Procon notifica companhias aéreas por causa de preços cobrados por passagens para a final da Libertadores
Desde que a Conmebol, organizadora do torneio, decidiu mudar a cidade sede do jogo de Santiago, no Chile, para Lima, no Peru, há relatos de torcedores encontrando passagens por até R$ 17 mil. Registro interno do Aeroporto Internacional de Cumbica Sidnei Barros/Prefeitura de Guarulhos O Procon disse que vai notificar companhias aéreas por conta de preços aparentemente abusivos cobrados por passagens aéreas rumo a Lima, em datas próximas a partida entre Flamengo e River Plate no dia 23 de novembro pela final da Copa Libertadores. Em nota, o Procon disse que vai notificar as companhias Latam, Gol e Azul; e as operadoras de turismo CVC e Decolar. Desde que a Conmebol, organizadora do torneio, decidiu mudar a cidade sede do jogo de Santiago, no Chile, para Lima, no Peru, há relatos de torcedores encontrando passagens por até R$ 17 mil. Ao G1, o Procon disse que pode abrir processos administrativos contra as empresas citadas e, se comprovada a abusividade, aplicação de multa. Mudança de local A sede da final da Copa Libertadores mudou nesta terça-feira (05) de Santiago para Lima por causa da insegurança no Chile. O novo palco escolhido para a final é o estádio Monumental. Os protestos no Chile acontecem desde outubro. Tudo começou com um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, equivalente a 20 centavos de real. Desde então, o governo chileno já decretou "Estado de Emergência" e o Exército foi às ruas pela 1ª vez desde a ditadura. O presidente Sebastian Piñera suspendeu o aumento na tarifa do metrô, mas os protestos prosseguiram. O metrô de Santiago já foi fechado e o aeroporto da capital chilena teve voos suspensos. No auge dos protestos, no dia 25 de outubro, cerca de 1 milhão foram às ruas. O presidente solicitou que ministros coloquem cargos à disposição. A Latam disse por nota que "prestará os esclarecimentos necessários ao órgão". A Gol, por sua vez, falou que não opera voos para Lima, apesar de ter sido citada pelo Procon. O G1 procurou as outras empresas citadas pelo Procon, mas não obteve retorno até o momento. Procura cresce 2762% A final da Libertadores fez a busca de brasileiros por passagens rumo a Lima crescer 2.762%. A plataforma de viagens Kayak comparou o volume de buscas em 5 de novembro, quando foi confirmada a mudança da final para Lima, com a média diária de outubro, para viagens de 22 a 24 de novembro de 2019. Quando o voo comparado decola do Rio de Janeiro rumo a Lima, o aumento foi de 2.328%. Quando o voo tem origem na Argentina, o aumento é 1.445%. Initial plugin text
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Bolsonaro transfere Secretaria de Cultura para Ministério do Turismo
Órgão, criado após a extinção do Ministério da Cultura, ficava na pasta da Cidadania. Filho do pastor RR Soares é um dos nomes avaliados para assumir o posto. Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (à esquerda), e presidente Jair Bolsonaro em reunião em Brasília, em 4 de abril Marcos Correa/Presidência da República O presidente Jair Bolsonaro transferiu a Secretaria Especial de Cultura do Ministério da Cidadania para o Ministério do Turismo, comandada por Marcelo Álvaro Antônio. A mudança foi feita por decreto publicado nesta quinta-feira (7) no "Diário Oficial da União". A Secretaria de Cultura foi criada para substituir o Ministério da Cultura (MinC), que foi extinto no início da gestão do presidente. O G1 entrou em contato com a Presidência da República para saber o motivo da mudança mas, até a última atualização desta reportagem, não havia resposta. Secretário de Cultura é exonerado após 2 meses no cargo Secretário de Cultura deixa o cargo após suspensão de edital com séries de temas LGBT Com a mudança, passam a ser de responsabilidade do Ministério do Turismo: Política nacional de cultura Regulação dos direitos autorais Proteção do patrimônio histórico, artístico e cultural; Apoio ao Ministério da Agricultura para a preservação da identidade cultural de comunidades quilombolas Desenvolvimento de políticas de acessibilidade cultural e do setor de museus O decreto também transfere para o Ministério do Turismo a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura, responsável por emitir pareceres sobre os pedidos de artistas que buscam financiamento por meio da Lei de Incentivo à Cultura, conhecida como Lei Rouanet. Também são transferidos para o Turismo o Conselho Nacional de Política Cultural, a Comissão do Fundo Nacional de Cultura, outras seis secretarias