Sediar COP 25 seria importante, mas decisão de Bolsonaro deve ser respeitada, diz futuro ministro
Indicado para o Ministério do Turismo, Marcelo Antônio falou sobre o tema no gabinete de transição. Bolsonaro diz que pediu o cancelamento da Conferência do Clima no Brasil em 2019. Futuro ministro do Turimo, Marcelo Álvaro Antônio, concede entrevista coletiva no gabinete de transição Guilherme Mazui/G1 Anunciado como futuro ministro do Turismo, o deputado Marcelo Álvaro Antônio (PSL-MG) afirmou nesta quarta-feira (28) que a Conferência do Clima de 2019, a COP 25, seria importante para o turismo no Brasil, mas disse respeitar a decisão do presidente eleito Jair Bolsonaro. Mais cedo, nesta quarta, Bolsonaro afirmou ter pedido ao futuro ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, para o Brasil não sediar a conferência das Nações Unidas sobre o clima. "Todo evento de grande porte como a COP, realizado no país, é de importância. A gente precisa discutir a questão climática e todos os outros temas que estão relacionados ao turismo", afirmou o futuro ministro do Turismo. Questionado, então, se conversou sobre o tema com Bolsonaro, Antônio respondeu: "Não conversei com o presidente ainda. Se a posição dele é essa [cancelar], obviamente a gente respeita a posição do presidente. Vou conversar com ele para a gente ter um alinhamento das ideias." Jair Bolsonaro anuncia mais três ministros do futuro governo Marcelo Álvaro Antônio deu as declarações durante uma entrevista coletiva no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) em Brasília, onde funciona o gabinete de transição. Antes de Bolsonaro dar a informação sobre o cancelamento da conferência, o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, tentou orientar a resposta do presidente eleito. "Nós não temos nada a ver com isso. Isso é uma decisão do Itamaraty", disse Onyx a Bolsonaro, em tom mais baixo. Mesmo assim, Bolsonaro respondeu dizendo que interferiu para que a conferência não acontecesse. Acordo de Paris No começo de setembro, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro ameaçou retirar o Brasil do Acordo de Paris (assinado por 195 países com o objetivo de reduzir o aquecimento global) porque, no entendimento dele, o Brasil teria de abrir mão de 136 milhões de hectares na Amazônia e isso afetaria a soberania nacional. Depois, durante uma entrevista coletiva, o presidente eleito afirmou que não vai tirar o Brasil do acordo, embora afirme que o país pode cumprir as metas sem fazer parte de acordos internacionais sobre o clima.
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Turismo na cidade onde se vive pode ajudar a redescobrir história do local
Cidades brasileiras oferecem museus, parques, monumentos e outras atrações para visitação. Conheça mais sobre a sua cidade
O Brasil tem lugares incríveis para se descobrir. Muitos podem estar na sua cidade, bairro ou rua. São museus, parques, monumentos… Pontos turísticos que pessoas do mundo inteiro viajam para conhecer.
Fazer turismo na cidade em que se vive pode ajudar a redescobrir história do local, além de valorizar o que é local e ajudar a preservar a história.
Descubra a sua cidade.
