea da América do Sul, informou na quinta-feira (9) que suspenderá todos os voos internacionais de passageiros até o final de abril, em medida tomada em função da queda na demanda e das restrições de saúde devido à pandemia de coronavírus. Os voos serão suspensos a partir de segunda-feira (13), disse a Latam em comunicado. Segundo a empresa, voos especiais internacionais serão avaliados durante esse período de acordo com as necessidades e estão sujeitos a aprovação. "Dependendo das necessidades e sujeito a avaliação, voos e fretamentos humanitários internacionais serão mantidos durante esse período", afirmou a empresa. A companhia aérea, que já havia feito cortes acentuados em seus voos devido ao avanço da epidemia, disse que manterá operações domésticas no Chile e no Brasil "na medida em que houver demanda de passageiros, assim como os voos das subsidiárias de carga". "As operações da Latam serão avaliadas permanentemente com base em restrições de viagens em diferentes países e demanda", acrescentou. Ma semana passada, a Latam já tinha anunciado uma redução de 95% nas suas operações em abril, devido às restrições impostas pelos países para enfrentar o coronavírus. A empresa, que surgiu após a fusão da chilena LAN com a brasileira TAM, voava para 145 destinos em 26 países antes da crise. Tráfego aéreo no Brasil e no mundo despenca com pandemia; veja o que mudou e perspectivas Confira o que já mudou nas operações e políticas de cancelamento de empresas aéreas e ligadas ao turismo

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Azul retoma operações em quatro cidades e amplia malha de voos estratégicos

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

Macapá (AP), Altamira (PA), Santarém (PA) e Boa Vista (RR) voltam a receber viagens da empresa que estavam paralisados em virtude do coronavírus Avião da Azul Linhas Aéreas pousa no Aeroporto Internacional de São Paulo – Cumbica (GRU), em Guarulhos Celso Tavares/G1 A Azul Linhas Aéreas anunciou nesta sexta-feira (17) a retomada de suas operações em quatro cidades brasileiras a partir do dia 22 de abril. São elas Macapá (AP), Altamira (PA), Santarém (PA) e Boa Vista (RR). A empresa havia suspendido voos para estes aeroportos por conta da queda de demanda, resultado das políticas de quarentena adotadas em todo o país em combate à pandemia do novo coronavírus. Azul suspende voos diretos entre Porto Velho e Manaus Azul cancela voo de Porto Velho a Manaus devido ao coronavírus "As inclusões conectarão as cidades com o restante do país, retomando a assistência pelo modal aéreo e permitindo o transporte de cargas importantes, como as de medicamentos e equipamentos de proteção individual, assim como de clientes que necessitem viajar e profissionais de saúde", diz a Azul em comunicado. Além da reabertura de rotas, a Azul também adicionou novas partidas entre Campinas-Recife, Campinas-Salvador, Campinas-Florianópolis, Campinas-Santos Dumont, Campinas-Vitória e Recife-Salvador. Também foi ampliada a conexão Recife-Juazeiro do Norte e volta a operar a viagem Manaus-Belém. Macapá A rota para Macapá será realizada por Belém, com duas saídas e chegadas diárias. Nos fins de semana, serão reduzidas para uma saída e uma chegada. A agenda vale até dia 4 de maio, quando haverá redução permanente para uma ida e uma volta apenas às segundas, quartas, sextas e domingos. A Azul chegou a ser acionada por decisão na Justiça que determinava a retomada de voos para a capital do Amapá. Além da retomada dos voos diários, a venda dos bilhetes deveria ser disponibilizada no site em até 24 horas; e que os passageiros que tiveram voos cancelados entre março e maio deste ano fossem reacomodados sem custo adicional. Malha aérea da Azul a partir de 22 de abril Divulgação/Azul Altamira e Santarém De acordo com a Azul, a operação para Altamira fará ligação para Belém, com duas saídas e chegados por dia. A rota será cumprida por uma aeronave que tem capacidade para nove clientes, o turboélice monomotor modelo Cessna Gran Caravan. De 4 a 31 de maio, a agenda também muda, com dias intercalados. Malha áerea da Azul a partir de 22 de abril Divulgação/Azul Entre Santarém e Manaus serão dois voos por semana, chegando a três no início do próximo mês. Também no início de maio, Santarém voltará a ter três ligações semanais para a capital Belém. O primeiro voo para Santarém na retomada das operações da Azul na região Norte é da capital do Amazonas, com saída programada para as 9h do dia 22. Malha áerea da Azul a partir de 22 de abril Divulgação/Azul Boa Vista Antes da pandemia, a Azul operava com um voo por dia saindo de Boa Vista para Manaus. A partir de 22 de abril, até o dia 3 de maio, a empresa passará a operar dois voos semanais, às quartas e sextas, com capacidade para até 118 passageiros. “Por conta da queda na demanda em função da pandemia e as dificuldades de operar em diversas localidades (pelas restrições de circulação de pessoas), interrompemos nossa operação em Boa Vista. Agora, estamos planejando essa abertura gradual” informou a companhia ao G1. A partir de 4 de maio serão disponibilizados três voos semanais, às segundas, quartas e sextas, com capacidade para até 174 pessoas. Malha aérea da Azul a partir de 22 de abril Divulgação/Azul