não especificadas. Em nota, o Ministério do Turismo disse que a pasta e a Cultura têm pautas “sinérgicas e atividades naturalmente integradas”. “A cultura é um dos principais atrativos turísticos do país e é responsável por grande parte da movimentação de visitantes nacionais e internacionais”. Ainda de acordo com o ministério, a fusão “fortalece as ações de cada área, com maior integração e ganho de eficiência – como preconiza o governo do presidente Jair Bolsonaro – impulsionando o desenvolvimento econômico e social, ampliando o acesso à cultura e ao turismo, beneficiando a população brasileira" (leia mais abaixo a íntegra da nota). O Ministério da Cidadania também se manifestou sobre a mudança. A pasta citou ações realizadas no âmbito da cultura, como a publicação de nova normativa da Lei Federal de Incentivo à Cultura, que captou R$ 559,6 milhões até outubro. De acordo com o ministério, nos últimos anos, a cultura no Brasil "passou por uma pauta extensa, permeada por muitas controvérsias" e que, em comum acordo, o governo federal decidiu fazer a mudança na secretaria publicada nesta quinta. "A troca reforça o papel da Cultura como um dos eixos fundamentais do desenvolvimento econômico do país, dada a grande demanda que a pasta exige para cumprir seus objetivos", finaliza o Ministério da Cidadania (leia mais abaixo a íntegra da nota). Filho de pastor é cotado para secretaria A transferência ocorre um dia depois de o governo exonerar o então secretário de Cultura, Ricardo Braga, que ficou dois meses no cargo. Braga havia substituído Henrique Pires, que deixou o posto em agosto, depois que o Ministério da Cidadania suspendeu um edital com séries sobre temas LGBT – o que ele chamou de censura. "Eu tenho o maior respeito pelo presidente da República, tenho o maior respeito pelo ministro, mas eu não vou chancelar a censura", afirmou Henrique Pires quando decidiu deixar o cargo. Segundo o jornal "O Globo", um dos nomes cotados para assumir o posto é o do deputado federal Marcos Soares (DEM-RJ), filho do pastor Romildo Soares. A possibilidade foi confirmada pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, em entrevista na tarde de quarta-feira. Perguntado se um filho de RR Soares – como é conhecido o pastor – é um dos nomes cotados, o porta-voz disse que "é um dos nomes que estão sob escrutínio por parte do senhor presidente da República e muito em breve ele fará por meio do ministério [a] que couber a Cultura a informação oficial.". Bolsonaro recebe RR Soares na tarde desta quinta. Leia a íntegra da nota do Ministério do Turismo Turismo e Cultura possuem pautas sinérgicas e atividades naturalmente integradas. A cultura é um dos principais atrativos turísticos do país e é responsável por grande parte da movimentação de visitantes nacionais e internacionais. O Brasil representa o 9º país em atrativos culturais do mundo, segundo Índice de Competitividade Global do Fórum Econômico Mundial. O Ministério do Turismo já possui projetos conjuntos com o Ministério da Cidadania, por meio da Secretaria Especial da Cultura e órgãos ligados à pasta, como o acordo de cooperação para a criação da Rede Brasileira de Cidades Criativas, o programa Revive e a gestão compartilhada de patrimônios culturais e naturais. A união de esforços resultou ainda nos títulos recentemente conquistados pelo Brasil na Rede Mundial de Cidades Criativas da UNESCO, com a escolha de Belo Horizonte, na Gastronomia, e Fortaleza, no Design. O Turismo e a Cultura também trabalharam juntos nas candidaturas de cidades brasileiras para títulos de patrimônios da UNESCO, como foi o caso de Ilha Grande e Paraty, no Rio de Janeiro; o Bumba Meu Boi, no Maranhão; e os parques Cânions do Sul, entre Rio Grande do Sul e Santa Cataria, e o de Seridó, no Rio Grande do Norte. O trabalho do Ministério do Turismo vem alcançando importantes resultados no fortalecimento da economia nacional, sobretudo com a geração de emprego e renda para os brasileiros. Alguns exemplos: A alta na geração de emprego e renda alcançada mês a mês pelo setor ao país. Mais de 25 mil novos postos de trabalhos gerados pelo turismo no mês de julho, segundo dados da CNC. O crescimento de 3,2% das atividades turísticas no Brasil de janeiro a julho deste ano — índice maior que a média alcançada por outros setores da economia. O aumento de 43,4% nos gastos de turistas no país, após a isenção de vistos para países estratégicos, o melhor resultado dos últimos 16 anos, com exceção do período da Copa do Mundo 2014. Mais empresas aéreas de baixo custo operando voos para o país. Mais