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Turismo mórbido, a tendência crescente de visitar lugares marcados por tragédias
Viajantes têm escolhido conhecer locais onde muitas pessoas perderam a vida em guerras, atentados, acidentes nucleares, incêndios e tsunamis; especialistas dizem que esses destinos aproximam as pessoas de sua própria mortalidade. Mulheres observam faixa pendurada na Torre Grenfell, em Londres. Yui Mok/PA via AP/Arquivo Os quartos não têm camas, travesseiros ou lençóis. Há apenas um colchão fino no chão e um cobertor robusto e pesado. Além disso, o que torna ainda mais difícil adormecer neste hotel o som frequente de tiros e explosões. "Se você espera luxo e conforto, por favor, não venha aqui", alerta o gerente Arijan Kurbasic, no site do local. Leia mais sobre Turismo no G1 Apesar disso, há muitos turistas que, quando viajam para a capital da Bósnia-Herzegovina, em vez de ficarem em hotéis de luxo com belas vistas do centro antigo de Sarajevo, preferem ficar no War Hostel. A razão desta preferência aparentemente estranha é a promessa do estabelecimento de oferecer aos visitantes uma experiência real de como as pessoas viviam naquela cidade quando sofreram um cerco brutal em que mais de 11.000 civis morreram durante a sangrenta guerra na Bósnia, de 1992 a 1995. Para recriar ao máximo a experiência que teve de viver quando criança, Kurbasic utilizou objetos reais da época e até decidiu iluminar os cômodos com lâmpadas alimentadas por uma bateria de carro, como se fazia naquele período. Chernobyl Reproducao/TV Globo Este hotel na capital da Bósnia faz parte de uma tendência conhecida como "turismo mórbido", um fenômeno em ascensãono mundo. Mas o que é isso? De Auschwitz ao edifício Dakota "O turismo mórbido é o nome acadêmico que damos a lugares que recordam desastres e atrocidades. O denominador comum é o fato de que pessoas morreram em situações não naturais", diz Peter Stone, chefe do Instituto de Pesquisa Dark Tourism (IDTR, por sua sigla em inglês), para o programa The Why Factor, da BBC. Visão geral do memorial às vítimas do 11 de Setembro no Marco Zero, em Nova York Chip Somodevilla/Reuters O conceito desse tipo de turismo foi cunhado em 1996 pelos professores britânicos John Lennon e Malcolm Foley, que asseguram, no entanto, que, apesar de estar agora na moda, não é um fenômeno novo. "Desde a época do obscurantismo, os peregrinos viajavam para visitar tumbas e lugares de martírio religioso. A batalha de Waterloo foi observada pela nobreza a uma distância segura e um dos primeiros campos de batalha durante a Guerra Civil dos Estados Unidos foi 'vendido' no dia seguinte como um local de atração para os visitantes", escreveu Lennon em um artigo ao jornal britânico The Guardian. "Mais recentemente, o marco zero em Nova York tornou-se uma parte essencial do itinerário para muitos visitantes", acrescentou. Este memorial às vítimas dos atentados de 11 de setembro de 2001 aparece em terceiro lugar na lista de coisas para se fazer em Nova York do site especializado em viagens Trip Advisor. Em 2016, o memorial e museu de Auschwitz em homenagem às vítimas do Holocausto nazista foi visitado por mais de 2 milhões de pessoas. A lista de destinos de turismo mórbido abrange lugares como os campos da morte no Camboja, o memorial do genocídio em Ruanda, a Praça Dealey em Dallas, onde o presidente americano John F. Kennedy foi assassinado, o Edifício Dakota, em Nova York, onde o músico John Lennon foi morto ou o lugar onde Kurt Cobain, líder da banda Nirvana, se suicidou. Há também outros lugares que potencialmente parecem mais arriscados para uma visita, como Chernobyl, na Ucrânia, onde em 1986 ocorreu um dos mais graves acidentes nucleares da história numa usina atômica – até hoje não se pode chegar a uma área de 30 quilômetros do local, a chamada "zona de exclusão". Apesar disso, o número de turistas que visitaram Chernobyl passou de quase 7.000 em 2009 para mais de 36.000 em 2016. O local de outro grande acidente nuclear da mesma magnitude, ocorrido em Fukushima, no Japão, como resultado de um terremoto