Sem reserva de hotel, turistas sul-americanas ficam detidas quase um mês na França
Elas garantem que desconheciam a lei que obriga os turistas a fazerem uma reserva em um hotel, mesmo para uma escala de apenas um dia. As turistas Wilma, Jennifer Liliana ficaram cerca de um mês detidas na França Angélica Pérez/RFI As turistas Wilma, Jennifer e Liliana, a primeira venezuelana e as duas outras colombianas, pensavam passar apenas uma noite em trânsito em Paris. Mas ao desembarcar em julho no aeroporto internacional de Roissy-Charles de Gaulle, foram barradas pela polícia de fronteiras porque não apresentaram uma reserva de hotel na capital francesa. Seus passaportes foram confiscados e as três turistas latino-americanas enviadas para um centro de retenção ao lado do aeroporto, que ONGs denunciam como “prisões subterrâneas onde os direitos dos estrangeiros são desrespeitados”. As três turistas ficaram quase um mês detidas. Além dos passaportes, elas também tiveram as bagagens confiscadas. Em entrevista à reportagem da RFI, as três denunciam que foram tratadas como “prisioneiras” na “Zona de Espera ZAPI 3” do aeroporto. Elas garantem que desconheciam a lei que obriga os turistas a fazerem uma reserva em um hotel, mesmo para uma escala de apenas um dia. Jennifer, que teve um câncer diagnosticado há cinco anos, ganhou a viagem até Madri de presente de aniversário dos pais. A agência de viagem que vendeu as passagens na Colômbia não informou as exigências francesas para a escala em Paris, afirma a jovem. O mesmo aconteceu com Liliana, que também seguia de férias para a capital espanhola. “Me disseram que podia fazer escala em Paris e veja só o que aconteceu: fiquei 27 dias detida”, desabafa a colombiana. O destino final da venezuelana Wilma era a Suíça. Ele iria visitar o filho doente e também ignorava as regras para os turistas entrarem no território francês. Durante sua detenção, ela forneceu todos os documentos exigidos, mas só teve seu passaporte e bagagem de volta 21 dias depois. Cerca de 7 mil turistas detidos em 2016 As turistas não viajavam no mesmo voo e se conheceram na ZAPI 3. O aeroporto Roissy-Charles de Gaule recebe cerca de 90% dos viajantes que chegam à França. Em 2016, sua “zona de espera”, montada a alguns passos da pista de aterrissagem, reteve cerca de 7 mil pessoas que, segundo as autoridades aeroportuárias, não preenchem as condições para a entrada no território francês, como visto, passaporte em dia, reserva de hotel, seguro saúde e passagem de volta. Os turistas também devem apresentar justificativas de recursos financeiros, entre US$ 65 a 120 por cada dia de estada na França. Aeroporto Charles de Gaulle, na região de Paris, em imagem de arquivo Veronique Paul/ Reuters “As autoridades apresentam o ZAPI 3 como um hotel, mas na realidade todos os que estão ali, estão detidos. Tudo o que te priva de liberdade é uma prisão”, assegura Wilma. Ela diz que durante o tempo em que esteve detida, havia no local 120 pessoas na mesma situação que a dela e que muitos “barrados” eram originários de países latino-americanos. Os centros de retenção existem nas estações ferroviárias, aeroportos ou portos da França que recebem viajantes estrangeiros. Apesar de serem locais com dispositivos de ultra segurança e fechados ao público, eles não dependem da administração penitenciária e sim da polícia de fronteiras (DCPAF). ONGs como a Anafé, que defendem os direitos dos migrantes, acusam essas “Zonas de Espera de serem prisões com outro nome, que violam as liberdades dos estrangeiros e onde as expulsões são agilizadas.” Tratadas como criminosas As três mulheres denunciaram que não receberam nenhum tipo de ajuda ou assessoria durante o período de detenção. Ao contrário, só foram humilhadas. “Assim que você chega, você se sente um prisioneiro. Eles levam seu celular e todos os seus pertences. Nos dão produtos de higiene pessoal, um lençol e um cartão telefônico para que você possa se comunicar com a família”, conta Liliana. Mas para ela, o pior foi o tratamento ultrajante dos policiais. “Eles nos colocaram em uma masmorra, nos algemaram, nos intimidaram, nos forçaram a tirar a roupa, até mesmo as íntimas, tudo. Os policiais zombaram de nós ”, lembra ela, sem conter as lágrimas. As turistas foram “libertadas” somente em 11 de agosto, após uma decisão judicial. Mas o calvário delas estava longe de terminar. “Eles nos jogaram na rua e nos disseram para buscar nossos passaportes de volta na secretaria de segurança polícia de Bobigny. Nós não sabíamos onde era e estávamos do outro lado da cidade. Nós não tínhamos dinheiro e começamos a ir a pé. Nós andamos muito. Eu estava muito doente. Wilma pediu ‘carona’ e Liliana cuidou de mim”, descreve Jennifer. Encontraram pessoas solidárias que as ajudaram e finalmente nesta terça-feira (20) conseguiram recuperar os passaportes, para seguir viagem. Nenhuma das três tem a mínima intenção de permanecer na França. “Eles nos tratam como se fossemos realmente criminosos e acabamos nos perguntando: quem matei? Que fiz de ilegal? Como estou na França, não consigo parar de pensar no rótulo que eles nos dão aqui: ser latino-americano significa ser um imigrante ilegal ”. O pesadelo vivido pelas três mulheres pode acontecer com qualquer estrangeiro que a polícia suspeite de querer entrar na França ilegalmente.
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Pesquisa revela que 17% das mulheres latinas têm medo de viajar sozinhas
Estudo mostra também que 38% das mulheres latinas nunca se aventuraram numa viagem em sua própria companhia. 16% das mulheres nunca pensaram em viajar sozinhas, revela pesquisa Pixabay Medo e insegurança. É o que sentem 17% das mulheres latino-americanas quando o assunto é viajarem sozinhas. Pesquisa revelada pela Booking.com mostrou ainda que 16% das mulheres nunca nem pensaram na possibilidade, enquanto 55% justificam que preferiam a companhia de outra pessoa durante seus roteiros. O estudo mostra também que 38% das mulheres latinas nunca se aventuraram numa viagem em sua própria companhia. O resultado é fruto de uma pesquisa feita em março de 2019 com quatro mil pessoas do Brasil, México, Colômbia e Argentina – sendo mil por país, com homens e mulheres de 18 a 60 anos que já realizaram pelo menos duas viagens internacionais. Por outro lado, 62% das mulheres latino-americanas afirmam que já fizeram pelo menos uma viagem em sua própria companhia para outro país. Na liderança do motivo está a liberdade para fazer o que quiser (35%). Em seguida, elas citam a falta de companhia (22%), oportunidades de conexão interior (18%) e conhecer gente/fazer novos amigos (12%). Os destinos fora da América Latina são os preferidos das brasileiras (32%) e mexicanas (28%) que viajam por conta própria, enquanto argentinas (36%) e colombianas (35%) viajam mais para países da América Latina. Dentro do continente, Argentina (62%), Chile (54%) e Uruguai (41%) são os países preferidos das mulheres brasileiras que viajam sozinhas. A pesquisa também questionou, desta vez aos homens, quais as percepções que eles têm das mulheres que viajam por conta própria. Para eles, 65% são independentes, 54% aventureiras, 51% seguras de si e 40% corajosas. Em meio aos viajantes brasileiros, os números sobem para 71%, 52%, 53% e 49%, respectivamente. Guia para as que viajam sozinhas A empresa agregadora de passagens aéreas e hospedagens lançou, junto da pesquisa, um guia desenvolvido em parceria com a Think Olga, uma ONG feminista criada em 2013 com o objetivo de empoderar mulheres por meio da informação. O material está disponível no site Mulheres pelo Mundo. No guia, de dicas de segurança relacionadas à violência, passando por como aproveitar ao máximo experiências, até maneiras de como proceder ao conhecer novas pessoas durante a viagem.
