7 destinos da Rússia para viajar de trem
Partidas de Moscou ou outras regiões trazem passeios que duram horas ou semanas onde as belas paisagens e muito luxo são garantidos. Trem de luxo na Rússia; há opções de passagem e conforto para todos os bolsos Simon Pielow/Creative Commons Os passeios de trem pela Rússia podem levar de algumas horas a uma semana inteira, cabe ao turista decidir a melhor opção. As viagens costumam ser confortáveis e tranquilas com belas paisagens neste país que abraça dois continentes. Confira sete destinos possíveis para conhecer a Rússia em um trem: 1. Expresso do Inverno ao redor da região de Moscou Há muitos lugares interessantes ao redor de Moscou: em Kolomna, por exemplo, é obrigatório experimentar a famosa pastilá de maçã. Em Istra, não deixe de visitar o Mosteiro Nova Jerusalém, é no inverno que a cidade celebra a Epifania com um mergulho nas águas geladas do rio de mesmo nome e, em Serguiev Possad, veja o museu de brinquedos. Homem mergulha nas águas geladas do rio Istra durante celebrações da Epifania Ortodoxa na cidade de Istra, próxima a Moscou. Maxim Shemetov/Reuters Você pode chegar até lá em trens muito confortáveis, seja sozinho ou em uma excursão. Os trens e rotas mudam toda temporada: até o final de fevereiro, você pode visitar feiras de Ano Novo no Expresso do Inverno, ou celebrar a Maslenitsa russa e se encher de panquecas na primavera. Em todas as temporadas, diversas vezes os passeios são gratuitos. Também é possível se inscrever no site do sistema ferroviário suburbano de Moscou e pedir um guia em inglês. 2. ‘Rússia Imperial’, de Moscou a Vladivostok Que tal a lendária Ferrovia Transiberiana ligando Moscou e Vladivostok? Imagine só: você embarca no trem na segunda-feira, desembarca só na segunda seguinte e ainda está na Rússia! A Praça Vermelha, em Moscou Tibor Bognar / Photononstop/ AFP Um trem comum de passageiros circula diariamente, passando por Ecaterimburgo, Novosibirsk, Tiumên, Krasnoyarsk, Irkutsk e muitas outras cidades com paradas curtas de 15 a 20 minutos cada. E é claro que você não precisa passar todo o tempo a bordo – é possível ir de trem por alguns dias e dar uma descida também. A viagem a bordo do trem turístico “Rússia Imperial” dura duas semanas, mas inclui paradas de dia inteiro, excursões, refeições e até mesmo um cruzeiro em um iate particular em Vladivostok. Há também um tour opcional para Pequim. Você consegue pensar em uma viagem melhor que esta? 3. ‘Expresso Circum-Baikal’ A Estrada de Ferro Circum-Baikal (em russo, “Krugobaikalskaia”) costumava fazer parte da Transiberiana, mas a construção da usina hidrelétrica de Irkutsk fez com que partes da pista acabassem inundadas, interrompendo sua rota. Baikal é o lago mais profundo do mundo, com 1,6 km de profundidade Andrey Nekrasov/Barcroft Media Hoje, a linha é usada tanto por trens de turismo vintage, como por trens regulares de passageiros. Esta é a melhor rota para ver a beleza do Lago Baikal. Ela começa na estação de Slyudyanka (acessível a partir de Irkutsk) e vai até a estação de Porto Baikal, fazendo várias paradas ao longo do caminho, cada uma com duração de 15 a 40 minutos. A partir da última estação, pode-se pegar uma balsa para a aldeia Listvyanka e, de lá, um ônibus de volta para Irkutsk. A viagem inteira leva aproximadamente 12 horas. 4. Trem retrô no norte de Moscou Outra opção é subir em um trem vintage do início do século 20 que viaja pelo norte de Moscou. Ele parte da estação ferroviária Rajska e vai para a plataforma Krasnyy Baltiyets. A viagem em si dura apenas 15 minutos, após os quais há um tour por um antigo depósito de Moscou. Todo o percurso leva três horas. 5. Anel de Ouro O anel de ouro – a trilha turística mais famosa da Rússia – refere-se a um círculo de cidades e vilarejos antigos ao nordeste de Moscou que preservaram sua arquitetura medieval tradicional. As viagens turísticas ferroviárias duram de 2 a 3 dias e incluem várias paradas (Vladimir, Suzdal, Iaroslavl e outras), além de excursões. 6. Trens pelo litoral do Mar Negro Se você adora o mar e as montanhas, então vá para Sochi, a anfitriã dos Jogos Olímpicos de Inverno de 2014 e um dos melhores balneários de verão da Rússia. Pelo litoral, há uma linha ferroviária que liga o Parque Olímpico à cidade de Tuapse. A viagem em um trem de passageiros como leva cerca de 2,5 horas (veja mais sobre horário e bilhetes aqui). A cidade de Sochi, na Rússia, fica na costa do Mar Negro Alexxx Malev/Creative Commons 7. No interior da Rússia A 360 km de Moscou, na região de Tver, fica a pequena ferrovia Zemtsi-Jarkovski. Ali, um mini-trem moderno de um vagão cobre a linha de 47 quilômetros em 3 horas e 20 minutos, motivo pelo qual os moradores locais o apelidaram de “o trem mais lento da Rússia”. Mas, à medida que o trem anda, é possível se deleitar com algumas vistas pitorescas de aldeias quase abandonadas e florestas profundas. A viagem é melhor no verão.
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Qual o futuro do turismo sustentável no Brasil?
