Percussionista Tulio Araújo revitaliza baião de Edu Lobo em single instrumental
Hábil no toque do pandeiro, o músico mineiro regrava 'Ponteio', composição vencedora de festival de 1967. ♪ Em noite histórica de 1967, Edu Lobo se consagrou vencedor do III Festival de Música Popular Brasileira ao defender Ponteio. Nesta música, criada a partir do mote “Quem me dera agora / Eu tivesse a viola para cantar”, o compositor carioca apontou outros caminhos harmônicos para o baião, gênero musical nordestino que tivera apogeu de popularidade nos anos 1950, década áurea de Luiz Gonzaga (1912 – 1989), mas que enfrentava período de menor visibilidade nacional na era dos festivais. Com versos escritos pelo poeta e letrista baiano José Carlos Capinan, Ponteio exemplificou a sofisticação moderna da obra de Eu Lobo, compositor identificado com a corrente mais nacionalista da MPB. Decorridos 54 anos do célebre festival, Ponteio ressurge com a pulsação habitual, mas em outros caminhos harmônicos, de bifurcações jazzísticas, no registro instrumental gravado pelo percussionista mineiro Tulio Araújo – conhecido no meio musical pela habilidade no toque do pandeiro – para ser lançado em single na sexta-feira, 5 de fevereiro, em gravação independente que ficará disponível na plataforma Bandcamp. Produzido e mixado pelo próprio Tulio Araújo, o single Ponteio tem arranjo do guitarrista mineiro Felipe Vilas Boas. A guitarra de Vilas Boas interage com o pandeiro de Tulio na gravação feita também com os toques dos músicos Pedro Franco (no violão de sete cordas e no bandolim), Bruno Vellozo (no baixo elétrico) e Igor Neves (nos synths). Capa do single 'Ponteio', do pandeirista Tulio Araújo Divulgação
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TERRA SONÂMBULA, DE MIA COUTO, SERÁ PRÓXIMA LEITURA DO SESC LITERATURA PARA O VESTIBULAR
No dia 23 de fevereiro, às 19 horas, o Sesc literatura para o vestibular terá mais um encontro, desta vez para discutir a obra ‘Terra Sonâmbula’, de Mia Couto. Com foco nas obras e textos essenciais, conforme critérios das universidades, os encontros, com participação gratuita, são pelo Google Meet.
Escolhida como uma das obras literárias obrigatórias para os vestibulares da Universidade de São Paulo – USP até 2022, ‘Terra Sonâmbula’ traz como elementos fundamentais a realidade e o sonho. O autor moçambicano narra histórias que se conectam conforme a jornada dos personagens.
A narrativa central da obra é composta pelos relatos de como Moçambique ficou devastada após a Guerra Civil, em prosa poética e com um toque surrealista mesclando fantasia e realidade. Mia fala dos dias de guerra, sonhos e lutas pela sobrevivência.
Mia Couto é do Moçambique, jornalista e professor, biólogo e escritor, com mais de trinta livros publicados entre prosa e poesia. Seu romance ‘Terra Sonâmbula’ é considerado um dos dez melhores livros africanos do século XX. Recebeu uma série de prêmios literários, entre eles o Prêmio Camões de 2013, e o Neustadt Prize de 2014. É membro correspondente da Academia Brasileira de Letras.