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10 destinos pelo Brasil em que a viagem de ônibus é uma boa opção
Do Sul da Bahia ao Vale da Mantiqueira, especialistas em turismo elencam roteiros e motivos para abrir mão do carro, do avião e se aventurar nas rodoviárias. Arraial do Cabo, Gramado e Camboriú: destinos para ir de ônibus e desbravar o Brasil Pixabay/Montagem O transporte rodoviário no Brasil passa por uma malha viária de 1.720.700 km de estradas e rodovias nacionais – a quarta maior do mundo – , portanto, caminhos para circular por terra não faltam. Mas quando vale a pena abrir mão do avião ou de pegar a estrada dirigindo e investir num roteiro de ônibus? O G1 ouviu especialistas para elencar dez opções em que se aventurar nas rodoviárias tem lá suas vantagens. Há opções de praia, como Prado e Balneário Camboriú, e de frio, como em Canela, e roteiros mais campestres, como Capitólio. Coordenador do curso de Turismo da Estácio, Carlos Eduardo Guimarães explica que, em sua maioria, os roteiros rodoviários são mais curtos – de três a cinco noites –, dependendo da rodoviária de saída. "Como houve um barateamento dos bilhetes aéreos, a malha viária teve que se mexer para diminuir a duração de roteiros de ônibus, deixando-os com opções mais curtas, para manter a competitividade. E, dependendo da categoria e da empresa escolhidas, há ônibus de padrão europeu", destaca. Diretor de uma empresa de turismo e há 30 anos no mercado, Marcelo Martins é tácito: "Há destinos, sobretudo os mais curtos, em que, uma vez que você desce na rodoviária, não precisa mais se preocupar com meios de transporte". A seguir, dez destinos pelo Brasil em que a viagem de ônibus é uma boa opção. 1) Cidades Históricas de Minas Gerais Alguns dos caminhos de Tiradentes em Vila Rica podem ser refeitos em Ouro Preto. Thais Pimentel/G1 Ideal para viagem totalmente terrestre, o roteiro pelas cidades históricas de Minas Gerais é um combo de tranquilidade, cultura e encontro com o passado. Para quem sai de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, o conceito de "road trip" pode ser feito por completo. Quem está mais longe, pode descer nos aeroportos de Belo Horizonte e aí continuar o roteiro de ônibus. Entre os destaques estão Ouro Preto, São João Del Rey, Congonhas e Mariana. Quase sete meses após o rompimento da barragem de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, o museu de Inhotim ainda segue atraindo muitos visitantes. O que fazer no circuito além do museu? Entrar nas antigas minas de ouro, conhecer a Casa dos Inconfidentes, o Memorial Tancredo Neves, a Rua das Casas Tortas. As viagens entre algumas das cidades não são longas. De São João Del Rey a Ouro Preto, por exemplo, dura cerca de três horas. A passagem de ônibus custa R$ 70. E de Ouro Preto a Mariana são apenas 30 minutos, por R$ 4,75. 2) Rio de Janeiro, saindo de São Paulo Em Angra dos Reis o turismo pode conhecer Ilha Grande, fazer excursão de lancha, passeio de escuna e curtir ilhas paradisíaca Arquivo Pessoa/Juan Tenório Optar ir de ônibus para o Rio de Janeiro – numa viagem de ao menos três noites – é uma boa opção, sobretudo por causa do caminho de ida, optando por uma rota que passe pela Costa Verde. Assim, o turista consegue conhecer Paraty, Angra dos Reis e Mangaratiba – além do roteiro que já tenha planejado para a capital fluminense. Da Rodoviária do Tietê, em São Paulo, até a rodoviária de Paraty, por exemplo, são cerca de 3h50 (275 km). Há bilhetes por cerca de R$ 130 cada trecho. Na cidade litorânea, é possível conhecer cidade histórica, andar de escuna, lancha e fazer mergulhos. A sequência do caminho até a rodoviária Novo Rio, na capital, é de mais 3h50. A grande maioria dos roteiros de volta, por sua vez, passam pela Rodovia Presidente Dutra, impossibilitando a vista panorâmica pelo litoral. Em compensação, há possibilidade de parar no Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida. Ou seja: três viagens em uma só. 3) Sul da Bahia Cerca de 20 mil baleias jubarte devem passar pelo litoral da BA durante temporada de reprodução Enrico Marcovaldi/Instituto Baleia Jubarte É um destino que dispensa os aviões, tanto para quem está no Sudeste quanto para quem vai do Nordeste. Há opções de hospedagem mais em conta na Costa das Baleias, como em Prado, Alcobaça, Caravelas, Nova Viçosa e Mucuri. E opções luxuosas em Trancoso, distrito de Porto Seguro, e mais "pé na areia", em Caraíva. Há a possibilidade, inclusive, de fazer todos esses percursos numa única temporada de férias. Tem ônibus saindo de Prado a Porto Seguro, por exemplo, com uma viagem de cerca de quatro horas. O turista pode conhecer o Parque Nacional Marinho de Abrolhos, a Ponta do Corumbau – na maré baixa, um banco de areia emerge e a chamada ponta do Corumbau avança por até 2 km mar adentro – e a Praia do Espelho. 4) Ilha do Mel Ilha do Mel reserva encantos mesmo fora de temporada (parte 1) A Ilha do Mel é uma opção para sair do óbvio ao visitar Curitiba usando ônibus. Da capital paranaense até a Baia de Paranaguá, onde fica a ilha, saem uma dezena de ônibus desde bem cedo, 5h, até o fim da noite, por volta das 23h. A viagem dura 1h30 e as passagens podem variar de R$ 20 a R$ 34 por trecho. Da cidade para a ilha, aí não tem jeito: é preciso pegar um barco saindo de Paranaguá ou do Pontal do Paraná. São várias praias: a da Fortaleza (mais deserta), Do Farol, Encantados (agitada), de Fora das Encantadas, Grande (para surfistas), e Do Miguel. A ilha recebe um máximo de cinco mil pessoas por dia – manter o ar "roots" e a preservação da natureza. 5) Serra Gaúcha, saindo de Porto Alegre Sob o frio da Serra Gaúcha, Gramado oferece farta programação ao turismo: do Lano Negro, ao parque de neve Snowland Gramado Inesquecível O ônibus pode ser uma boa opção mesmo que o roteiro inteiro não seja feito de forma terrestre, como é o caso de quem pousa no aeroporto de Porto Alegre, por exemplo, e pode conhecer a Serra Gaúcha. Há ponto de partida no próprio aeroporto, com passagens vendidas numa média de R$ 50, tendo Gramado como destino. De lá, o turista pode se programar para conhecer Canela, Bento Gonçalves e Garibaldi. O trajeto Gramado-Bento sai por R$ 14,53 e dura 1h10. No roteiro, Vila do Papai Noel, Snowland, Mini Mundo, rodízios de foundue e galeto, plantações de uvas, degustação de vinhos. No retorno, os ônibus partem das rodoviárias de Gramado e de Canela e deixam os passageiros no Aeroporto Salgado Filho depois de uma passada na rodoviária de Porto Alegre. 6) Balneário Camboriú Praia de Balneário Camboriú é uma das mais visitadas do Estado Pixabay Não são tanta as opções de translado aéreo que possibilitem preços tão competitivos. E, mesmo que o turista opte pelo avião, vai precisar de transporte terrestre em um dado momento. Por isso especialistas indicam o ônibus. Saindo de São Paulo, por exemplo, há roteiros que pernoitam em Curitiba, depois seguem pela Serra do Mar, até Santa Catarina, parando em Joinville, Florianópolis e Balneário Camboriú. Nesta última cidade, destaque para as praias Central, de Laranjeiras, Taquarinhas, Taquaras, e Do Pinho e o parque de diversão Beto Carrero World. De São Paulo a Camboriú – considerando um roteiro sem paradas – a viagem dura uma média de 10 horas com passagens que vão de R$ 100 a R$ 260 cada trecho. 