Plano Nacional do Turismo aprovado por Bolsonaro prevê estímulo à sustentabilidade, mas especialistas apontam falta de foco nas políticas para o setor e temem retrocessos. No arquipélago de Fernando de Noronha, a visitação anual já supera a capacidade estipulada pelo plano de manejo Fábio Tito/G1 Declarações recentes do presidente Jair Bolsonaro levantaram dúvidas quanto ao futuro das políticas de turismo sustentável no Brasil e às prioridades do governo para o setor. Nas últimas semanas, ele pediu apoio para "fazer a baía de Angra uma Cancún brasileira" e disse considerar a taxa cobrada para visitação e preservação do arquipélago de Fernando de Noronha "um roubo". "A sensação que eu tenho é que o turismo está vivendo um dia de cada vez, está difícil desenhar tendências", afirma Karina Toledo Solha, coordenadora do Departamento de Turismo e do Centro de Estudos de Turismo e Desenvolvimento Social da Universidade de São Paulo (USP). Foi aprovado em maio o Plano Nacional do Turismo, por meio do Decreto 9.791, assinado por Bolsonaro. O texto prevê "estimular a adoção de práticas sustentáveis no setor turístico" e ressalta que "a sustentabilidade no turismo é entendida de forma ampla, de maneira a garantir a preservação não apenas dos recursos naturais, mas da cultura e da integridade das comunidades visitadas". Rochedo na Esec de Tamoios, na Baía de Angra dos Reis Adriana Gomes/ICMBIO/Acervo O plano, desenvolvido ainda no governo de Michel Temer, tem como objetivo guiar as diretrizes para o setor do turismo nos próximos anos. Sem trazer estratégias detalhadas, o documento estabelece como meta ampliar a visitação internacional. Segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT), em 2017 o Brasil recebeu 6,58 milhões de turistas estrangeiros, e a meta é elevar o número para 12 milhões até 2022. Especialistas do setor ouvidos pela DW Brasil ressaltam que, para quase dobrar o número de visitantes, é preciso que o país se atenha a práticas sustentáveis. Eles reconhecem a intenção do governo de estimular o turismo sustentável como algo positivo, mas manifestam preocupações quanto à falta de foco nas políticas de turismo e o risco de serem desfeitos avanços obtidos no setor nas últimas décadas. "Nós, do turismo, estamos muito assustados, porque a perspectiva é muito obscura. A fala do atual presidente lança por terra toda essa construção que nós tivemos", afirma o especialista em turismo sustentável Reinaldo Miranda de Sá Teles, professor do curso de Turismo da USP. Para Teles, transformar Angra dos Reis – área que abriga a Área de Proteção Ambiental de Tamoios – na Cancún brasileira iria na contramão de conceitos modernos de exploração turística: "O desenvolvimento turístico em Cancún alimenta as operadoras turísticas e o mercado, mas a população que havia ali teve que se retirar. Ela não teve nenhum benefício." Teles argumenta que, com a construção de resorts, se perde a sensação de estar num lugar único com experiências culturais exclusivas, um dos atrativos para viajantes. Assim como Angra dos Reis, Fernando de Noronha é um local rico em biodiversidade. Para acessar o Parque Nacional Marinho do arquipélago, turistas estrangeiros precisam pagar uma taxa de conservação de R$ 212, e brasileiros, R$ 106. Apesar de Bolsonaro afirmar que a cobrança afasta turistas, desde 2015 a visitação atinge o limite de sua capacidade, de 89,8 mil pessoas por ano, conforme o plano de manejo local. Esec de Tamoios é formada por 29 ilhas, lajes e rochedos Reprodução/TV Globo Avanços nas últimas décadas Teles destaca os avanços alcançados no setor do turismo no Brasil desde a década de 1990, quando o setor passou a ser encarado de forma mais profissional no Brasil e as questões de sustentabilidade no setor vieram à tona, após a Eco92, no Rio de Janeiro. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o turismo é sustentável quando equilibra três pilares: desenvolvimento social, crescimento econômico e preservação ambiental. Teles aponta que o primeiro passo importante para a estruturação do setor foi o Programa Nacional de Municipalização do Turismo (PNMT), ainda no governo Fernando Henrique Cardoso. Os municípios começaram a identificar suas vocações, e a Embratur, por meio de programas, orientava o planejamento. Fundos de fomento ao setor também foram criados, e o debate da sustentabilidade começou a ganhar corpo. Fazer 'turismo sustentável' exige respeito ao meio ambiente e à cultura local; veja miniguia com dicas Em 2003, o Ministério do Turismo foi criado com a missão de traçar os planos nacionais, feitos a cada quatro anos, e passou a incorporar a preocupação com a sustentabilidade nas metas estabelecidas. Desde 2012, a Associação Brasileira das Operadoras de Turismo (Braztoa) promove, em parceria com o Ministério do Turismo, o Prêmio Turismo Sustentável. Já foram reconhecidos 79 projetos, entre os mais de 430 inscritos. "Percebemos que o Brasil pode se tornar uma referência em turismo sustentável, trazendo investimentos, respeitando as comunidades locais, provendo desenvolvimento em vários setores econômicos”, afirma o presidente da Braztoa, Roberto Haro Nedelciu. O plano é manter o prêmio, e o deste ano já está com inscrições abertas. Entre os dados promissores para o setor, Nedelciu destaca um estudo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), divulgado no ano passado, que mostra o impacto econômico positivo nos municípios abrangidos por reservas federais abertas à visitação. Cada R$ 1 investido no ICMBio gerou outros R$ 7 em benefícios econômicos no entorno dos parques, pelo consumo de serviços como hospedagem, transporte, alimentação e atividades de lazer pelos visitantes. Ranking internacional Em 2017, o Brasil ficou em sétimo lugar entre 100 países analisados no Índice de Turismo Sustentável elaborado pela revista britânica "The Economist". O país ficou atrás apenas de França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos, Japão e Índia. VÍDEO: veja dicas para praticar o turismo sustentável O índice tem como base 19 indicadores, que incluem ambiente político e regulatório, sustentabilidade ambiental, sustentabilidade sociocultural, sustentabilidade econômica e indústria de viagens e turismo. Entre os pontos positivos destacados do Brasil estavam a qualidade do ar, emissão de CO2 por dólar do PIB e o uso responsável da água. Apesar da boa colocação no ranking e dos avanços nos últimos anos, Solha, da USP, vê as iniciativas sustentáveis no Brasil como ainda muito dispersas e aponta a necessidade de uma política nacional clara. Entre os pontos positivos destacados do Brasil estavam a qualidade do ar, emissão de CO2 por dólar do PIB e o uso responsável da água. Heintz Jean / hemis.fr/ AFP O que diz o governo Consultado sobre investimentos e planos detalhados para a sustentabilidade do setor, o Ministério do Meio Ambiente não respondeu aos questionamentos da DW Brasil até a publicação desta reportagem. Já o Ministério do Turismo afirmou, em nota, que o país avançou nos últimos anos em relação ao turismo sustentável e que a preocupação é "desenvolver a atividade de forma a poupar os recursos naturais, buscando a eficiência energética, o uso racional da água e a correta destinação de resíduos sólidos gerados pelos empreendimentos". O texto diz ainda que uma preocupação do setor é melhorar a qualidade de vida das comunidades locais, que por muito tempo não participaram "ativamente da cadeia produtiva do turismo, sendo privada dos benefícios econômicos que a atividade é capaz de gerar". Para isso, o ministério exemplifica que o setor tem possibilitado a integração da comunidade à cadeia produtiva, com venda de produtos gastronômicos, artesanatos ou por meio de experiências, como manifestações artísticas e culturais locais. Questionada sobre os planos da nova gestão na área do turismo sustentável, a pasta respondeu apenas que desenvolve um programa para a valorização da gastronomia brasileira como ativo turístico estratégico. "A abordagem da gastronomia do ponto de vista da sustentabilidade está alicerçada na valorização da produção local e promoção dos produtos da biodiversidade do Brasil, por exemplo", afirma.