destinos regionais atendidos. O segmento da cultura envolve ao menos 68 setores da economia, e é transversal como o do Turismo, que impacta em 53 setores. A fusão, portanto, fortalece as ações de cada área, com maior integração e ganho de eficiência – como preconiza o governo do presidente Jair Bolsonaro – impulsionando o desenvolvimento econômico e social, ampliando o acesso à cultura e ao turismo, beneficiando a população brasileira. Leia a íntegra da nota do Ministério da Cidadania A Cultura no Brasil, nos últimos anos, passou por uma pauta extensa, permeada por muitas controvérsias. Em comum acordo, o governo federal decidiu transferir a Secretaria Especial da Cultura do Ministério da Cidadania para o Ministério do Turismo. Nesse período, realizamos grandes ações, como a publicação de nova normativa da Lei Federal de Incentivo à Cultura, com objetivo de atender mais projetos, de modo descentralizado, levando mais produções para mais localidades do país. Até outubro, a captação atingiu valor de R$ 559,6 milhões, montante superior em R$ 47,5 milhões em relação ao mesmo período do ano passado. Na área de patrimônio e museus, houve aporte de R$ 200 milhões de recursos do Fundo de Direitos Difusos para 29 projetos de restauro e segurança, entre outros. Foram entregues, ainda, 19 obras de restauro em patrimônio histórico totalizando investimentos de R$ 69 milhões. A troca reforça o papel da Cultura como um dos eixos fundamentais do desenvolvimento econômico do país, dada a grande demanda que a pasta exige para cumprir seus objetivos.
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Publicado último edital do ano para apoio a eventos geradores de fluxo turístico
OSCs e Municípios podem inscrever projetos até o dia 05 de dezembro Campo Grande (MS) – O Governo do Estado, através da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS) vinculada à Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), publicou os últimos editais de chamamento público de 2019 para municípios […]
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Seminário de Turismo “Isto é Mato Grosso do Sul” traz discussões atuais e premia destaques do setor
Campo Grande (MS) – De 19 a 21 de novembro, a Fundação de Turismo de MS realiza o Seminário Isto é Mato Grosso do Sul – edição 2019. Serão três dias de exposições, mostras, palestras e painéis focados na evolução do turismo do estado, do Brasil e do mundo digital. O evento é gratuito e […]
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BONITO É UM DOS FINALISTAS DO PRÊMIO DE MELHOR DESTINO DO ECOTURISMO
O município de Bonito está mais uma vez entre os finalistas, na 18ª edição do prêmio Viagem e Turismo da editora abril e a cidade, mais uma vez está entre as finalistas. A premiação foi criada há 18 anos contando sempre com a participação dos leitores
Para votar basta acessar este link [https://app.mindminers.com/r/DSDILRP] e opinar em cada uma das 27 categorias. Bonito está no 14º item entre as selecionadas como “O Melhor de Viagem e Turismo”.
Fonte: PMB
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Na crônica dos correspondentes, uma volta de bondinho por Lisboa
Esse transporte charmoso é praticamente um passeio obrigatório na capital de Portugal. É também uma forma de dar descanso para as pernas, já que a cidade é cheia de ladeiras. Na crônica dos correspondentes, uma volta de bondinho por Lisboa
Na crônica do JH deste sábado (2), o repórter Leonardo Monteiro faz um passeio em Lisboa, em Portugal, de bondinho.
O som das rodas de ferro sobre os trilhos começa logo cedo, antes das 6h da manhã. A jornada é longa, vai até a madrugada seguinte.
Os bondinhos, que em Portugal são chamados de elétricos, estão por todo o lado em lisboa.
"Meu filho, já são 51 anos a apanhar um elétrico todos os dias", conta Graziela Lopes, que é passageira.
Os primeiros elétricos foram importados dos Estados Unidos, em 1901, para substituir as carruagens puxadas a cavalo.
Os bondes foram ficando cada vez mais populares e chegaram a ser o principal meio de transporte em Lisboa. No auge, na década de 1950, eram 500. Hoje, são pouco mais de 60.
"As pessoas associam muito a história da sua cidade e sua própria história pessoal às memórias do elétrico passeando pela própria cidade e que o apanhavam com os avós, com os tios para ir para escola, etc", conta a historiadora Joana Gomes.
Os bondes são um símbolo da cidade, como o fado e os pastéis de Belém. Fazer um passeio em um dos carros centenários virou programa obrigatório para os turistas. São milhões de visitas à cidade por ano.