7) Vale da Mantiqueira Mineiro Cachoeiros e mata nativa: Vale da Mantiqueira é destino para relaxamento Hotel Fazenda Vale da Mantiqueira Ideal para quem quer passar um final de semana de relaxamento. Depois que chegou ao Vale da Mantiqueira, em Virgínia, Gonçalves, São Bento do Sapucaí e Monte Verde, dificilmente o turista vai precisar de mais algum tipo de transporte terrestre durante a estadia, uma vez que o foco são os hotéis fazenda – há opções de spa. Há opções de caminhadas pelo meio das árvores e flores, charretes e cavalos, além da colheita de hortaliças. Na região ficam a Pedra Redonda, a cachoeira Véu das Noivas, a Serrinha do Alambari e Zoo das Aves. O tempo de viagem e os valores vão variar do ponto exato do Vale em que o turista decidir de hospedar. 8) Capitólio Reveja: Paraíso perdido é local encantador em Capitólio Em Capitólio (MG), os principais atrativos são as cachoeiras e os os cânions. Destaque para o Paraíso Perdido, um complexo rodeado por cânions e sequências de cascatas, cachoeiras e 18 piscinas naturais. Assim que chegar a Capitólio, o turista consegue se locomover fechando alguns pacotes turísticos locais, de veículo 4×4 e lancha. A viagem, saindo de São Paulo, dura cerca de oito horas e custa em média R$ 150 cada trecho. 9) Conservatória Fernando Gabeira visita Conservatória (RJ) Conservatória é um distrito da cidade de Valença, no Rio de Janeiro, e fica 142 quilômetros da capital fluminense. Atraindo mais turistas da terceira idade, é repleta de hotéis-fazenda, e fazendas centenárias do Vale do Café. É também a cidade da seresta, com seresteiros na rua, entoando canções de amor, à tarde e à noite. Depois de desembarcar de ônibus, o turista também não precisa de novos meios de transporte. Saindo do Rio de Janeiro, a viagem demora cerca de duas horas e custa R$ 53 o trecho. 10) Búzios e Arraial do Cabo Praia do Forno, em Arraial do Cabo, no RJ Rodrigo Marinho/G1 Ir a Búzios, na Região da Costa do Sul do Rio de Janeiro, também é uma boa opção porque, uma vez que o turista desce na rodoviária, consegue fazer o restante da viagem a pé, apesar de haver uma farta frota de táxi no balneário. Por lá, o turista pode curtir a Rua das Pedras, a Praia da Armação, a Praia da Ferradura, as boates e bares da Orla Bardot e fazer passeios de barco. E de Búzios saem passeios de barco até Arraial do Cabo, que chama atenção por suas águas transparentes. Quem preferir fazer o trajeto até Arraial por terra também pode usar o ônibus intermunicipal.
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Sertões: Campo Grande e Costa Rica recebem o maior rally das Américas e segundo maior do mundo essa semana
Campo Grande (MS) – Chegou o grande momento. Desta quarta-feira (21) até domingo (25), o Rally dos Sertões movimenta duas cidades de Mato Grosso do Sul e conta com o apoio do Governo do Estado. De 21 a 23 de agosto, Campo Grande recebe e apresenta as equipes participantes na Vila Sertões, montada na Esplanada […]
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Os chefs que tentam reinventar a ameaçada tradição culinária palestina
Décadas de conflitos entre Israel e a Palestina representam uma ameaça à culinária tradicional deste país, já que muitas famílias perderam acesso às fazendas e vales que forneciam seus ingredientes regionais há centenas de anos. A culinária palestina tem suas raízes na terra e tradições características de seus agricultores Tessa Fox/BBC News Enquanto atravessava as ruas movimentadas do mercado da Cidade Velha de Belém e entrava no pátio do albergue Hosh Al-Syria, me deparei com um oásis de tranquilidade. No coração de Jerusalém, o Fawda Restaurant & Café oferece uma experiência gastronômica palestina de alta qualidade, que mescla ingredientes locais com técnicas francesas. O proprietário e chef Fadi Kattan quer mostrar aos turistas e moradores da Cisjordânia que a culinária palestina não é limitada aos pratos tradicionais, servidos de forma informal. "Fico louco quando dizem que a cozinha palestina se limita à comida de rua, como homus e falafel", diz Kattan. A continuidade do conflito de décadas com Israel representa uma ameaça à culinária tradicional dos palestinos, já que muitas famílias perderam acesso às fazendas e vales que forneciam seus ingredientes regionais há centenas de anos. Como resultado, moradores locais temem que sua identidade culinária, um motivo de orgulho, esteja desaparecendo e que sua comida esteja perdendo o sabor único de sua terra natal. No restaurante Fawda, o chef Fadi Kattan serve pratos inspirados nos ideais herdados de seus bisavós palestinos Tessa Fox/BBC News No entanto, nos últimos dois anos, Kattan e cada vez mais chefs palestinos em Israel e na Cisjordânia ocupada por Israel realizam um esforço conjunto para recuperar e revolucionar a culinária palestina. Voltando às suas raízes e usando produtos locais e sazonais, Kattan e outros cozinheiros oferecem uma culinária que consideram sub-representada, por estar cada vez misturada com a de países vizinhos, como Líbano, Síria e Jordânia. "Nós nos afastamos muito da tradição. Estamos indo em direção a alimentos congelados, muito fast food e uso de alimentos internacionais", diz Kattan. "Enfrentamos uma ameaça diária de [nossa comida] ser chamada de 'culinária do Oriente Médio' ou 'culinária israelense'. Hoje, há chefs israelenses vendendo [receitas palestinas] como comida israelense." Uma fusão de impérios e culturas A culinária palestina é uma rica fusão inspirada nas muitas culturas e impérios que já passaram pela região. Os otomanos trouxeram pratos à base de legumes, verduras e carnes grelhadas que são comidos com pão taboon feito no forno. Pratos como tabule, uma salada de salsa picada, tomate e cebola, e baba ghanoush, uma pasta de beringela defumada, são comuns em toda a região. E mansaf, um arroz com cordeiro assado coberto por queijo de cabra, tem suas raízes na antiga população beduína. No entanto, ao longo dos séculos, os palestinos conseguiram transformar essa fusão cultural em uma culinária distinta, criando pratos como maqluba, uma caçarola de beringela que remonta ao século 13, feita com couve-flor, cenoura e frango ou cordeiro. A culinária palestina é uma rica fusão das muitas culturas e impérios que se estabeleceram na região Tessa Fox/BBC News No Fawda, Kattan oferece refeições de quatro pratos que destacam os produtos palestinos cultivados a não mais de 18 quilômetros de distância, ainda na Cisjordânia. A refeição pode começar com uma salada de eilik local (chicória), rabanete, hweirneh (mostarda selvagem) e romã – todos ingredientes os quais podem ser encontrados