Serviço – Acompanhe a programação do Sesc no sesc.ms
Fonte: Infinito Assessoria
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Hal Holbrook, ator de ‘Na natureza selvagem’ e ‘Todos os homens do presidente’, morre aos 95 anos
Ele interpretou o Garganta Profunda de 'Todos os homens do presidente' e, aos 82 anos, se tornou o ator mais velho indicado ao Oscar como coadjuvante em 'Na natureza selvagem' (2007). Hal Holbrook em 'Na natureza selvagem' Divulgação Hal Holbrook, ator premiado, elogiado por sua interpretação do lendário autor norte-americano Mark Twain e cuja obra cinematográfica inclui o personagem misterioso Garganta Profunda de "Todos os Homens do Presidente", morreu aos 95 anos. Holbrook morreu no dia 23 de janeiro em sua casa de Beverly Hills, na Califórnia, disse o jornal "The New York Times", segundo o qual o falecimento foi confirmado na noite de segunda-feira (1°) por sua assistente, Joyce Cohen. Em 2008, aos 82 anos, Holbrook se tornou o ator mais velho a ser indicado a um Oscar por seu papel de coadjuvante no filme "Na Natureza Selvagem". Mas foi sua recriação do reverenciado romancista, humorista e crítico social norte-americano em "Mark Twain Tonight" que lhe trouxe mais fama, rendendo um prêmio Tony por sua atuação na Broadway em 1966 e a primeira de suas dez indicações ao prêmio Emmy em 1967. Holbrook também se destacou retratando Abraham Lincoln e recebeu um Emmy de melhor ator por uma minissérie de 1976 baseada na biografia do presidente feita por Carl Sandburg. Entre seus outros papéis significativos estão o do "major" da produção original da Broadway para "Incidente em Vichy", de Arthur Miller, e o do parceiro de Martin Sheen em "That Certain Summer", o primeiro filme de televisão com um retrato simpático da homossexualidade. VÍDEOS: personalidades que morreram em 2021
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Álbum definidor de Maria Bethânia, ‘Rosa dos ventos’ faz 50 anos com a mesma força dramática
Disco registra, de forma fragmentada, show de 1971 que se tornou matriz do estilo dramático da intérprete. Capa do álbum 'Rosa dos ventos – Show encantado' Norma Pereira Rego com arte de Aldo Luiz ♪ MEMÓRIA – Existem álbuns que marcam definitivamente a presença de um artista ou banda no universo da música. No caso de Maria Bethânia, cantora baiana projetada nacionalmente a partir de fevereiro de 1965, ao substituir Nara Leão (1942 – 1989) no teatralizado show Opinião (1964 / 1965), este álbum definidor é Rosa dos Ventos – Show encantado, lançado em 1971. Não por acaso trata-se de álbum ao vivo, flash instantâneo de Bethânia no palco, habitat natural desta intérprete de tons dramáticos, vocacionada para a cena. Sucesso da temporada carioca de 1971, tendo ficado meses em cartaz no Teatro da Praia (RJ) antes de seguir para a temporada paulistana no Teatro Maria Della Costa (SP) e para temporada baiana no Teatro Castro Alves (BA), o espetáculo Rosa dos ventos é a matriz impressa desde então nos shows posteriores da artista. Ecos deste show reverberaram ao longo da trajetória da cantora nos palcos, sedimentando o acerto da conexão de Bethânia com o diretor e ator de teatro Fauzi Arap (1938 – 2013), condutor da intérprete em cena ao criar roteiros que entrelaçavam músicas e textos, geralmente poesias. Rosa dos ventos foi o aprimoramento da parceria de Fauzi com Bethânia, iniciada quatro anos antes com o show Comigo me desavim (1967), no qual Bethânia disse, pela primeira vez, texto da escritora Clarice Lispector (1920 – 1977), à cuja obra a cantora retornou em Rosa dos ventos, com direito a texto inédito de Clarice, escrito para o espetáculo. O show encantado de 1971 também promoveu a marcante conexão de Bethânia com o poeta português Fernando Pessoa (1888 – 1935), cuja obra seria recorrente a partir de então nos espetáculos da artista. Pelas precárias condições técnicas em que o show foi gravado, por iniciativa de Roberto Menescal, então diretor artístico da gravadora Philips, espanta que o disco apresente som quente, sobretudo na edição em CD lançada em 2006 com remasterização de Luigi Hoffer. O álbum Rosa dos ventos – Show encantado chega aos 50 anos em 2021 com a mesma força dramática de 1971, mesmo que o roteiro