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Lista de viagem: checklist mostra o que levar na mala e quais itens são essenciais
Seja no frio ou no calor, em viagens de avião, ônibus ou carro; profissionais de turismo e organização dão as dicas para não passar nenhum sufoco. Vai viajar? Este é o checklist ideal, segundo especialistas Pexels Viagem é sinônimo de planejamento. Desde o momento em que se define o destino até a hora de embarcar, há uma série de pequenas coisas que têm que ser feitas para evitar verdadeiros "perrengues" durante as merecidas férias. O G1 entrou em contato com especialistas para listar o que não pode faltar antes de qualquer viagem. No infográfico abaixo, o checklist ou lista de coisas essenciais que você precisa avaliar: Imprima e use para não deixar nada para trás Roberta Jaworski/G1 "Um viajante não deve levar mais do que consegue carregar", recomenda a agente de viagens Angélica Martins. Ela ressalta também a importância de se informar sobre as restrições de bagagem em voos, para evitar prejuízos na hora do embarque. De acordo com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os passageiros de voos nacionais não podem embarcar com: armas, objetos pontiagudos ou cortantes e líquidos inflamáveis. Para esta profissional de turismo, é importante organizar os itens da bagagem levando em conta a forma com que irá transportá-los e se for em voos, sem que se pague pelo excesso de peso na hora de despachar. A agente recomenda priorizar uma mala leve e resistente, ter em mãos um adaptador universal de tomadas, os carregadores dos aparelhos eletrônicos e os endereços dos hotéis e roteiros anotados, caso fique sem internet. Confira dicas e truques para arrumar as malas antes de viajar Divulgação Malas dentro das novas regras Com as novas regras para o transporte de bagagem na cabine, o viajante precisa se preparar para economizar no espaço caso não tenha optado pelo despacho de bagagens. Para a organizadora pessoal Juliana Faria, a primeira coisa é conferir a previsão do tempo no destino para as datas planejadas da viagem. "Dentro disso, eu consigo ver que tipo de roupa eu vou precisar levar. Um segundo ponto importante é entender o tipo de transporte que eu vou utilizar, porque tem a questão do tamanho da mala." De acordo com a Associação Brasileira das Empresas Aéreas (Abea), passageiros de voos nacionais têm direito a embarcar – sem custo adicional – com uma bagagem de mão de no máximo 10 kg e 55 cm e altura. A especialista em organização recomenda listar as atividades que o viajante pretende realizar para saber se precisa levar alguma roupa especial, como trajes mais "comportados" para igrejas e templos religiosos; e roupas mais "elegantes" para festas e jantares. Faria alerta para os excessos e recomenda levar trocas suficiente apenas para a metade da viagem e aproveitar os serviços de lavanderia dos hotéis sem medo de repetir look. "Já cheguei a montar uma mala de bordo para uma viagem de mais de duas semanas no inverno e não estourei o limite indicado." #ficadica Roupas: Para viagens urbanas, looks do dia a dia são a pedida. É importante priorizar o conforto e ficar de olho nas mudanças do tempo, afinal, se o roteiro inclui trilhas não deixe de levar calçados próprios para caminhada, roupa térmica e camisetas dry-fit. Se fizer frio, jaquetas com gorro que ocupem pouco espaço quando dobradas, além de luvas e cachecóis. Calçados: Para bater perna em cidades, os calçados já usados são melhores que os novos – eles estão amaciados. Em trilhas, o ideal é usar tênis ou botas – também já amaciadas. Chinelos de borracha são úteis não só para ir à praia, mas também para encarar chuveiros compartilhados e até passear em dias de muito calor.
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Principais praias turísticas do Caribe mexicano estão limpas de sargaço
Cancún, Playa del Carmen, Isla Mujeres e Puerto Morelos estão livres desta alga, informou nesta quinta-feira (1º) a Marinha do México. Sargaço se acumulava nas areias da praia em Tulum, no Caribe mexicano, ainda apresenta infestações de 40% e 60%, Daniel Slim/AFP As praias de alguns dos principais destinos do Caribe mexicano, como Cancún e Playa del Carmen, estão livres do sargaço que invade as águas desta região, vital para a indústria turística mexicana, informou nesta quinta-feira (1º) o governo mexicano. As praias dos municípios de Benito Juárez, onde fica Cancún, e Solidaridad, onde está localizada a Playa del Carmen, além das de Isla Mujeres e Puerto Morelos, têm "zero presença" de sargaço, disse o almirante Rafael Ojeda, secretário da Marinha do México. Grande quantidade de sargaço se acumulou na Playa del Carmen, no México. Governo mexicano diz que praia está livre da infestação. Victor Ruiz/AP No entanto, outros destinos populares como Tulum e a ilha de Cozumel, caracterizados por seu ambiente mais rústico e natural, ainda apresentam em suas praias infestações de 40% e 60%, respectivamente, acrescentou a fonte. "Estimamos que em mais ou menos um mês e meio as praias dali estarão limpas", disse Ojeda durante a conferência matutina do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador. O governo anunciou em junho que investirá 2,7 milhões de dólares para combater a chegada de toneladas de sargaço, uma alga mal cheirosa e de cor parda, que ameaça arruinar a beleza das praias paradisíacas da chamada Riviera Maya, visitadas por milhões de turistas por ano. Cientistas descobrem maior conjunto de algas marinhas do mundo e estudam relação com desmatamento
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ObservaturMS inicia pesquisa para identificar perfil do turista de pesca
Campo Grande (MS) – A Fundação de Turismo de MS (Fundtur) deu início a um trabalho que visa identificar o perfil dos turistas de pesca que visitam ou visitaram destinos em Mato Grosso do Sul nos últimos 4 anos. O Observatório de Turismo de MS (ObservaturMS) elaborou uma pesquisa, feita através do formulário googledocs. Ela […]
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Catedral britânica instala percurso de minigolfe para atrair fiéis jovens
Objetivo é ensinar sobre arquitetura e história da cidade. A Catedral de Rochester, na Inglaterra, instalou um percurso de minigolfe na sua nave central. O objetivo, segundo o fundo que financia a igreja, é atrair os fiéis mais jovens e também ensinar a comunidade sobre marcos da história e da arquitetura da cidade, como a famosa Ponte de Manchester, e também sobre os elos da igreja com a comunidade. A pista, com nove buracos, vai estar aberta durante todo o mês de agosto, de graça. Catedral britânica instala percurso de minigolfe para atrair fiéis @RochesterCathed Catedral britânica instala percurso de minigolfe para atrair fiéis @RochesterCathed Catedral britânica instala percurso de minigolfe para atrair fiéis @RochesterCathed Catedral britânica instala percurso de minigolfe para atrair fiéis @RochesterCathed
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Quão segura para turistas LGBTI é a Alemanha?