em todos os territórios palestinos. A khobesia selvagem, uma verdura, pode ser salteada com batatas, seguida por um prato de cordeiro cozido lentamente e temperado com uma mistura "secreta" de ingredientes locais. Kattan enfatizou que a busca por ingredientes na natureza, uma prática antes popular entre muitos palestinos, reforça a relação dos moradores com suas terras. Ele diz que, enquanto Israel continuar seu programa de assentamento na Cisjordânia e confiscar o território palestino, essa conexão entre os palestinos com sua terra será cada vez mais importante. Os assentamentos israelenses, que o Conselho de Segurança da ONU considera ilegais, muitas vezes são construídos em terras agrícolas palestinas, destruindo plantações ou tornando-as inacessíveis aos palestinos devido a controles de segurança. Plantações que tradicionalmente requerem grandes extensões de terra, como o trigo, tornaram-se cada vez mais difíceis de manter. Além disso, restrições israelenses aos palestinos que importam fertilizantes, que Israel considera como item de "duplo uso" ao lado de certas substâncias químicas que podem ser usadas para fabricar armas, tiveram um "impacto negativo na agricultura palestina", segundo um estudo da ONU. A produção agrícola dos palestinos deve cair em até um terço, segundo as projeções. Felizmente para Kattan, o Fawda fica em um local particularmente vantajoso para um chef. "O mercado de produtos agrícolas fica a um minuto e meio daqui andando. É o paraíso para um chef ", diz ele. "Eu vou de manhã e cumprimento todos os agricultores que conheço. É assim que elaboramos o nosso cardápio." 'Não podemos continuar a fazer a mesma comida para sempre' O Fawda foi concebido para levar a culinária palestina além dos restaurantes que se atêm aos métodos e apresentações tradicionais Tessa Fox/BBC News Outro chef da Cisjordânia que tenta inovar a comida palestina é Izzeldin Bukhari, do Sacred Cuisine. Como Kattan, Bukhari está decepcionado com o atual estado da culinária palestina e sente que ela têm evoluído lentamente para além de seus pratos tradicionais, como mussakhan (frango assado temperado com sumagre e servido com cebolas caramelizadas sobre pão sírio) ou shish barak (bolinhos de cordeiro com molho de iogurte). "Como palestino, percebo o impacto que 'o ocupante' teve em nossa cultura. Sentimos um pouco de vergonha [das nossas] raízes palestinas ", acrescenta, citando o aumento do número de restaurantes na Cisjordânia que servem comida não palestina. Bukhari administra restaurantes temporários na Cisjordânia ocupada e em Jerusalém Oriental, muitas vezes criando versões vegetarianas e veganas de pratos tradicionais. No mansaf, por exemplo, Bukhari substitui o cordeiro tradicional por cogumelos. Da mesma forma, faz um mashi (vegetais recheados com arroz e carne picada) com cogumelos, couve-flor e nozes como recheio. "Não podemos continuar a fazer a mesma comida para sempre", diz ele. "Quando você pega essa cultura e essa herança e a apresenta de uma nova forma, você a resgata." De acordo com Kattan, a busca por ingredientes na natureza reforça o vínculo dos palestinos com sua terra Tessa Fox/BBC News Como Kattan, Bukhari acredita firmemente que a política de assentamentos do governo israelense na Cisjordânia e sua restrição ao movimento de palestinos não apenas desconecta os palestinos de suas terras, mas dissolve sua identidade culinária característica. "Eles dizem [comida] 'árabe', não 'palestina'", diz Bukhari. "Eles estão fazendo o possível para apagar a Palestina do mapa, da história. Então, qualquer coisa que seja palestina deve ser mencionada cada vez mais." Através de seus estabelecimentos em Ramallah, Jerusalém e Belém, Bukhari reapresenta aos palestinos produtos sazonais locais e seus usos históricos e medicinais. No evento mais recente da Sacred Cuisine, Bukhari se concentrou nas muitas propriedades curativas da khobesia (uma verdura local), incluindo aliviar dores de garganta, tosse, bronquite e problemas de estômago e bexiga. Bukhari passou os últimos dois anos pesquisando diligentemente a história da comida palestina e organizando visitas de palestinos e turistas a mercados locais. Ele diz que os territórios palestinos compartilham muitas semelhanças culinárias com os vizinhos da Síria, do Líbano e da Jordânia, mas acredita que a comida palestina sempre estará enraizada em sua terra e nas tradições de seus agricultores. "Nós, palestinos, seguimos práticas dos nossos ancestrais, que eles criaram utilizando a terra e o que eles tinham à disposição", enfatiza Bukhari. Ele explica que, tradicionalmente, a agricultura era uma tarefa compartilhada por toda a família e pela comunidade como um todo. Como resultado, vários métodos de cozinha comunitária evoluíram, como assar o pão taboon no forno de barro da aldeia que nunca era apagado, para que todos na comunidade pudessem desfrutar deste alimento o dia todo. Izzeldin Bukhari dirige o Sacred Cuisine, onde homenageia os produtos locais da Palestina Tessa Fox/BBC News Sufian Mustafa, autor da Enciclopédia Cultural da Cozinha Árabe e outros livros de receitas, destaca que certos pratos, como o mussakhan, que muitas vezes é considerado o prato nacional dos palestinos, não existem em nenhum outro lugar. "Isso é palestino!", diz ele enfaticamente. "Não encontrei referências em outros países árabes". O mussakhan também é um prato que Bukhari se orgulha de servir com um toque moderno e vegano no Sacred Cuisine, substituindo o frango por berinjela e cogumelos. De acordo com Bukhari, o nome do prato, que pode ser traduzido como "aquecido", é uma referência à competição entre palestinos para ver quem tem o melhor azeite de oliva. "Uma das técnicas para descobrir se você tem um bom azeite ou não, é aquecê-lo", explica Bukhari. "A cor ou o sabor mudam se não for um bom azeite." Como o azeite de oliva não deve ser diretamente aquecido em uma panela, os palestinos mergulhavam o pão no óleo e depois o aqueciam no fogo. Se a cor do óleo mudasse depois que o pão fosse aquecido, isso significava que o óleo não era bom. Mustafa explica que, do outro lado da barreira israelense da Cisjordânia, há cidades como Nazaré, onde a maioria das pessoas ainda é palestina, mas agora reside em Israel. Depois que Israel declarou sua independência em 1948, muitos palestinos fugiram ou foram forçados a fugir de suas casas na guerra que se seguiu. Maior por uma cozinha mais experimental e progressista E, enquanto chefs palestinos na Cisjordânia estão cada vez mais voltando às suas raízes para modernizar sua comida, os chefs palestinos em Israel misturam as tradições culinárias palestinas com seu novo ambiente. Um desses chefs é Yousef Hanna, o proprietário do Magdalena – um restaurante de luxo às margens do Mar da Galileia, na aldeia de Migdal. Radicado no nordeste de Israel, o restaurante foi construído no topo de uma aldeia palestina abandonada em 1948, chamada Al-Majdal. Dentro da sala de jantar iluminada por candelabros do Magdalena, Hanna funde pratos tradicionais palestinos com toques europeus, como o ravióli de baba ganoush, onde a massa recheada com pasta de beringela é servida com gaspacho espanhol e tapenade de azeitona. Apesar do avô palestino de Hanna ter morado perto da aldeia antes de 1948, ele chama sua comida de "árabe-galileia". "Eu conheço nossa comida na Galiléia. O básico vem da cozinha palestina. Mas não podemos apenas dizer que é [palestino]", afirma Hanna, explicando que a região da Galileia mantém muitas influências culinárias do Líbano, Síria e Turquia de sua história compartilhada sob o domínio otomano. O dono do Magdalena, Josef Hanna, acredita que há mais liberdade em Israel para ser criativo e desenvolver a culinária palestina Tessa Fox/BBC News Hanna cresceu com os pais, que eram donos de um restaurante tradicional palestino. "Eu aprendi tudo da minha mãe", diz ele com orgulho. "Minha mãe não gostava da minha comida antes. Ela fala: "'Você faz não a comida tradicional. Você a mudou!'