tenha sido fragmentado na transposição para o disco, com as músicas fora da ordem original – o que desgostou profundamente Bethânia. Infelizmente, por questão de espaço no LP, cuja (já raríssima) edição original tinha capa dupla, o álbum perpetua somente um registro parcial do show com o agravante de que, como o roteiro ficou fora da ordem na disposição das músicas nos dois lados do LP (sem a numeração das faixas, divididas em 13 somente na edição em CD), o conceito do roteiro se perdeu. Exemplo da habilidade de Fauzi Arap na costura de músicas e textos, esse roteiro associava as músicas a cada um dos quatro elementos da natureza – água, ar, fogo e terra – e, com o reforço dos textos, criou show com forte carga espiritual e psicológica, com ecos do trabalho da psiquiatra Nise da Silveira (1905 – 1999) sobre o inconsciente. É quando Bethânia “abre as portas que dão para dentro” para se perder no labirinto sombrio por onde se move Janelas abertas nº 2 (1971), música do mano Caetano Veloso, compositor também presente no disco com as lembranças das canções Avarandado (1967) e Não identificado (1971). O caráter psicológico do roteiro do show Rosa dos ventos também está exemplificado no disco quando a cantora faz desabrocha a densidade de Flor da noite (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1971), música sobre “louca mansa” do Pelourinho, em Salvador (BA). Com a voz de Bethânia à frente, o som do disco nem sempre capta toda a maestria dos toques dos músicos do Terra Trio, responsáveis pela musicalidade do álbum. Agrupados desde 1966, o pianista Zé Maria, o baixista Fernando Costa e o baterista Ricardo Costa começaram a tocar com Bethânia já em 1967 e acompanhariam a cantora ao longo de toda a década de 1970. Em Rosa dos Ventos, o Terra Trio embasou as incursões de Bethânia por repertório antenado com as novidades da MPB. Parceira do poeta Tite de Lemos (1942 – 1989) em Assombrações (1971), música que abre o álbum, Sueli Costa já tinha sido lançada em disco por Nara Leão em 1967, mas somente ganhou impulso como compositora a partir do show Rosa dos ventos, cujo roteiro original incluía outras duas músicas de Sueli com Tite, Aldebarã e Sombra amiga, ausentes do registro fonográfico. Cabe ressaltar também que a música-título Rosa dos ventos (1970) era composição que passara quase despercebida no álbum lançado por Chico Buarque no ano anterior e até mesmo na gravação feita em estúdio pela cantora para o álbum A tua presença, lançado naquele mesmo ano de 1971. Foi Bethânia quem expôs, no show, toda a dimensão dramática da canção de Chico, desde então associada primordialmente à intérprete. Mesmo fragmentado e sem o elo conceitual do show, o repertório do disco Rosa dos ventos aponta e reitera caminhos seguidos por Bethânia em trajetória pavimentada com extrema coerência. Estão lá os sambas de roda do Recôncavo baiano, os mergulhos no cancioneiro de Dorival Caymmi (1914 – 2008), as saudações aos orixás – representadas pelo canto do então recente Ponto de Oxum (Toquinho e Vinicius de Moraes, 1971) – e a devoção ao sambista baiano Oscar da Penha ( 1924 – 1997), o Batatinha, apresentado por Bethânia antes de medley em que encadeou Hora da razão (Batatinha e J. Luna, 1971), Imitação (Batatinha, 1971) e Toalha da saudade (Batatinha e J. Luna, 1971). O entrelaçamento de Lembranças (Raul Sampaio e Benil Santos, 1961) com a recente Minha história (Gesù bambino, Lucio Dalla e Paola Pallottino, 1970, em versão em português de Chico Buarque, 1971) é exemplo da capacidade de Bethânia de ressignificar canções com outro olhar, outro enfoque ou outra costura. Muito se perdeu do show para o disco, mas, ao menos, ambos se encerram da mesma forma. Após saudar o encontro interior abordado em texto inédito de Clarice Lispector, Bethânia segue Movimento dos barcos (Jards Macalé e José Carlos Capinan, 1971). Não, Maria Bethânia nunca ficou no porto lamentando temporais e o curso inexorável da vida. As coisas foram passando e a cantora passou com elas, sempre fiel a si mesma. E, justamente por tamanha fidelidade, há coisas que nunca passam, como este já cinquentenário álbum ao vivo Rosa dos ventos – Show encantado, disco definidor da carreira de Maria Bethânia.