País perdeu parte de sua atratividade como destinação para lésbicas, gays, bi e trans, afirma blog de viagens. Mas esse segmento turístico continua forte, sobretudo quando as cidades celebram o Dia do Orgulho Gay. Participantes seguram uma bandeira do arco-íris durante o Christopher Street Day, parada gay anual em Frankfurt, na Alemanha, no dia 20 de julho. Andreas Arnold/dpa/AFP No segundo trimestre de 2019 soou o alarme na redação do blog de viagens gay Spartacus, em Berlim: a Alemanha caíra fragorosamente no ranking de seu mais recente Gay Travel Index (GTI), do 3º para o 23º lugar. Responsável foi principalmente a violência crescente contra lésbicas, gays, bi, trans e intersexuais (LGBTI), relata Leander Milbrecht, da redação do blog. "A queda da Alemanha no GTI 2019 é culpa dos crimes e ataques contra pessoas LGBTI", confirma o autor, citando que apenas em 2018 a polícia de Berlim registrou 225 delitos contra pessoas queer (não conformes com a heteronormatividade), 54 mais do que no ano anterior. Segundo o projeto gay antiviolência berlinense Maneo os casos chegariam até a 382, 58 a mais do que em 2017. Milbrecht enfatiza que, segundo dados oficiais, a tendência crescente se faz sentir em todo o país. Além disso, especialistas contam com uma "cifra oculta" elevada, pois grande parte das vítimas sequer apresenta queixa. O Spartacus, especializado em guias de viagem para homossexuais masculinos, emprega uma série de critérios para ordenar 197 países em seu Gay Travel Index. Há perigo de perseguição, pena de morte ou agressões violentas? Há discriminações sancionadas pelo Estado, como restrições de viagem para soropositivos ou a proibição de Paradas do Orgulho Gay? Qual é a situação dos direitos civis? Nesse quesito, a Alemanha ganhou pontos em 2018, ao introduzir o "casamento para todos". Até o momento, a reputação de internacional do país é de ser livre e tolerante, com Berlim como porto seguro para LGBTIs perseguidos em seus países de origem. A reputação de internacional do país é de ser livre e tolerante, com Berlim como porto seguro REUTERS/Fabrizio Bensch Será que tudo isso mudou dramaticamente? Será o caso de divulgar advertências aos turistas, justamente quando numerosas cidades alemãs festejam o Dia do Orgulho Gay – ou Christopher Street Day (CSD), como é conhecido no país –, com a participação de tantos turistas LGBTI? Jan Noll, redator-chefe da revista queer berlinense Siegessäule, aconselha calma. "Eu não diria que os ataques homófobos tomaram uma dimensão tal que se deva desaconselhar as pessoas de viajarem para a Alemanha." Como outros especialistas, ele supõe que o incremento dos números também se deva à maior disposição de prestar queixa, por parte das vítimas de agressões. David Staeglich-Büge, da diretoria do CSD de Berlim, avalia a questão de modo semelhante. É claro que ele adoraria ver a Alemanha na primeira colocação, na categoria segurança, sobretudo considerando que neste fim de semana (26-27/07) o orgulho gay é celebrado na capital alemã em grande estilo. Segundo ele, nada mudou: "O sentimento de segurança dentro da community berlinense continua muito grande." Quanto a certa instabilidade que se infiltra atualmente nos meios LGBTI, ele a atribui antes à política: "A ameaça da direita é percebida mais fortemente do que a da criminalidade de ódio." Mas para a Parada do Orgulho Gay de Berlim, a maior e mais internacional do país, o fato não tem qualquer impacto, asseguram os organizadores. Pelo contrário: no 50º aniversário da revolta dos gays contra a arbitrariedade policial, no Stonewall de Nova York, a metrópole alemã aguarda mais visitantes do que nunca. Por outro lado, o fato de a Alemanha não ter respondido com um plano de ação ao aumento das agressões registradas contra queers também teve efeito negativo sobre sua colocação no GTI, avalia o Spartacus. "O presidente francês, Emmanuel Macron, reagiu a um incremento semelhante", lembra Leander Milbrecht. Na Alemanha, em contrapartida, apenas estados como Berlim expediram planos de ação, sem que houvesse qualquer iniciativa equivalente no nível federal. Alemanha caiu do 3º para o 23º lugar no ranking Gay Travel Index (GTI) Henning Kaiser / dpa / AFP Segundo o blog de viagens gay, o terceiro grande ponto negativo para o país é a falta de uma legislação moderna para trans e intersexuais. A comunidade LGBTI critica severamente a Lei da Terceira Opção, que entrou em vigor em dezembro de 2018, permitindo, além de "masculino" e "feminino", a definição de sexo "diverso". Segundo Jan Noll, da Siegessäule, desse modo se dificulta tremendamente a mudança do estado civil, sobretudo para os transexuais. Ainda assim, ele critica a decisão do blog de viagens de deixar essa insegurança jurídica influenciar seu ranking turístico. "Os critérios que o Spartacus emprega são políticos, não se manifestam na rua, não são critérios que devam influenciar os planos de viagem." E, de fato, muitos não consideram esse detalhe e acorrem à Alemanha. Contudo no futuro muito pode estar em jogo: a Central Alemã de Turismo considera os LGBTIs um segmento de mercado importante, estimando que sejam responsáveis por 3% do total anual de 1,2 milhão de viagens à Alemanha. Em Berlim, o segmento chega a responder por um sexto de todas as reservas de hotéis. Isso é incentivo suficiente para que a Alemanha se esforce por ocupar um bom ranking no Gay Travel Index. Se possível, o primeiro lugar, que no momento é partilhado por três países: Canadá, Suécia e Portugal.