O bondinho mais famoso é o 28, que faz um trajeto charmoso pelo centro histórico de Lisboa. Nessa linha, dá para ouvir idiomas de várias partes do mundo – e o que menos se vê são os próprios portugueses.
As únicas preocupações são as filas grandes e os batedores de carteira.
Uma turista espanhola conta que está em Lisboa pela primeira vez e que nunca tinha subido em um bondinho como esse e que os filhos adoraram o passeio.
Todos os bondinhos de Lisboa ficam baseados na estação de Santo Amaro. A garagem guarda, ainda, outras raridades que fazem todo português viajar no tempo.
Uma vez por ano, a companhia Carris de Ferro de Lisboa, responsável pelos ônibus e bondes, coloca em circulação os veículos mais antigos da companhia. Paga-se um pouco mais que o custo de um bilhete comum para fazer um passeio pela história dos transportes e da própria cidade.
"É recordar, é recordar. É recordar e pensar como esta cidade cresceu, como ela simplificou, como ela evoluiu mantendo sempre a sua tradição e tudo aquilo que é a alma e a cor de Lisboa, a nossa Lisboa", diz a corretora de seguros Alda Cardoso.
Seis bondinhos saem em desfile. Algumas relíquias com mais de 100 anos. Parece mesmo que a gente está dentro de uma novela de época. O banco é feito de palha e o interior todo de madeira. E apesar do número de linhas ter diminuído bastante, só em 2018, em Lisboa, foram vendidos mais de 125 milhões de bilhetes para passeios de bondinho.
Apesar de uma Lisboa mudada e moderna, os simpáticos elétricos resistem. Este velho companheiro dos portugueses segue viagem, em boa velocidade, testemunhando as transformações e a história de Lisboa. Os condutores, ou melhor, os guarda-freios que o digam.
"Eu sou suspeita porque acho Lisboa lindíssima, e Lisboa sem elétrico perderia muito a graça", afirma a guarda-freios Sara Coelho.
"Eu costumo dizer que o elétrico é um postal vivo da cidade e é um símbolo que as pessoas identificam Lisboa, por exemplo. Há a Torre de Belém, a Ponte 25 de abril, mas toda a gente sabe o que é o elétrico", conta Rafael Santos.
Confira a crônica completa no vídeo acima.
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Turismo em São Paulo: veja passeios grátis
Passando pela Avenida Paulista, Parque do Ibirapuera e o tradicional bairro da Liberdade, o roteiro tem muitas atrações culturais e lugares "instagramáveis". O G1 dá as dicas de passeios para se fazer em São Paulo sem gastar nada. Passando pela Avenida Paulista, Parque do Ibirapuera e o tradicional bairro da Liberdade, o roteiro tem muitas atrações culturais e lugares "instagramáveis", como famoso Beco do Batman, na boêmia Vila Madalena.
Veja quatro dicas de passeios gratuitos em São Paulo
Vai para o Rio? Veja dicas de lá também
Veja quatro dicas de passeios gratuitos no Rio de Janeiro
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Copacabana, Joaquina e Futuro: história do Brasil pode ser conhecida perto de praias famosas
No Recife, o turista que conhecer a Praia de Boa Viagem pode aproveitar e entender melhor a história de Pernambuco no Casario Colorido. Assim como quem mergulhar em Copacabana tem, ali por perto, o Paço Imperial para prestigiar. Praias são sinônimo de história no litoral brasileiro
No Brasil, de norte a sul, praias são sinônimo de…história! No Recife, a Praia de Boa Viagem fica perto do Casario Colorido, um conjunto de casarios estilo holandês, que remete ao período de chegada dos holandeses, que escolheram o Recife como a capital da Nova Holanda.
Da Praia do Futuro, em Fortaleza, o turista pode conhecer o Mercado Central, que reúne vários artigos de couro, têxteis, joias e lembranças locais para levar para casa.
No Sul, destaque para a Praia da Joaquina, em Florianópolis. Depois de um banho de mar, é possível visitar o antigo Palácio Rosado, sede do Museu Histórico de Santa Catarina desde 1986.
No Rio, Copacabana e Ipanema, destaques do litoral, compõem a cena com o Paço Imperial e a Igreja da Penha, por exemplo, mostrando que a história está bem ao lado.