. Mas, aos poucos, ela reconhece que é gostoso". Hanna afirma que há uma demanda maior por uma cozinha mais experimental e progressista em Israel. Como resultado, o Magdalena serve novas versões de pratos tradicionais baseados na Palestina, como o quibe vegetariano, com grão de bico em vez de carne moída. "A comida moderna árabe ainda é algo muito novo. Temos um longo caminho a percorrer para nos equipararmos à cozinha italiana ou francesa", diz Hanna. No entanto, de acordo com Adnan Daher, chef e proprietário do restaurante palestino Maadali, na cidade portuária de Acre, em Israel, sempre que um restaurante palestino em território israelense serve pratos mais modernos, isso só distancia mais os palestinos de suas raízes. No Maadali, os clientes podem se deliciar com as tradicionais folhas de uva recheadas (waraq dwali), ou knafa, uma sobremesa feita com queijo. Daher sente que ele desempenha um papel importante na manutenção da identidade palestina por meio da alimentação, educando os muitos clientes judeus que comem em seu restaurante. "Os judeus israelenses [sabem que estão comendo a culinária tradicional palestina] porque eu explico a eles que estão comendo a verdadeira culinária local", disse Daher. O chef, que aprendeu a cozinhar com a avó, acredita que outros restaurantes nas cidades israelenses, onde os grandes grupos de palestinos permaneceram depois de 1948, evitam rotular seus alimentos como palestinos por medo de perder clientes. "Eles estão preocupados com a opinião do povo judeu, então, eles chamam de comida 'galileia'", disse Daher. Josef Hanna: 'A comida moderna árabe ainda é algo muito novo. Temos um longo caminho a percorrer' Tessa Fox/BBC News Daher acredita que desde a construção da barreira e da restrição de movimento da Cisjordânia para Israel, muitos palestinos que vivem nos territórios ocupados se esqueceram da importância do mar na culinária palestina. Fora da Faixa de Gaza e das comunidades costeiras israelenses, como Acre, com populações palestinas de tamanho considerável, a maioria dos palestinos não tem acesso ao Mediterrâneo e deixou de cozinhar pratos tradicionais com frutos do mar. Mas, no Maadali, Daher está determinado a lembrar as pessoas da forte influência do mar na cozinha tradicional palestina. O seu cardápio diário inclui pratos com frutos do mar frescos, como camarão com quiabo e alho, lula com iogurte e filés de peixe com cebola e molho de gergelim. E, como conflitos e bloqueios continuam a dividir a região, Daher diz que o mais importante é que os palestinos não se esqueçam de suas raízes culturais ou culinárias. "A comida palestina é perfeita", diz ele. "Você não precisa consertá-la ou alterá-la. É um dos melhores sabores do mundo."
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Agito ou sossego? Veja dicas para aproveitar Maceió, São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras
G1 visitou turismo de charme e de base comunitária do litoral norte e a capital de Alagoas para o Desafio Natureza. São Miguel dos Milagres, no litoral norte de Alagoas: turismo de charme Marcelo Brandt/G1 As praias de Alagoas estão entre as mais bonitas do Nordeste brasileiro. As águas são de um tom verde claro que é a marca do estado, e os recifes de corais em toda a costa barram as ondas e formam piscinas naturais. As águas transparentes completam o cenário ideal para fazer snorkel e nadar com os peixes, um passeio para toda a família e praticamente o ano todo. O G1 foi até a capital Maceió e ao norte do estado, em São Miguel dos Milagres e Porto de Pedras, para o Desafio Natureza e conta o que viu de belezas turísticas na região e as dicas para visitar. Maceió A capital do estado tem praias próprias para banho praticamente o ano todo, exceto quando há chuvas fortes (geralmente no inverno) e o Instituto do Meio Ambiente (IMA) recomenda 72 horas de prazo para que as águas voltem a ser balneáveis. A famosa orla tem um calçadão ótimo para dar um passeio a pé ou de bicicleta. É possível alugar uma bike ao lado da feirinha de Pajuçara, que também vale a visita. O local vende produtos artesanais típicos do estado. Vista do calçadão da praia de Pajuçara, em Maceió Marcelo Brandt/G1 As praias mais distantes da orla são as preferidas dos moradores locais, como a Praia da Garça Torta, a Pratagi e a Guaxuma, todas na região norte de Maceió. Essas três são boas opções para quem quer fugir da agitação típica das praias mais turísticas, como Pajuçara e Ponta Verde. A praia de Guaxuma possui quiosques com preços bem mais modestos do que os praticados nas praias do centro. O quiosque Bar Brasil serve um prato-feito bem servido por R$ 16. O mar não é calmo como nas praias mais turísticas, mas é bem bonito (foto). Praia de Guaxuma, na região Norte de Maceió: PF barato e mar mais bravo Marcelo Brandt/G1 São Miguel dos Milagres A 99 km de Maceió, é a cidade turística da moda atualmente da chamada Rota Ecológica dos Milagres. Trata-se de uma vila de pescadores com uma rua principal e seus povoados. Ali o turismo é de charme, como é chamado o turismo de pequeno porte com experiências personalizadas. O passeio de jangada pelas piscinas naturais da Praia do Toque é imperdível (foto abaixo). Custa de R$ 30 a R$ 50 por pessoa, dependendo da quantidade de ocupantes da jangada, que leva no máximo 7 por vez. O passeio dura cerca de duas horas. Alguns guias oferecem o equipamento de snorkel e com ele é possível mergulhar e visualizar peixes nas águas transparentes. Piscinas naturais em São Miguel dos Milagres: os recifes ajudam a formar as piscinas naturais Marcelo Brandt/G1 O ideal para este passeio é pegar o primeiro horário disponível no dia, o que depende da tábua de marés, porque depois as piscinas ficam lotadas de turistas. Se você gosta de acordar cedo, aliás, Alagoas, é seu lugar. O sol nasce antes das 6h e se põe por volta de 17h no inverno, época de nossa visita. A melhor época para viajar é de setembro a março. No