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O restaurante vegetariano mais antigo do mundo
Por mais de um século, uma família em Zurique, na Suíça, tem ajudado a transformar a alimentação na Europa O buffet do Haus Hiltl oferece 100 pratos vegetarianos caseiros e veganos de todo o mundo Divulgação/Haus Hiltl É hora do almoço no centro histórico de Zurique, na Suíça, próximo à movimentada rua comercial Bahnhofstrasse, e o restaurante Haus Hiltl está a todo vapor. Aromas tentadores se espalham pelo ar enquanto os clientes fazem fila para saborear o buffet de 100 pratos caseiros vegetarianos e veganos de todo o mundo. Eu encho meu prato com uma camada de verduras crocantes, legumes temperados, colheradas de paneer (queijo indiano) bem condimentado e curry de grão de bico. Acrescento tofu marinado em chili e um pouco de castanha de caju, mas reservo espaço para meu prato favorito: jalapeño poppers – bolinhos fritos de pimenta jalapeño -, recheados com chilli e cream cheese, envoltos em farinha de pão crocante. No final, meu prato é uma verdadeira montanha, com cada pedacinho devidamente texturizado e temperado com ervas, repleto de sabores distintos que a família Hiltl aperfeiçoa há mais de cem anos. Hoje, o Haus Hiltl não é apenas uma das opções de restaurante mais populares de Zurique. O estabelecimento é reconhecido pelo Guinness World Records, o livro dos recordes, como o restaurante vegetariano em funcionamento continuo mais antigo do mundo. Um templo gourmet de "indulgência saudável", fundado em 1898 e gerenciado pela quarta geração da família Hiltl. Combinando influências indianas, asiáticas, mediterrâneas e suíças, os cardápios do Haus Hiltl apresentaram a gerações de suíços e europeus um verdadeiro ratatouille de opções vegetarianas – muito além das batatas e tubérculos, desde que abriu suas portas pela primeira vez. No andar de baixo, fica o bufê a quilo do Haus Hiltl, uma opção mais informal e bastante movimentada. No primeiro andar, você encontra o restaurante à la carte, com suas toalhas de mesa brancas, janelões e uma parede inteira repleta de prateleiras de livros de receitas. Um espaço mais refinado para quem deseja curtir o ambiente. Na última década, a marca Hiltl abriu oito filiais em Zurique. No entanto, em um país que ama carne, o conceito de restaurante vegetariano levou décadas até criar raízes. O Haus Hiltl serve pratos vegetarianos em Zurique, na Suíça, há mais de 100 anos Divulgação/Haus Hiltl A culinária de influência alemã de Zurique sempre foi caracterizada por pratos saudáveis de carne de porco e vitela, entre os quais o Zürcher geschnetzeltes – um ragu cremoso de vitela e cogumelo – talvez seja o mais famoso. Quando o restaurante foi inaugurado no fim do século 19, os vegetarianos eram frequentemente ridicularizados pelas elites suíças, sendo chamados de "herbívoros". De acordo com o jornalista Paul Imhof, autor do livro Das Kulinarische Erbe der Schweiz ("A herança culinária da Suíça", em tradução livre), a carne era tradicionalmente o elemento mais desejado das refeições na Europa Central – uma tendência que estava ligada tanto à renda quanto à preferência gastronômica. E os ingredientes sem carne eram limitados a pouco mais do que batatas, queijos, legumes e verduras. Na verdade, se não fosse por um alfaiate alemão viajante chamado Ambrosius Hiltl, que sofria de reumatismo, o verdadeiro jardim da gastronomia suíça nunca teria desabrochado. Vários anos após se estabelecer em Zurique, no fim da década de 1890, o alfaiate da Baviera foi diagnosticado com artrite reumatoide grave. Não só Ambrosius não era mais capaz de costurar, como o médico disse que, a menos que ele parasse de comer carne, provavelmente morreria prematuramente. O Haus Hiltl é reconhecido pelo 'Livro dos Recordes' como o restaurante vegetariano mais antigo em atividade contínua do mundo Divulgação/Haus Hiltl Naquela época, era difícil conseguir refeições sem carne, então o alfaiate de 24 anos entrou no único estabelecimento onde sabia que encontraria: o Vegetarierheim and Abstinence-Café, o único restaurante vegetariano de Zurique, apelidado de 'bunker das raízes' pelos locais. Ambrosius não só se apaixonou pelos pratos vegetarianos, a que ele atribui sua rápida recuperação, como também pela mulher que preparava as refeições. Em 1904, ele aproveitou a oportunidade de comprar o restaurante, que estava passando por dificuldades; logo depois se casou com a cozinheira, Martha Gneupel; e deu um novo nome ao estabelecimento: Haus Hiltl. Naquele mesmo ano, o médico Maximilian Bircher-Benner abriu um sanatório próximo a Zurique, à medida que o "movimento de reforma da vida" – que acreditava que ser vegetariano nos aproxima da natureza – começava a se espalhar pela Suíça. Defensor dos poderes curativos da alimentação, Bircher-Benner também era a favor de uma dieta sem carne e inventou o muesli, cereal matinal que hoje é símbolo do café da manha na Suíça. O crescente interesse da população por uma vida saudável, aliado à personalidade carismática de Ambrosius, ajudou a atrair mais clientes ao estabelecimento, mas o restaurante passou por dificuldades financeiras nos primeiros anos, de acordo com o atual proprietário Rolf Hiltl. O Haus Hiltl passou por dificuldades financeiras nos primeiros anos, apesar do crescente interesse do povo suíço por uma vida mais saudável Divulgação/Haus Hiltl "Meu bisavô era um homem que amava gente; um homem que atraiu pessoas importantes… mas [ser vegetariano] não era moda naquela época", explica. Apenas em 1951 que o atual restaurante realmente ganhou fôlego. Naquele ano, a nora de Ambrosius, Margrith, viajou para Déli, na Índia, como representante oficial da Suíça no Congresso Vegetariano Mundial e se apaixonou pelos sabores indianos. Ao voltar com as malas cheias de especiarias – como coentro, cardamomo, açafrão e cominho -, Margrith começou a preparar alguns pratos com influência indiana para os clientes, como pedidos especiais, em sua cozinha privada no Haus Hiltl. Enquanto Margrith ensinava sua equipe a preparar seus pratos, um fluxo contínuo de clientes indianos e celebridades começou a frequentar o restaurante – incluindo o ex-primeiro-ministro indiano, Morarji Desai, anos depois. Além disso, a Swissair convidou o Haus Hiltl para se tornar o fornecedor oficial de refeições vegetarianas para seus passageiros (a companhia