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Reservas de hotéis caem pela metade em meio a protestos em Santiago
Informação é da subsecretária do Turismo do Chile. Protestos começaram desde que o governo anunciou um aumento de 30 pesos na tarifa do metrô, equivalente a 20 centavos de real. Manifestante carrega bandeira chilena em frente a barricada no centro de Santiago, no Chile, nesta segunda-feira (28) Edgard Garrido/Reuters A indústria turística do Chile está sentindo o efeito dos protestos violentos que abalam a capital Santiago desde o mês passado, e as reservas dos hotéis caíram pela metade e muitas viagens foram canceladas depois que o país desistiu de sediar duas cúpulas importantes. Tudo isso ressalta o impacto mais amplo do caos que toma conta da nação sul-americana há quase duas semanas, desde que protestos contra um aumento da tarifa do metrô saíram de controle, desencadeando tumultos, incêndios criminosos e saques que deixaram ao menos 18 mortos. "Não conseguiremos suportar muito mais disso, as perdas são enormes", disse Ivan Marambio, gerente da cadeia de hotéis Principado de Santiago. "Todos os hotéis estão praticamente vazios", afirmou, referindo-se à área central próxima da Plaza de Italia, cenário de muitas das manifestações. O impacto nos negócios relacionados ao turismo se disseminou. "O turismo é uma indústria muito sensível, e vimos as reservas caírem cerca de 50% nestas últimas duas semanas", disse Monica Zalaquett, subsecretária do Turismo do Chile. "E o que é duro para a indústria é que não haverá novas reservas até a situação do país se estabilizar." Os manifestantes dizem não ter intenção de diminuir os protestos, mas as ruas se acalmaram um pouco desde o início de um feriado prolongado na quinta-feira. O presidente chileno, Sebastián Piñera, que demitiu um terço de seu gabinete nesta semana no empenho de apaziguar os manifestantes, também descartou os planos de sediar duas reuniões globais –a cúpula da Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec) neste mês e a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP25) em dezembro. "Acreditamos que cerca de 40 mil a 50 mil pessoas viriam para estes dois eventos", disse Zalaquett. Initial plugin text
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Ecoturismo faz renascer região abalada por um dos piores desastres ambientais do governo militar
Poluidora e ineficaz, usina é considerada uma das maiores tragédias ambientais do regime militar; 30 anos depois, a criação de uma reserva sustentável na região trouxe melhorias econômicas aos ribeirinhos. Aos poucos, o turismo ressurge na região amazônica do rio Uatumã, décadas após a construção de uma das hidrelétricas que mais prejudicaram o meio-ambiente no Brasil Dubes Sônego/BBC NEWS BRASIL Quem avista pela primeira vez as árvores semi-submersas que parecem flutuar no céu espelhado no leito do rio Uatumã, na Amazônia, dificilmente dirá que este já foi o cenário de um dos maiores desastres ambientais da história brasileira recente. Nos anos que se seguiram à crise do petróleo, na década de 1970, o governo militar e a Eletronorte decidiram construir uma hidrelétrica na cidade de Presidente Figueiredo, pouco mais de 100 quilômetros rio acima. O objetivo declarado da construção da usina de Balbina era reduzir a dependência de Manaus de usinas movidas a combustíveis fósseis. A usina, porém, inundou uma área de floresta nativa equivalente a 2,4 mil quilômetros quadrados, quase duas vezes maior que a do Lago de Itaipu (maior hidrelétrica do mundo,) para produzir menos de 2% da energia produzida pela usina binacional. Mesmo depois que a obra ficou pronta, Manaus continuou dependendo de usinas térmicas para mais da metade de sua demanda na época. Quando a cidade se conectou ao Sistema Interligado Nacional (SIN), com o linhão de Tucuruí, em 2013, Balbina não respondia por mais de 20% da eletricidade consumida na capital do Amazonas. Contaminada pelo apodrecimento das árvores e animais mortos pelo lago, a água do Uatumã nessa área se tornou imprópria para banho e consumo humano e, assim que as comportas foram abertas, em 1989, deixou um rastro de mortes de peixes e animais rio abaixo. Essa história é contada, entre outras fontes, no documentário "Balbina no País da Impunidade", também de 1989, e por matérias de importantes jornais estrangeiros. Orçada oficialmente em US$ 750 milhões, Balbina levou quase nove anos para ser construída. Tida como cara e de alto custo de