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Sem visitantes, Itália teme forte impacto financeiro em destinos turísticos

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

Cidades italianas vivem do turismo, setor em crise por causa da pandemia de Covid-19. Tivoli, na Itália, está vazia por causa da pandemia de Covid-19 Filippo Monteforte/AFP Sem visitantes devido ao novo coronavírus, várias cidades da Itália que vivem do turismo estão preocupadas. Entre elas, está Tivoli, perto de Roma, que abriga uma joia de arquitetura como a Villa d'Este, famosa por seus jardins e suas mais de cem fontes. "Em Tivoli, o impacto das medidas foi negativo, era óbvio, seus monumentos (Villa d'Este do século 16 e Villa Adriana, a residência do imperador romano Adriano que reinou de 117 a 138 DC) foram fechados por mais de um mês ", lamenta o prefeito Giuseppe Proietti, em entrevista à agência France Presse. Tivoli, na Itália, vazia por causa da pandemia de novo coronavírus Filippo Monteforte/AFP O fechamento das duas vilas — de períodos históricos tão diferentes, mas que resumem a rica história da Itália — teve um impacto no tecido econômico da pequena cidade. "Os restaurantes e lojas do centro histórico, com vista para as pequenas praças com seus terraços, estão todos fechados", explica. O mesmo se aplica ao setor hoteleiro, reconhece o presidente da Tivoli Accommodation Structures Association, Pietro Conversi. VENEZA: Cidade começa a retomar algumas atividades após quarentena "Dos 19 hotéis existentes, apenas dois estão abertos, os outros estão fechados, mas não por lei, simplesmente porque não há pessoas, não há demanda. As pequenas estruturas estão todas vazias", reitera. "Dado o contexto, desligamos a água e o gás das casas para reduzir custos. Estamos tentando ver como vamos durar até outubro", diz Pietro Conversi. "O objetivo é obter algum auxílio estatal, mas no momento só recebemos os formulários para pagar impostos e não sabemos se teremos dinheiro para isso", diz, aterrorizado. 'Um ano terrível' Villa D'Este, em Tivoli, não recebe turistas por causa do novo coronavírus Filippo Monteforte/S fornasier/AFP A espetacular Villa d'Este registra sérias perdas. O local é patrimônio da Humanidade desde 2002 e até recentemente era considerado coração pulsante da pequena cidade, graças aos 50 mil visitantes que recebe por mês durante a alta temporada. "A perda mais significativa é dos visitantes", confessa a diretora Andrea Bruciati, que decidiu aproveitar o fechamento para realizar uma manutenção extraordinária. A bordo de um carrinho de golfe, a diretora percorre os esplêndidos jardins renascentistas em terraços com fontes, cachoeiras, esculturas e elementos aquáticos. "Não há dinheiro entrando agora. 2020 será um ano terrível", resume. "Os custos de manutenção desse tipo de monumento são muito altos, abertos ou fechados", diz Bruciati, responsável por uma das residências históricas mais espetaculares da península, construída a pedido do cardeal Ippolito d'Este ( 1509-1572), filho de Alfonso I d'Este e Lucrecia Borgia e neto do papa Alexandre VI. "Aproveitamos para fazer a manutenção da complexa rede de fontes e jardins", se consola. "A vila estará linda para futuros visitantes", promete. Initial plugin text