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Produtor musical Liber Gadelha morre vítima de covid-19
Filha do guitarrista, a cantora Luiza Possi confirma em rede social a morte deste artista que, no comando da gravadora Indie Records, lançou Vinny e transformou Jorge Aragão em bom vendedor de disco. Liber Gadelha com a filha, Luiza Possi Reprodução / Instagram Luiza Possi ♪ OBITUÁRIO – É possível que, para gerações mais jovens, Liber Gadelha (25 de janeiro de 1957 – 30 de janeiro de 2021) tenha sido apresentado como o pai da cantora Luiza Possi. Profissionais do mercado fonográfico brasileiro sabem que o guitarrista, produtor musical, compositor e empresário carioca deixa legado mais amplo na música ao morrer vítima de covid-19 neste sábado, 30 de janeiro, cinco dias após completar 64 anos. O artista estava internado há cerca de dois meses em hospital da cidade do Rio de Janeiro (RJ). A morte de Liber Gadelha foi confirmada por Luiza Possi em rede social. “É com uma dor imensa e o coração na mão que eu venho aqui hoje dizer que o Nosso Guerreiro descansou”, comunicou Luiza aos amigos e fãs. Com atuação destacada no meio fonográfico sobretudo quando fundou e geriu a Indie Records, gravadora surgida em 1997, Liber Gadelha fez história no mundo do disco. No comando da Indie Records, Liber lançou Vinny, fez Jorge Aragão se tornar enfim um grande vendedor de discos – após série de álbuns de reduzida visibilidade – e reabilitou Luiz Melodia (1951 – 2017) no mercado fonográfico em 1999, além de ter devolvido a Alcione, a partir de álbum ao vivo editado em 2002, uma popularidade que a cantora parecia já ter perdido definitivamente. Em 2006, no rastro do sucesso comercial de Indie Records, Líber criou a LGK Music, outra companhia fonográfica, na qual investiu no padre cantor Fábio de Melo, até então com visibilidade restrita ao universo cristão. Contudo, a trajetória de Líber – guitarrista diplomado na Berklee College of Music – começara bem antes no mundo do disco. Ao longo dos anos 1980, o produtor musical deu forma a vários álbuns de Zizi Possi, inclusive o cultuado Estrebucha baby (1989). Com Zizi, Liber fez parceria na música – através da qual gerou composições como Brilho louco (1984) e O grande sonho (1986) – e na vida. Do casamento de Liber com Zizi, nasceu em 1984 Luiza Possi, cuja carreira de cantora foi inicialmente conduzida por Liber a partir de 2002. Nove anos antes, em 1991, Liber Gadelha produzira Cedo ou tarde, álbum do soulman Cassiano com duetos com intérpretes do naipe de Djavan, Luiz Melodia e Marisa Monte. Também em 1991, Liber tocou violão e guitarra em Olhos negros, álbum all star de Johnny Alf (1929 – 2010). Entre outros feitos no meio fonográfico, Liber Gadelha foi um dos produtores musicais de Zerima (2014), último álbum de estúdio de Luiz Melodia, de quem Liber foi grande amigo.
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Dia do Quadrinho Nacional: quadrinistas brasileiros explicam produção de HQs em série de vídeos
Com participação de novatos e veteranos, como Mauricio de Sousa, primeiro episódio de série documental fala do processo de criação e da inspirações dos autores. Mauricio de Sousa Lailson dos Santos O Brasil comemora neste sábado (30) o Dia do Quadrinho Nacional em um contexto muito diferente do lançamento da primeira HQ no país, em 1869: hoje, para além das publicações em jornais e revistas, leitores e autores produzem para os meios digitais, com quadrinhos nas telas e oportunidades interativas que não existiam quando a história pioneira "As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte", de Angelo Agostini, foi publicada. Essa é uma das discussões levantadas no episódio de estreia da série de documentários "A Importância do Quadrinho Nacional", publicada neste sábado (30) — Dia do Quadrinho Nacional — pela plataforma digital Social Comics. No vídeo, eles comentam também sobre o processos de criação das HQs e as fontes de inspiração ao longo da carreira. Assista AQUI. Entre os participantes da série, está o veterano Mauricio de Sousa, criador da Turma da Mônica e de dezenas de outros personagens; e o novato Cacá Gontijo, de 12 anos, que pretende publicar seu primeiro quadrinho em breve com a plataforma. Alexandre de Maio, um dos quadrinistas participantes da série documental Catraca Livre Portal e Comunicação No primeiro episódio, os quadrinistas ressaltam a necessidade de um roteiro bem amarrado, com boa construção dos personagens e do enredo, para que o leitor não interrompa a leitura no meio da história — algo ainda mais importante em tempos de multitela. "O roteiro é a peça mais importante da história em quadrinhos. Ele que arrasta o leitor, encaminha o leitor para uma situação de interesse e cria expectativa", explica Mauricio de Sousa. Dia do Quadrinho Nacional A data celebra a publicação de "As Aventuras de Nhô-Quim ou Impressões de uma Viagem à Corte", a primeira HQ publicada no país e uma das pioneiras no mundo. As páginas do jornal "A Vida Fluminense" de 30 de janeiro de 1869 mostravam um jovem caipira que viaja do interior de um Brasil ainda predominantemente rural ao Rio de Janeiro da época. VÍDEOS: mais assistidos do G1 nos últimos 7 dias