e tsunami que causou quase 19.000 mortes em 2011, também se tornou muito popular – a tal ponto que, apesar da proibição de se acercar do local, os guias turísticos transferem a cada ano cerca de 2.000 visitantes para as aldeias próximas aos reatores. Mas o que torna esses destinos atraentes para os turistas? Encontro com a morte Em seus textos, os professores Foley e Lennon afirmam que as pessoas são movidas pelo desejo de experimentar a realidade além das imagens mostradas pela mídia. Um desses turistas mais experientes, Peter Hohenhaus, que visitou quase 700 locais de turismo mórbido em 90 países, acredita que essas viagens ajudam as pessoas a se colocarem em contato com a própria mortalidade. "Quando visitamos esses lugares não nos lembramos dos outros, nós nos lembramos de nós mesmos, é por isso que temos os memoriais. Nesse sentido, o turismo mórbido nos guia através da morte dos outros em direção às nossas próprias vidas", explicou ele ao The Why Factor, da BBC. Março de 2014 – Ossos formam o memorial da igreja de Nyarubuye, onde foram mortos cerca de 10 mil hutus durante o genocídio Ben Curtis/AP Peter Stone, do instituto de pesquisa de turismo mórbido, também aponta para essa ligação das pessoas com a mortalidade. "Nós vamos a esses lugares porque somos inerentemente fascinados pela morte dos outros e, no final, nesses lugares encontramos nosso próprio senso de mortalidade. No mundo de hoje, estamos muito divorciados da realidade social da morte, que é muito profissionalizada e gerida por médicos, por isso torna-se uma espécie de calcanhar de Aquiles da sociedade moderna, a morte é a atração final ", disse ele. Mas, além dessas conotações espirituais ou filosóficas, esse tipo de turismo tem pontos controversos ligados à morbidez e à mercantilização do infortúnio dos outros. Uma prática ética? Em 2017, poucos meses após o incêndio em Londres da Torre Grenfell, onde 71 pessoas morreram, os vizinhos assistiram perplexos quando um ônibus cheio de turistas chineses parou em frente ao prédio para tirar fotos. Alguns decidiram colocar cartazes para lembrar aos visitantes que aquele local era de luto porque seus vizinhos e familiares perderam suas vidas lá. "Toda vez que alguém vem e tenta tirar uma foto, ela nos atinge novamente, é um lembrete de algo muito difícil. Você não consegue entender como isso pode atrair pessoas… Eu não me importo se eles vêm e prestam homenagem, mas é diferente se eles tiram fotos", comentou um dos vizinhos à BBC. Fukushima David Guttenfelder/AP/Arquivo Hohenhaus considera, por outro lado, que os turistas devem sempre evitar visitar um lugar cedo demais, quando muitas feridas ainda podem estar abertas. "Você tem que estar muito consciente das reações e ser discreto quando não está em um lugar onde eles cobram um ingresso e eles te dão um folheto", disse ele em entrevista à revista National Geographic. Quanto à mercantilização, é outra questão complexa, porque pode ser apresentada de várias maneiras. Às vezes, o local não pode cobrar ingressos, mas vende lembranças ou outros produtos para ganhar dinheiro. No entanto, devemos também levar em conta que muitas vezes esse dinheiro é necessário para garantir a preservação dos memoriais ao longo do tempo e para realizar uma de suas funções: educar as gerações presentes e futuras sobre as tragédias do passado.
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Viena faz campanha para que turistas abandonem smartphone e aproveitem melhor a cidade
A secretaria de turismo de Viena lançou, no fim de outubro, uma campanha publicitária, batizada de 'Unhashtag Vienna' (Viena sem hashtag), na qual encoraja os viajantes a descobrirem as belezas locais sem a poluição visual das redes sociais. Campanha critica excesso de uso do smartphone durante turismo Wien Tourismus, Wien Nord, Paul Bauer A capital da Áustria quer que seus turistas utilizem menos seus telefones para aproveitar melhor as atrações da cidade. A secretaria de turismo de Viena lançou, no fim de outubro, uma campanha publicitária, batizada de “Unhashtag Vienna” (Viena sem hashtag), na qual encoraja