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Embaixada alerta norte-americanos sobre redução nos voos do Brasil para os EUA

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

Representação norte-americana avisa que há apenas nove voos por semana entre os dois países e pede que cidadãos dos EUA se preparem para voltar ou correrão risco de permanecer no Brasil por período indefinido. Mensagem da Embaixada dos EUA no Brasil a cidadãos dos EUA Reprodução A Embaixada dos Estados Unidos alertou nesta terça-feira (21) que norte-americanos no Brasil devem se organizar para voltar aos EUA a não ser que estejam preparados para permanecer em solo brasileiro "por um período indefinido", por causa da pandemia de novo coronavírus. A nova orientação vem quase um mês depois de a Embaixada dos EUA pedir aos norte-americanos no Brasil que retornassem imediatamente ao país de origem, com o agravamento da crise de Covid-19 no mundo. Terminal 1 do Aeroporto Internacional de Guarulhos suspende atividades temporariamente TV Globo/Divulgação Em mensagem publicada no site oficial da representação, a Embaixada diz que há apenas nove voos em operação por semana entre o Brasil e os EUA — todos saindo do estado de São Paulo. Essas decolagens, segundo a nota, podem diminuir nos próximos dias (veja mais adiante quais são esses voos). "O governo dos EUA não está estudando no momento voos de repatriamento do Brasil", diz a nota. Segundo a Embaixada, os nove voos comerciais por semana ainda em operação entre Brasil e EUA são: Guarulhos (GRU) para Houston (IAH) — United Airlines — voos diários Campinas (VCP) para Fort Lauderdale (FLL) — Azul — uma vez por semana Campinas (VCP) para Orlando (MCO) — Azul — uma vez por semana EUA se fecham para conter pandemia Homem usa máscara ao caminhar no Brooklyn, em Nova York, neste domingo (19) Andrew Kelly/Reuters Os Estados Unidos cancelaram as entrevistas para emissão de vistos em março, mês em que o país começou a se converter no novo epicentro da pandemia de Covid-19. Diversos estados norte-americanos aplicaram restrições totais na circulação de pessoas por causa do coronavírus. Nesta segunda-feira, o presidente Donald Trump avisou que vai assinar decreto para interromper a imigração legal ao país pelos próximos três meses, no máximo. A medida congelará processos de obtenção de Green Card ou mesmo contratação de estrangeiros por empresas privadas. Os EUA registram mais de 40 mil mortes por Covid-19. Só em Nova York, mais de 14 mil pessoas morreram com a doença.

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Trump diz que acompanha ‘de perto’ o ‘surto sério’ de novo coronavírus no Brasil e sugere suspender voos