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Lulu Santos dá outra chance a canções sem ‘sorte’ em disco com a música inédita ‘Os inocentes’
Artista prepara álbum com regravações de composições autorais que considera relevantes, embora menos conhecidas. Lulu Santos em estúdio na gravação do álbum intitulado 'Relux' Reprodução vídeo / Instagram oficial Lulu Santos ♪ Compositor que deu luz e voz a um dos repertórios autorais de maior apelo pop em todo o universo da canção, em âmbito planetário, Lulu Santos tem músicas que, acredita, poderiam ter obtido maior repercussão quando foram lançadas. É o caso de Seu aniversário, composição que o artista apresentou há 14 anos no álbum Longplay (2007). Aproveitando a revisão da obra feita para o songbook Lulu em traço e verso, projeto desenvolvido pelo autor de A cura (1988) com o ilustrador Daniel Kondo, o cantor, compositor e guitarrista carioca está em estúdio para gravar disco com músicas já lançadas em outras eras. Neste disco, intitulado Relux, o artista dá outra chance a essas canções menos visíveis – caso da mencionada Seu aniversário (2007) – e apresenta uma música inédita, Os inocentes. “Tive a sorte de ver muitas de minhas canções se transformarem em grandes sucessos, algumas delas até atemporais. Por outro lado, existe um número delas de que gosto muito e (que) não tiveram, em seu tempo, a mesma sorte. Neste próximo projeto, repesco algumas delas junto com uma inédita, Os Inocentes, e algumas que nunca havia gravado”, explica Lulu Santos em post no Instagram do artista, publicado em 21 de janeiro. O álbum Relux terá a presença de convidados, cujos nomes ainda não foram revelados.
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G1 Ouviu #126 – ‘Amor ou o litrão’: G1 tenta decifrar o hit dançante e caótico de Menor Nico
Podcast vai atrás da origem dos versos indecifráveis do jovem baiano de 14 anos e de sua base formada por um novo emaranhado de brega, arrocha, funk e pagodão. Tem muita coisa misturada em "Amor ou o litrão", mas nenhum instrumento de verdade entra ali. O sucesso segue a receita eletrônica da bregadeira, ritmo que acelera o velho brega com toques de funk, arrocha e pagodão baiano. A música de Menor Nico e Petter Ferraz foi um dos grandes sucessos da virada de 2020 para 2021, mas os dois jovens baianos não são os únicos novos ídolos do estilo. Você pode ouvir o G1 ouviu no G1, no Spotify, no Castbox, no Google Podcasts ou no Apple Podcasts. Assine ou siga o G1 Ouviu para ser avisado sempre que tiver novo episódio no ar. O que são podcasts? Um podcast é como se fosse um programa de rádio, mas não é: em vez de ter uma hora certa para ir ao ar, pode ser ouvido quando e onde a gente quiser. E em vez de sintonizar numa estação de rádio, a gente acha na internet. De graça. Dá para escutar num site, numa plataforma de música ou num aplicativo só de podcast no celular, para ir ouvindo quando a gente preferir: no trânsito, lavando louça, na praia, na academia… Os podcasts podem ser temáticos, contar uma história única, trazer debates ou simplesmente conversas sobre os mais diversos assuntos. É possível ouvir episódios avulsos ou assinar um podcast – de graça – e, assim, ser avisado sempre que um novo episódio for publicado. G1/Divulgação
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Biografia de Tom Zé é convite para imersão na discografia singular do último romântico tropicalista
Capa da edição brasileira da biografia 'Tom Zé – O último tropicalista' Luiza Sigulem com arte de Gustavo Piqueira e Samia Jacintho Resenha de livro Título: Tom Zé – O último tropicalista Autor: Pietro Scaramuzzo Edição: Edições Sesc Cotação: * * * 1/2 ♪ Prefaciada por David Byrne e lançada em outubro de 2019 na Itália, a biografia Tom Zé – O último tropicalista, escrita pelo jornalista italiano Pietro Scaramuzzo, está disponível no Brasil, com outra capa, desde a segunda quinzena de dezembro de 2020, em edição do selo Sesc. Mais do que biografia convencional, feita com o intuito de investigar e contar a vida do artista baiano, o livro tangencia o formato de discobiografia. Scaramuzzo expõe a alma de Tom Zé a partir da análise minuciosa da obra fonográfica do artista. Ao detalhar a gênese de cada álbum, o escritor traça o longevo percurso de Antônio José Santana Martins desde que ele veio