os viajantes a descobrirem as belezas locais sem a poluição visual das redes sociais. A maioria das pessoas já viveu essa situação: ficar perdido numa multidão de turistas que tiram fotos de si mesmos diante de alguma obra de arte ou monumento. Para lutar contra essa prática, a secretaria de turismo de Viena distribuiu cartazes na Alemanha e na Inglaterra, mostrando turistas que se fotografavam diante de lugares emblemáticos da capital austríaca. “Aproveite a cidade sem suas fotos”, dizia o texto. Uma outra ação para reduzir o engarrafamento de smartphones foi o empréstimo de câmeras capazes de tirar apenas dez fotos. O famoso Palácio Belvedere também aderiu à campanha. Durante três dias, o quadro “O Beijo”, de Gustav Klimt, foi substituído por uma cópia, onde uma hashtag cobria a imagem. O original foi colocado na sala seguinte, para evitar, como acontece com a Mona Lisa do Louvre, que as pessoas venham somente para fazer selfies em frente à obra. Verdadeiro sucesso A campanha serviu para abrir o debate sobre a onipresença das redes sociais e das selfies durante as viagens. O objetivo da secretaria de turismo não era proibir aos visitantes o uso das câmeras, mas de limitar o número de fotos. “A ideia foi inspirada no fato de que muita gente diz que Viena é uma cidade calma. Acredito que muitas pessoas entenderam que Viena é uma cidade onde aproveitamos o tempo, cada momento, e não refletimos sobre o número de fotos que fizemos durante o dia”, afirmou à RFI Helena Hartlauer, secretária de turismo de Viena. A campanha fez sucesso na mídia e nas redes sociais na Inglaterra e na Alemanha, os dois países onde ela se desenvolveu. Essa não é a primeira vez que a Áustria agrada com uma publicidade – há um ano, todo mundo comentou a celebração do centenário da morte do artista austríaco Egon Schiele. Os cartazes mostravam pinturas de nu, que várias cidades censuraram. A secretaria de turismo refez as peças, desta vez com uma faixa preta cobrindo as partes íntimas e a frase “Pedimos desculpa, essa imagem tem 100 anos mas continua ousada demais”. O resultado foi um número enorme de visitantes nas exposições de Schiele em Viena, um efeito também esperado para a campanha “Unshtag Viena”.
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Hong Kong foi a cidade mais visitada de 2018; Rio de Janeiro cai 7 posições
A empresa Euromonitor International avaliou as cidades que mais receberam turistas no ano. Brasil ficou em 94º lugar. Hong Kong Pixabay Hong Kong foi a cidade mais visitada de 2018, de acordo com relatório da empresa Euromonitor International, que avaliou as cidades que mais receberam turistas no ano. Perto de 30 milhões de turistas devem viajar para a região antes do final do ano – e mais de 50% deles serão do continente chinês. A pesquisa cobre 600 cidades e, segundo eles, as chegadas globais deverão crescer 5% este ano. A Ásia continua a ser o maior participante do ranking, com 41 das 100 principais cidades do continente. Bangcoc mantém seu lugar como número 2 no ranking, com cerca de 24 milhões de visitantes esperados para 2018, enquanto Cingapura, Macau, Kuala Lumpur e Shenzhen estão entre os 10 melhores. "O Japão e a Índia se destacam por seu forte crescimento das chegadas de cidades", diz o relatório, destacando que "cidades como Osaka e Chiba apresentaram crescimento médio anual de 43% e 35%, respectivamente, entre 2012 e 2017". Brasil mal colocado O Brasil não entrou no Top 20. A única cidade brasileira no ranking é o Rio de Janeiro, que aparece em 94º, uma queda de sete posições em relação ao último ano. O Rio aparece atrás de cidades latino-americanas como Santiago (93º), Lima (91°) e Buenos Aires (89º). Caso tenha queda semelhante no próximo ano, o Brasil pode não aparecer no ranking. Europa em baixa Londres Pixabay Londres é a única cidade europeia no Top 5. Ficou em terceiro lugar, com pouco menos de 21 milhões de turistas internacionais esperados. Seus rivais europeus – Paris, com 16,9 milhões de turistas, e Roma, com 9,7 milhões – devem se contentar com o sexto lugar e o 15º lugar, respectivamente. Apenas 4 cidades europeias aparecem no Top 20: Londres, Paris, Roma e Praga. Impacto de ataques terroristas Dubai está em sétimo lugar, com 16,7 milhões de visitantes, embora a Euromonitor International relate que as regiões do Oriente Médio e África têm os menores desempenhos, com cidades como Jerba e Sousse na Tunísia e Sharm el Sheikh no Egito saindo do ranking nos últimos anos devido ao impacto de ataques terroristas. O Cairo, no entanto, está se recuperando e ocupa o 50º lugar na lista deste ano, com 4,9 milhões de visitantes internacionais esperados. 