aérea, hoje conhecida como Swiss, ainda serve refeições vegetarianas em parceria com a Haus Hiltl), o que aumentou ainda mais a reputação do restaurante fora de Zurique. Até hoje, muitos dos pratos pioneiros de Margrith, que em outra época eram considerados exóticos demais para o povo suíço, acostumado com batata cozida, queijo e salada, ainda são servidos no Haus Hiltl. Quando os sabores indianos foram introduzidos no cardápio em 1951, o Haus Hiltl finalmente decolou Reprodução/Instagram Um dos pratos é o Thali: uma variedade de curries servidos com raita (molho indiano à base de iogurte) de gengibre, picles de manga, chutney de coco, servidos com arroz, paparis e naan (tipos de pães indianos). O restaurante também serve um prato exclusivo de banana, acompanhado de um toque especial de manga e pitadas de castanha de caju. "[Margrith Hiltl] percebeu que a culinária indiana é um 'El Dorado' para os vegetarianos", diz Imhof. "Isso foi surpreendente para a sociedade na época." Quando o pai de Rolf, Heinz Hiltl, administrava o Haus Hiltl na década de 1960, Zurique havia mudado tanto que o restaurante, antes cercado por uma pequena floresta, agora estava localizado bem no centro da cidade. Zurique não tinha se transformado apenas fisicamente – a percepção das pessoas em relação à comida vegetariana também estava evoluindo. Para manter o ritmo e ajudar a atrair clientes mais jovens, Heinz lançou em 1973 um conceito vegetariano moderno chamado Hiltl Vegi, que incluía uma mesa de saladas, um balcão para comprar comida para viagem e uma variedade de sucos – foram os primeiros de Zurique, segundo Rolf. De acordo com Rolf Hiltl, atual proprietário, cerca de 80% dos clientes do restaurante não são vegetarianos Reprodução/Instagram "Todo mundo conhece o Hiltl e as coisas incríveis que eles fazem com ingredientes vegetarianos e veganos", diz Lukas Fueglister, editor do guia Zürich In Your Pocket. "O fato de que parece ser o restaurante vegetariano mais antigo do mundo é certamente bom para eles divulgarem o local, mas para a Zurique de hoje, acho que é mais importante que o Hiltl continue sendo um estabelecimento inovador na cena gastronômica da cidade." Mais de um século após abrir suas portas pela primeira vez, o Haus Hiltl ainda aposta em novidades na cozinha vegetariana. "Nós temos nossas raízes e nossos valores vão permanecer, mas precisamos fazer os pratos de acordo com 2019, e não 1898", afirma Rolf. "Estamos sempre tentando coisas novas." Segundo Rolf, que é flexitariano (segue a dieta vegetariana, mas se permite comer carne de vez em quando), cerca de 80% dos clientes do restaurante não são vegetarianos, o que demonstra o grande apelo do cardápio de inspiração internacional, assim como das interpretações criativas de pratos típicos suíços, como a versão vegetariana do Zürcher geschnetzeltes, feito com seitan (carne de gluten) orgânico. "A melhor avaliação que podemos ter é que pessoas que não são vegetarianas frequentam (o restaurante) e nem sequer percebem que [os pratos são] vegetarianos", diz. "Essa é a nossa missão, na verdade." Para promover a filosofia da "indulgência saudável" do restaurante, Rolf abriu a The Hiltl Academy no quinto andar do estabelecimento em 2015, onde amantes da gastronomia e chefs profissionais podem ter aulas de culinária vegana e vegetariana. Há, inclusive, um curso dedicado aos pratos de inspiração indiana de Margrith. Rolf lançou ainda uma série de livros de culinária vegetarianos e veganos, e abriu o primeiro "açougue" vegetariano da Suíça ao lado do Haus Hiltl, que serve fatias e pedaços de tofu, seitan e tempeh (fermentação de soja), assim como iguarias famosas do Haus Hiltl, como o Zürcher geschnetzeltes e o tartar de berinjela. Há planos até de abrir um restaurante em Nova York ou Los Angeles no futuro. À medida que o alvoroço do horário de almoço vai diminuindo, termino de saborear um verdadeiro atlas mundial de delícias vegetarianas. E me pergunto o que Ambrosius diria ao ver que seu restaurante é hoje uma tendência. Para finalizar, como um autêntico "herbívoro", me dirijo até a bandeja de sobremesas e coloco uma fatia do clássico cheesecake de limão picante do Haus Hiltl no meu prato.
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Festival de Verão flerta com o ilusionismo e a performance para revelar Paris encantada
A edição 2019 do festival mergulha em temas como fuga e fantasia, propondo a turistas e parisienses uma programação vibrante e desafiadora. Encenação de 'Fases', de Joseph Banderet, no Festival de Verão da França Divulgação/Festival Paris l'été Há 30 anos o Festival Paris l'Été, ou o festival de Verão de Paris, oferece uma diversidade de atrações, para quem fica na capital francesa quando as temperaturas sobem, e uma oportunidade para redescobrir os encantos da capital. Criado por Jack Lang, o icônico ex-ministro da Cultura de François Miterrand, a edição 2019 do festival mergulha em temas como fuga e fantasia, propondo a turistas e parisienses uma programação vibrante e desafiadora, que mistura grandes nomes da dança e da performance, como a Cia Batsheva e Christian Rizzo, a espetáculos de ilusionismo, fogo, circo, música e teatro, até experiências gastronômicas "conceituais". Para a diretora artística do festival, Laurence Magalhães, a ideia é reinventar e a alegria e o sonho de um verão elétrico em Paris, sob o ponto de vista do estranhamento e da ruptura, revelando lugares atípicos da capital francesa, ou não habitualmente frequentado pelo público de artes cênicas. "O festival fala sobre ter tempo de descobrir Paris, de saber desfrutar desse momento, para quem não sai de férias e fica na cidade durante o verão", diz a diretora. "Tentamos nos apropriar de lugares que não são lugares tradicionais de espetáculos, como o Museu da Vida Romântica, o Centro Cultural Holandês e o espaço em frente à Pirâmide do Louvre, por exemplo. A ideia é se aventurar um pouco mais longe e sair do esperado, dos lugares clássicos", avalia. Initial plugin text O festival Paris L'Été oferece espetáculos pagos e gratuitos, com possibilidades para todos os bolsos. O objetivo é surpreender as pessoas dentro de seu cotidiano na cidade e quebrar o ritmo, desafiar a ordem, como conta Magalhães: "Há uma série de pinturas gráficas com representações ultrarealistas de vacas que se instalarão no Parque de La Villette a partir de