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

Presidente dos EUA afirma que avanço da pandemia de Covid-19 no Brasil tomou rumo diferente na comparação com outros países da América do Sul. Ele discute suspensão de voos entre os 2 países com governadores norte-americanos. Presidente dos EUA, Donald Trump, concede entrevista na Casa Branca nesta terça-feira (28). Em primeiro plano, uma réplica de um avião oficial norte-americano Carlos Barria/Reuters O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta terça-feira (28) que "acompanha de perto" o que chamou de "surto sério" de novo coronavírus no Brasil. O republicano ainda alertou que o país tomou um rumo diferente no combate à pandemia de Covid-19 na comparação com outros países da América do Sul. "O Brasil tem um surto sério, como vocês sabem. Eles também foram em outra direção que outros países da América do Sul, se você olhar os dados, vai ver o que aconteceu infelizmente com o Brasil", disse Trump. A afirmação do presidente norte-americano veio em resposta a perguntas sobre os voos internacionais ainda em operação. Ainda há viagens aéreas entre Brasil e EUA, mas em menor frequência devido à pandemia. Donald Trump diz que Brasil enfrenta surto sério de Covid-19 e cogita suspender voos ÚLTIMAS NOTÍCIAS: Atualizações sobre a pandemia de Covid-19 em 28 de abril O governador da Flórida, Ron DeSantis, estava na reunião com Trump e disse que ainda não vê necessidade de suspender de vez os voos de Miami e Fort Lauderdale ao Brasil. Porém, o presidente insistiu: "Se precisar [interromper voos], nos avise". Depois, Trump disse que avalia testar passageiros de voos internacionais saídos de "áreas muito infectadas" e afirmou que "o Brasil está chegando nessa categoria". "Acho que eles vão ficar bem, eu espero que eles fiquem bem. Ele é muito amigo meu, o presidente [Jair Bolsonaro]", acrescentou. "Acho que a América do Sul é um lugar que deve ser falado [sobre os voos para os EUA], porque tem muitos negócios de lá com a Flórida", disse Trump. Embaixada alerta norte-americanos no Brasil Passageiros aguardam para retirar bagagens no Aeroporto de Cumbica em Guarulhos Marina Pinhoni/G1 A Embaixada dos Estados Unidos alertou na semana passada que norte-americanos no Brasil devem se organizar para voltar aos EUA a não ser que estejam preparados para permanecer em solo brasileiro "por um período indefinido", por causa da pandemia de novo coronavírus. Em mensagem publicada no site oficial da representação, a Embaixada diz que há apenas nove voos em operação por semana entre o Brasil e os EUA — todos saindo do estado de São Paulo. Essas decolagens, segundo a nota, podem diminuir nos próximos dias. "O governo dos EUA não está estudando no momento voos de repatriamento do Brasil", diz a nota. A nova orientação veio quase um mês depois de a Embaixada dos EUA pedir aos norte-americanos no Brasil que retornassem imediatamente ao país de origem, com o agravamento da crise de Covid-19 no mundo. Coronavírus no Brasil e nos EUA Ambulâncias estacionadas em Nova York, com arranha-céus de Manhattan ao fundo, em foto de sexta-feira (24) Andrew Kelly/Reuters Os Estados Unidos concentram quase um terço dos mais de 3 milhões de casos registrados até esta terça-feira de novo coronavírus no mundo, segundo monitoramento da Universidade Johns Hopkins. O país também registra o maior número de vítimas de Covid-19: mais de 56 mil morreram com a doença. Enquanto isso, a curva de casos e mortes no Brasil continua em crescimento, e o país já é o décimo com mais mortes pela Covid-19 em todo mundo, também de acordo com a Johns Hopkins. Veja mais no VÍDEO abaixo. Initial plugin text

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Setor de turismo convive com a incerteza em meio à pandemia