'Efeito Trump' De acordo com a pesquisa, os EUA "teve um ano turbulento" em 2017. A cidade de Nova York, com 13,5 milhões de visitantes esperados, é a única cidade em todo o continente americano a chegar entre os 20 melhores destinos. Miami aparece na 22ª posição, enquanto Los Angeles e Las Vegas são a 27ª e a 28ª. Em setembro de 2017, o Departamento Nacional de Viagens e Turismo dos EUA (NTTO) anunciou que o número de visitantes tinha caído 5% "inevitavelmente devido ao efeito Trump". Desde então, no entanto, o NTTO teve que revisar seus números, mostrando agora um aumento em visitantes em 2017 em 2%. A maioria das cidades dos EUA apresentou crescimento estável. A exceção foi Las Vegas, que sofreu no final de 2017 e início de 2018, devido às consequências do massacre em outubro de 2017. Para ficar de olho O relatório também aponta Bombaim, Porto, Osaka e Jerusalém como suas cidades para acompanhar nos próximos anos. Bombaim na Índia: um dos lugares que deve receber mais turistas em 2019 Pixabay A previsão é de que Bombaim entrará no Top 10 da Ásia no próximo ano, com um crescimento previsto de chegadas de 19%, e está preparada para o afluxo, com a primeira fase do novo Aeroporto Internacional de Navi Mumbai pronta para entrar em operação em 2019. Depois de uma queda entre 2013 e 2015, espera-se que as chegadas de Jerusalém cresçam 38% em 2018, graças à "estabilidade relativa e um forte impulso de marketing", segundo o documento. Confira abaixo as 20 cidades mais visitadas em 2018: 1. Hong Kong: 29.827.200 de chegadas em 2018 2. Bangcoc: 23.688.800 de chegadas em 2018 3. Londres: 20.715.900 de chegadas em 2018 4. Singapura: 18.551.200 de chegadas em 2018 5. Macau: 18.931.400 de chegadas em 2018 6. Paris: 16.863.500 de chegadas em 2018 7. Dubai: 16.658.500 de chegadas em 2018 8. Nova York: 13.500.000 de chegadas em 2018 9. Kuala Lumpur: 13.434.000 de chegadas em 2018 10. Shenzhen: 12.437.300 de chegadas em 2018 11. Phuket: 11.945.500 de chegadas em 2018 12. Istanbul: 12.121.100 de chegadas em 2018 13. Nova Deli: 12.505.300 de chegadas em 2018 14. Tóquio: 9.896.300 de chegadas em 2018 15. Roma: 9.703.200 de chegadas em 2018 16. Antália: 10.729.300 de chegadas em 2018 17. Taipei: 9.783.300 de chegadas em 2018 18. Guangzhou: 9.392.000 de chegadas em 2018 19. Bombaim: 10.670.100 de chegadas em 2018 20. Praga: 9.038.900 de chegadas em 2018
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Redescobrindo a remota aldeia marroquina que tinha desaparecido do mapa
Uma solitária exploradora parte rumo a montanhas marroquinas determinada a refazer uma expedição realizada em 1955. Aldeia de Idihr, no Marrocos Liza Foreman/BBC Nosso veículo seguia cada vez mais alto pela estrada de terra que corta as montanhas do Alto Atlas, no Marrocos. Abaixo de mim, o solo vermelho se espalhava entre o verde da floresta e a cobertura de neve branca. Eu me perdi na beleza vertiginosa dos picos mais altos do norte da África, e quando nervosamente espiei pela janela, vi que não havia proteção na estrada para o profundo e distante vale. Nossa jornada começara uma hora antes, na base da montanha, por uma antiga trilha que era usada por caravanas ligando Marrakesh ao deserto do Saara. Séculos atrás, essa rota comercial transaariana havia trazido ouro, marfim e tecidos de lugares como Timbuktu, Sudão e Gana para a costa norte-africana. Hoje, as outroras orgulhosas aldeias salpicadas ao longo desta estrada sinuosa são pouco desenvolvidas e servem de pouso para viajantes cansados, que podem comprar carne grelhada em