sexta-feira, ou centauros que "invadem" a estação de trem de Gare de L'Est, temos um pouco de tudo, dança, teatro, concertos, e até um "afogamento" musical", revela. "Não trabalhamos dentro de um registro elitista, de pesquisa acadêmica, mas com a retomada de grandes espetáculos, para que as pessoas possam aprecisar um pouco de tudo, com momentos "antes" e "depois" do espetáculo, e bares que funcionam até 4h da manhã, isso também faz parte deste festival", sublinha Laurence, que também coordena a programação do Teatro Monfort em Paris. Initial plugin text "Turbulências Poéticas" Entre grandes rituais de fogo famosos em todo o mundo, trazendo as chamadas "turbulências poéticas" da emblemática companhia de espetáculos de rua Carabosse, e um concerto com a Jovem Orquestra Filarmônica Árabe, várias atrações chamam a atenção pelo inusitado de suas propostas, como a experiência culinária Encatation, de Johann le Guillerm e do chef Alexandre Guauthier, dono de duas estrelas no Guia Michelin. Juntos, um "escritor de pratos" e um que prepara suas "ideias para comer". A programação tem um menu para todos os gostos, como lembra Laurence Magalhães. "Teremos também a cia 2600 Couverts, muito conhecida e querida de todos, um grupo completamente louco que faz o mundo inteiro rir. Eles apresentarão sua nova criação, Veró 1ére, Rainha da Inglaterra. Teremos uma atração no Centro Cultural Irlandês, um lugar mágico dentro de Paris, e um espetáculo de trapézio com um mágico bastante conhecido, o Yann Frish, que se instalará a partir de 31 de julho em um parque da capital", completa a diretora. As "vísceras" dos "insetos" e dos instrumentos musicais Entre as atrações, o coletivo Tout Reste à Faire, (Tudo está por Fazer, em português) traz a exposição Anima (Ex) Musica que realiza uma aventura, através de partes de instrumentos musicais desmontados, pelo exoesqueleto de insetos, crustáceos e aranhas gigantes, construindo criaturas que fascinam o público pela beleza, ineditismo e pela mecânica ultracomplexa. O criador do grupo, o artista plástico, designer e músico Mathieu Desailly, explica o desafio, durante o Festival de Verão de Paris. "No início, não achei que trabalharíamos apenas sobre os artrópodes. Mas abrimos as portas para um mundo desconhecido, invisível", conta. "Havia também um elo possível entre a suposta mecânica dos insetos, com suas carapaças, ganchos, mecanismos articulares, e então nosso trabalho foi de fazer uma transição entre a mecânica dos instrumentos e dos animais. Construímos um escaravelho gigante do tamanho de um cavalo, como se fosse a criatura mais linda do mundo", lembra Desailly. "Existe também o fato dos instrumentos também não serem muito conhecidos em seu interior. A maioria das pessoas não conhece o interior de um acordéon, e sua harmonia", conclui o criador. O festival Paris L'Été fica em cartaz na capital francesa até o dia 3 de agosto.
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O país que tem o unicórnio como símbolo nacional
De brasões a esculturas, a criatura mitológica, que é símbolo da identidade nacional, está presente por toda a parte na Escócia. Antes da União das Coroas em 1603, o Brasão Real da Escócia era amparado por dois unicórnios Pixabay Em Edimburgo, do lado de fora do Palácio de Holyroodhouse, residência oficial da rainha na capital escocesa, Kenny Hanley, um guia de 74 anos, pode ser encontrado com frequência apontando para uma escultura de pedra no alto do portão de entrada. A atenção dele está voltada para uma criatura mágica – que, embora poucos saibam, é repleta de significado – enquanto conta uma história quase inacreditável sobre a identidade nacional da Escócia. Ao dar um passo para trás, é possível ver a imagem completa. Há uma segunda figura de pedra do lado oposto: um leão feroz, coroado, segurando uma bandeira enquanto monta guarda. Mas o olhar de Hanley permanece voltado para a esbelta e mítica criatura acorrentada à nossa direita. Essa figura que se parece com um cavalo – adornada com um chifre único em espiral na testa – é um unicórnio. E, acredite ou não, o animal é símbolo nacional da Escócia. Até pouco tempo atrás, todas as conversas sobre unicórnios se restringiam a espaços recreativos infantis cheios de glitter. Ou a uma caixa de cereal com as cores do arco-íris. Raramente era um assunto digno de um debate intelectual. Mas hoje em dia os unicórnios estão por toda parte. De desenhos animados a filmes, passando pela moda e pelas redes sociais, essas criaturas hoje ocupam um papel importante no imaginário popular. Para completar, 9 de abril é Dia Nacional do Unicórnio na Escócia. Busque pela hashtag #NationalUnicornDay no Instagram e você vai entrar em um mundo de cupcakes cintilantes e memes multicoloridos. O portão de entrada do Governor's Palace é guardado de um lado por um unicórnio de pedra Pixabay Em meio a tudo isso, não podemos esquecer da saga Harry Potter, de autoria de JK Rowling, inspirada em muitos lugares reais de Edimburgo e repleta de histórias que envolvem as propriedades mágicas do sangue e do pelo do unicórnio. Não que nada disso importe para Hanley, que viu seu primeiro unicórnio há mais de 60 anos, quando passava a infância no bairro de Canongate, perto do Palácio de Holyroodhouse. "É há muito tempo um símbolo de pureza e poder, mas também de virgindade e sutileza", explica Hanley, que trabalha como guia credenciado da Associação de Guias Turísticos da Escócia. Quais são outros animais nacionais? "E esses valores ainda resistem quando se pensa na Escócia hoje. São características incorporadas à psique escocesa." Na maioria dos países, o animal nacional acaba sendo um produto da história natural ou da geografia. Na Austrália, é o canguru-vermelho. Na África do Sul, o springbok (chamado de cabra-de-leque ou pequena gazela). A Espanha tem o touro, enquanto a Índia venera o tigre-de-bengala, o elefante e o pavão. O Canadá celebra o castor-americano; a Rússia, o urso-pardo eurasiático. A Indonésia? O dragão-de-komodo. Afeganistão? O leopardo-das-neves. No Brasil, errou quem chutou tamanduá-bandeira ou tatu-bola: é o sabiá-laranjeira. E a Escócia? Digamos que o animal deles tem mais a ver com o mundo das fábulas. Para quem é de fora, tudo isso pode parecer absurdo. No entanto, há dezenas de lugares onde é possível ver o mítico cavalo branco dos contos de fada à solta em Edimburgo – e em toda