inverno chove bastante. Para quem gosta de visitar igrejas, a famosa Capela dos Milagres da cidade vale a visita. Localizada na areia da praia, o local está com a agenda para cerimônias de casamentos concorridíssima e não tem datas disponíveis aos finais de semana até o final do ano. Lá já foram celebrados os casamentos de famosos como o do youtuber Whindersson Nunes e da cantora Luísa Sonza. A Capela de São Miguel dos Milagres: sem datas disponíveis até o final de 2019 Chico Brandão/Divulgação Porto de Pedras Separada de São Miguel dos Milagres por uma rua, Porto de Pedras é uma pequena vila de pescadores. Os moradores observando o movimento das ruas pelas janelas das casas ajudam a compor o cenário. A dica do G1 na cidade é conhecer o turismo de base comunitária feito pela Associação Peixe-boi. É possível conhecer os peixes-bois em um passeio de jangada no rio Tatuamunha. Os animais são mantidos pela Associação de Proteção Animal (APA) Costa dos Corais do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), ligado ao Ministério do Meio Ambiente (MMA). Cativeiro de peixes-boi no rio Tatuamunha Marcelo Brandt/G1 Peixe-boi bebe água em cativeiro no rio Tatuamunha, no município de Porto de Pedras (AL) Marcelo Brandt/G1 Desde a década de 1980 a unidade realiza ações de resgate, monitoramento, reabilitação e soltura de peixes-boi ao longo do litoral do Nordeste do Brasil. Já foram 46 indivíduos resgatados e soltos de volta ao habitat. O passeio de jangada custa R$ 50 por pessoa. Serviço: Associação Peixe-boi Rua José de Morais Mendonça, SN Porto de Pedras (AL) Tel: (82) 3298-6247 Mirante em Porto de Pedras (AL) Marcelo Brandt/G1 O mirante de Porto de Pedras também vale a visita. É só subir uma rua bem íngreme próxima ao antigo presídio, tomando o farol como referência. De lá de cima é possível avistar a foz do rio Manguaba. A vista fica ainda melhor no verão, quando as águas ficam claras. O farol de Porto de Pedras, onde fica o mirante Marcelo Brandt/G1 Passeio de jangada nas piscinas naturais da Praia do Toque, em São Miguel dos Milagres, atrai turistas Marcelo Brandt/G1 No litoral Norte de Alagoas, São Miguel dos Milagres tem piscinas naturais Marcelo Brandt/G1 Passeio de jangada nas piscinas naturais da Praia do Toque, em São Miguel dos Milagres Marcelo Brandt/G1 Initial plugin text
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Turistas franceses são presos na Itália por furto de 40 quilos de areia da praia
O casal tentou embarcar em uma balsa com destino ao sul da França com o material escondido em garrafas de plástico. Areia das praias da Sardenha tem coloração mais esbranquiçada Pixabay Um casal de turistas franceses, que estava passando as férias na Sardenha, na Itália, foi preso por ter tentado embarcar dezenas de quilos de areia branca das famosas praias da ilha italiana. A história foi publicada pelo jornal "Corriere della Sera" na sexta-feira (16). A areia estava sendo transportada em 14 garrafas de plástico, e foi descoberta pela polícia aduaneira durante um controle, quando os franceses se preparavam para embarcar em uma balsa para Toulon, cidade portuária situada no sul da França. A areia vinha da praia de Chia, no sul da ilha, uma das “mais lindas do país”, segundo a imprensa local. Os turistas alegaram que queriam trazer uma “lembrança” das férias, mas as autoridades italianas explicaram que é ilegal retirar areia das praias. Na Sardenha, como a areia tem um papel importante no ecossistema, ela é considerada como um “bem de utilidade pública”. O delito pode ser punido com penas que vão de um a seis anos de prisão. Cresce venda ilegal de areia, pedras e conchas O comércio ilegal de areia, pedras e conchas cresceu nos últimos anos, segundo o jornal italiano. Durante o verão, os turistas, principalmente alemães e escandinavos, recolhem a areia branca das praias e revendem na internet, muitas vezes cobrando “caro” pelo produto. Na França, o código do Meio Ambiente também proíbe essa prática, com multas que podem chegar a quase R$ 7.000 (1.500 euros).
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Castelo apontado como local do nascimento de rei Artur ganha ponte e atrai turistas no Reino Unido
Até então, visitantes – que chegam a média de 200 mil ao ano – precisavam subir escadaria de 148 degraus. É perto do castelo que fica a lendária Caverna de Merlim. O castelo foi construído no século cinco e foi restaurado no século 13 REUTERS/Peter Nicholls Quinhentos anos depois de sua criação, o Castelo de Tintagel – apontado na literatura como o lugar onde o icônico e lendário Rei Arthur foi concebido – finalmente tem uma ponte feita de aço para chamar de sua. Até então, os turistas que se aventuravam a chegar no castelo, que fica na ilha de Tintagel, localizada na costa norte do condado da Cornualha, no Reino Unido, precisava subir uma escadaria de 148 degraus. A obra que facilita a vida dos visitantes – e deve aumentar o número de turistas – começou em outubro de 2018 e foi entregue em 11 de agosto com um orçamento de cerca de 5,5 milhões de euros (R$ 24.570.150). Para chegar ao desenho de ponte construído, foram analisadas seis propostas finalistas que virem de países como França, Bélgica e do próprio Reino Unido. Foram usadas 40 mil telhas de ardósia – uma rocha formada pela transformação da argila sob pressão e temperatura – e corrimões de carvalho. Há uma abertura de quatro centímetros no meio da ponte que permite que a estrutura se expanda e contraia de acordo com a mudança de temperatura. Duzentos mil visitantes por ano A ilha de Tintagel, localizada na costa norte do condado da Cornualha, é considerada por muitos o local de nascimento do lendário rei Arthur. É uma tradição que remonta ao século XII, quando Godofredo de Monmouth descreveu, em seu livro, o castelo que em que Artur foi concebido. Godofredo conta que, através de uma feitiçaria de Merlim, o pai de Artur, Uther Pendragon, se disfarçou de Gorlois, duque da inimiga Cornualha, e dormiu com Igraine, a mãe de Artur. Obra começou em outubro de 2018 e foi entregue em 11 de agosto REUTERS/Peter Nicholls História à parte, o castelo foi construído no século cinco, restaurado no século 13 e, pela ligação histórica com a coroa, tornou-se um destino turístico-histórico e já chegou a receber uma média de 200 mil visitantes anualmente. As ruínas ao redor, conservadas, são um dos grandes atrativos, sobretudo para fotos. Por ali, mar e vegetação. Destaque para o pátio do antigo castelo com os restos da parte principal do castelo, com as ruínas do grande salão, as cozinhas e os alojamentos. Quem costuma ir ao castelo também aproveita para conhecer a Caverna de Merlim. Dá para chegar lá duas vezes por dia, na maré baixa, descendo até a praia e escalar rochas. Não há comprovação histórica da existência do rei Artur, mas revelação do jornal The Independent mostrou que arqueólogos encontraram resquícios de um grande palácio no local onde o rei supostamente teria vivido.