cabanas e cafés. Parei em uma dessas aldeias, Taddert, naquela manhã, segurando uma cópia desbotada de Berber Village: The Story of the Oxford University Expedition to the High Atlas Mountains of Morocco (O Vilarejo Berber: A História da Expedição da Universidade de Oxford às Montanhas do Alto Atlas do Marrocos, em tradução livre). Publicado em 1959 e escrito por Bryan Clarke, o livro é um relato de uma notável expedição de 17 dias desde Oxford, no Reino Unido, a uma remota aldeia chamada Idihr, realizada por cinco estudantes em 1955. Os jovens – entre eles, o próprio Clarke – viajaram em um caminhão que fora usado pelo Exército. Eles foram imbuídos da esperança de estudar a geografia, a vida selvagem e os costumes deste canto longínquo da cadeia montanhosa mais alta do mundo árabe. Viagem em território hostil A jornada ocorreu durante um período de agitação civil. O Marrocos era um protetorado francês desde 1912, mas após o exílio do sultão Mohammed V em 1953, a violência explodiu e as autoridades coloniais reprimiram implacavelmente os nacionalistas marroquinos. Quando os estudantes atravessaram da Inglaterra para San Sebastián, na Espanha, e se prepararam para se aventurar de Gibraltar ao Marrocos no verão de 1955, a ocupação francesa estava em seus últimos momentos, e o futuro do país era incerto. Quando os estudantes chegaram ao norte da África, eles buscaram ajuda do líder Thamis el-Glaoui para encontrar uma aldeia remota ideal para a pesquisa e ter proteção durante a viagem. Antes de se tornar o Paxá (governador da província) de Marrakech, em 1912, el-Glaoui foi apelidado de "O Senhor do Atlas" e governou a rota das caravanas que cortava as montanhas do sul de Marrocos. Seu palácio era o lendário Kasbah Telouet, no centro do Marrocos, e na época de sua morte, em 1956, ele era um dos homens mais ricos do mundo. Após atravessar de Oxford ao Alto Atlas, os estudantes passaram a noite no palácio. Era o fim da estrada, então, um xeque local providenciou uma caravana de mulas para levar a bagagem enquanto os estudantes percorriam cerca de 35 quilômetros de Telouet a Idihr. Alto do Atlas do Marrocos Liza Foreman/BBC Assim como os estudantes, eu tinha vindo ao Marrocos para uma aventura pessoal. Depois de viver nos EUA por uma década, viajei rumo ao país na esperança de escrever um romance. Um dia, enquanto vasculhava uma biblioteca em Casablanca, descobri uma cópia do Berber Village. Ao lê-lo, fiquei fascinada pelas provações e tribulações que esses cinco jovens aventureiros enfrentaram – entre eles, estavam um intérprete marroquino, além de aspirantes a zoólogo, etnólogo, geógrafo e botânico. Chegada ao 'vilarejo perdido' Durante a jornada de 17 dias, de acordo com o livro, os estudantes dormiram na varanda de um oficial britânico, conheceram o lendário explorador Wilfred Thesiger e quase foram mantidos em cativeiro por bandidos em Marrakech. Depois de chegar a Idihr, eles acamparam por sete semanas durante suas pesquisas. Seu principal financiamento veio do Clube de Exploração da Universidade de Oxford, que lhes permitiu comprar o veículo, e um adiantamento de £100 da National Geographic para um artigo futuro. Nas semanas anteriores à partida, os estudantes estocaram uma pilha de refeições prontas, penicilina e papel higiênico. Clarke despediu-se da proprietária idosa do local onde estava, que lhe deu uma sacola com sanduíches caseiros para a viagem. Os alunos escolheram Idihr por sua localização remota no alto da cordilheira do Atlas. Eles queriam encontrar algum lugar intocado pela modernidade para estudar as crenças e práticas agrícolas de uma sociedade remota do Magreb. Os alunos armaram suas tendas sob uma grande nogueira na beira do riacho que corria próximo à aldeia. Em 1955, cinco estudantes da Universidade de Oxford viajaram a Idhir Liza Foreman/BBC Com o passar das semanas, escreve Clarke, uma amizade foi se formando entre os dois grupos. Os estudantes convidaram aldeões para tomar chá em suas barracas, e os aldeões os receberam em suas simples casas de alvenaria. Os aldeões logo revelaram uma crença em animismo