ao mundo em 11 de outubro de 1936, na interiorana cidade de Irará (BA). A fonte primária do autor foi a memória do próprio Tom Zé, com quem Scaramuzzo teve conversas telefônicas semanais durante o período de apuração da história. Para efeitos documentais, a parte mais substancial da biografia são os capítulos iniciais que repisam os caminhos de Tom Zé – Toinzé, para os pais de família de boa situação social no círculo de Irará (BA) – até a explosão nacional do compositor em festival de 1968 com a apresentação da música São, São Paulo, meu amor. Nessa parte inicial, o autor perfila Toinzé como menino acanhado, introspectivo, às vezes medroso, um estranho no ninho familiar de Irará (BA), cidade de rígidos códigos morais, como toda localidade do interior. Usando a música como válvula de escape, Tom Zé saiu progressivamente daquele universo social limitado. Primeiramente, através de idas periódicas a Salvador (BA), cidade grande onde estudou e onde – com o incentivo do primo, o produtor musical Roberto Santana – começou a ganhar visibilidade como cantor e compositor em programas da TV local. Depois, a travessia definitiva – a rampa para o sucesso artístico – foi a ida para São Paulo (SP), cidade onde Tom Zé se integrou ao movimento tropicalista, se reunindo com Caetano Veloso, Gilberto Gil e Gal Costa (trio com quem já dividira o palco em 1964 em show em Salvador – BA). Capa da edição original italiana da biografia de Tom Zé Reprodução Com narrativa fluente, escrita com objetividade e sem a pretensão de fazer ensaios sobre a obra de Tom Zé, Pietro Scaramuzzo mostra, disco a disco, como o artista foi seguindo fiel ao ideal tropicalista e à pulsão de sempre apontar caminhos sonoros, derrubar fronteiras, enfim, de criar com liberdade, imune aos vícios da indústria da música. Nessa trajetória, Tom Zé subiu a rampa do fracasso comercial com álbuns que somente seriam valorizados anos depois, sobretudo após David Byrne se deparar casualmente em 1986 com o álbum Estudando o samba (1976) e se encantar com a inventividade do disco, compilando a obra de Tom Zé para CD do selo Luaka Bop e, na sequência, lançando pelo selo álbuns inéditos do artista com The hips of tradition (1991) – o que deu prestígio e visibilidade mundial ao último romântico tropicalista. Antes de começar contar a história de Tom Zé de forma cronológica, Scaramuzzo inicia a narrativa do livro pelo encontro de Byrne com Tom Zé em 1988 na cidade de São Paulo (SP) – conexão que mudou a vida do artista baiano após anos de ostracismo e desânimos abordados de forma superficial pelo autor. Livro indicado para quem se interessa mais pela música do que pela vida privada do artista, Tom Zé – O último tropicalista adentra os labirintos da criação desse compositor que faz música e instrumentos para tocar essa música. Disco a disco, Pietro Scaramuzzo mostra como a centelha da pesquisa e da inventividade sempre impulsionou a obra de Tom Zé, mesmo quando o artista já estava isolado e ignorado na cena brasileira. Nesse contexto, o livro funciona como convite para imersão nessa discografia singular. E, ao fim da leitura, o conceito de fracasso é redimensionado porque a moral da história é que a música é a vida de Tom Zé. E, nesse quesito, é inegável que, atualmente com 84 anos, Antônio José Santana Martins escreveu história de sucesso improvável para quem conheceu o menino arisco que sofreu bullying na infância, mas que driblou os obstáculos sociais e mercadológicos, vivendo de música e para a música.
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Lucas Santtana entra no mar de Dorival Caymmi, em single, enquanto grava álbum em Paris
♪ Enquanto dá continuidade à gravação do nono álbum em Paris, na França, o baiano Lucas Santtana lança single com regravação de A jangada voltou só, canção praieira da lavra do compositor conterrâneo Dorival Caymmi (1914 – 2008). Lançada há 70 anos, em disco editado em 1941, a canção A jangada voltou só tinha sido cogitada por Santtana para entrar no repertório do oitavo álbum do cantor, compositor e violonista, O céu é velho há muito tempo (2019), mas acabou fora do disco apresentado há dois anos. Música ouvida na voz de Santtana na trilha sonora do documentário Dorivando Saravá – O preto que virou mar (2020), A jangada voltou só aporta nos players digitais em gravação de voz e violão, produzida e mixada por Gilberto Monte. Disponível desde 27 de janeiro, o single A jangada voltou só sucede a edição comemorativa de 20 anos do primeiro álbum do artista, Eletro Ben Dodô (2000), reposto no mercado em 18 de dezembro em versão remixada e remasterizada pelo produtor musical Chico Neves. Capa do single 'A jangada voltou só', de Lucas Santtana Reprodução
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