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Como encontrei na savana africana conforto pela morte de minha mãe
Autora e jornalista participava de safári em Botsuana quando soube da morte de sua mãe, que sofria de Alzheimer havia vários anos; ao fim da jornada, ele teve um encontro inesperado. Jornalista se deparou com um leopardo a 18 metros de distância na savana africana Felix Odell Era um dia calmo, sem qualquer indício de que más notícias vinham em minha direção para partir minha vida em duas. Eu tinha acabado de me acomodar no acampamento, tomava café com biscoitos – biscoitos doces sul-africanos. Estava a trabalho em um safári no delta do Okavango, em Botsuana, e depois de uma caminhada matinal, parei para fazer um balanço de tudo o que havia visto. O brilho reluzente de flores amarelas, babuínos em posição de lótus, pegadas de hipopótamo, pássaros verde-limão. Era uma manhã muito bonita. Dois dias antes, nosso guia, Simon Byron, me trouxera até aqui com meu colega fotógrafo Felix Odell, cruzando canais pantanosos cobertos por plantas aquáticas. Estávamos nas profundezas de um pântano labiríntico, dormindo em tendas às margens de águas negras. Esta foi a segunda etapa de uma expedição de três partes pelo delta do Okavango. A primeira foi uma jornada confortável e emocionante que se estendia do amanhecer ao anoitecer em busca da singular vida selvagem da região. Era o fim da estação chuvosa, e os animais eram abundantes, estavam contentes em banhar-se na grama da primavera. Filhotes de elefantes e girafas balançavam ao lado de suas mães, e pequenos javalis saltitavam atrás de seus pais. A savana pulsava com vida, como se, em vez de água, sangue quente corresse pelas planícies inundadas. A única coisa que queria ver e não vi foi um leopardo, o predador mais furtivo de todos – e o que eu mais desejava ver em Botsuana. A parte seguinte da jornada foi uma imersão no deserto intocado e, sem aparelhos eletrônicos para arruinar o silêncio, eu já sentia que minha alma estava se recuperando de alguma coisa. O cheiro de sálvia, jasmim e manjericão silvestres soprava pelos campos, e eu me perguntava se era algum tipo de narcótico, de tão profunda a minha sensação de calma. Ruído distante Byron disse ter ouvido um ruído distante de leopardo no começo da madrugada, mas era improvável que essas criaturas arredias passassem pelo acampamento ao ar livre. Eu tinha mais alguns dias em Botsuana, então não tinha pressa. Mais tarde naquela manhã, Byron recebeu uma mensagem. Estávamos a dois aviões e um barco de distância de uma torre de celular, então um telefone via satélite era nosso único meio de comunicação. "Você precisa ligar para casa", me disse baixinho. Em outra ocasião, eu teria sido tomada por uma fantasia mórbida, pelo medo de que algo tivesse acontecido com um dos meus filhos. Finalmente, uma voz me trouxe de volta do espaço sideral. "Ela faleceu em paz", disse meu marido. "O sofrimento dela acabou". A ligação cortou bruscamente e eu fixei o olhar no aparelho na palma da minha mão. "Minha mãe está morta", pensei. E eu estava do outro lado do mundo. Eu a tinha visto em Boston apenas uma semana antes. A região americana da Nova Inglaterra (que junta seis Estados do nordeste dos EUA) estava se preparando para uma nevasca no final do inverno e, enquanto eu seguia o habitual rito de estocar café, vinho e pipoca, meu pai ligou. Em dois dias, eu deveria deixar Connecticut para o Botsuana. "Sua mãe piorou", ele disse. "Eu queria que você soubesse disso". "Estou indo para aí", disse, e segui rumo a Massachusetts, em direção à tempestade. Minha mãe estava se aproximando de seu quarto ano de Alzheimer. Para uma doença já marcada pela crueldade, a dela era extraordinariamente trágica. Ela não tinha linguagem inteligível e parecia estar em estado de terror mortal. Certa vez ela me atacou, assim como atacou suas outras três filhas devotas. Ela me reconhecia? Espero que não. Não havia nada de reconhecimento, muito menos de amor. Foi uma morte em vida, e eu a perdi há muito tempo. Estava quente em seu pequeno quarto. Meu pai, uma das minhas irmãs e eu tocamos as músicas que ela amava. Mergulhei um cotonete na limonada e ri quando ela o mordeu com força, como uma criança com um pirulito. Eu narrei histórias sobre seus netos. Sua beleza retornara nesse estado liminar. Seu rosto era suave, sua cor rosada. Enquanto isso, o tempo em Massachusetts tinha fechado totalmente. Ficamos presos por duas noites e dormimos em colchões perto da minha mãe, acasulados por uma camada de neve do lado de fora. Meu pai, um médico, não estava otimista de que ela "acordaria", mas essa doença enigmática estava repleta de truques, e não havia como prever o que qualquer dia traria. Isso já tinha acontecido antes nos últimos quatro anos, e eu dizia "adeus" toda vez que a deixava. Minha família me pediu para ir à África para o trabalho que eu amava. Minha justificativa era simples: na verdade, não acreditava que minha mãe morreria. "Vejo você em duas semanas, mãe", sussurrei. "Eu vou encontrar um leopardo para você. Prometo." Minha mãe tinha a habilidade de encontrar caminhos sem precisar de mapas. Em outra época, ela poderia ter liderado uma expedição pela Amazônia, mas passou décadas como esposa e mãe dona de casa. Mas depois que os filhos saíram de casa, ela finalmente atendeu, com viagens, ao chamado de sua mente inquieta e curiosa. Sua viagem favorita foi um safári no Quênia com meu pai, onde ela viu de tudo, menos um leopardo. Ela amava aqueles lindos gatos, era fascinada pela delicadeza de seus movimentos, sua força e calma, como se nos alertassem para não mexer com eles. E agora, eram negócios inacabados. Eu devia a ela pelo menos isso. Eu estivera ausente em seu leito de morte e me perguntava se a ferida da minha culpa poderia se curar. Mas eu também estava em Botsuana para trabalhar, e a tristeza começou a pintar cores inesperadas na minha tarefa. Byron e Odell esperaram eu me recompor. Estava anestesiada. "Minha mãe", repetia. "O que você gostaria de fazer?", perguntou Byron. Entramos no barco em direção ao emaranhado de água e deserto. O universo tem maneiras de oferecer conforto, e nos oferecia isso a cada passo. Tais sinais são visíveis apenas para os que estão dispostos a vê-los, e a pura vivacidade de Botsuana estava me preparando graciosamente para minha perda. O delta estava repleto de lírios e aves coloridas. Como se meus olhos fossem telescópios, vi as penas de cobalto de um martim-pescador-malaquita através de um arbusto de bambus. Sob uma nuvem cor de carvão, fios de chuva caíam sobre a água distante. Byron abriu uma garrafa de champanhe. "Qual era o nome da sua mãe?", ele perguntou. "Ruth", respondi. Levantamos nossas taças para a vida, a morte, a luz, a escuridão, o terreno e o eterno. "À Ruth", brindamos. Naquela noite, fui tomada pela realidade da minha distância, e Byron me emprestou seu telefone via satélite. Eu encontrei sinal no barco sobre um canal cheio de crocodilos. Na escuridão líquida, vi vários pares de olhos amarelos de hipopótamo do outro lado da margem. Uma de minhas irmãs falava em meio ao ruído de estática. "Você teve um belo adeus na segunda-feira passada", disse e foi firme ao dizer para eu ficar os dias restantes em Botsuana, como planejado. "Você está onde a mamãe gostaria que você estivesse". Eu me retirei para a minha tenda e chorei lágrimas silenciosas, procurando ouvir aquele som semelhante ao de um serrote cortando madeira: o chamado do leopardo. Morte e renovação Quando chegamos à parada final do safári, fiquei tocada com um rito de morte e renovação, tão comum na savana, que parecia mais verde do que quando cheguei. Um bando de cães selvagens arrastou uma carcaça de impala para uma clareira e se banqueteava com ela. Um pequeno antílope saltou para encontrar seu rebanho. Minha mãe estava em toda parte: nos raios de sol que cortavam a neblina com o nascer do dia, no toque de brisa que roçou minha bochecha. Eu a via em todas as macacas, zebras e elefantes que protegiam seus bebês de predadores, como minha mãe fazia quando eu era uma garotinha e era meu único baluarte contra o mundo. O último dia foi úmido e decepcionante. Nosso voo partiria às 10h da manhã seguinte, e embora estivesse prevista uma tempestade, eu esperava percorrer uma última vez a mata selvagem antes do embarque. A natureza não dá garantias, mas fui para a cama esperançosa. Acordei às 4h30, puxada por mãos invisíveis para o mato que me esperava. Eu me vesti e peguei o café. Nosso novo guia, Dave Luck, disse: "Vamos ver o que está por aí". Horas passadas sob uma parede de aço no céu, e a terra encharcada cheirava a frescor. O sol nasceu e nuvens se levantaram para revelar listras pastéis no horizonte. A sorte guiava o Land Rover pela lama e pelos barrancos encharcados. Havia urgência em sua direção, e isso refletia a percussão do meu coração naufragado. Com a lanterna, iluminou uma trilha de felino na beirada da estrada. "Leão", disse. Em uma hora, eu estaria no avião em direção à minha casa, à minha família, e aos preparativos do funeral e ao vazio que a morte da minha mãe deixara. Com um barulho constante no rádio transmissor, Luck disparou em uma direção que só ele conhecia. Olhei para Odell e nós dois erguemos as sobrancelhas. "Temos que nos apressar", disse Luck. Fechei meus olhos e punhos. Meus pulmões seguraram uma rajada de ar. Quando paramos, exalei, olhei para cima e vi a face de um leopardo a 18 metros de distância. A fêmea reclinou-se no galho retorcido de uma árvore, com as pernas e a cauda penduradas languidamente. "É Marothodi", disse Luck. "Isso significa 'gota de chuva'". Sua mãe é Pula. Significa "chuva". Todas as sinapses do meu corpo incharam de alegria. Eu temia que ela desaparecesse se eu piscasse. Marothodi reorganizou seus membros em uma curva da árvore, parecendo relaxada e à vontade. Mas eu sabia que seu poder era maior que o meu, do que o nosso. Meu corpo deu lugar a soluços agradecidos e exaustos e, num instante, vi pedaços do universo como se fossem banhados pela claridade. O contínuo implacável, uma nevasca da Nova Inglaterra e um nascer do sol africano conectados pelo mesmo céu. A precariedade e a impermanência da vida, mas principalmente sua espantosa generosidade. Eu vi um leopardo, que, por um momento, fixou seus surpreendentes olhos cor de laranja nos meus, como se me dissessem: "Você está onde sua mãe gostaria que você estivesse". Por fim, o felino desceu pelo tronco, adentrou a grama alta e mais um dia brilhante na Terra.