e gênios, e começaram a ver os estudantes, que compartilhavam sua penicilina, como curandeiros mágicos. Quanto mais eu lia o relato de Clarke, mais curiosa ficava para descobrir o que havia acontecido com Idihr. Ainda existia? Eu a busquei no Google Maps e perguntei a habitantes de Marrakech em árabe, mas ninguém conseguiu encontrar nenhum traço da vila. Eu contatei até a viúva de Clarke e perguntei se alguém do grupo voltara depois ao lugar. Clarke não tinha e ela não tinha certeza sobre os outros, se eles ainda estavam vivos. O pequeno ponto de uma aldeia parecia ter desaparecido dos mapas modernos, e a única evidência de sua localização era um esboço desenhado a mão no livro de Clarke, que ficava a 16 quilômetros da cidade de Zerkten e entre as aldeias de Taddert e Telouet, na província de Al Haouz. Eu não tinha certeza se ela havia mudado de nome ou desaparecido por completo, mas estava determinada a descobrir se ainda existia. Taddert parecia ser a aldeia mais próxima nos mapas modernos, então, eu dirigi três horas ao vilarejo de Marrakech com um motorista que serviu como intérprete. Um grupo de homens se reuniu em torno de nós e olhou para o livro de Clarke, enquanto meu motorista e eu repetíamos o nome da aldeia. Eles analisaram o mapa desenhado à mão e, finalmente, alguém apontou para as montanhas ao longe. Então, um mecânico de bom coração, Karim, que estava por perto, veio me socorrer. Idihr existia e ele me levaria lá. A nova expedição Esperei em um café à beira da estrada em Taddert com o livro de Clarke aberto na mesa, enquanto Karim ligava para um amigo. Nossa expedição improvisada consistia de mim, meu motorista, Karim e seu amigo, que tinham o maior carro das redondezas: um 4×4 capaz de subir as montanhas. Mas após uma hora subindo cada vez mais alto e as rodas do carro cada vez mais próximas do penhasco, eu não aguentei mais. Com muito medo para continuar, implorei ao motorista que parasse, fechei a porta e comecei a caminhar de volta pela montanha em uma trilha empoeirada antes que o carro se virasse para me pegar. Fiquei decepcionada comigo mesma, mas descobri que Idihr existia. Agora, eu só precisava encontrar uma maneira diferente de chegar lá. Karim, meu motorista e eu voltamos de Taddert para Marrakech naquela noite. Karim me garantiu que tentaria encontrar uma rota menos perigosa para a aldeia e insistiu que eu não lhe devia nada em troca. Alguns dias depois, recebi uma ligação dele. Ele tinha decidido que iríamos no 4×4 por uma estrada diferente. Por mais que eu tivesse gostado de refazer a rota de 35 quilômetros dos alunos de Telouet, ela era muito perigosa. Fiquei nas mãos de Karim para encontrar outro caminho até lá. Nós partimos sete dias depois. Enquanto Karim, eu e nosso motorista deixávamos Marrakech para trás e viajávamos por estradas montanhosas, a velha rota de caravanas abria caminho até as montanhas cobertas de neve. As mulheres lavavam as roupas em valas, os tapetes sopravam ao vento nas barracas da beira da estrada e burros trotavam livremente por casas pela metade. Depois de três horas, nós saímos da rota da caravana e nos aproximamos Taddert, do lado oposto das montanhas por onde fizemos nossa primeira tentativa. Embora Idihr estivesse a menos de 20 quilômetros de distância, o trajeto levou várias horas, já que subimos em curvas e atravessamos rios a passo de caracol. Nós estávamos sozinhos em uma estrada de terra enquanto os picos do Alto Atlas subiam e desciam ao nosso redor. Finalmente, a pequena aldeia apareceu: um aglomerado de casas simples de tijolos amontoadas na margem de um rio alimentado pela montanha. Karim cumprimentou os locais em árabe e no dialeto de Amazigh (também conhecido como Berber). Homens saíam de suas casas, e mulheres de saias brilhantes e lenços na cabeça se escondiam de mim. Parecia que eles não estavam acostumados com visitantes estrangeiros. Eu passei por jardins e cabras. Um grupo de crianças me seguiu até o riacho abaixo da aldeia onde encontrei a nogueira descrita por Clarke. A aldeia era composta de casas baixas, cor de areia, dispostas em torno de