manutenção, recebeu críticas desde que ainda era projeto. Para o físico e então reitor da Universidade de São Paulo, José Goldemberg, havia alternativas melhores, como a construção de térmicas abastecidas por gás natural que a Petrobras havia descoberto em Juruá, a 500 quilômetros de Manaus. Também se falava do fato de a obra ser construída em uma região de floresta com imensa biodiversidade. Em março de 1988, cerca de seis meses após o início do alagamento dessa região da Amazônia, a repórter Marlise Simons, do The New York Times, acompanhou uma das equipes de um grupo de 250 pessoas encarregado de encontrar, capturar e soltar em áreas seguras animais ilhados. O título apontava: "O Brasil quer hidrelétricas, mas a que custo?" Decomposição das árvores submersas produzem impacto 25 vezes maior no efeito estufa do que antes da hidrelétrica, segundo cálculos de ecólogo da Embrapa Dubes Sônego/BBC NEWS BRASIL "Os animais terrestres aqui ou fugiram ou morreram", contava à jornalista o zoólogo Bento Melo, enquanto seguiam pelo rio em expedição. "Estamos buscando animais de árvores, como primatas, preguiças, felinos e tamanduás." Sem o mesmo tipo de socorro, bichos menores como lagartos, escorpiões e aranhas se defendiam como podiam – ficavam amontoados na copa das árvores, o que resultava em imagens insólitas de folhagens tomadas por essas espécies. Animais que nadam bem foram deixados sozinhos. O alagamento resultou na criação de mais de 3,5 mil ilhas no lago, algumas pequenas, outras com alguns quilômetros quadrados. "Ninguém tem a mínima ideia de quantos bichos há nesta área, nem a quantidade de vida que ela pode sustentar", dizia Melo. Ao menos duas aldeias indígenas existentes na região do lago — como a dos Waimiri-Atroari — foram transferidas e, com a morte dos peixes, após o início da operação, muitos moradores da região ficaram sem ter o que comer e beber. Problemas ambientais prolongados Os efeitos ambientais são sentidos até hoje. A decomposição das árvores submersas geram dióxido de carbono na superfície e, no fundo do lago, metano, com impacto 25 vezes maior no efeito estufa do que antes da hidrelétrica, segundo cálculos do ecólogo Alexandre Kemenes, da Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária). Preso ao fundo pela pressão, o gás é liberado na passagem da água pelas turbinas da usina e contribui para a morte de peixes do fundo do rio, como os bagres. Com isso, de acordo com Kemenes, Balbina emite dez vezes mais gases do efeito estufa que uma usina termelétrica a carvão com a mesma potência — há outros estudos que apontam um número menor, mas todos trazem evidências de que a hidrelétrica emite mais gases de efeito estufa que uma termelétrica com potencial equivalente. Recentemente, a usina de Balbina foi considerada a pior hidrelétrica brasileira, em uma lista de mais de 100 nomes composta por especialistas Dubes Sônego/BBC NEWS BRASIL Por tudo isso, e pela baixa capacidade de geração em relação ao tamanho do lago, recentemente a usina foi considerada a pior hidrelétrica brasileira, em uma lista de mais de 100 nomes composta por especialistas como Luiz Pinguelli Rosa, ex-presidente da Eletrobrás e professor de planejamento energético da Coppe/UFRJ. Passados 30 anos, a água do Uatumã ainda não voltou a ser potável e peixes de algumas espécies, antes comuns, são hoje relativamente raros. "Quando as águas baixaram, o cheiro de peixe morto era insuportável. Tudo aqui em volta, no mato, onde a água chegou, cheirava muito mal", lembra o ribeirinho Antônio Martins Queirós, de 65 anos. A situação, hoje, é outra e o que era degradação, nos últimos anos, vem se transformando em oportunidade para quem vive em uma área rica em belezas naturais. Três décadas depois do desastre ambiental, o ecoturismo encontra espaço no rio Uatumã, com a criação de uma reserva de desenvolvimento sustentável, controle do acesso de barcos-hotéis vindos de fora e participação da população local na atividade turística. Aos poucos, o turismo vai substituindo como fonte de renda a pesca, a caça e outras formas de extrativismo nocivas ao meio ambiente. Pousadas e preservação ambiental Sentado sobre uma pilha de tijolos, descalço, de bermuda e camisa pólo, o ribeirinho Antônio Queirós discorre sobre seus planos. Até 2018, vivia da agricultura de subsistência e da venda de melancias que plantava no entorno da casa onde mora. A picada de uma surucucu (a segunda), no entanto, o levou a repensar o futuro. Animado pelos