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Alta temporada ou fugir do óbvio? Saiba a melhor época para conhecer destinos em alta pelo Brasil
Especialistas ouvidos pelo G1 cravam que conhecer a Rota dos Vinhos no final do verão pode ser melhor que no inverno; tábua de marés e chuvas também são fatores para se levar em conta antes de fazer as malas. Jijoca de Jericoacoara é conhecida pela atração litorânea ofereciada pela Praia de Jericoacoara, que atrai turistas do Brasil e do mundo. Divulgação Jericoacoara com os ventos de julho? Bento Gonçalves sob o sol de fevereiro? Olhar o calendário de forma mais estratégica e menos óbvia, levando em consideração fatores climáticos e culturais, pode fazer sua viagem mais rentável, com experiências mais completas e menos imprevistos. Por outro lado, dependendo do seu destino, não tem para onde correr: a alta temporada é a melhor decisão, então, é preciso analisar caso a caso. É o que dizem especialistas em turismo ouvidos pelo G1, diante dos destinos mais em alta do cenário nacional. Para quem tem em mente o Sul, por exemplo, há um horizonte maior do que os meses de frio, a alta temporada na região. Principalmente para as cidades que compõem a rota do vinho, como Bento Gonçalves e Garibaldi. Coordenadora do mestrado e doutorado em hospitalidade do curso de turismo da Universidade Anhembi Morumbi (SP), Elizabeth Wada explica que fevereiro e março devem entrar no radar do turista. “Logicamente que quem quer ver o Natal Luz de Gramado, com aqueles desfiles temáticos, precisa ir para o Sul no calendário de shows e carros alegóricos, em dezembro. Mas o final do verão pode ser uma boa na Rota dos Vinhos, justamente porque é quando o turista consegue assistir à colheita, passando pela produção, até consumir a bebida. Fora desse período, ele passa pelas vinícolas, faz degustação, mas não tem a experiência completa da época da colheita. Além disso, é bom pensar num roteiro complementar, já que é possível fazer a Rota dos Vinhos, juntamente com Gramado e Canela, numa viagem só”, ensina. Veja qual é a melhor época para viajar para os destinos em alta no Brasil Arte: Guilherme Luiz Pinheiro O final do verão também traz dois trunfos: o fluxo menor de turistas e a vantagem de que atrações invernais – como o parque de neve para esqui Snowland, o parque de miniaturas Mini Mundo e a Vila do Papai Noel – funcionam o ano todo. Wada salienta, no entanto, que seguir o calendário tradicional pode ser a melhor opção quando o destino é o frio de Campos do Jordão, na Serra da Mantiqueira, a 184 km da capital paulista. “O Festival de Inverno, entre junho e julho, de fato na alta temporada, reforça toda a vocação turística e hoteleira da cidade, sobretudo para quem gosta de música clássica. Com a vantagem de que o acesso rodoviário facilita a ida de quem mora em cidades vizinhas ou só quer passar um dia na cidade e almoçar”, diz. Bondinho é opção de turismo em Campos do Jordão Cássia Soares de Siqueira/ Arquivo Pessoal Já para as praias do Nordeste, o fator clima, de fato, fala mais alto. Professora de planejamento do turismo da Unesp, Renata Maria Ribeiro lembra que, no verão, por questões climáticas, o mar é mais translúcido – como nas fotos que servem de chamariz para o turismo local e fazem dos meses de dezembro e janeiro os mais bombados. “No inverno, esse efeito do mar só é alcançado com a sorte da maré baixa – que também precisa se fazer presente para os passeios nas piscinas naturais de Maragogi, no litoral norte de Alagoas e a 125 km de Maceió. Nas praias de Porto Seguro, na Bahia, como Caraíva, as chuvas invernais ou do fim do verão podem dificultar a chegada do turista, principalmente se ele fizer o percurso de carro, por conta da condição que fica a estrada”, adverte. “A instabilidade climática fora do verão, com chuvas e ventos fortes, às vezes impossibilita alguns passeios, como os de corais (em Trancoso fica o Parque Marinho Recife de Fora, que depende das condições do mar e da maré, e nem sempre está disponível)”, acrescenta. O Chapadão é uma conhecida falésia da Praia de Pipa, no litoral Sul potiguar Divulgação Ribeiro, no entanto, faz um mea culpa com o inverno e outono: “As temperaturas ficam mais amenas, há turistas que preferem, e que ainda assim são propícias para curtir o Santuário Ecológico de Pipa, em Tibau do Sul, no Rio Grande do Norte, e o parque aquático Beach Park, em Aquiraz, no Ceará”, exemplifica. Elizabeth Wada concorda que, de fato, vento e maré são problemáticos para os turistas do Nordeste: “O clima não vai mudar porque você está lá, certo? É preciso entender isso. Julho é uma ótima alternativa, porque é mais agradável para as pessoas do centro sul que não gostam de encarar aquele calor elevado. Além disso, os preços ficam mais acessíveis e o turista não se depara com aquelas jangadas lotadas”. Caraíva, distrito de Porto Seguro Divulgação/Secretaria de Turismo de Porto Seguro Já antes de ir ao Amazonas, lembra Renata Maria Ribeiro, é preciso entender que é uma região perto da Linha do Equador. “De junho a novembro, lá, é verão amazônico. É um contrafluxo, ao contrário do que temos no Nordeste. O destaque turístico na região é Alter do Chão, em Santarém, no Pará, à margem direita do Rio Tapajós. É uma praia de água doce, com água mais escura do que a salgada, mas com bancos de areia. No verão amazônico, a Ilha do Mar fica aparente e funciona como praia. Depois de novembro, começa o inverno amazônico, chove, o rio sobe e a praia desaparece”. Conhecido como Caribe da Amazônia, Alter do Chão une floresta e rio num só lugar
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