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

Se houver viagens de férias na Europa, elas dificilmente passarão das fronteiras regionais este ano. Os ministros do Turismo têm algumas ideias mirabolantes, mas nenhum plano concreto para ajudar setor. Praia deserta na Itália. É possível conciliar distanciamento social com turismo? Reuters/Jennifer Lorenzini Ninguém sabe dizer quando as fronteiras europeias serão novamente abertas para viagens, afirmou o encarregado de turismo do Ministério alemão da Economia, Thomas Bareiss. Ele acrescentou que, no caso dos turistas alemães, o mais provável é que eles passem as próximas férias em sua própria região do que em destinos como Espanha e Grécia. A situação do setor de turismo é catastrófica, tanto na Alemanha como no Sul da Europa e no Mediterrâneo. A queda nas reservas de pacotes de viagem deve chegar a 70% na Alemanha, estima a associação das agências de viagens. Já a Comissão Europeia afirma que os cruzeiros marítimos serão os mais afetados, com uma queda de 90%. Numa reunião de ministros europeus do Interior, esta semana, o representante croata e presidente do conselho de ministros, Davor Bozinovic, disse que a reabertura das fronteiras, tanto internas como externas, será feita de forma muito cautelosa. "Fomos unânimes na avaliação de que é sobretudo importante impedir uma nova onda de infecções" por coronavírus, disse, sem detalhar prazos. O setor de turismo representa 10% do Produto Interno Bruto (PIB) da União Europeia (UE). Em alguns países, como Grécia e Malta, o percentual chega a 20% ou até 25%. Na Espanha, o turismo gera cerca de 145 bilhões de euros anuais. Já os hotéis e as agências de viagens da Alemanha faturam cerca de 240 bilhões de euros por ano. O ministro do Turismo da Croácia, Gari Cappelli, disse esperar que os europeus do Norte viajem para o Sul no verão, apesar da pandemia, quase como um gesto de solidariedade. "Precisamos de um plano comum para a reconstrução do turismo", disse Capelli. Como também é necessário um conceito unificado de saúde, pode-se então emitir um "passe de saúde corona" para todos os turistas, viajantes e organizadores de eventos. A ministra do Turismo de Malta, Julia Farrugia Portelli, defendeu padrões de saúde unificados na União Europeia para hotéis, restaurantes, aviões e praias. "Há riscos, mas temos de gerenciar esses riscos", declarou Farrugia Portelli na mesma reunião de ministros. Outros governos são mais cautelosos e adotam outras abordagens. A Áustria, por exemplo, vai reabrir seus hotéis em 29 de maio, mas eles somente poderão hospedar viajantes de países vizinhos e, de preferência, de regiões de baixa taxa de infecção. O chanceler federal Sebastian Kurz pediu a seus compatriotas que, excepcionalmente neste ano de pandemia de coronavírus, passem suas férias no próprio país. Na Itália, hoteleiros e operadores de praias privadas estão pensando em conceitos pouco usuais para garantir a distância mínima entre os eventuais turistas. Nas praias, a ideia é instalar divisores de acrílico. Os hotéis não poderiam passar da metade de sua capacidade e servir menus de apenas um prato em mesas distantes ao menos dois metros umas das outras. A Grécia avalia a criação de uma espécie de "corredor de turismo” a partir da Europa Ocidental: viajantes comprovadamente saudáveis seriam transportados em aviões especiais para instalações de férias verificadas e livres de coronavírus, explicou o ministro grego do Turismo, Charis Theocharis. Na Bélgica, uma ideia avaliada é criar bilhetes de entrada para as praias. Outros ministros europeus do Turismo querem incentivar as férias no interior para não sobrecarregar os hotéis e praias. Mas os ministros do Interior da UE ainda não deram uma data de quando pretendem definir um plano comum de abertura de fronteiras. Responsáveis por diretrizes de viagens na UE se mostram cuidadosos e dizem que, antes de mais nada, é necessário levantar as barreiras para se viajar dentro dos países. Só depois se poderia falar sobre viagens de uma região para a outra e, depois ainda, entre países vizinhos e só aí, dentro da União Europeia. Sobre viagens para a Ásia, Estados Unidos ou outras regiões do planeta não há qualquer previsão. Mas nada disso considera o que pensam os próprios turistas, que, afinal, querem descansar e recuperar forças. Será que eles ainda vão querer viajar para praias com divisores de acrílico, sem bares nem esporte na areia? A presidente da associação hoteleira de Maiorca Fehm, Maria Frontera, argumenta que o mais importante é justamente transmitir segurança ao turista. "Não se trata de alcançar o quanto antes a situação anterior à crise, mas a segurança necessária. Precisamos construir confiança e não podemos nos permitir erros. Os destinos que primeiramente conseguirem controlar a situação e souberem comunicar isso de forma credível nos mercados de origem levarão vantagem quando tudo começar de novo", declarou Frontera à revista Mallorca-Magazin. A Organização Mundial do Turismo, uma agência da ONU, calcula que 96% de todos os destinos de férias no mundo foram afetados por restrições de viagens causadas pela pandemia de coronavírus. O secretário-geral da OMT, Zurab Pololikashvili, que participou da reunião dos ministros europeus, defendeu que as restrições sejam levantadas o quanto antes. "Esta crise nos mostrou a força da solidariedade além-fronteiras. Mas palavras bonitas não vão, sozinhas, salvar milhões de empregos", declarou Pololikashvili, que pediu mais ajuda para a reconstrução do setor. "Exigimos que o turismo receba o apoio necessário para que possa ser líder na reconstrução da economia." Initial plugin text