resultados de outros ribeirinhos, decidiu usar suas economias para construir uma pousada e se somou ao grupo que vem investindo no ecoturismo. Já são dez as pousadas em funcionamento na região, e outras cinco devem entrar em operação até 2020. Até cinco anos atrás, eram apenas duas pousadas. "É minha aposentadoria. Já não tenho disposição para a agricultura", diz Queirós. O bom momento atual é reflexo de ações de preservação ambiental na região. Em 2004, depois de um período de forte degradação do rio, iniciado com a abertura das comportas de Balbina, o governo do Estado do Amazonas transformou uma área quase duas vezes maior que o município de São Paulo, no entorno do rio, na Reserva de Desenvolvimento Sustentável do Uatumã (RDS Uatumã). A unidade de preservação ambiental foi o ponto de partida de um plano estratégico de desenvolvimento sustentável para a região, que prevê, entre outras coisas, a exploração do ecoturismo, do turismo de base comunitária e da pesca esportiva como alternativas de renda para as populações ribeirinhas. Hoje são dez as pousadas em funcionamento na região, e outras cinco devem entrar em operação até 2020; cinco anos atrás, eram apenas duas as opções para os turistas Dubes Sônego/ BBC NEWS BRASIL Primeiro, veio a proibição à exploração de pousadas na região por quem não fosse morador — havia duas, hoje fechadas. Depois, o ordenamento para a construção de pousadas pelos ribeirinhos. Mais recentemente, houve a restrição a barcos-hotéis, vindos de Manaus, que até 2016 podiam circular em qualquer um dos três pólos da reserva. As embarcações costumavam trazer dezenas de pessoas e deixavam para trás apenas lixo, contam os ribeirinhos. Desde então, porém, a circulação ficou restrita a um dos pólos, o menor, onde não há pousadas. "Assim, os barcos deixaram de concorrer com as comunidades locais", afirma Cristiano Gonçalves, gerente da unidade de preservação. Melhorias para a economia local De acordo com Gonçalves, dos pouco mais de 1,4 mil turistas registrados na reserva no ano passado, cerca de 40% ficaram hospedados em pousadas de ribeirinhos — os demais vieram nos barcos-hotéis remanescentes. Em anos anteriores, segundo Cristiano Gonçalves, gerente da RDS do Uatumã, o controle do acesso era falho, o que não permite comparações precisas sobre a evolução da demanda. De todo modo, antes não havia pousadas suficientes para atender à demanda por hospedagem em terra na reserva. Agora há, o que indica aumento na procura pelas pousadas de ribeirinhos. Por um preço médio de R$ 4,2 mil por pessoa por 5 dias (excluídos os custos da viagem de Manaus até o Uatumã e a compra de combustível), as estimativas são de que tenham deixado entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão com as cerca de 150 famílias envolvidas de alguma forma com o turismo, afirma o gestor. Em toda a reserva, vivem 362 famílias, que somam cerca de 1,6 mil pessoas, em 20 comunidades. Além desse dinheiro, uma taxa de turismo que varia de R$ 25 a R$ 50 é cobrada dos visitantes e usada pelas comunidades ribeirinhas e na fiscalização da pesca esportiva pela Associação Agroextrativista das Comunidades do Rio Uatumã. Os ganhos se refletem em melhorias para receber os turistas. O ribeirinho Antônio Martins Queirós usou suas economias para construir uma pousada na área da reserva do Uatumã Dubes Sônego / BBC News Brasil Desde que começou a receber visitantes, em 2014, José Firme Fonteles, de 49 anos, amplia ano a ano a estrutura de sua pousada. Na primeira vez, há cinco anos, recebeu seis turistas nos três quartos da própria casa, por falta de opção. Já em 2019 recebeu o primeiro grupo, com vinte pescadores do sul do país, em oito quartos de madeira, dispostos um ao lado do outro, com boa estrutura (banheiros privativos e ar-condicionado, raridade há alguns anos), além da área comum, coberta, com bar e vista para o rio. Para 2020, os planos são construir ao menos mais dois chalés. "O turismo é financeiramente muito melhor do que a agricultura, que tem pouco mercado", diz Fonteles. Apesar do reforço na renda, o turismo ainda não permite a dedicação exclusiva à atividade dentro da RDS do Uatumã. Tradicionalmente, a maior procura é pelo turismo de pesca esportiva, entre os meses de setembro e dezembro, quando o rio está mais vazio. Nos demais meses do ano, com o rio mais cheio, restam às famílias principalmente a agricultura familiar como alternativa de renda. A reserva e o combate à pesca predatória A consolidação da