a Escócia. Ajustando as fronteiras entre fantasia e realidade, você pode observar lembretes de sua influência em brasões heráldicos, gravuras, moedas de ouro, selos reais, painéis de parede, escudos de armas, túmulos e tapeçarias. A Escócia celebra o Dia Nacional do Unicórnio todos os anos em 9 de abril Pixabay No Palácio de Holyroodhouse, no Castelo de Edimburgo, no Castelo de Craigmillar e na Catedral de St. Giles, todos localizados em Edimburgo, os unicórnios são onipresentes. Siga em direção ao oeste até o Palácio de Linlithgow, local do nascimento de Mary Stuart, rainha da Escócia no século 16, e você vai encontrar unicórnios bem preservados em uma fonte no pátio interno e no que resta do teto. Vá agora para noroeste até o Castelo de Stirling, onde a criatura mítica é o tema de suas intricadas tapeçarias, sete recriações tecidas à mão das "Tapeçarias do Unicórnio" (entre as mais valiosas obras de arte do fim da Idade Média; os originais estão agora em exposição no Met Cloisters, em Nova York). Do Castelo Delgatie, em Aberdeenshire, ao HMS Unicorn (o navio de guerra de madeira mais antigo remanescente da Escócia), em Dundee, passando pelos mercados de Prestonpans e Glasgow, há uma infinidade de unicórnios com uma coroa no pescoço. Como um novato em unicórnios, eu realmente não tinha ideia de por onde começar. Mas a companhia de um dos principais guias turísticos da Escócia era um bom ponto de partida. "Onde quer que você vá na Escócia, você pode vê-los", me disse Hanley. "Você precisa saber apenas onde procurar. Hoje, as pessoas veem a história pela ótica do século 21, seja pela rede social ou qualquer outra coisa, e perdemos a visão geral de como tudo isso aconteceu. No entanto, há uma linha clara a seguir. O unicórnio é um símbolo construído sobre uma ideologia, e aprender sobre isso abre portas e surpreende. Até eu acho isso quase inexplicável às vezes." Esta criatura enigmática tem uma história igualmente complexa e complicada, que se estende por cerca de 3 mil anos. Considerados reais pelos gregos antigos, os quadrúpedes parecidos com cavalos foram mencionados pela primeira vez no século 4 a.C. pelo historiador clássico Ctesias na obra Indica, livro sobre a Índia no qual ele descreve a criatura como um "asno selvagem" com um chifre brotando de sua têmpora. A crença se espalhou quando o unicórnio apareceu no Antigo Testamento e referências a cavalos míticos foram feitas no Alcorão (o que ainda hoje é alvo de calorosos debates), enquanto a existência de outras criaturas de aparência peculiar, de carne e osso, como o rinoceronte, o oryx e o narval, pouco fizeram para acabar com o mito. Existe até uma teoria de que unicórnios teriam sumido da face da Terra porque foram simplesmente lentos demais para entrar na Arca de Noé antes do dilúvio. Com o tempo, a criatura chegou a representar Jesus Cristo, enquanto outros acreditavam que só poderia ser domada por virgens. No século 12, o unicórnio fez sua primeira aparição na Escócia, sendo incluído no brasão real por Guilherme 1° (também conhecido como Guilherme, o Leão). De acordo com o Museu Nacional da Escócia, reza uma lenda medieval que apenas um rei poderia manter um unicórnio preso, por conta do suposto perigo que representa, algo que pode ter dado origem à sua adoção generalizada. O que se sabe é que Jaime 2° abraçou a lenda de coração aberto, e o unicórnio se tornou o símbolo de pureza e poder com o qual os reis escoceses e a nobreza se identificavam no século 15. Com o tempo, isso levou o unicórnio a ser oficialmente reconhecido como animal nacional da Escócia. O que começou com Jaime 2° prosperou com seus descendentes – notavelmente Jaime 3°, Jaime 4° e seu neto Jaime 5° –, que garantiram a aparição da criatura em moedas, selos reais e brasões. Na verdade, o Brasão Real da Escócia, usado até 1603, antes da União das Coroas (a ascensão do rei Jaime 6°, da Escócia, aos tronos da Inglaterra e da Irlanda), era amparado não por um, mas por dois unicórnios. Apesar da história fascinante, a criatura mítica continua sendo incompreendida, pelo menos de acordo com um fervoroso fiel escocês. Liam Devlin é o passavante oficial do unicórnio da Escócia, título concedido pela Corte do Lorde Lyon, que ajuda a organizar questões heráldicas escocesas. Em seu quarto ano na função, Devlin acredita que o verdadeiro significado do unicórnio esteja se perdendo na metáfora. "Sua importância está sendo afetada por políticos [ao redor do mundo, particularmente quando se trata do Brexit], que utilizam [o unicórnio] como uma imagem de incerteza e pensamento fantasioso", sugere Devlin, que também é cavaleiro da ordem de Malta e integra a Sociedade Heráldica da Escócia. Submissão à Inglaterra? "Alguns nacionalistas escoceses também acham que as correntes do unicórnio simbolizam nossa submissão à Inglaterra. Mas isso é um disparate. As correntes são anteriores ao Ato de União em 1707 [que levaram à criação do Reino Unido da Grã-Bretanha] e mostram a natureza selvagem da besta – não se trata do meu pequeno pônei com um chifre. Então seria bom dar uma aula de história para esses políticos antipatriotas." Por quase três décadas, outro escocês, John Donaldson, de 72 anos, trabalhou para trazer os unicórnios de volta às rodas de bate-papo por meio da arte. O escultor de madeira autodidata contribuiu para o legado arquitetônico e heráldico do país como nenhum outro, e as suas obras são impressionantes. Em particular, Donaldson trabalhou na reforma de sete anos do Castelo de Stirling, recriando as magníficas Stirling Heads – medalhões de carvalho do século 16 esculpidos com imagens de reis, rainhas e nobres que decoram o teto. "Vai estar no teto por centenas de anos e é um grande legado para deixar para a Escócia", me disse. "Esta história não deve ser relegada ao nosso passado, porque é uma parte marcante do nosso patrimônio, e o nosso passado é o nosso futuro. As pessoas vêm aqui para ver história, e sejam castelos ou unicórnios, se trata de uma grande atração e parte do nosso tecido nacional. É quem nós somos." Então, se você visitar o Castelo de Stirling ou o Palácio de Holyroodhouse, pode se pegar apontando para uma criatura mágica também. E em meio à realidade – talvez, quem sabe – você possa ver o unicórnio, o animal venerado da Escócia, sob uma ótica totalmente diferente.
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