uma praça. Outra fileira de casas percorria a beira de cima do córrego e era idêntica às imagens dos alunos do livro. Os aldeões tiraram fotografias em preto e branco de um estrangeiro que havia parado aqui anos antes. Eu pedi para fotografar as mulheres, e elas ficaram admiradas com as imagens na tela do meu iPad; não havia telefones celulares ou câmeras. Mostrei-lhes uma cópia de Berber Village e perguntei se alguém se lembrava dos alunos, mas ninguém jamais havia visto o livro. Alguns moradores reconheceram fotos de aldeões falecidos. Retrato do passado Nada parecia ter mudado em Idihr desde o relato do livro, exceto que agora uma van esporadicamente levava os moradores para Taddert. As pessoas trabalhavam na terra, assim como sempre fizeram. Eles ainda se deliciam com carne cozida lentamente e pratos de legumes em potes de tagine. Um deles foi oferecido a mim naquela tarde. A única evidência da localização de Idihr é um esboço de mapa em um livro escrito por um dos estudantes de Oxford, Bryan Clarke Liza Foreman/BBC Havia uma TV antiga desligada em um espaço comunitário. Além de um teto sobre suas cabeças e roupas em seus corpos, os aldeões não pareciam ter muito. E, de acordo com Karim e o motorista, eles ainda compravam mercadorias de "homens mágicos" ambulantes na esperança de que lhes trariam boa sorte. Passei a tarde na aldeia e parti antes de a noite cair. Idihr não estava a caminho de lugar algum – era tão difícil de chegar até ela e tão pequena que, a menos que você se perdesse procurando por Kasbah Telouet, agora em ruínas, você nunca a encontraria. Mas agora que eu conseguira, sonhava em um dia voltar para acampar na aldeia, assim como os alunos fizeram. Eu não tinha o financiamento de uma universidade ou publicação, mas provei que um viajante com uma boa dose de determinação ainda pode ser um explorador no mundo de hoje. Eu posso não ter sido a primeira a descobrir Idihr, mas graças à bondade de estranhos, senti como se tivesse redescoberto um pequeno segredo escondido da vista e congelado pela lenta marcha do tempo nas montanhas.
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Preservação de rios, melhorias de infraestrutura na fronteira e pesca são pautas de reunião do CET
Campo Grande (MS) – Na última semana, em Campo Grande, foi realizada a 1ª Reunião Ordinária do Conselho Estadual de Turismo de Mato Grosso do Sul (CET-MS) de 2019. Entre os assuntos da pauta estiveram a preservação dos rios na região turística Bonito-Serra da Bodoquena, melhorias na infraestrutura para entrada de turistas pela fronteira e […]
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Fundtur participa de ações preventivas para crianças e adolescentes durante carnaval 2019
Campo Grande (MS) – A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul (Fundtur-MS), juntamente com a Secretaria de Cultura e Turismo de Campo Grande (Sectur), o Comando Geral da Polícia Militar de MS, a Televisão Educativa de MS (FERTEL), Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual de Crianças e Adolescentes de Mato Grosso do […]
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NOTA DE PESAR
A Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul manifesta o mais profundo pesar pela perda irreparável do acordeonista, compositor e cantor, Dino Rocha, neste domingo, em Campo Grande. Dino Rocha foi nome expressivo para a música regional sul-mato-grossense, exímio acordeonista, prestou relevantes serviços à cultura e ao turismo integrando as fronteiras. Um dos maiores […]
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MS se reúne com Ministro do Turismo para apresentar demandas do estado e do Fornatur
Campo Grande (MS) – Em reunião, nesta quinta-feira (14.02), o diretor-presidente da Fundação de Turismo de Mato Grosso do Sul, Bruno Wendling, esteve reunido em Brasília com o novo Ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio. Na ocasião ele apresentou demandas do turismo estadual e também as principais demandas dos dirigentes estaduais do setor. Wendling representou […]
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