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Após Trump sugerir restringir viagens entre EUA e Brasil, Pompeo quer retomar voos para ‘recuperar economia’

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

Secretário de Estado dos EUA afirma que retomada deve ocorrer de maneira segura aos dois países. Presidente havia sugerido ao governador da Flórida a suspensão dos voos entre aeroportos do estado norte-americano ao Brasil. Mike Pompeo, secretário de Estado dos EUA, em entrevista coletiva em Washington nesta quarta-feira (29) Andrew Harnik/Pool via Reuters O secretário de Estado norte-americano, Mike Pompeo, afirmou nesta quarta-feira (29) que quer retomar as viagens aéreas entre Brasil e Estados Unidos para "recuperar a economia". Em resposta à pergunta feita pela repórter Raquel Krähenbühl, da TV Globo, o chefe da diplomacia norte-americana disse que essa retomada deverá ocorrer "de maneira segura para o Brasil e para os EUA e para nossos bons amigos". Ele não detalhou, porém, como isso vai ocorrer. "Vamos trabalhar em estreita colaboração com o Brasil, queremos recuperar nossas economias e um dos elementos para isso é restaurar as viagens aéreas comerciais entre nossos dois países", disse Pompeo. A declaração veio um dia depois de o presidente Donald Trump sugerir o banimento de voos entre os dois países ao dizer que os brasileiros passam por "surto sério" de novo coronavírus. Na véspera, o governador da Flórida, Ron DeSantis, disse a Trump que não via necessidade em suspender os voos saindo do estado — dos aeroportos de Miami e Fort Lauderdale — ao Brasil. O presidente, porém, insistiu: "Se precisar [interromper voos], nos avise". Depois, Trump disse que avalia testar passageiros de voos internacionais saídos de "áreas muito infectadas" e afirmou que "o Brasil está chegando nessa categoria". "Acho que eles vão ficar bem, eu espero que eles fiquem bem. Ele é muito amigo meu, o presidente [Jair Bolsonaro]", acrescentou. Crise no setor aéreo Presidente dos EUA, Donald Trump, concede entrevista na Casa Branca nesta terça-feira (28). Em primeiro plano, uma réplica de um avião oficial norte-americano Carlos Barria/Reuters A crise gerada pela pandemia de Covid-19 afetou gravemente o setor aéreo, que registra diminuição em cerca de 90% em sua atividade no Brasil. A falta de oferta de voos e o avanço do novo coronavírus levou a Embaixada dos Estados Unidos a emitir aviso aos cidadãos do país que estivessem em território brasileiro para que retornassem imediatamente aos EUA. Trump comenta possibilidade de suspender voos entre EUA e Brasil Initial plugin text

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Veja o que dizem as empresas aéreas após restrições de viagens do Brasil para os EUA