demanda na pesca esportiva — que se diferencia da tradicional pela devolução dos peixes fisgados à água — foi um dos pontos-chave para que as melhorias na infraestrutura de ecoturismo na área, com potencial de geração de renda o ano inteiro. A criação da reserva teve papel crucial nessa consolidação. A pesca predatória, por exemplo, passou a ser combatida com a criação da RDS Uatumã. Antes disso, não havia nenhum combate à prática – era comum pescadores de final de semana, vindos de Manaus e cidades próximas, voltarem para casa com isopores cheios de tucunarés, peixes que foram ficando cada vez mais raros. Com a fiscalização, os peixes maiores, justamente os que atraem os praticantes da pesca esportiva, passaram a ser protegidos. "O tucunaré, com o manejo, tem aumentado. Tínhamos relatos de pescadores esportivos que, em 2014, não encontravam mais peixes grandes. Só pequenos, e em pouca quantidade. Agora, temos relatos de peixes de oito, dez quilos", diz Gonçalves. Como parte dos esforços para a diversificação do turismo, segundo o gestor da RDS do Uatumã, algumas pousadas construíram trilhas com acesso a cachoeiras e áreas de igapós (um tipo de vegetação característico da Amazônia onde são comuns espécies como vitória-régia, orquídeas e bromélias). A reserva tem também áreas altas para a construção de mirantes. "A ideia daqui para frente é fortalecer o ecoturismo e o turismo de base comunitária, já que a pesca esportiva está consolidada", afirma Gonçalves. "Vamos apoiar a organização dos moradores e a construção de infraestrutura para atrair esse público". Na pousada de Fonteles, por exemplo, uma trilha de cerca de 3 quilômetros foi aberta e está sendo preparada para receber turistas. Ao longo do caminho recém-aberto, há um pequeno córrego canalizado com tábuas e represado para criar peixes e áreas de extração de madeira para produção de tábuas. Nas comunidades próximas à pousada, é possível ver como é produzida a farinha de mandioca na região amazônica, com mandioca brava. Enquanto anda pelo trilha, José Camilo da Silva, de 46 anos, genro do proprietário Fonteles, indica ao visitante árvores de madeira nobre, aponta pegadas de animais como pacas e onças pintadas, imita o barulho de aves e mostra as frutas da região, como o buriti, a graviola e o tucumã. É um protótipo dos passeios que pretendem oferecer. Recorde de peixes Entusiasta das mudanças em curso na reserva, Silva diz que a exploração do turismo tem como consequência, também, a conscientização da população ribeirinha em relação à preservação. "Antes, a gente matava um peixe de oito quilos e vendia na cidade, a R$ 5 o quilo, para ganhar R$ 40. Hoje, com ele vivo, temos umas 14 ou 15 pessoas empregadas, tirando R$ 3 mil por temporada", afirma o ribeirinho. "Agora, temos que fazer o mesmo com a caça para atrair os turistas e empregar o dobro de gente." Ainda há melhorias a serem feitas, avaliam organizadores de grupos de turismo de pesca esportiva que vendem pacotes na reserva. Em algumas das pousadas, não há ar condicionado, por exemplo. Encontrar bons cozinheiros também é tarefa difícil, e há resistência de alguns ribeirinhos a fazer cursos para melhorar o atendimento, diz Almir Eduardo Altram, da Pesca & Mordomia, do interior de São Paulo. Desde o ano passado, ele leva turistas à pousada do ribeirinho Ogésimo Miranda, no Uatumã. Silvio Montibeller, da Montibeller Pesca Esportiva, de Santa Catarina, concorda. Afirma que, de fato, há questões a serem resolvidas. Mas avalia que, aos poucos, melhorias vêm sendo feitas e há bom potencial de atrair visitantes. "A única forma de dar errado é se começar a acontecer disputas entre os proprietários locais", diz Montibeller, no ramo desde os anos 1990. O empresário Orlando Welter mostra o tucunaré do Uatumã, que capturou praticando pesca esportiva; antes, não havia fiscalização contra pesca predatória Dubes Sônego/ BBC NEWS BRASIL Mas a satisfação de quem já faz turismo na região pode ser um bom indicador do caminho que vem sendo seguido no Uatumã. Depois de uma semana no rio, o empresário Orlando Welter, de Florianópolis (SC) fazia a viagem de volta a Manaus. Sentado em uma das primeiras poltronas da lancha, ele mostrava as fotos dos peixes fisgados, feitas com o celular. Acostumado a viajar quatro vezes ao ano para pescar, em cinco dias, contava ter pego com o irmão, seu companheiro de viagem, 158 tucunarés. "Batemos nosso recorde", dizia o turista.
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