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

A American Airlines já estava com restrições de voos entre os dois países. A Azul informou que irá continuar operando mesmo com a decisão do governo. Os Estados Unidos anunciaram no domingo (24) que irão passar a barrar a entrada de pessoas vindas do Brasil por conta da pandemia de Covid-19, através de um decreto assinado pelo presidente Donald Trump. A proibição, anunciada para esta sexta (29) foi antecipada para entrar em vigor a partir desta quarta-feira.
A medida suspende a entrada de estrangeiros que estiveram presentes no Brasil nos últimos 14 dias. A restrição não será aplicada a pessoas que residam nos Estados Unidos ou sejam casadas com um cidadão americano ou que tenha residência permanente no país, filhos ou irmãos de americanos ou residentes com visto permanente com menos de 21 anos também poderão entrar.
Membros de tripulações de companhias aéreas ou pessoas que ingressem no país a convite do governo dos EUA também estão isentas da proibição.
Mariana Aldrigui, pesquisadora na Universidade de São Paulo (USP) do setor de turismo, afirma que as restrições não impactam diretamente no setor, o problema está na forma como a imagem do país está sendo formada no combate a pandemia. "Estamos com a imagem de um povo que não soube se cuidar, isso pode nós marcar por um tempo. Não é está decisão do governo americano que irá impactar no turismo brasileiro, até porque ele tem uma duração pré determinada".
O que dizem as empresas aéreas que atuam na rota:
Latam: A empresa, que entrou em recuperação judicial nos EUA, declarou que durante o mês de maio a companhia optou por reduzir as operações em 95%. Com relação às rotas domésticas, a Latam informou que no Brasil e no Chile as operações continuarão reduzidas durante maio.
Nas rotas internacionais o grupo está operando em seis frequências semanais entre Santiago e Miami e três frequências entre São Paulo e Miami, respectivamente.
Procurada pelo G1 a empresa informou que “acompanha o tema e seguirá as restrições que foram decretadas. A empresa destaca que possíveis alterações em sua malha serão informadas oportunamente”.
A companhia oferece a opção de reembolso ou a alteração da passagem sem custo. "O bilhete é automaticamente mantido em aberto e o passageiro poderá remarcar a data do seu voo sem nenhum custo e para quando desejar".
Azul: "A Azul esclarece que, em função da medida do governo dos EUA que suspende temporariamente a entrada de brasileiros no país, iria operar um voo extra para Fort Lauderdale nesta quinta (28). No entanto, com a antecipação da decisão da Casa Branca para às 23h59 de hoje [terça], a companhia cancelou sua operação adicional. A Azul ressalta ainda que já está em contato com os clientes impactados para providenciar a reacomodação deles."
American Airlines: A empresa segue atualizando comunicados informando que está se readequando as decisões do governo. Voos de Dallas para São Paulo estão suspensos desde 19 de março até 3 de junho. Viagens de Los Angeles para São Paulo ficam interrompidas desde 19 de março até 24 de outubro.
Para clientes com viagens reservadas até 30 de setembro de 2020 estão sendo dispensadas as taxas de alteração. A viagem pode ser realizada até 31 de dezembro de 2021.
Passagens compradas de 1º de março a 31 de maio de 2020 também estão com isenção de taxa de alteração.
United Airlines: A companhia informa que está seguindo as restrições de viagens do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) e que no momento existem várias dispensas de viagens em vigor. Os clientes afetados tem até o dia 31 de maio para alterar ou cancelar qualquer viagem reservada até o final de 2020 sem taxas.

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Viajar ainda é moralmente legítimo?

quarta-feira, 27 maio 2020 por tag3

O jornalista Paul Sullivan reflete sobre a dissonância cognitiva e moral presente no ato de viajar em um mundo que enfrenta mudanças climáticas e sofre com impactos do excesso de turismo. Trecho da Grande Barreira de Corais, na Austrália Sarah Lai/AFP Foi há pouco tempo, estava num voo a 10 mil milhas acima do esplendoroso interior da Islândia, olhando pela janela do avião para as dobras suaves e os tons em pastel das montanhas riólitas, com a neve branca recuada no topo de seus glaciares, quando me peguei questionado se o meu trabalho como escritor de viagem seria ainda moralmente justificável. Viajava para atualizar um guia turístico e avaliar alguns hotéis para um jornal. Excelentes notícias para a economia local, evidentemente, e certamente um trabalho divertido. Mas os relatos que sublinham o impacto devastador do turismo no planeta – que ocorre majoritariamente via avião, automóvel, trem ou navio, com o restante proveniente principalmente da indústria hoteleira – são impossíveis de ignorar. Voar, por si só, constitui uma parte relevante da porcentagem total. Embora seja um setor relativamente pequeno, a aviação tem um impacto desproporcionalmente grande na quantidade global total de emissões – entre 3% e 7%, dependendo dos relatórios. O setor, no entanto, não tem planos de desacelerar. Livre, em grande parte, de regulamentações governamentais, a indústria da aviação recebeu um status especial e foi excluída dos acordos climáticos de Quioto e Paris. Estima-se que o número global de passageiros chegue a 7,2 bilhões em 2035, quase o dobro dos 2,8 bilhões registrados em 2016. Embora companhias aéreas, como a Boeing, estejam desenvolvendo biocombustíveis para aeronaves, não há soluções para toda a indústria neste momento. Enquanto isso, grandes atrativos naturais, como a Grande Barreira de Corais, as Ilhas Galápagos e geleiras tão remotas quanto a Islândia e a África, estão desaparecendo diante de nossos olhos. As mudanças climáticas ameaçam ainda diretamente 1 milhão de espécies de plantas e animais. Cidades como Veneza, Amsterdã, Barcelona e Reykjavik sofrem com o que recentemente se tornou conhecido como "excesso de turismo". Enquanto estive em Reykjavik, os moradores reclamaram que comércios locais estavam sendo fechados para dar lugar a lojas genéricas de souvenires, hotéis sem graça e redes multinacionais de restaurantes. A natureza local também estaria sendo prejudicada pelo excesso de turismo. Como então justificar nossas viagens num contexto tão problemático? Uma resposta imediata seria reduzir as emissões pessoais de carbono. Isso é algo que muitos de nós, inclusive eu, já faz, por exemplo, viajando de trem sempre que possível e compensando a quantidade de voos. No entanto, não parece ser o suficiente. Somado a isso está o meu papel como escritor de viagens, que provoca níveis crescentes de dissonância cognitiva e culpa moral por fazer parte de uma indústria que, por um lado, ajuda as economias locais, mas, por outro, apoia efetivamente danos ambientais. Novamente, uma resposta imediata é escrever artigos mais ambientalistas, escrever sobre trens e não aviões, sobre hotéis ecológicos e destinos desconhecidos. Apesar de toda a boa vontade dos esforços da indústria do turismo neste âmbito, a ideia de ecoturismo e até de "viagens lentas" aparentam já serem uma contradição em termos. Precisamos reduzir as viagens A conclusão, até onde vejo, é que o setor do turismo necessita desesperadamente de regulamentação, mas também devemos estar dispostos a assumir alguma responsabilidade pessoal – vamos talvez chamar de "viagem ética" em oposição ao ecoturismo. No mesmo espírito dos movimentos "flexitarianos", que surgiram em torno do consumo de carne ou do uso de plástico, isso significaria questionar, em primeiro lugar, se realmente precisamos viajar – espero que a conclusão seja, pelo menos em parte do tempo, não precisamos – e, somente depois decidir como viajar. De certo modo, certas escolhas de viagem estão sendo tiradas de nós de qualquer maneira. Cada vez mais, passeios e viagens são cancelados ou adiados por falta de neve ou gelo, ou porque lugares – incluindo grande parte da Europa neste verão – estão muito quentes ou muito úmidos. Ironicamente, essa situação deu origem ao que está sendo chamado de "turismo de última chance". Irônico, porque o afluxo de turistas a destinos precários serve para acelerar seu desaparecimento. E é por isso que a Unesco, por exemplo, lista oficialmente o turismo como uma das maiores ameaças ao arquipélago de Galápagos. Parece-me óbvio que precisamos reduzir urgentemente as viagens. É claro que isso significa que as economias sofrerão e empregos, incluindo o meu, serão perdidos. E, por esses motivos, além de querer continuar viajando, espero que as coisas não fiquem tão extremas a ponto de precisarmos parar completamente, que possamos encontrar alguns compromissos, talvez na forma de biocombustíveis ou outras inovações tecnológicas, ao longo do caminho em direção a um final óbvio de gestão planetária. Caso contrário, e pensando de maneira positiva, as férias nas redondezas de onde moramos podem restaurar a conexão com nossas próprias paisagens e comunidades – talvez não seja algo ruim em tempos de polarização política. Talvez elas possam até combater a anomia que é o lado sombrio das promessas utópicas de conectividade suprema da globalização. Talvez uma pausa nas viagens possa nos permitir apreciá-las novamente como uma experiência mais autêntica. No final das contas, acredito que é melhor fazer sacrifícios proativos mais cedo, em vez de sermos forçados a eles mais tarde, e que pessoas e economias podem se recuperar de uma maneira que um planeta devastado não pode.

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